Bruno Hernandes Leão: 'Metamorfose do trabalho'

“Atualmente, o funcionário tem a necessidade de existir dentro da companhia, isto é, o reconhecimento e a lealdade são fatores que hoje alcançam o mesmo patamar de importância quanto o salário.

 

As relações trabalho-indivíduo na atualidade estão intimamente definidas por certa subversão de valores, atestada no esgotamento do modelo reconhecido nas décadas de 80/90 do século XX, no qual a obtenção de patrimônio por si só guiava a jornada do trabalhador.

O trabalhador perdeu gradativamente o vínculo exclusivo com o acúmulo patrimonial, ressignificando as circunstâncias que o estimulam ao trabalho. Tal fenômeno é amparado pela crescente valorização do indivíduo, característica marcante das transformações geradas no século XXI.

Não se mantém mais um empregado satisfeito apenas com a remuneração. A ideia de fraternidade da empresa para com o colaborador por meio de confraternizações, abonos salariais e outros mecanismos já não confortam tanto os funcionários, cada vez mais conscientes de que isso é um dever legal das empresas e/ou realizado para fins de redução fiscal.

Atualmente, o funcionário tem a necessidade de existir dentro da companhia, isto é, o reconhecimento e a lealdade são fatores que hoje alcançam o mesmo patamar de importância quanto o salário. A busca pela valorização da função, do produto final do serviço ( e não da produção em si) aumentou, e os modelos como o taylorista e herdeiros derivados desiludem muitos trabalhadores do setor técnico.

Tudo isso, somado à instigante crise econômica nacional, constituem a revolução do trabalho que acontece nos dias de hoje, tornando difícil a comparação com modelos já deparados pela História: vive-se em uma época dinâmica e tecnológica, com transformações extremamente rápidas e decisivas, a definitiva Era da Informação.

Cabe a nós acompanharmos essas mudanças extraindo-as no registro, pois no ritmo frenético que dita o mundo contemporâneo, nos próximos anos o cenário pode ser completamente diferente e novo.

 

Bruno Hernandes Leão – brhele@gmail.com




Bruno Hernandes Leão: 'Brasil: o protetor mundial?'

O século XXI traz consigo os reflexos de uma época instável e trágica em diversos aspectos humanos.

O Brasil, por sua vez, tem nesse cenário um papel importantíssimo  no que tange à crise humanitária atual.

 

O século XX foi marcado pelos mais turbulentos acontecimentos da história mundial: efervesceram as mais sangrentas guerras, crises econômicas e sociais – eventos que transformaram a dinâmica das relações humanas contemporâneas. O século XXI traz consigo os reflexos de uma época instável e trágica em diversos aspectos humanos. O Brasil, por sua vez, tem nesse cenário um papel importantíssimo no que tange à crise humanitária atual.

É inegável a importância da solidariedade internacional no contexto vigente, visto que milhões de pessoas necessitam gravemente de asilo perante  situações de fome extrema, de guerras e outras mazelas. A atitude brasileira diante de tal necessidade apresenta-se com enorme potencial: embora ainda tenhamos aproximadamente oito mil refugiados, os resultados de uma realização plena do esforço nacional esboça uma potencial responsabilidade do país de conduzir um melhor destino para o mundo.

Pioneiro no acolhimento de pessoas em situação de risco, o Brasil é o primeiro país do Cone Sul a adotar a Convenção de 1951, dos mais importantes tratados sobre o tema. Contudo, não se pode limitar as exigências e preocupações no âmbito das políticas receptivas somente, já que imigrar é só a primeira das barreiras que os refugiados enfrentam. Desafios como adaptação linguística, estabilização financeira, racismo, xenofobia e a grande burocracia (envolvida nos processos laborais e legais em geral) ainda não apresentam suporte e tentativas de resolução bem desenvolvidas.

Para que o Brasil consiga exercer plenamente o potencial de fornecer aos refugiados uma vida estável além da migração propriamente, deve-se criar todo um sistema de suporte ao imigrante, por parte do governo, em parceria com instituições nacionais ou internacionais que auxiliem no processo. Tal sistema deve, primeiramente, identificar o expatriado perante a própria nação brasileira, a fim de facilitar o direcionamento dos auxílios – tal identificação, seguindo um modelo de informações gerais, precisa ser produzido logo na chegada da pessoa em território nacional.

A partir desse projeto, a então formalizada identificação pessoal do imigrante permitirá a ele benefícios, como aulas de alfabetização gratuitas. Possibilitará também uma tolerância e facilitação burocrática, assim como o recebimento de uma quantidade mínima e necessária de suprimentos para a sobrevivência do recém- chegado ao país. São somente alguns dos passos mais essenciais desse projeto que, de maneira viável e organizada, contribuiria muito para a inserção desses indivíduos na sociedade de maneira plena.

 

Bruno Hernandes Leão – brhele@gmail.com




Bruno Hernandes Leão, novo colunista colaborador do ROL, tem apenas 16 anos

 

É com a maior satisfação que apresento aos leitores um novo e valioso colunista-colaborador do ROL que foi ‘descoberto’ pelo nosso editor Sergio Diniz da Costa: ele se chama Bruno Hernandes Leão e é  filho da leitora (que, espero, em breve será também nossa colunista) Renata Rodrigues, que já nos tem enviado a série de textos ‘Dizia minha tia…’. Como vocês poderão observar lendo o primeiro texto dele (abaixo), inteligência e cultura são qualidades inerentes a essa família virtuosa. Seja bem-vindo, Bruno! (Helio Rubens, Editor)

 

Bruno Hernandes Leão tem 16 anos e estuda no Colégio Salesiano  São José de Sorocaba. Sua escrita clara e elaborada tem despontado no meio estudantil, com várias redações publicadas no ‘Livro Jovem Salesiano’. Seu gosto por escrever se divide com a prática esportiva e a música, onde aplica a mesma disciplina no desenvolvimento de suas habilidades. Bruno é filho da leitora do ROL Renata Rodrigues, que tem colaborado com o jornal por meio da série de textos ‘Dizia minha tia…’ (Nena)

E, abaixo, o primeiro texto dele, a redação que alcançou nota 960 (num total de 1000 pontos!) em uma plataforma baseada em inteligência linguística e tecnologia educacional, com base no modelo de redação do ENEM.

 

Desafios do futuro da sustentabilidade no Brasil

 

É inegável que discussões acerca da sustentabilidade contemporânea geram diversas polêmicas, tendo em vista os inúmeros e diferentes determinantes que envolvem o assunto.O Brasil, perante esse debate internacional, assume naturalmente grande responsabilidade, pela enorme biodiversidade e sua grande extensão territorial.Em contrapartida, a maioria da população tem ainda uma consciência sustentável muito primitiva, o que gera diversas dificuldades no processo ecológico.

Pode-se relacionar o problema ambiental aos déficits estruturais da maior parte dos aglomerados urbanos do país.Uma boa parcela desses ambientes mal contam com saneamento básico, água plenamente tratada e um serviço de limpeza urbano severamente escasso.Isso reflete de maneira direta tanto no meio ambiente, quanto na mentalidade da população, o que gera um ciclo vicioso e destrutivo.Eis o resultado: o pouco de educação ambiental eficiente que existe não consegue combater essa desorganização caótica.

Tal ciclo nocivo é autossustentável, e não necessita do menor dos esforços voluntários para se perpetuar. Portanto, não podemos nos entregar à esse caos somente assistindo-o acontecer passivamente, pois caso isso ocorra de fato, a chance de um futuro positivo se reduz à nulidade.O famoso e recente caso que reforça essa tese foi o rompimento das barragens de Mariana, cujos impactos ambientais são imensuráveis, quase que irreversíveis.Entretanto, se nada for realizado a respeito dessa situação, as esperanças de uma melhora se esgotam completamente.

Ou seja, para que a situação ambiental brasileira futura seja a melhor possível, é necessário implantar – ou ainda resgatar – valores sustentáveis nas pessoas, pois toda ação parte, primeiramente, de um discurso interior, o qual é construído a partir de uma mentalidade ecológica. É a simples, porém importante consciência de que descartar lixo em lugares impróprios pode acarretar em desastres, por exemplo.

Partindo dessa premissa, seria viável um investimento maior no que se refere à educação ambiental de qualidade.Já se nota que campanhas convencionais não surtem o efeito desejado no âmago das pessoas. É preciso fazê-las projetar um possível futuro caso não se tome nenhuma medida, incitá-las a participar do movimento em prol da natureza.

Poderia ser introduzido nas escolas como obrigatoriedade, a participação em projetos ecológicos em intervalos semestrais. Se o próprio sistema público exigisse de cada um de seus trabalhadores um ato sustentável anual, a longo prazo os resultados apareceriam. Na iniciativa privada, incentivos e benefícios às pessoas que atuarem a favor do meio ambiente.Tudo isso aliado a um competente sistema publicitário (que usufrua do investimento do governo) embasador desses projetos e iniciativas, poderia gerar um futuro mais agradável ao planeta.