Talles Luan Viana Miranda: Poemas ‘Desejo a você’ e ‘A vida’
Desejo a você
Eu desejo a você amor,
Amor em tempos de ódio,
Amor que na terra não há.
Desejo a você alegria,
Alegria em momentos de tristeza,
Paz em momentos de guerra.
E a tristeza? Essa passeia pela terra
À procura de moradia,
Quando ela encontra alma vazia,
Faz dessa o seu lar.
Desejo a você felicidade
Não a ausência de sofrimento,
Mas a fé nos bons momentos
Que hão de vir!
A Vida
Acho que a vida é uma viola;
Viola que ponteia e chora
E por mais que ela produza belos sons
ela continua sendo nem um pouco eclética;
Totalmente melancólica…
Ainda acho que a vida é dor e sofrimento
até por que não me lembro de ter sofrido antes de nascer;
E tenho a impressão de que não sofrerei depois de morrer.
Sobre o autor
Talles Luan Viana Miranda é natural de Maristela de Minas, município Curral de Dentro/MG, nascido no dia 26/06/2006, atualmente com 17 anos de idade e estuda no 2º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Fernão Dias Paes Leme na cidade de Itacambira/MG. Seus poemas mostram nas entrelinhas que a vida sem Cristo não há sentido. De acordo com as suas palavras “Leio pouco porque escolho muito, não é qualquer livro que me agrada, nada superficial me chama atenção, e acho que sou quem sou após ler a Bíblia, não falo isso como um “fiel” mas como pessoa, já li vários outros livros antes de lê-la mas nenhum teve o poder de me transformar. E assim como Jesus mudou o mundo com o Antes de Cristo e Depois de Cristo, ele mudou a minha vida”.
O segredo da vida é a simplicidade. A vida é simples. Tão simples que a desconfiança, essa vizinha mexeriqueira, se aproxima dos ouvidos de nossa alma e sussurra: “Se é tão barato, não deve prestar…”.
Daí, resolvemos complicar as coisas. Nossos antepassados mais longínquos se contentavam em comer restos de carne deixados em cadáveres vitimados por feras maiores e mais hábeis. Quando descobriram como produzir o fogo, a vida tornou-se plena: precisavam, aqueles seres humanos, apenas de um pedaço de carne, do fogo aquecedor, da água e de um abrigo.
E para reforçarem a ideia de que eram seres diferenciados dos demais, humanizavam-se diante da fogueira, pouco antes de dormir, e contavam histórias. Ou se sentavam olhando o firmamento e marcando as estrelas. Depois, reproduziam com pedras as constelações vistas.
Acordar junto com o sol, dormir logo depois da lua alcançar o ponto alto na abóboda, beber água, comer, conversar… Coisas simples que tornavam a vida plena.
Alguém pensou que aquilo era pouco e resolveu produzir alimentos, cercar terras com muros altos, criar exército, diferenciar as pessoas pelo que elas possuíam de riqueza. E assim a humanidade foi se aprofundando cada vez mais nesse poço, esquecendo-se, porém, de que precisamos de pouco para sobreviver.
Não necessitamos de um automóvel no que vai além de sua função de nos levar de um lado a outro. E mesmo assim, apenas quando essas duas pontas são extremamente distantes e não podemos vencê-las sem essa ajuda. Ou quando precisamos carregar um peso que não suportamos. Não precisamos do automóvel para afirmar quem somos e nem para nos fazer sentir superior ao outro. Isso é tolice.
Não devemos querer da residência além do templo sagrado onde descansamos depois de um dia árduo de trabalho e onde possamos nos confraternizar com a nossa família e amigos. Não é salutar esperar da roupa algo mais do que cobrir seu corpo por uma convenção social e para proteger das intempéries.
Não há mal em se ter um carro de última geração. Nem mesmo uma mansão ou uma roupa de grife mais cara. Mas se esse é o único objetivo de sua vida, compreenda que você perdeu a essência que nossos antepassados possuíam. A vida é simples. Se não tratarmos dela nesses termos, criaremos em nós um vazio enorme que acabará por nos consumir.
Converse mais… pessoalmente, de preferência. Olhe nos olhos quando falar com alguém. Beba água, beba água novamente… somos a metáfora do próprio planeta… Precisamos de água sempre! Alimente-se equilibradamente, um pouco de cada alimento, de cada nutriente. Apaixone-se constantemente, pois sem paixão não existe vida. Dance uma vez sem compromisso. Ria, o humor é o que tempera a vida. Jogue fora o veneno da inveja, da angústia, da amargura, do ódio, da maledicência, da fofoca… Alimente sua alma com bons livros, bons filmes, passeios, viagens, sorrisos. Não perca tempo! Quando você perde tempo, o relógio continua a correr e é você quem fica para trás. Não deixe de falar com quem sente vontade, não passe vontade. Durma o suficiente. Beba uma taça de vinho uma vez ou outra. Os mais santos beberam vinho. Perdoa, pois perdoar é faxinar a sua alma. Chore de vez em quando, mas sorria mais do que chore. Não lamente o que ainda não possui. Quase tudo o que você possui não tem função prática em sua vida. É apenas desejo do ego.