Repórter Eco na TV Cultura – tecnologia espacial, povo Yanomami e desmatamento da Amazônia

Programa vai ao ar neste domingo (28/6), a partir das 18h, na TV Cultura

Neste domingo (28/6), o Repórter Eco apresenta três reportagens inéditas: sobre a tecnologia espacial, o futuro do povo Yanomami que está em risco por conta do coronavírus e o desmatamento da Amazônia. Apresentado por Márcia Bongiovanni, o programa vai ao ar a partir das 18h, na TV Cultura.

A primeira matéria fala sobre a tecnologia espacial – as viagens espaciais levaram a grandes descobertas e inovações tecnológicas que estão presentes no nosso dia a dia, como é, por exemplo, o processo digital de imagens, ferramenta que permite monitorar com precisão as florestas até o degelo nas calotas polares.

Um projeto de iniciação científica levou o estudante Natan Cardoso de Oliveira, de 16 anos, e um grupo de alunos brasileiros até a NASA. Na agência espacial americana, eles apresentaram o cimento espacial. “Os alunos hoje querem ter contato com a ciência. Antes só acontecia na graduação e agora eles percebem que podem ser cientistas sim, que podem ter ideias que possam contribuir para a questão do meio ambiente, para a questão de tecnologias que sejam úteis para o nosso cotidiano”, comenta Fábio Marçal Agostinho, coordenador pedagógico.

Outro assunto abordado é o futuro do povo Yanomami, guardião da floresta Amazônica, que está em risco. Garimpeiros ilegais entram em suas terras, espalham o vírus da covid-19 e ameaçam líderes indígenas, entre eles, Dario Kopenawa, filho do grande líder político Yanomami David Kopenawa. O ministério Público já pediu medidas urgentes para retirar os invasores.

Por fim, o programa mostra o desmatamento anual da Amazônia que deve ser anunciado em novembro. De acordo com o biólogo João Paulo Capobianco, vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade, o desmatamento será recorde este ano e é essencial manter as áreas naturais do Brasil protegias.

 

 

 

 

 




Reinaldo Canto: 'A destruição da Amazônia prossegue'

No último ano, o Brasil destruiu quase 8 mil quilômetros quadrados da floresta amazônica

Marcelo Camargo / Agência Brasil
Madeira ilegal

Madeira ilegal apreendida em Colniza (MT): desmatamento cresce

O Brasil segue firme em sua capacidade de produzir más notícias aos borbotões. Economia em queda, política em descrédito e credibilidade institucional abaixo do nível da mediocridade.

A mais nova estrela dessa constelação de barbaridades vem dos índices de desmatamento. Entre agosto de 2015 e julho de 2016, o Brasil destruiu quase 8 mil quilômetros quadrados da floresta amazônica, um aumento de 29% em relação ao levantamento anterior. Os estados que concentraram a maior devastação foram o Pará, que sozinho concentrou 40% do total, e o Mato Grosso. Juntos PA e MT foram responsáveis pela derrubada de 4,5 mil quilômetros quadrados de florestas.

O levantamento foi divulgado pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), órgão ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Esse resultado, normalmente, seria divulgado no meio do ano, mas provavelmente para evitar constrangimentos durante a participação do País na COP 22, a Conferência do Clima em, Marraquexe, no Marrocos, no início de novembro, decidiu-se pela postergação desses números catastróficos. A área desmatada representam cinco vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Quem se lembra da risível participação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante a COP e suas afirmações que meio ambiente e agronegócio caminham lado a lado e de que temos a produção agrícola mais sustentável do mundo?

Se esses números já tivessem sido divulgados no Marrocos, talvez não fossemos contemplados com essas pérolas fantasiosas proferidas pelo ex-governador do Mato Grosso.

O certo é que a devastação de nossas florestas parece estar em uma ascensão brutal, uma vez que no período anterior o aumento havia sido de mais de 20%.

O desmatamento acelerado afeta diretamente a meta estabelecida pelo Brasil de reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa e, assim, colocar o atual governo em saias justas, comprometendo ainda mais a imagem do País.

Para Tasso Azevedo, do Observatório do Clima, apenas com esse desmatamento o Brasil aumenta as suas emissões em 130 milhões de toneladas de gás carbônico. “É o mesmo que o Estado de São Paulo, o mais populoso do país, emitiu em todo o ano de 2015, ou duas vezes a emissão anual de Portugal”, afirma o coordenador do OC.

A ausência de fiscalização efetiva é apontada por ambientalistas como uma das razões para o crescimento dos índices da destruição florestal.

Por mais chocantes e tristes que sejam esses dados, não deveria existir surpresa. O que podemos esperar de uma gestão pública frágil, omissa e incompetente? Virar as costas para as verdadeiras riquezas do país e privilegiar interesses menores é o mais óbvio resultado dessa pobre equação.