A donzela
Ivete Rosa de Souza: Poema ‘A donzela’
Na corte o baile estava no auge
Todos em seus trajes a rigor
O baile do Conde Ferdinand
Tinha opulência a seu dispor
Na valsa mais dançante suspirou
Quando a linda jovem chegou
De pele alva, vestido deslumbrante
Caminhava graciosa exuberante
Todos os olhares ela conquistou
Não sabiam quem era de onde vinha
Sua beleza cativava como magia
E os jovens solteiros alvoroçados
Disputavam com quem ela iria dançar
Mas o Conde tinha a prioridade
Estendendo a mão para a donzela
Com ela se pôs a valsa rodopiar
E ela se deixava lentamente
Tão lânguida esbelta e radiante
Parecia que flutuava no ar
Contudo não falava nem sorria
Quando alta era a madrugada
E todos já estavam prestes a sair
Eis que as grandes portas escancaram
Figuras sinistras se deixaram ver e ouvir
Mortais sua hora é chegada
Ninguém daqui vivo vai sair
A jovem donzela agora transformada
Em vampira medonha a sorrir
Mandou que as portas fossem cerradas
Que o banquete iria começar
E a donzela que não sorria
Soltou sonora gargalhada
Com a garganta do Conde a abrir
Vamos irmãos nos divertir
Os sangues sugas medonhos
Alcançaram todos os presentes
Deixando rastro de sangue e de morte
Debandaram para outras paragens
Transmutados em morcegos inocentes
Quem sabe ainda haveria outro salão
Para a valsa de sangue e terror.
Ivete Rosa de Souza
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