Fórum de dança no Centro Cultural São Paulo reflete sobre o protagonismo de pessoas idosas em cena e na vida

Promovido pelo Núcleo Tríade, o I FÓRUM CORPOS EM DESACELERAÇÃO reúne artistas, pesquisadores e pensadores refletindo sobre possibilidades de envelhecer que ultrapassem a ideia da juventude compulsória

Oficina – Corpos em desaceleração – Foto divulgação

Núcleo Tríade celebra 15 anos com projeto que investiga diferentes processos de envelhecimento

Nos dias 02 e 03 de setembro de 2023, das 15h às 20h, com entrada gratuita, o TRÍADE (@nucleotriade), núcleo formado por Adriana Macul (@adrianamacul), Mariana Vaz (@maricota_vaz) e Mirella Marino (@mirellamarino), realiza o I Fórum | Corpos em Desaceleração, no Centro Cultural São Paulo, que fica na Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo – SP.

Com uma programação que prevê trocas, debates públicos e apresentações, o Fórum Corpos em Desaceleração é uma oportunidade para expandir reflexões e dançar tantas inquietações em torno da temática do envelhecer.

Através do Fórum, o TRÍADE pretende ecoar o debate acerca dos ganhos e perdas do contínuo processo de envelhecimento. Enquanto a juventude é usualmente vista não só como um período da vida, mas antes como “um valor” a ser alcançado eterna e continuamente, o envelhecimento – apesar de inevitável -, é visto como indesejável, ligado somente à deterioração e ao declínio do corpo e à incapacidade.

Celebrando 15 anos de pesquisa continua em dança, performance e intervenção urbana, o TRÍADE busca refletir sobre o tema através da dança, afinal, apesar das rupturas das danças contemporâneas, a dança cênica ocidental continua prioritariamente um campo de desfile de corpos jovens, potentes e flexíveis.

“Assim como não vivemos todos da mesma maneira, também envelheceremos de maneira plural, em termos de condições, privilégios e escolhas. Mas algo em comum é que, ao desacelerar, os corpos são – literalmente – tirados de cena. Essa supervalorização da juventude é corroborada, sendo prioritariamente um campo de desfiles de corpos jovens, virtuosos, elásticos, fortes e esbeltos. Mesmo nas danças contemporâneas nota-se que o corpo envelhecido tem pouco espaço nos palcos”, explica o TRÍADE.

De acordo com dados de uma pesquisa publicada pelo IBGE em 2022, nos últimos dez anos, no Brasil, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população. Uma mudança na estrutura etária da população brasileira que reflete a queda no número de jovens e o aumento no número de pessoas idosas.

Já no cenário mundial, segundo a ONU, os idosos vão passar de 606 milhões para 1, 97 bilhão em 2050, quando haverá mais idosos do que crianças no mundo, o que corrobora a inevitabilidade e atualidade dessas questões.

Diante da real evidência de que o mundo caminha para um futuro com uma população 60+ cada vez maior, o TRÍADE propõe-se a investigar os envelheceres, a passagem do tempo e a desaceleração dos e nos corpos.

“A demografia comprova a celeridade de se trazer o tema para o cotidiano da sociedade e enfrentarmos tabus e preconceitos. Queremos refletir, dançar e publicizar os debates acerca dos ganhos e perdas do (inevitável) processo de envelhecimento”, comentam as artistas.

As ações fazem parte do projeto “TRIADE 15 anos | Corpos em desaceleração, contemplado pelo 33o edital de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo. Para promover uma imersão neste universo e refletir sobre o tabu do envelhecimento, a primeira etapa do projeto, contou com duas edições do “Laboratório Tiquetaque”, um laboratório sensível e criativo composto por jogos coreográficos participativos, rodas de conversa e atividades culturais com pessoas de 60+, 70+ e 80+, de onde inquietações potentes emergiram.

Foi criado um grupo de estudos sobre os “Temas da Gerontologia” e “Dançar os envelheceres: o corpo em desaceleração e as danças” e também um grupo de artistas colaboradores, todos com data de nascimento em 1978 ou antes, que participarão de todas as ações do projeto, incluindo a Residência Artística Compartilhada Corpos em Desaceleração. Como produto final dessa residência artística, em outubro de 2023, será realizada uma apresentação performática criada em conjunto.

Haverá ainda o “Café na Casa”, um encontro aberto ao público que será realizado no dia 23 de setembro, na Casa do Povo, uma criação inédita do TRÍADE e o lançamento do site comemorativo dos 15 anos do TRÍADE,  previsto para a primeira quinzena de dezembro de 2023.

Informaçõeswww.instagram.com/nucleotriade/

Teaser: https://youtu.be/v6AYBvWuPqY

FICHA TÉCNICA

Um projeto TRÍADE.

Ideia e criação: Adriana Macul, Mariana Vaz e Mirella Marino.

Artistas Colaboradores: Fredy Cunha, Marco Xavier, Rose Prado e Sandra X.

Pesquisadores e artistas convidados: Acácio Almeida, Ana Catarina Vieira, Érika Moura,Frank Ejara, Gal Martins, Helena Bastos, Helia Borges, Lu Favoreto, Luis Ferron e Paula Salles.

Desenho Gráfico: Mirella Marino.

Identidade Visual e Consultoria de Desenho Gráfico: Luciana Facchini.

Assessoria de imprensa: Luciana Gandelini.

Mídias Sociais: Adriana Macul e Thalles Terencio.

Produção: AnaCris Medina (Jasmim Produção Cultural).

Assistente de Produção: Mariana Pessoa.

Coordenação Geral: Mariana Vaz

SERVIÇO: 

I Fórum | Corpos em Desaceleração,

Com Núcleo Tríade e pessoas convidadas

Onde: Centro Cultural São Paulo (Sala Adoniran Barbosa) – Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo – SP, 01504-000

Link para o formulário de inscrição para o fórum: https://forms.gle/tuVb3jJ1J6DnUyba7

PROGRAMAÇÃO

Entrada gratuita

Quando: 02 de setembro de 2023 (sábado)

15h – Abertura

15h30 às 17h30 – MESA 1 – Sobre os envelhe.seres

Mediação: Mirella Marino ( TRÍADE)

Participantes:

Prof. Acácio Almeida que é Doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo – USP e Pós-doutorado pela Faculdade de Saúde Pública – USP.

Foi Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas da Universidade Federal do ABC (2018 a 2022); é professor no curso de Relações Internacionais (BRI/UFABC); coordenador do Observatório de Políticas Afirmativas – OPA/FONAPRACE; pesquisador associado ao Grupo de Antropologia da Comunicação da Université Félix Houphouët-Boigny (Côte d´Ivoire); membro colaborador da Cátedra Sergio Vieira de Mello (CSVM/UFABC).

Profa. Helia Borges: É professora da Faculdade Angel Vianna da Graduação, da Pós-Graduação em Terapia através do Movimento – Corpo e subjetivação, da Pós- Graduação em Preparação Corporal na Artes Cênicas e Professora Permanente do Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu – Mestrado Profissional da Faculdade Angel Vianna – PPGPDAN.

Organiza e realiza curadoria em eventos de arte da performance e dança. Possui três livros publicados: Movimento, o Corpo e a Clínica (2016); A Clínica Contemporânea e o abismo do Sentido (2019); Sopros da pele, murmúrio do mundo (2019).

18h às 20h – MESA 2 – Dançar os Envelheceres

Mediação: Adriana Macul ( TRÍADE)

Participantes:

Ana Catarina Vieira – Diretora Geral, fundadora, coreógrafa, pesquisadora e bailarina do “Grupo Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira”- Grupo Ana e Ângelo (desde 2000).

Com “Ângelo Madureira” produziu, criou, montou e pesquisou mais de 30 espetáculos, trazendo o “Método Brasílica” (Balé Popular do Recife) para a cidade de São Paulo. Formada em Comunicação das Artes do Corpo (2014). Em 2019, idealizou o encontro entre a “Cia Cisne Negro” e a “Cia Pia Fraus” coreografando o espetáculo “Goitá” para a “Cia Cisne Negro” com direção artística de “Beto Andreetta”.

Em 2020, estreou “Aparições” sua primeira criação para “São Paulo Cia de Dança”. Foi curadora pelo Itaú Cultural na Mostra intitulada de Corpo, Memória e Autoria (2012), Cultura Inglesa Festival (2013) e o projeto “A Casa do Outro”.

Gal Martins que é artista e pensadora em dança, Dr.h.c em Arte e Cultura, Gestora Cultural e Socióloga. Em 2002, criou a Cia Sansacroma, em 2016 criou a Zona Agbara, grupo de dança formado por mulheres negras e gordas. Criou a metodologia denominada “A Dança da Indignação”.

Idealizadora do Circuito Vozes do Corpo. Atuou como curadora e assessora artística da 13ª do programa Dança Contemporânea do Sesc TV. Já recebeu várias indicações e contemplações ao Prêmio APCA e Prêmio Governador do Estado. Atua como Supervisora Artística Pedagógica do Programa Fábricas de Cultura.

Helena Bastos Artista do corpo, pesquisadora, docente do Departamento de Artes Cênicas/CAC da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

Título de Livre Docente pela ECA/USP (2021). Dedica-se à pesquisa nos temas relacionados com processos coevolutivos entre corpo, arte, cognição e política tendo como ênfase a/o artista do corpo. Co-fundadora e diretora do Grupo Musicanoar (1992).

Destaca-se projetos sob sua concepção, direção e atuação selecionados pelo Programa de Fomento à Dança (2009, 2010, 2012, 2014 e 2016), Prêmio Denilto Gomes (2017 e 2018), APCA (1993, 2001, 2006), Rede Stagium, Prêmio Flávio Rangel e Rumos Dança.

Recentemente, sublinha-se projetos de pesquisa em parceria com o LADCOR do PPGAC/ECA-USP onde atua como coordenadora. Destaca-se ações com as artistas/pesquisadoras Alexandra Tavares (Abaixo da Superfície, 2023), Rebeca Tadiello (Estudo N1S23, 2023) e Vanessa Macedo (Bordados de Corpus nas Dramaturgias dos Corpos, 2021,2022,2023).

Quando: 03 de setembro de 2023 (domingo)

15h – Abertura

15h30 às 17h30 – Roda de conversa: Dançar as articulações que enferrujam

Participantes

TRIADE + GRUPA colaboradores do projeto TRIADE (Fredy Cunha, Marco Xavier, Rose Prado e Sandra Ximenes ) + artistas da dança (Érika Moura, Paula Salles, Lu Favoreto, Frank Ejara, Luis Ferron)

MEDIAÇÃO: Mariana Vaz ( TRÍADE)

18h às 20h – JAM | Para dançar as articulações que enferrujam

Atividade aberta ao público

Participantes:

TRIADE + GRUPA colaboradores do projeto TRIADE (Fredy Cunha, Marco Xavier, Rose Prado e Sandra Ximenes ) + artistas da dança ( Érika Moura, Paula Salles, Lu Favoreto, Frank Ejara, Luis Ferron)

https://mail.google.com/mail/u/1/#inbox/FMfcgzGtwqQdzDtbftfKZBZsZFlqvDfp?projector=1

OFICINAS

Oficina – Corpos em Desaceleração
Foto Divulgação

Oficina – Corpos em Desaceleração
Foto Divulgação

Oficina – Corpos em Desaceleração
Foto Divulgação

Oficina – Corpos em Desaceleração
Foto Divulgação

Oficina – Corpos em Desaceleração
Foto Divulgação

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Apresentações de circo e teatro são destaques no projeto ‘Encontro: Arte em Domicílio’, do Sesc Sorocaba

Atividade online e gratuita permite acesso a performances inéditas e bate-papo com artistas

O Sesc Sorocaba realiza no mês de julho mais uma edição do Encontro: Arte em Domicílio, atividade que aproxima o público dos artistas por meio de performances inéditas e bate-papo. Nessa edição, as apresentações se baseiam na arte postal da fotógrafa Alessandra Rodrigues.  

A primeira apresentação é circense, com a acrobata Marina Viski, no dia 14/7quarta, às 20h. Já o ator, diretor, músico e educador Tulio Crepaldi é responsável por um número teatral no segundo encontro, dia 21/7quarta, às 20h

As reuniões acontecem via plataforma Zoom. O link de acesso é: https://bit.ly/encontro-arte-em-domicilio

informações 

facebook.com/sescsorocaba

instagram.com/sescsorocaba
youtube.com/sescsorocaba
twitter.com/sescsorocaba

sescsp.org.br/sorocaba

SERVIÇO:

Encontro: Arte em Domicílio 

Dias 14/7 e 21/7, quartas, 20h.

Grátis. Livre. 

Via plataforma Zoom: https://bit.ly/encontro-arte-em-domicilio.

 AÇÃO URGENTE CONTRA A FOME   

Com o objetivo de ampliar a rede de solidariedade para levar comida às pessoas em situação de vulnerabilidade social, o Sesc São Paulo, em parceria com o Senac São Paulo, realiza campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis nas unidades do Sesc e Senac em todo o estado. São mais 100 pontos de coleta na capital, região metropolitana, interior e litoral. As doações são distribuídas às instituições sociais parceiras do Mesa Brasil Sesc, que repassam os itens para as 120 mil famílias assistidas. A Ação Urgente contra a Fome é uma iniciativa do Sesc São Paulo, por intermédio do Mesa Brasil Sesc, programa criado pela instituição há 26 anos que busca alimentos onde sobra para distribuir aos lugares em que falta. O que doar: alimentos não perecíveis como arroz, feijão, leite em pó, óleo, fubá, sardinha em lata, macarrão, molho de tomate, farinha de milho e farinha de mandioca. O Sesc conscientiza a população sobre importância da doação responsável, com itens de qualidade e dentro da validade. 

   

MESA BRASIL SESC SÃO PAULO      

Paralelamente à campanha Ação Urgente contra Fome, a rede de solidariedade que une empresas doadoras e instituições sociais cadastradas segue suas atividades, buscando onde sobra e entregando em lugares onde falta, contribuindo para a redução da condição de insegurança alimentar de crianças, jovens, adultos e idosos e a diminuição do desperdício de alimentos.  

       

Hoje, dezenove unidades do Sesc no estado – na capital, interior e litoral – operam o Mesa Brasil. As equipes responsáveis pela coleta e entrega diária de alimentos foram especialmente capacitadas para os protocolos de prevenção à Covid-19, com todas as informações e equipamentos de proteção individuais e coletivos necessários para evitar o contágio.     

Saiba+sescsp.org.br/mesabrasil  




Festival Internacional de Teatro de Sombras realiza edição especial em formato online de 02 a 07 de julho

A programação inteiramente gratuita do Festival conta com espetáculos, workshops e bate-papos após todas as apresentações

Festival Internacional de Teatro de Sombras realiza edição especial com programação online e gratuita dos dias 02 a 07 de julho. Contemplado pela lei emergencial Aldir Blanc, o Festival realiza uma nova edição com espetáculos de diversos gêneros que contemplam o Teatro de Sombras em todo seu potencial artístico e criativo. Sua programação conta ainda com oficinas, workshops e bate-papos após cada apresentação para compartilhar com o público sobre o processo criativo e os bastidores das produções participantes.

Presença cultural marcada na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, o Festival acontece anualmente desde 2014, trazendo constantemente montagens e companhias teatrais de todo o Brasil e diversas regiões do mundo. Em suas edições mais recentes, a adaptação do evento para plataformas digitais proporcionou novos alcances e novos públicos, que puderam, assim, entrar em contato com uma série de espetáculos e programações especiais do Festival.

Nesta edição integralmente on-line e gratuita, participam quatro estados brasileiros: São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Pernambuco, além de um espetáculo da Espanha. A programação completa possui sete espetáculos, seguidos de bate-papos, workshop aberto ao público e oficinas de Teatro de Sombras, oferecidas especialmente para grupos de escolas públicas. Todas as apresentações, assim como os bate-papos, poderão ser assistidas por meio de acesso ao site do Festival e também por suas redes sociais.

Realizado por fomentadores e produtores culturais de Taubaté e região, o FIS – Festival Internacional de Teatro de Sombras é o único festival de teatro neste gênero no Brasil e um dos maiores do mundo. O curador e organizador Ronaldo Robles reitera a importância desta edição ser on-line levando o Teatro de Sombras para dentro das casas das pessoas. “Queremos que o espectador fique em casa e possa ter um momento de poesia e alegria junto com a família”, acrescenta.

A programação completa, com suas apresentações e atividades pode ser acessada através dos links descritos abaixo.

SERVIÇO | FIS – Festival Internacional de Teatro de Sombras

Quando?

De 02 a 07 de julho de 2021

Onde?

Nas plataformas do Festival

Site: https://fisteatrodesombras.wixsite.com/fisteatrodesombras

Youtube: https://tinyurl.com/fisteatrodesombras

Facebook: https://www.facebook.com/FestivaldeTeatrodeSombrasFIS/

*Acesso online e gratuito para toda a programação*




Vencedor do Prêmio APCA, musical ‘Bertoleza’, inspirado em ‘O Cortiço’, faz temporada online em abril

Crédito: Rafa Paschoalini

Com direção de Anderson Claudir, adaptação inverte o protagonismo na obra de Aluísio Azevedo e é estrelada por Lu Campos

Vencedor do Prêmio APCA 2020 na categoria “Espetáculo”, o musical “Bertoleza”, da Gargarejo Cia Teatral, realiza seis apresentações online e gratuitas entre os dias 6 a 15 de abril, de terça à quinta, sempre às 21h. A peça será transmitida por meio do canal do YouTube do grupo (clique aqui para acessar).

A montagem, com adaptação, direção e músicas de Anderson Claudir, que também assina a dramaturgia ao lado de Le Tícia Conde, é inspirada no livro “O Cortiço”, clássico naturalista de Aluísio Azevedo. Mas, desta vez, o público conhece a história sob ponto de vista da Bertoleza, uma mulher negra que é tão importante para a construção do romance quanto o próprio João Romão, o protagonista original.

Na trama, o oportunista Romão propõe uma sociedade à escrava Bertoleza, prometendo comprar a alforria dela. Eles começam uma nova vida juntos e constroem um pequeno patrimônio formado por um enorme cortiço, um armazém e uma pedreira.

Depois de acumular capital considerável, o ambicioso João Romão já não sabe como se tornar ainda mais rico e poderoso. Envenenado pelo invejoso Botelho, ele decide se casar com Zulmira, a filha de Miranda, um negociante português recentemente agraciado com o título de barão. Mas, para isso, precisa se livrar da amante Bertoleza, que trabalha de sol a sol para lutar pelo patrimônio que eles construíram juntos.

Para a companhia, o grande desafio foi fazer com que uma narrativa do século 19 questionasse e problematizasse as relações criadas nos dias de hoje. Por isso, o projeto iniciado em 2015 foi ganhando novos contornos. “Quisemos investigar uma identidade brasileira que vem da diáspora africana e pensar em como isso nos afeta artisticamente. Assim, podemos criar novos signos para essa geração e dar uma voz para essa terra periférica”, conta Claudir.

No processo, o coletivo procurou a força da figura de Bertoleza em outras mulheres negras brasileiras negligenciadas pela História. Durante a encenação, o elenco relembra as histórias dessas mulheres, como a vereadora Marielle Franco, militante da luta negra assassinada em março de 2018; a escritora Carolina Maria de Jesus, famosa pelo livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada; a jornalista e professora Antonieta de Barros, defensora da emancipação feminina que foi apagada dos livros de História; a escritora Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira; e a guerreira Dandara, que viveu e lutou no período colonial.

A protagonista do espetáculo é interpretada pela atriz Lu Campos. O elenco fica completo com Eduardo Silva (Botelho), Taciana Bastos (Zulmira), Bruno Silvério (João Romão) e com os integrantes do coro Ananza Macedo, Cainã Naira, Palomaris, David Santoza, Edson Teles, Gabriel Gameiro e Matheus França. A direção musical é assinada por Eric Jorge; a dramaturgia por Le Tícia Conde e Anderson Claudir; e a direção de movimento, por Emílio Rogê.

Relação profunda entre vida e obra

 Para Lu Campos, interpretar Bertoleza tem um significado ainda mais profundo. No processo desde 2015, ela conta que vivenciou um chamado ancestral em 2017: suas antepassadas maternas deram-lhe a missão de quebrar o ciclo de opressão vivenciado por sua família desde os tempos de escravidão. “Espero que as mulheres pretas se sintam bem representadas na peça e a partir disso, busquem seus lugares de protagonismo nos variados âmbitos da vida”, conta.

Para a atriz, estar nesse processo contribui para a sua expansão de consciência. Em busca de mais respostas sobre sua ancestralidade, ela também cursou a pós-graduação em Matriz Africana pela FACIBRA/Casa de Cultura Fazenda Roseira. “As pessoas precisam perceber quão rica e diversificada é a matriz africana, por isso ela deve ser resgatada e valorizada. Afinal, a África é o ventre do mundo”, emociona-se.

Sobre a Gargarejo Cia Teatral

Formada por uma equipe focada na perspectiva étnico-racial para aquilombar e empretecer saberes, a Gargarejo Cia Teatral conta com artistas de diversas áreas, como artes plásticas, dramaturgia, artes cênicas, direção, cenografia, musicalidade e produção. A companhia teve início em 2014, em Campinas, em parceria com renomadas instituições da região, como a Universidade de Campinas (UNICAMP), o Conservatório Carlos Gomes, a Estação Cultura de Campinas, as Prefeituras de Campinas, Sumaré e Vinhedo e o Lar dos Velhinhos de Campinas.

O coletivo está interessado em produzir arte popular, focado em uma perspectiva étnico-racial e refletindo sobre colonização versus identidade. Articulando a vivência periférica na cena como protagonista. Em 2015, iniciou uma pesquisa sobre O Cortiço, que resultou na microcena Bertoleza – uma pequena tragédia: ponto de partida para o processo de investigação que, em 2019, completa quatro anos. Em 2017, o grupo se estabelece na cidade de São Paulo e, durante esse período, realiza diversas experimentações cênicas e musicais, propõe leituras, debates, rodas de conversa e apresentações das canções.

SINOPSE

Adaptação musical de “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, obra clássica da literatura naturalista brasileira, em que o protagonismo é invertido. A voz agora é de Bertoleza: mulher, negra e escravizada que se relaciona com João Romão, um português ambicioso e oportunista. Bertoleza é o dedo na ferida, é o nó expulso da garganta, a voz que pergunta: E a Bertoleza?

FICHA TÉCNICA

Direção e Adaptação: Anderson Claudir
Dramaturgismo: Le Tícia Conde
Direção Musical: Eric Jorge
Direção de Movimento e Coreografia: Emílio Rogê
Preparação Vocal: Juliana Manczyk
Cenografia e Figurino: Daniela Oliveira
Produção Executiva: Andréia Manczyk
Produção Audiovisual: Agência Dramática
Assessoria de imprensa: Agência Fática
Com Lu Campos, Eduardo Silva, Taciana Bastos, Bruno Silvério e grande elenco.
Realização: Gargarejo Cia Teatral

Esta temporada é apresentada pela Lei Aldir Blanc através do ProAC Expresso Lab da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e do Governo Federal.

SERVIÇO

Bertoleza Multimídia, da Gargarejo Cia Teatral
Espetáculo transmitido pelo canal do Youtube da Gargarejo Cia Teatral: https://www.youtube.com/channel/UCjU06hJfRzxyC82x30dLCcw/featured
Temporada: 6 a 15 de abril
De terça à quinta, sempre às 21h
Ingressos: gratuitos
Classificação: 12 anos
Duração: 90 minutos
Facebook: @gargarejociateatral
Instagram: @gargarejocia