Artigo de Ivan Fortunato: 'Vamos conhecer e ajudar a UIPA de Itapetininga"

Ivan Fortunato: ‘Vamos conhecer e ajudar a UIPA de Itapetininga”‘

 

“Animais de rua: Se você não ajuda na solução então é parte do

problema” (autoria desconhecida)

A frase com que inicio esta coluna foi encontrada na página do facebook da UIPA (1) de

Itapetininga. Confesso que quinze dias atrás, desconhecia o trabalho dessa instituição, uma

Organização Não-Governamental (ONG), que existe em defesa dos animais abandonados e

molestos. Importante destacar que uma ONG é uma iniciativa coletiva, em prol de alguma causa

social, cultural ou ambiental, que busca solucionar problemas que deveriam ser sanados pelo

Poder Público. No Brasil, onde a carga tributária é excessiva e poderia muito bem dar conta da

nossa saúde, educação, segurança… abrangendo, nesse rol, o cuidado com a vida de todos, sejam

crianças, adultos, idosos, filhotes, adultos, cães, gatos, cavalos…

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Deixando essa lamentável constatação de lado, o propósito aqui é o de cumprimentar o

belíssimo trabalho das pessoas que se organizaram para cuidar dos animais desamparados, sem

teto e maltratados de nossa Itapetininga e região. A UIPA – União Internacional Protetora dos

Animais – é, segundo seu site institucional (2) a ONG mais antiga do nosso País, tendo sido

inaugurada no ano de 1895. Hoje, milita em várias cidades, incluindo Itapê. A história oficial

narrada neste site é que tudo começou quando um estrangeiro queria denunciar maus-tratos a

um cavalo, no centro paulistano, e indignou-se quando soube que não havia, no Brasil, nenhuma

sociedade destinada a proteção dos animais. Curiosamente, uma das bandeiras mais recentes da

UIPA de Itapetininga é em prol dos cavalos, que “não são escravos”!

Particularmente, sou favorável à adoção de animais encontrados na rua. Minha

“filhotinha” foi encontrada, na segunda quinzena de março, na praça que fica no encontro das

Avenidas Padre Antônio Brunetti com a Cinco de Novembro, lá na Vila Rio Branco: uma

gatinha, que ainda não tinha desmamado, estava sozinha e assustada, miando entre os arbustos,

como que querendo ser resgatada; hoje, em meados de agosto, está uma “lady”, bem alimentada,

castrada, vacinada, vermifugada e muito amada. Não obstante, também sou adepto à compra de

um animal de raça, sempre esperançoso que será tratado/a com todo cuidado e carinho.

Assim, como sigo muitas páginas dedicadas aos animais de estimação nas redes sociais,

vi compartilharem a respeito de uma feira de adoções de filhotes, aqui na cidade de Itapetininga.

Achei interessante e pensei em ajudar. Não fiz muito, confesso, pois apenas doei ração para

cachorros e gatos. Mas, fui visitar a sede, que fica na Vila Mazzei, poucos minutos de carro a

partir do centro da cidade.

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A recepção da UIPA é muito bonita e alegre. Muito mais que isso, pois a ONG realiza

trabalho sério e conta com pessoas engajadas no cuidado dos animais, tanto dos que estão sob

sua guarda quanto daqueles que foram largados nas ruas e/ou não foram adotados. Assim, no dia

da sua primeira feira de adoção, quem chegava era bem recepcionado, anotava o nome no

caderno de visitas e era acompanhado por um/a voluntário/a até a tenda onde estavam os lindos

filhotes, vacinados, vermifugados e cheirosos, prontos para serem levados para casa, após

receberem orientações e um mimo de uma das empresas que apoia a UIPA.

 

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No interior da sede, uma verdadeira festa! Dezenas de belíssimos cachorros e gatos e

um cavalo (um que eu vi e tirei fotos, incluindo uma selfie) muito bem alimentados, tratados e

em abrigos adequados faziam muita festa quando visitados de perto!

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A UIPA Itapetininga é exemplo de amor e cuidado. Mais: é exemplo de compaixão,

solidariedade e respeito. Cuidar da vida é o que fazem por lá. Da minha parte, bastou uma única

visita de poucos minutos para que compreendesse a seriedade do seu trabalho. Ganharam um fã

e mais um para ajudar na preservação de tão lindas vidas. Fica a dica: comece a seguir nas

redes sociais, curta e compartilhe. Mas, reserve uma hora para conhecer os peludos e se divertir,

muito. Se for possível, claro, leve um pouco de ração, pois há muitas bocas para serem

alimentadas.

Parabéns a todos que se envolvem com a UIPA!

(1) https://www.facebook.com/uipa.itapetininga

(2) http://www.uipa.org.br/




Artigo de Pedro Novaes: 'Amigos declarados'

colunista do ROL
Pedro Novaes

Pedro Israel Novaes de Almeida: AMIGOS  DECLARADOS

 

 

Tenho dois amigos, nada secretos, que merecem uma homenagem de fim de ano.

O mais idoso, que recebeu o nome de Nenê, descende de Labradores, de linhagem que certamente jamais esgrimiu uma enxada. Seus ancestrais, com certeza, não foram guerreiros combativos, tamanha a camaradagem com que recebe até mesmo as mais estranhas visitas.

Nenê jamais teve a pretensão de ser modelo, e segue despreocupado com o aumento de peso ao longo da idade, só controlado pelas desgastantes e inúteis corridas, no encalço do gato do vizinho. Gatos parecem paparazzi, estão sempre presentes, mesmo sem serem convidados.

Não fosse um animal doméstico, Nenê seria o protótipo do funcionário público de país onde as instituições não funcionam. Encerrado o expediente, retira-se a seu tapete e dorme, e nem mesmo a mais terrível das ocorrências extraordinárias pode modificar tal rotina.

Contrariando o tabu de que os labradores adoram a água, Nenê é visceral inimigo dos banhos, sendo necessária a presença da PM, para convencê-lo de que é melhor submeter-se a ser acorrentado.

Sem ser uma fera, e colocando em dúvidas um eventual sacrifício, para salvar o dono, Nenê continua bem cumprindo sua senda de tornar o ambiente agradável e amistoso.

Para completar a relação de cachorros, aqui aportou Lobo, um Pastor Alemão, cabendo em uma caixa de sapato. Como chorava no período noturno, a caixa era colocada ao lado da cama, com minha mão dentro.

Cresceu educado por Nenê, então rei do domicílio. Com o tempo, a natureza foi demonstrando que a raça tem características dominantes, e Lobo  passou a adotar posturas que Nenê sequer imaginava existir.

Lobo elegeu o dono como chefe único, e não obedece nenhuma ordem partida de outra pessoa, quando presente o eleito. Tenta ser cordial e parecer camarada, mas as visitas só ultrapassam o portão após juras de que não morderá.

Continua respeitando Nenê, mas qualquer desavença é logo solucionada com um sonoro rosnado. Nas urgências da madrugada, Nenê avisa e Lobo parte para a missão de proteger a casa.

Lobo posta-se, sempre, às portas do cômodo onde está o dono, sempre pronto a receber cobradores e leitores que discordaram de algum artigo.  Embora Lobo seja analfabeto, não admite a aproximação de qualquer pessoa com uma camiseta com os dizeres: “Não vai haver golpe”.

A convivência com animais domésticos anima a vida, e ensina a solidariedade como virtude natural e desinteressada.  Há ações e reações que desafiam a proverbial mentira de que cães são irracionais.

É possível a convivência com outros seres que habitam o planeta, desde que não sejam cobras, aranhas, escorpiões e gatos, além de políticos corruptos e populistas enganadores.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.