Evandro Ferreira – IWA: "'Caba' besta por Alice"

Evandro Ferreira – IWA

‘Caba’ besta por Alice

Acordei com você no pensamento
Não entendo que amor é esse,
tão ardente e envolvente
Distante e tão perto
Eloquente e, por vezes, disperso
Só sei que sinto por você.

E você, onde está?
Sente a metade por mim?
Ou é maior?

Seria um vulcão adormecido
Uma ventania de verão
O moranguinho esquecido
A mulher da tentação?

Alice do meu romance
Dos enlaces tão perfeitos
Das tramas e do fervoroso lance
Seu amor para esse homem feito.

Feito um ‘caba’ besta
Um Trem desengonçado
Que a aguarda de segunda à sexta
Para sábado estarmos engrampado.

‘Caba’ besta e fazendo ‘marmota’
Para chamar, apenas, sua atenção
Se você disser que não gosta
Sairei da cena desse salão.

Alice de ouro e beijos
Do olhar assediador e avassalador
Não resisto quando a admiro
Vem logo, Alice,
diga que quer ser meu grande amor!

Evandro Ferreira Iwa
Poeta da Alice

 

 

 

 

 

 




Letícia Mariana: 'O poema azul'

Letícia Mariana

O poema azul

Alice*, és belo semblante,

Cintilante sentir,

Que vive, abrange,

Tal mundo ao sorrir!

Alice Hemery, seja tal verso,

Enxergue o singelo,

Abraça-me num pulo,

E saboreie o prato de cada manhã!

Criança pura, me ama e me cuida,

És tão pequenina,

Mas só na altura!

O azul profundo dos olhos teus,

Imensidão que bem conhecemos,

Sinta, viva, avante!

Saberemos, não tão tarde,

Talvez adiante,

O quão teus olhos são olhares de um mundo.

Feliz dia das crianças!

 

*  Alice Hemery é a minha afilhada!

Ela tem 7 anos e é um anjo que me protege a cada dia!

 

Letícia Mariana 

leticiamariana2017@gmail.com

 

 

 

 




Cláudia Lundgren: 'Poetizando Alice'

Claudia Lundgren

Poetizando Alice

  Ela era um mistério. Pouco sabíamos a seu respeito.
Muitas ultrassonografias, um mega pré-natal e um parto num hospital de primeira, com o obstetra escolhido a dedo. Um quarto particular, muitas visitas. Esses eram os planos. Veio a pandemia, e a coisa mudou de figura.
As consultas ao ginecologista foram reduzidas. E passaram a ser realizadas pelo sistema público de saúde. O dinheiro reservado para o parto teria que ser usado para a despesa doméstica, e para a compra das coisas da Alice. Comércio fechado, renda zero. Queríamos vê-la nas ultrassons, mais informações. Queríamos ver mais vezes a sua face, de várias formas. Nas tradicionais e em 3D. Mas somente foram feitas as de praxe. E esse mistério chamado Alice se fez.
Qual era o seu peso? Seu comprimento? Seriam seus cabelos louros como os raios de sol, ou negros como o ébano? Talvez, carequinha? Quem era Alice? Incógnitas, enigmas, que só foram desvendados no nascimento
As últimas semanas de gestação, intermináveis. A barriga crescia a cada dia. A criança amadurecida no ventre da mãe; 38, 39, 40 semanas…
E quem era Alice?
Eu já não dormia. A cada dia eu tinha a expectativa de que ela nasceria. E ao seu final, a insônia causada pela tão aguardada espera.
Um sinal, a ida ao hospital. Vai ser hoje! Alarme falso…
Até que a misteriosa menina resolveu dar as caras. Um hospital público, uma enfermaria coletiva. Ali, na tarde de 9 de julho de 2020, nascia a princesa Alice.
As peças se encaixaram naquele misterioso quebra-cabeça. Alice, do cabelo cor de ébano, da pele rósea; um pacotinho pesado de 3.640 kg, medindo 48 cm.
O corpinho roliço, sem nenhuma pelanquinha. A pele soltando, devido às 40 semanas e três dias dentro da nave-mãe.
Eu a vi nas primeiras fotos, me emocionei. Eu a vi face a face, mistérios desvendados, coração acelerado, o chorinho cor-de-rosa; me apaixonei.

Claudia Lundgren

tiaclaudia05@hotmail.com

 

 

 

 

 

 




Cláudia Lundgren: 'Quando Alice chegar'

Claudia Lundgren

Quando Alice chegar

Quando Alice chegar, meu mundo terá cinquenta tons de rosa. Ela será o meu buquê perfumado, denso, oscilando entre os chás e os pinks.

Meu mundo, que há tempos era composto por carrinhos, bermudas e chinelos, pretos e azuis, agora terá também as cores da suavidade, e por que não também as excêntricas, como o roxo, o lilás, o vermelho, o laranja, e o verde e amarelo neon.

Está chegando Alice, aquele perfume doce e feminino. O universo de laços, vestidos, saias,  tiaras e paetês; de pelos e plumas; do dourado e prateado; das melissinhas com cheirinho de tutti frutti; o universo poá.

Verei espalhados pelo chão da casa não só o Batman, mas também a Barbie. Pés de sapatos multicores. Batons destruídos, rostinhos borrados.
Quando Alice chegar, despertará em mim o lado mais tenro. Aquele meu mundo que, um dia foi róseo, mas abafou-se pelos 3 tons blues.

O azul requer mais pulso. É mais bruto, de pouca fala, mais objetivo, mais direto ao ponto. Gosto muito desse mundo, e confesso que me habituei a ele. Um mundo mais bagunçado, desleixado, e dark.

Mas, quando Alice chegar, aquele tom de voz feito a mão, de tricô rosa e branco, será em mim despertado. Aquele mundo mais poético, floreado. Mais penteado, aprumado. O bercinho com a bonequinha rosa de pano, aquele delicado chorinho envolvendo o azul do ambiente.

O perfume floral frutal que tanto gosto vou ganhar, com a chegada de Alice.

Claudia Lundgren
Em homenagem a minha neta Alice que nascerá em breve.

 

 

 

 

 

 

 




O Teatro Escola Mario Persico apresentará, nos dias 23 e 24 (sábado e domingo), às 19h, o espetáculo 'Alice, um conto sem fadas…'

A montagem, baseada na versão dos Irmãos Grimm, quebra toda a fantasia delicada de um texto extremamente conhecido

Neste sábado e domingo, dias 23 e 24, às 19h00, o Teatro Escola Mario Persico   apresentará o espetáculo ‘Alice, um conto sem fadas…, montagem que quebra toda a fantasia delicada de um texto extremamente conhecido.

Nesta montagem, baseada na versão dos Irmãos Grimm, é trabalhado o conceito de lembrança versus tempo. Alice, irá visitar seu passado e revisitar traumas e boas lembranças que estavam esquecidas em algum canto de sua memória. Entre paredes que têm ouvidos, o lobo mau e muito sabor de chocolate, Alice irá entender como uma cicatriz forma-se e como o tempo é importante para curar esse ferimento que, às vezes, extravasa o corpo físico e deixa uma marca na alma.

O quão importante é uma amizade? Uma mão amiga no momento certo pode nos salvar de mais sofrimento? O quanto a insubordinação e o descaso podem afetar a vida de outras pessoas? Estas perguntas serão respondidas, mas muitas outras serão levantadas.

O tempo é relativo. O que você lembra é o que aconteceu ou o que você lembra se torna o passado? Corra atrás do tempo e mergulhe no mundo escuro onde a lobotomia e a esquizofrenia andam de mãos dadas.

ATENÇÃO! CENSURA: 14 anos!

(Contém cenas de violência sexual implícita)

Elenco:

Alexia Soler

Amanda Faicar

Amilton Sanchez

Anna Laura Foltran

Matheus Caruso

Camila Faraveli

Debora Barros

Deverson Geovane

Felipe Rodrigues

Giovanna Tegani

Isabel Cristina Moreno

Lara Constantine

Maiara Donna

Michele Sonsim

Najú Lima

Natália Oliveira

Rafael Milbio

Tiske Reis

Texto e Direção: Tiske Reis

Técnica: Dudu Martins

Arte/Divulgação: Caio Cordeiro

Serviço:

Data: Dias 23 e 24 (sábado e domingo)

Horário: 19h00

Local: Teatro Escola Mario Persico

Endereço: Rua da Penha, 823 – Centro

Tel.: (15) 3035-1566

 




Artigo da leitura Sonia Moreira: 'Alice no país das maravilhas!'

Sônyah Moreira – Alice no país da maravilhas!

Quem não conhece essa fábula maravilhosa? Do autor Lewis Carroll (1832-1898), há quem dita não ser uma obra infantil, e sim destinadas aos mais crescidinhos. Como em toda história há sempre algo por trás, ou alguma mensagem subliminar, porém, gostaria de fazer uma analogia com fatos atuais, de um país das maravilhas, ou uma república das bananas. Venez! (Vamos lá).

Iremos fazer comparativos com os personagens da fábula, e nossos distintos governantes, preparem-se, pois a viagem poderá causar acessos de riso, por conta dos devaneios desta que lhe escreve.

Comecemos pela rainha, a personagem não suporta ser contrariada, e diz aos berros cortem a cabeça, alguma semelhança? E o nosso coelho branco lembra alguém? Um ser que sai correndo, ricamente trajado, dizendo que está atrasado e que sabe de cor os ritos da câmara dos deputados, um verdadeiro gênio olhando por cima de seus óculos, perceba há semelhança até no jeito de andar.

Continuemos em nossa jornada árdua em buscar semelhanças com nossas personalidades do planalto.

Vejamos! Alice buscou aproveitar-se da experiência inusitada desse país da loucura, assim como nós, tentamos sobreviver a cada sobressalto em nossa rotina. Adaptando-nos a cada nova medida, leis, tributos, ouvindo discursos insanos ditos por quem está apenas interessado em poder desmedido, e detalhe, o poder que foi entregue por seus eleitores a chapeleiros loucos, coelhos possuidores de relógios, e rainhas de copas deslumbradas.

Percebam, que nós meros expectadores somos como nossa protagonista Alice, perdida num país das maravilhas, um universo mágico, cheio de surpresas, que na maioria das vezes são desagradáveis.  Bem! Nem de longe tenho a aptidão de nosso querido autor Lewis. Porém, acredito que podemos sempre tirar proveito de situações encontradas em contos de fadas, fazendo um comparativo e parodiando com acontecimentos reais. É, mas infelizmente, nossa realidade fica muito triste, motivo de galhofa em jornais de outros mundos mágicos, igualmente hilários como o nosso grande país das maravilhas, ou república das Alices, lá também deve ter muitos chapeleiros loucos, coelhos com relógios e até rainhas loucas, opa! Lembrei! Aqui pertinho teve sim, no país de nossos hermanos, “Ela” a rainha, recusou-se a passar a faixa ao novo rei, viu! Alegrem-se! Não estamos sós.

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com