Alexandre Mendes: 'Um olhar sobre o público e o privado na gestão pública'

Alexandre Mendes – Um olhar sobre o público e o privado na gestão pública

 

Com processo longo, por vezes duvidoso e por vezes confiável, o papel dos indivíduos e do estado nas tarefas públicas tem se alterado ao longo da história, passando pela II Guerra Mundial (1945),  pela Constituição (1988), crise no país em diversos momentos, frustração no Plano Cruzado (1988), e um fôlego no Plano Real (1995), sendo discutido amplamente, anos após anos por congressos, comissões e a cada nova chefia comissionada ou não.

Houve a necessidade da tentativa de se reconstruir um novo estado, que abrange divisões colossais dentro dos três poderes: legislativo, judiciário e executivo. Entre fundações, institutos e muitos outros órgãos estatais. Falamos aqui de uma organização complexa e problemática a ser repensada.

Há de se destacar a previdência social que no passado, gerava um montante financeiro construído pela nova geração que abastecia os cofres gerando a renda para efetuar os pagamentos pertinentes a esse órgão, e que hoje está no centro das mais importantes discussões da nação. Partindo do pressuposto: Nossos idosos vivem mais e se aposentam cedo, e geração de emprego quando não estagna caí drasticamente.

Com um olhar mais atento, por exemplo, ao governo municipal e também podendo ser utilizado panoramicamente ao governo federal e estadual, refletimos um pouco:

A gestão púbica municipal vem assumindo seu papel, por exemplo, abraçando a educação, muitas entidades filantrópicas que desenvolviam papel assistencial em turno completo ou contra turno “creches”, passaram para a gestão municipal e se formalizam aos moldes da educação.

Não se avalia a qualidade do serviço público através de processos internos fatigantes e dominadores, mas sim por seus resultados. Hoje, diferente do passado, acreditasse que o funcionário público tem consciência e sabedoria para realizar suas tarefas sem a “mão pesada” da chefia sobre sua mesa.

É nítido a necessidade de  motivar o funcionário público, e isso não é só financeiramente, de se facilitar os tramites formais e burocráticos, tendo em vista a legalidade, reduzindo o custo da máquina pública.

Fica claro que, o órgão público representa o estado e o privado a ação dos indivíduos na sociedade cível. E  o público procede sobre o privado.

E além desses complexos, o fator corrupção também alarga essa esse abismo. Acredito que a diminuição das dificuldades da dicotomia privado-público, necessitam de políticas públicas que combatam sem descanso esse tema, e vou além,  as instituições de ensino públicas e privadas deveriam obrigatoriamente ter uma disciplina que estudasse e combatesse especificamente: corrupção.

Enfim, o processo de se Reformar a Constituição e se reconstruir um novo Estado, abrindo com clareza os caminhos do diálogo na dicotomia público-privado para o beneficio da nação, é algo complexo, profundo e não demanda apenas de referendos ou plebiscitos, não se organiza apenas pela vontade de mudar, todavia interage com as leis, o planejamento e um estudo a finco da estrutura em que estamos inseridos, passando pela cultura instalada hoje no estado democrático que muitas vezes não conseguimos clarear aos olhos de quem assiste um país tentar se desenvolver. Com olhar atento no passado, presente e planejando o futuro o primeiro passo pode ser dado.

Por Alexandre Mendes graduando em Gestão da Educação Pública pela Universidade Federal de São Paulo

 

Link Curriculum Lattes http://lattes.cnpq.br/0551041725922221

Referências:

A REFORMA DO APARELHO DO ESTADO E A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, Luiz Carlos Bresser Pereira.

O público e privado na gestão pública, Ricardo Correia Carvalho.

https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2951/A-grande-dicotomia-Direito-Publico-e-Direito-Privado

http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7784




O leitor escreve: Alexandre Mendes fala sobre os limites do ensino à distância

Os limites e potenciais da educação EAD

A  EAD-Educação a Distancia e suas possibilidades são colossais como nosso país, o qual tem um território grandioso, com dificuldades para garimpar todos os suas riquezas e mazelas sociais-financeiras-educacionais, onde a criatividade e trabalho árduo são suas marcas e tendo apenas 517 anos, nos faz refletir sobre essa modalidade EAD que também é “jovem” e está inserida neste contexto, necessitando de ação-reflexão-ação para o desenvolvimento de políticas públicas educacionais que abracem a totalidade e contribua para a construção de um ensino de qualidade no Brasil.

Segundo o Censo EAD-2015,  produzido pela Associação Brasileira de Educação a Distância que ouviu 368 instituições formadoras privadas com ou sem fins lucrativos e instituições públicas federias, registra se um aumento considerável de instituições e alunos, principalmente no sudoeste com 42% , em destaque São Paulo (22%). Sobre o perfil de alunos são 53% mulheres, 49,78% homens entre 31 a 40 anos e 70% dos alunos entrevistados estudam e trabalham. São 148.222 alunos matriculados em licenciaturas propriamente ditas, 134.262 em habilitações mistas (licenciatura e bacharel) e 410.470 em licenciaturas semipresenciais. Com 26.380 tutores e 18.769 professores (no período da pesquisa), tendo faixa salarial para ambos R$ 31, 00 a R$ 45,00 (hora-aula). O Senso contabilizou 5.048.912 alunos.

Como vemos o ensino a distância possibilitou a entrada de milhares de brasileiros no ensino técnico e superior, trazendo uma nova forma de aprender e interagir on-line. E apesar das fortes críticas o futuro do ensino poderá ser cada vez mais á  distância.

Enfim, não é fácil para muitos entender que o aluno é sujeito de seu próprio processo de ensino-aprendizagem, e que este é focado no aluno, sendo este tipo de ensino mais democrático, todavia não podemos ignorar que o nosso país segue em escala avançada no movimento mundial em tirar da sala de aula tradicional o centro de todo o processo de ensino e aprendizagem, e explorando todos os avanços e limites do meio digital e seus inovadores recursos, sendo ainda os desafios das instituições: a inovação tecnologia e administrativa, infraestrutura tecnologia e de apoio, a organização e valorização empregatícia, avaliações e dados precisos e atuais para continuar avançando e sonhando com uma educação de qualidade e acessível a todos.

Fonte: http://www.abed.org.br/site/pt/midiateca/censo_ead/

Alexandre Mendes, pós graduando em Gestão da Educação Pública pela Universidade Federal de São Paulo.




Artigo de Alexandre Mendes (Capão Bonito/SP)

Alexandre Mendes foto close“Poesia para a Vida toda”

 

Perdido ou repousando em algum lugar, podemos encontrar um livro de poesias, seja na escola, no armário ou em uma papelaria.

Ás vezes a poesia se manifesta riscada numa parede de rodoviária, pichada num muro,  viva numa canção sertaneja, escrita nas camisetas, nos belos cartões de natal, num convite de casamento, no inicio de um TCC, em uma declaração de amor ou amizade, e com frequência sempre postamos em nosso nas redes sociais  para expressar um estado de espírito ou uma opinião.

A poesia é uma obra de arte imaterial, extremamente subjetiva, pode ter métrica ou ser livre, nascendo da imaginação, criatividade, sensações e vivências, aliadas a sensibilidade da criação de cada ser humano, o qual é único e consequentemente sua poesia se torna única também. O poeta escreve sobre suas inquietações, histórias, percepções do mundo e sobre a intensa,  intrigante e misteriosa vida. Em um bom poema, extenso ou curto, moderno ou clássico, pode se viajar nos pensamentos, refletir, sentir e se emocionar. O Brasil é feito de grandes poetas e diferentes estilos como: Mário Quintana, um senhor simpático e extremamente sensível, ou o mineiro modernista Carlos Drummond de Andrade forte como o estado em que nasceu e ainda o coloquial e imortal Manuel Bandeira, e por fim a doce senhora goiana Cora Coralina, entre tantos poetas e poetisas incríveis. A poesia está entre as mais antigas formas de arte literária, havendo registro de poesias em hieróglifos no Egito 25 séculos antes de Cristo.

Você não precisa ter faculdades, doutorado ou ser um PHD na Universidade de Harvard nos Estados Unidos, para ser poeta ou poetisa, é necessário apenas ser um ser humano, que sonha, que senti, que se emociona, que ama, que percebe imensidões e dimensões variadas, que pensa, que refleti, que tem medos e alegrias, pois a poesia é tudo isso e mais um pouco.

E ai, coloque para fora o que você sente, brincando com as palavras e pensamentos, dê vida a sua poesia, escreva num pedaço de papel, numa mensagem de celular, num e-mail e compartilhe. Pois segundo a poetisa goiana Cora Coralina: “Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”.                                                               

Dia Mundial da Poesia, 14 de março.

 

Por Alexandre Mendes

Pedagogo pela Universidade de Santo Amaro/SP, licenciado em Artes Visuais pela Faculdade Mozarteum/SP, ator pelo Conservatório Musical e Dramático “Dr. Carlos de Campos” Tatuí/SP, graduando em Psicopedagogia Clínica pela Faculdade da Aldeia de Carapicuíba/SP e Presidente do Conselho Municipal de Cultura de Capão Bonito-COMCULT.




Artigo de Alexandre Mendes, de Capão Bonito, mais um leitor-colaborador do ROL.

Alexandre Mendes foto close

Hoje publicamos um artigo de um novo colaborador do ROL, o leitor Alexandre Mendes, de Capão Bonito

 

Alexandre Mendes é Pedagogo pela Universidade de Santo Amaro/SP, licenciado em Artes Visuais pela Faculdade Mozarteum/SP, ator pelo Conservatório Musical e Dramático ‘Dr. Carlos de Campos’, Tatuí, graduando em Psicopedagogia Clínica pela Faculdade da Aldeia de Carapicuíba/SP e Presidente do Conselho Municipal de Cultura de Capão Bonito-COMCULT.

Formação na área artístico-cultural da nossa região

Nossa região é berço e celeiro de grandes músicos, bailarinas clássicas, dançarinos de Hip Hop, atores, escultores, pintores, grafiteiros e tantos outros artistas e fazedores de cultura, e com uma demanda extensa, tem enfrentado um dilema na área cultural: formação técnica ou  universitária.

Tendo o município  crescimento a cada ano e uma estimativa de vida prolongada do capão bonitense, segundo pesquisas recentes, esse resultados do desenvolvimento, focamos então no jovem, uma demanda da sociedade a cada ano expressiva, que finaliza a escola regular e está há um passo da profissionalização. Muitos desses jovens, politizados, “antenados com o mundo”, críticos, construtores de sua própria história e proprietários de sonhos profissionais, que vão contra os ofícios tradicionais como: advocacia, pedreiro, lavrador,  professor, doméstica e entre outros, os quais tantas vezes são impostos por seus familiares, como meio seguro de sobrevivência e retorno financeiro.

Esses jovens oriundos do novo estilo de escolas democráticas iniciado no século XX, onde existem tentativas de introdução de aulas, programas e subsídios de Arte e Cultura,  como mecanismo de desenvolvimento social, humano e cultural, trazem vivências amadoras nas diversas áreas de Arte e Cultura, restritas aos portões, refeitórios e pátios em datas comemorativas nas escolas, festas religiosas e eventos municipais.

Muitos alimentam, sonham e almejam (ás vezes em vão),  criar grupos e fomentos de culturais em suas comunidades e por vezes saturam o comércio em busca de patrocínios, outros pesquisam e estudam pela internet, e existem ainda, aqueles que com poucos ou quase nenhum recursos financeiros,  se arriscam em participar de cursos e workshops em cidades distantes, estas vivências, em grande parte duvidosa, produzem relatos sobre  jovens que pousaram em praças e arredores dos locais dos eventos de formação em dança, teatro, música entre outros, em busca de conhecimento, movidos por acreditarem na  profissionalização. A FORMAÇÃO PROFISSIONAL OU TÉCNICA, não encontrada, destrói e frustra toda uma geração de futuros profissionais da área de arte, cultura e entretenimento.

As escolas e academias locais não oferecem a DRT (Registro em Carteira autorizado pelos seus respectivos sindicatos) e nem o diploma reconhecido pelo MEC, muitas vezes seus conteúdos são insuficientes para o mercado de trabalho. Os locais próximos de nosso município, para o estudo, da está a quilômetros de distância em cidades como Sorocaba, Tatuí, Itapetininga e Bauru, grande parte dos jovens não tem incentivo financeiro e seus familiares quando apoiam, quase sempre não tem condições de custear os estudos, moradia e demais gastos oriundos.

Os artistas em nossa cidade não se restringem ao centro, e alcançam os bairros campesinos. Havendo registros de manifestações culturais oriundas dos tempos dos tropeiros.

Sem seu resgate cultural e valorização da memória, estão a mercê de desaparecerem junto com seus últimos guardiões.

É necessária a presença de cursos técnicos e de formação cultural e artística que fomentem os sonhos, a memória, produção cultural e realidades de toda uma nova geração voltada para o futuro, o conhecimento, o diálogo cultural e desenvolvimento integral do ser humano.

Os textos que a cidade apenas tem demanda humana para cursos: empresariais, tecnológicos e administrativos estão equivocados e ultrapassados, não representam a total realidade das comunidades e população em geral.

Estive visitando alguns grupos e pesquisando sobre o interesse dos jovens, caso houvesse cursos técnicos culturais na cidade e me surpreendi ao ver: uma jovem chorar na possibilidade de isso ocorrer. Demonstrando com esse gesto um desespero velado enquanto: necessidade de formação.

Talvez reunir essa geração que já está a alguns anos lutando por melhorias educacionais e ouvi-los possa trazer luz aos anseios de nossos passados, presentes e futuros artistas.

Vemos uma geração chamada de “Y”, que pretendem e já estão em busca de sua verdadeira profissão, em outros municípios e capitais, pois o jovem “Y” não quer mais aquela área, que “tem” ou “querem” que ele faça, mas sim uma que se identifique, onde haja significado em sua vida e que possa ser feliz atuando. E é esse jovem que guardará as lembranças, memórias e histórias do hoje de nossa cidade, para que a cultura de nosso povo não se perda no tempo e espaço. Um povo sem cultura é como um povo que nunca existiu.

Por Alexandre Mendes