Angela Fiorenzo: 'A síndrome do telefone'

Angela Fiorenzo

A síndrome do telefone

Antes de começar a escrever, Ella me contou depois, correu no Google para certificar-se de que o que estava sentindo poderia chamar de síndrome!

– É perfeito – disse. E quer saber mais?  Tenho certeza de que não sou a única, muita gente sente igual!!

Achei graça e ri, embora no fundo eu soubesse que alguma coisa estava acontecendo.

– Por quê? – perguntei.

Ella contou rapidamente, assegurando que eu seria a primeira a ler sua crônica. Ou seria um desabafo?  Ou poderia ter qualquer outro nome, como válvula de escape???

Foi o que entendi.

– Enquanto escrevo, o tempo passa, e isso ajuda a me sentir melhor….

Claro que, quando Ella me mandou o texto pronto, finalizado, eu já imaginava o que seria a tal síndrome! Quem já não sentiu a angústia da espera, a dor da ausência, a incerteza da continuidade?

Então… eu li.

Voltei no tempo… Não foi uma nem foram duas vezes que senti isso tudo. Doeu sempre. Umas mais, outras menos… Todas machucaram, deixaram marcas, lembranças que não se apagaram… Será que se apagam??? Não acredito. Mas passam… a gente sobrevive. Como se diz, a vida continua, independentemente de tudo!

E novamente, como já havia feito no passado, me perguntei – Por quê? Por que me deixar envolver? Por que acreditar que desta vez seria diferente? Por que sonhar? Por que dar asas à imaginação?

Mas, ao mesmo tempo que me questionava, com o peito apertado pelas perguntas que não tinham resposta, pois o primeiro encontro foi maravilhoso e vai deixar saudade se foi o último, eu sabia que as coisas do coração a gente não consegue controlar!!!  É um terreno arenoso que nos engole, nos consome e chega a exaurir nossas forças. Caminho sem volta. Quem entra precisa encontrar a saída!!! E não adiantam os avisos, os conselhos, a experiência vivida –  kkkk – a tentação de mergulhar nesse lago cujas profundezas desconhecemos, é maior que a prudência! rsrsrs

Assim, não fiz diferente. Abri os braços para a esperança, para o desejo e me deixei levar… Se foi bom? Muito!

Trocamos mensagens,  conversamos muito, rimos, ficamos juntos na intimidade, descobri que temos vários pontos em comum com relação ao que desejamos para um relacionamento… nada que obrigue, pressione. Tem que fluir gostoso, tem que ser suave – a gíria do momento! rsrs

Não nos falamos depois… O telefone permaneceu mudo. Mensagens? Chegaram, recebi muitas, mas não de quem eu gostaria. E aquela ausência, um vazio que incomoda e deixa a boca seca, aquele friozinho no estômago (ou na barriga??? kkkk) trazendo desassossego.  Num turbilhão de pensamentos, as dúvidas, e com elas, as desculpas que nós mesmos procuramos dar… Talvez trabalho, preocupação, medo de assumir um novo compromisso???

São desculpas, essas e outras, é verdade, porém ajudam a não matar a esperança nem o sonho! E assim… seguimos. Acreditando e com o celular ao meu lado.

Depois de ler, pensei, o que de melhor eu poderia fazer para Ella naquele momento. Bolinho de chuva!!! Um dos seus preferidos. Tem açúcar, tem canela, tem sabor de casa de mãe e de avó, lembranças e sabores que aquecem o coração. Foi o que fiz.

 

 

 

 




O Quadro do ROL cresce de tamanho e de importância: Angela Fiorenzo está entre nós!

Angela Fiorenzo

A jornalista Angela Fiorenzo valoriza a equipe do  ROL!

Nós podemos nos orgulhar do papel exercido pelo nosso Jornal Cultural ROL para a difusão da cultura. Há 26 anos fazendo isso, sem interrupções, conseguimos reunir colaboradores e milhares de leitores em todo o Brasil, formando um time de grande valor intelectual.

Atualmente o  ROL tem alcance mundial: são muitos os amantes da língua portuguesa e brasileiros que moram no Exterior que acessam nosso saite. Eles mantêm contato conosco ou com nossos colunistas e em seus contatos é comum encontrarmos frases como “eu me atualizo pelo ROL com o que acontece de melhor na cultura brasileira”.  Somados aos colaboradores que temos aqui no Brasil e aos milhares de leitores em todo o planeta, podemos afirmar que somos um veículo com estatus de mídia universal.

E a partir de agora todos nós, residentes no Brasil ou não, temos mais um motivo para nos sentirmos satisfeitos e entusiasmados: passamos a contar com a jornalista sorocabana Angela Fiorenzo na nossa equipe! Ela, com seu grande saber pessoal e sua enorme experiência como profissional de imprensa, certamente vai enriquecer nosso time que já é composto por intelectuais de alto nível e que, assim como eu e o Sergio Diniz, editores, se dedicam voluntariamente para difundir e ressaltar a importância da Cultura como elemento vital para o desenvolvimento de um povo.

Seja bem vinda, querida colega jornalista Angela Fiorenzo! É uma honra contar com você no nosso time! (Helio Rubens de Arruda e Miranda)

 

Angela Maria Sisternas Fiorenzo, ou Angela Fiorenzo, como é conhecida, é graduada em Direito, pela FADI, e em Jornalismo, pela UNISO.

Atuou como jornalista no Diário de Sorocaba, durante 4 anos; no Jornal Cruzeiro do Sul, pelo período de 13 anos; participou de um programa de rádio na Ipanema, quando Jovem Pan, e da criação da TV Comunitária local formando a primeira equipe de repórteres, produzindo e apresentando o Jornal, criando alguns programas para dar visibilidade à TV e depois apresentando um programa de culinária e entrevistas.

Foi diretora do Cerimonial da Câmara Municipal de Sorocaba.

Escreveu 4 livros, revistas comemorativas; desenvolveu alguns projetos, entre eles, sempre com amigos, o SOROCABA MODA, Cursos de Costura e Estilismo (projeto social em parceria com a Secretaria de Cidadania), a noite “Deu Branco na Imprensa”, as noites dançantes “Elas de Branco & Eles de Black Tie” e “Garotas dos Anos Dourados”.

Atuou como voluntária no GPACI, apresentando, durante 15 anos, o lançamento da campanha MC Dia Feliz, e na Casa Transitória André Luis.

Foi eleita a primeira mulher presidente do Diretório Acadêmico Rubino de Oliveira, da Faculdade de Direito de Sorocaba, representando sua turma como Oradora.

Foi presidente da ASI – Associação Sorocabana de Imprensa durante 4 anos.

Atualmente trabalha no MOMUNES – Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba -, como coordenadora da Casa de Acolhimento Recomeçar e relações públicas da entidade, atuando na área de desenvolvimento de projetos. Entre eles o “Dona Costura – criar moda gerar renda”, voltado à mulheres em situação de vulnerabilidade social, com vistas à capacitação e, como o nome diz, geração de renda.

É  Conselheira do CMEC – Conselho de Mulheres Empreendedoras e da Cultura de Sorocaba, um braço da Associação Comercial, e pertence ao quadro de associados do Rotary Clube de Sorocaba Novas Gerações.

Abaixo, sua primeira contribuição como colunista, com a crônica ‘O Sonho’

 

O SONHO

Foto por Regina Cecília Romano

E de repente, como não raro acontece na vida da gente, ela sentiu a ameaça que pairava sobre seu maior sonho. De duas uma: ou desistiria dele ou enfrentaria uma nova situação, por mais desafiadora que fosse, com esperança que, vencidos os obstáculos, conseguisse realizar o que planejava há anos.

Era jovem, mas apesar da pouca idade, determinada a alcançar seus objetivos, foi à luta.  Arregaçou  as mangas do agasalho que vestia – , fazia tanto frio lá fora quanto dentro dela -, lavou o rosto e cuidadosamente secava as lágrimas que insistiam em continuar marejando seus olhos. Com calma e sem pressa, a impressão é que cuidava delas com carinho, sabia porque estavam ali. Era um protesto silencioso, porém dolorido que ela respeitou.

Assim que ficou pronta,  desceu as escadas,  colocou no rosto seu melhor sorriso e sentou-se à mesa para o café da manhã.  Não que estivesse com fome ou vontade de saborear qualquer coisa, mas o bolo da mãe, preparado com o carinho de quem sente em si a dor do outro e pelo outro, não poderia recusar. Serviu-se, e a sensação de amor e gratidão fizeram bem.

E agora? A pergunta pedia uma resposta que ela não desejava  adiar. Era boa em criar estratégias, pensaria em alguma coisa, como se já não tivesse pensado, desde o momento que se viu na encruzilhada que a levou … ou melhor, estava levando-a para outro rumo!

Pesquisou o que faria enquanto aguardava o tempo, não o seu, mas do universo , e de repente lembrou que alguém disse “existe um segundo que pode mudar tudo na vida da gente”.  “Quem mesmo?” se perguntou, “bem, não importa!” respondeu em voz alta também!

“E por que não pode ser este?” – foi um pensamento que a fez sorrir. Voltou à busca que empreendera e decidiu “vou ser feliz para onde a vida me levar”. O instante mágico estava ali. Essa era a porta que a oportunidade estava esperando para entrar e abraçar  Beatriz.

O sonho antigo??? “Transformei em um novo projeto” escreveu na história que mais tarde, juntamente com outras, gostaria de contar aos filhos e depois, aos netos. “Melhorei as ideias, ampliei o que naquela época eu enxergava menor… Acreditei que se a vida me mostrava uma nova estrada, com certeza ela me conduziria a um lugar maior! Eu precisava consentir e me dedicar. Foi o que fiz. Um dos segredos que descobri: não desista fácil, mas não insista pra sempre!”