Antes da África: uma visita às tradições por meio da arte

 

Onildo de Deus Aguiar sentiu a necessidade de valorizar ou revalorizar a cultura africana, motivo pelo qual organizou a sua ‘Antes da África’

O artista plástico e agitador cultural Onildo de Deus Aguiar, conhecido artisticamente também como KASABUVU, nascido na cidade de Santos, mas radicado em Sorocaba (no Estado de São Paulo, Brasil) acaba de realizar uma exposição de máscaras e objetos com inspiração nas diversas culturas africanas.

“Antes da África” é o nome dessa exposição que fez temporada na Biblioteca Municipal Infantil de Sorocaba e agora pode ser vista no espaço Barracão Cultural, em Sorocaba, no conjunto de prédios da Antiga Estação da Estrada de Ferro Sorocabana.

Onildo diz ter se inspirado numa exposição chamada “Depois da África”, realizada por jovens africanos residentes em Paris. “Naquela exposição, eles não utilizavam praticamente nada das tradições africanas”, revela o artista brasileiro. “Entre eles se destacava Cola Quenun um beninense que trabalha com bonecas de brinquedos, descartadas por crianças e adultos , enfim moradores de Paris”.

Onildo de Deus Aguiar sentiu a necessidade de valorizar ou revalorizar a cultura africana, motivo pelo qual organizou a sua “Antes da África”. Desse modo, com materiais diversos, a maior parte deles de origem da natureza, Onildo compôs belas máscaras e objetos que fazem referência à diversidade de etnias e culturas presentes no continente da África.

Segundo o artista, “Antes de África, seria uma volta às tradições africanas, antes da África, se chamar África, e sim Nações. As peças não guardam simetria, nem tem a preocupação de agradar as pessoas do ponto de vista perfeição das linhas. São peças na sua maioria , rústicas”.

O objetivo da exposição é mostrar a cultura africana pelo mundo. Porém, como adianta o artista, não são peças africanas, mas sim são inspiradas em grupos étnicos africanos e também em outras “Áfricas”, como comunidades quilombolas brasileiras, cultura haitiana e afro-cubana.

Onildo de Deus Aguiar pesquisa a cultura africana há 35 anos, sendo colecionador de arte africana. Em 1991 formou, juntamente com Juvenil Marcos e Ana Lúcia Rosa de Almeida (conhecida por Andaluzia), o grupo Turi Vimbumdu do Cafundó que se desfez depois da morte da vocalista. É, ainda, escritor, poeta e instrumentista.

 

 

 

 

 




ENTRE, com direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, faz curto

teLink para download de foto

A peça faz temporada gratuita ou com contribuição de 5 a 20 reais, que será revertida para uma instituição de prevenção e combate à violência contra mulheres, o Programa Bem Querer Mulher

Espetáculo tem texto de Eloisa Elena, com Alexandre CiolettiCláudio Queiroz e Eloisa Elena no elenco.

Produção da Barracão Cultural conta um dia na vida de dois irmãos (Alexandre Cioletti e Cláudio Queiróz) e a irmã (Eloisa Elena) que se encontram para organizar a festa de bodas dos seus pais. Este encontro, aparentemente banal, vai sendo afetado por acontecimentos no apartamento vizinho. Apesar de ser um encontro superficialmente afetuoso, a relação dos irmãos já evidencia aspectos do patriarcado nessa relação familiar. Um olhar mais profundo sobre como somos afetados pelo entorno, o quanto nos alienamos e onde está nosso medo, permeiam este encontro familiar.

ENTRE é um espetáculo que proões uma reflexão sobre os processos que alimentam a nossa sociedade patriarcal. A dramaturgia de Eloisa Elena parte da diferença de papéis e representatividade de gênero na sociedade e como esta questão está presente, muitas vezes de forma extremamente sutil e adaptada ao cotidiano, para abordar a nossa cumplicidade e passividade diante dos mais diversos desdobramentos e consequências do histórico patriarcal que estrutura nossa formação.

Para a trilha sonora, que ao longo do espetáculo vai permeando a trama, Dr Morris gravou uma encenação real com os atores Lavinia Pannunzio e Joca Andreazza. A dramaturgia de Eloisa Elena propõe essa coexistência de histórias; a que está acontecendo na frente do público, e a que se ouve ao longe. Essa situação expressa pelo texto tem grande potencial para gerar discussões acerca do quanto nos permitimos afetar pelos fatos à nossa volta, o quanto estamos dispostos a assumir posicionamentos efetivos e arcar com as consequências disso.

A encenação de Carlos Gradim e Yara de Novaes criou um paralelo na interpretação dos atores, que ora narram, ora vivem a história. Um caleidoscópio de existências, pensamentos e realidade colocado na frente do público.

“Entre trata da correlação entre afetação, alienação e medo. O quanto somos afetados pelo que ocorre ao nosso redor e as consequências desta afetação, são questões cada vez mais cotidianas para todos nós. Ao mesmo tempo que somos bombardeados por informações do que ocorre no mundo inteiro e estamos o tempo todo nos manifestando e nos posicionando nas redes sociais e nos nossos pequenos círculos, continuamos muitas vezes fechando os olhos e ignorando o que ocorre ao nosso lado. Violências acontecem dentro de casa, pessoas morrem na nossa esquina e por uma infinidade de razões, muitas vezes não nos damos conta disso e do que não fizemos para evitar.

A constituição de nossa sociedade patriarcal, o machismo estrutural no qual somos formados, nos fazem repetir grandes ou pequenos comportamentos de opressão, de diferenciação, de continuidade do que como disse Caetano Veloso é “o macho adulto branco, sempre no comando.” É neste lugar incômodo que nos colocamos neste espetáculo e estamos a cada dia nos perguntando: como saltar sobre isso?”, comenta Eloisa Elena.

SINOPSE

Dois irmãos e a irmã se encontram para organizar a festa de bodas dos seus pais. Este encontro, aparentemente banal, vai sendo afetado por acontecimentos no apartamento vizinho.

Sobre Yara de Novaes

Atriz, diretora e professora de teatro. Lecionou na PUC-Minas, UFPE e Uni-BH e atualmente, na FAAP-SP. Trabalha como atriz e diretora. Seus trabalhos mais recentes como atriz são: Justa – de Newton Moreno; Love, Love, Love de Mike Bartlett, Contrações – de Mike Bartlett e Uma Espécie de Alasca – de Harold Pinter. Recebeu vários prêmios por suas atuações e direções, entre eles, o APCA, por Contrações. Em Belo Horizonte, sua terra natal, fundou duas companhias, o Grupo Teatral Encena e a Odeon Companhia de Teatro, essa ultima ao lado do diretor Carlos Gradim. Na Odeon dirigiu e atuou em espetáculos de grande importância para a cena teatral mineira e brasileira. Entre eles, Ricardo 3°, de W. Shakespeare e o Coordenador, de Benjamim Galimiri.  Em São Paulo, funda o Grupo 3 de Teatro, junto com Débora Falabella e Gabriel Fontes Paiva, onde dirigiu os espetáculos A Serpente, de Nelson Rodrigues e O Amor e seus Estranhos Rumores, adaptação de Silvia Gomez para a obra de Murilo Rubião. Dirigiu como convidada diversos espetáculos nos últimos anos, entre eles: Tio Vania – do Grupo Galpão, Caminho para Meca – com Cleyde Yaconis, A Mulher que Ri – de Paulo Santoro, Maria Miss – adaptação da obra de Guimarães Rosa, As Meninas – de Lygia Fagundes Telles, O Capote – de Nicolai Gógol, Noites Brancas – de Fiodor Dostoiévski, Tiros em Osasco – de Cássio Pires.

Sobre Carlos Gradim

Iniciou sua carreira artística como ator de teatro.  Como publicitário, ator, diretor e realizador cultural, promoveu ações culturais assumindo importantes funções em grandes instituições de Minas Gerais. É presidente do Instituto Odeon, que gerencia o Museu de Arte do Rio – MAR e o Theatro Municipal de São Paulo.  Em quase 20 anos de carreira, já assinou a direção e/ou coordenação de diversos espetáculos teatrais: Justa – de Newton Moreno; Noés – de Rafael Neumayr; Para tão longo amor – de Maria Adelaide Amaral, direção em parceria com Yara de Novaes; Horácio – de Edmundo de Novaes Gomes; Os Saltimbancos – de Sergio Bardotti e Luis Enríquez Bacalov; O Herói e a Armadura – Projeto Valores de Minas – Belo Horizonte/MG

Sobre Eloisa Elena

Formada pela UFMG, cursou a Escola de Arte Dramática da USP. É atriz e produtora da Barracão Cultural, onde, entre outros, realizou os espetáculos: On Love e Facas nas Galinhas, direção de Francisco Medeiros, Já Pra Cama! e A Condessa e o Bandoleiro, direção de Fernando Escrich, O Tribunal de Salomão e o Julgamento das Meias-Verdades Inteiras, direção de Cuca Bolaffi, A Mulher que Ri, direção de Yara de Novaes, Convite para Jantar, co-direção com Julia Ianina e Um Destino para Julieta e Romeu, direção de Cris Lozano. Atuou ainda em Você Vai Ser o que Você Quer Ser, texto e direção de Luiza Jorge; Sacromaquia, direção de Maria Thaís; A Senhora Aoi, direção de Antonio Araujo, Florbela, de Alcides Nogueira, direção de Cibele Forjaz. Produtora da Barracão Cultural, fez produção executiva para diversos espetáculos. Recebeu indicações como Melhor Atriz: A Condessa e o Bandoleiro – 1º Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem; O Tribunal de Salomão – Prêmio Femsa 2011; Aqueles 2, de José Geraldo Petean; Prêmio Pananco (Coca Cola) 98/Melhor Atriz. Em cinema fez os curtas Todos os dias são iguais, de Carlos Gradim, premiado no festival de Recife e Canal Bravo Brasil; Condomínio, de Jean Pierre Lasmar e A História Real, de Andréia Pasquini, premiado no festival de Brasília.

Sobre Claudio Queiróz

Ator, diretor de produção, designer gráfico. Graduado pela Universidade Estadual de Campinas e vem atuando em São Paulo, tendo participado da Cia Teatro Balagan e Teatro da Vertigem. Atualmente, integra o elenco da Barracão Cultural. Em suas atividades no teatro, além da atuação em diversos espetáculos, destacam-se: realização de projetos de captação; atuação como ator-pesquisador em projetos de pesquisa estética e de linguagem; direção de produção de espetáculos. Indicado ao Prêmio Coca Cola Femsa 2011, categoria Melhor Ator. Atuou em: Facas nas Galinhas; O Tribunal de Salomão e o Julgamento das Meias-Verdades Inteiras; Cacoete; Tauromaquia; Západ; Apocalipse 1,11; Café – Ópera Imperfeita; Sambas e Tragédia; Ofélia X Polônio; Quem Casa Quer Casa; Caviar e Champagne de Alcione Araújo, com direção de Cláudio Queiroz e Cristina Rodrigues.

Sobre Alexandre Cioletti

Em teatro atuou em: Love Love Love – Dir. Eric Lenate; A Falecida – Nelson Rodrigues/ Dir: Carlos Gradim; A Serpente – Nelson Rodrigues/ Dir. Yara de Novaes; Servidão – Somerset Maugham/ Dir. Carlos Gradim; Olá Pessoa – Edmundo de Novaes/ Dir. Carlos Gradim; # 140 – Felipe Rocha/ Dir. Nando Motta; Do Lado Direito do Hemisfério – Dir. Nando Motta. No cinema: Todos os Dias são iguais – Curta de Carlos Gradim; Depois Daquele Baile – Longa de Roberto Bontempo; Batismo de Sangue – Longa de Helvécio Ratton; Fronteira – Longa de Rafael Conde; Pretensão – Curta de Byron O´Neil; Família – Longa de Guilherme Reis; Um Sentido Bélico Para as Coisas Belas – Curta de Afonso Nunes; Preliminares – Curta de Ronaldo Janotti; Teobaldo Morto Romeu Exilado – longa de Rodrigo de Oliveira; Guigo Off Line – Longa de René Guerra; Atrás Dos Olhos das Meninas Sérias – Longa de Carlos Canela. Em TV: Tempos Modernos – TV Globo; Força tarefa – TV Globo; Sete Vidas – TV Globo. Séries: PSI – HBO; 13 Dias Longe do Sol – TV Globo; Toda Forma de Amor – Canal Brasil; Gigantes do Brasil – Mauá – Histore Channel; Coisa Mais Linda – Netflix. Prêmios: Bonsucesso/Amparc – ator revelação (Muito Barulho Por Nada) – 2001. Indicado ao APCA 2018, como Melhor ator por Love, Love, Love.

Sobre a Barracão Cultural

A Barracão Cultural é um núcleo de criação e produção que tem como proposta realizar projetos que priorizem a pesquisa de temas e de linguagem, que sejam acessíveis e atendam a diferentes públicos. Formado por alguns parceiros fixos e outros convidados a integrar cada trabalho, desenvolve há 16 anos um exercício permanente de criação e produção de espetáculos, que obtiveram excelente acolhida de crítica e público.

Principais realizações em teatro: “Nós” Adaptação de Sérgio Pires para o livro de Eva Furnari, direção: Cris Lozano. “On Love” (2017), de Mick Gordon, direção: Francisco Medeiros. “Já Pra Cama! ”  (2015), de Eloisa Elena, direção Fernando Escrich. “A Condessa e o Bandoleiro” (2014), de Angelo Brandini, direção Fernando Escrich. “Facas nas Galinhas” (2012), de David Harrower e direção Francisco Medeiros. “O Tribunal de Salomão e o julgamento das meias-verdades inteiras” – (2011), de Paulo Rogério Lopes e direção Cuca Bolaffi. “Cacoete” – (2008), adaptação de Eloisa Elena para o livro de Eva Furnari e direção Heitor Goldflus. “A Mulher que Ri” – (2008), de Paulo Santoro e direção Yara de Novaes. “Convite para Jantar” – (2005), de Eloisa Elena e Júlia Ianina. “Um Destino para Julieta e Romeu”, “Caixa Mágica” e “As Roupas do Rei” – direção Cris Lozano

Principais realizações em música -Produção do 1º Festanza – festival de músicas de diferentes estilos e linguagens (2015). Produção dos CDs – “5” de Dr. Morris, lançado em 2008 e “Urbanda”, lançado em 2004. Produção de shows com Dominguinhos, Renato Borghetti, Elza Soares, Mônica Salmaso, Paulo Moura, Yamandu Costa, Ná Ozzetti, – Co-Produção do evento “Um Sopro de Brasil”.

Prêmios e Indicações

. Já Pra Cama! – Prêmio APCA 2015 – Melhor espetáculo infantil de texto original

Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro 2016 – Trilha Musical Original

. A Condessa e o Bandoleiro – Prêmio São Paulo de Teatro 2014 – Melhor Espetáculo Jovem e indicado como Melhor Atriz

. Facas nas Galinhas – Indicado em 03 categorias ao Prêmio Shell de teatro de SP (direção, cenário e trilha sonora). Indicado ao Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro – Melhor Direção.

. O Tribunal de Salomão e o Julgamento das meias-verdades inteiras.

Prêmio Femsa – Melhor Produção 2011. Indicado em 10 categorias – Prêmio Femsa/1º. Semestre de 2011

Indicado ao Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro – Melhor espetáculo para público infanto juvenil.

. Um Destino para Julieta e Romeu – Indicado para 3 prêmios Coca Cola Femsa 2005. Vencedor do Prêmio Revelação para Marina Reis pela criação dos figurinos.

  • Caixa MágicaIndicado para 8 categorias do Prêmio Coca Cola Femsa 2004, incluindo Melhor Produção.  Vencedor das categorias melhor direção e melhor ator.
  • As Roupas do Rei –Prêmio APCA 2002 – melhor espetáculo.

Ficha Técnica

Texto –Eloisa Elena. Direção – Yara de Novaes e Carlos Gradim. Elenco – Alexandre Cioletti, Cláudio Queiroz e Eloisa Elena. Criação e espacialização sonora – Dr Morris. Cenário – André Cortez. Figurino – Marichilene Artisevskis. Iluminação – Guilherme Bonfanti. Atores (personagens vizinhos) – Lavínia Pannunzio e Joca Andreazza. Direção de voz – Lucia Gayotto. Coordenação de movimento – Murilo Basso. Assistente de movimento – Renan Ferreira. Consultoria de áudio – Daniel Maia. Direção de audiovisual – Murilo Alvesso. Técnico de som – Maurício Mateus. Técnico de luz –  Fábio Ferretti. Design gráfico –  Cláudio Queiroz. Foto do material gráfico – Henrique Resende. Fotos de divulgação –  Henrique Resende e Murilo Alvesso. Fotos de cena – Bob Souza. Costureira – Judite de Lima e equipe. Confecção e cenografia – Ciro Schu. Administração – Tetê Ribeiro. Produção executiva – Heloisa Andersen. Realização – Barracão Cultural

Serviço:

Onde: Cia da Revista (Alameda Nothmann, 1135 – Santa Cecilia)

Temporada – 02 (sábado) e 03 (domingo)| 8, 9 e 10 (sexta, sábado e domingo) | 15, 16 e 17 (sexta, sábado e domingo)de outubro. Sextas e sábados, 21h e domingos às 19h.

Gratuito ou 

Contribuição 1 – R$ 5,00, 

Contribuição 2 – R$ 10,00

Contribuição 3 – R$ 20,00

Todo valor  arrecadado com a bilheteria deste espetáculo,  será destinado ao Programa Bem Querer Mulher,  projeto criado em 2004 com o apoio da ONU Mulheres, para prevenir e combater a violência contra a mulher. 

Para mais informações: www.bemqurermulher.org.br

Classificação indicativa – 14 anos. Duração: 55 minutos. Lotação: – 50 lugares

Link para ingressos: https://www.sympla.com.br/entre__1345891