O espetáculo 'O Canto do Cisne' marca o início do projeto 'O Teatro de Onde Eu Venho' no Sesc Consolação
O projeto aborda os 50 anos de carreira de Celso Frateschi e sua relação com o Teatro Paulistano
Para marcar os 50 anos de carreira do ator, diretor, professor e gestor cultural Celso Frateschi, o Sesc Consolação apresenta “O Teatro de Onde Eu Venho”, nos meses de outubro a dezembro.
O projeto busca traçar um panorama do Teatro Paulistano, considerando-se este período vivido por ele, e revisita sua história nos palcos. São quatro eixos de trabalho, que conversam entre si, diluídos em uma programação especial.
“A realização desses quatro eixos de atividades deixará claro O Teatro de Onde Eu Venho, ao rever esse período tão rico do Teatro Paulistano e homenagear meus mestres que de alguma forma contribuíram para que eu chegasse até aqui”, comenta Frateschi.
O início é marcado pela estreia da montagem “O Canto do Cisne”, no próximo dia 15 de outubro (sábado), às 20h, no Teatro Anchieta, no Sesc Consolação. Para Frateschi, essa pequena pérola da dramaturgia de Anton Tchekhov, através das lembranças e reflexões de seus personagens Vassili e Nikita, permite espelhar de alguma forma esses últimos cinquenta anos. E remete o espectador, por meio de uma viagem poética, ao passado teatral do personagem/ator.
Durante a temporada da peça, nos dias 22 e 29 de outubro e 5 de novembro, sábados, às 17h, também será realizada a atividade “Teatro em Trânsito: Retornar, Permanecer, Prosseguir”, que tem Welington Andrade (crítico de teatro e professor) como curador e mediador. Os encontros serão divididos por 3 eixos temáticos para discussão, permeados por curtas leituras dramáticas de textos relacionados ao período, com a presença de atores e depoimentos de um pensador/artista convidado, finalizando com debate junto ao público.
No dia 29 de outubro, sábado, às 11h, no Teatro Anchieta, estreia a montagem infantil “Gongorê”. O espetáculo terá como intérprete Celso Frateschi, fazendo o personagem de avô, que contará a história para o público e seu neto, que será uma criança convidada da plateia para permanecer junto dele no palco. Serão utilizadas técnicas do teatro de sombra e recursos de vídeo arte para a encenação dessa história.
E ainda como parte das comemorações, nos dias 26 e 27 de novembro, às 14h, sábado e domingo, no Espaço CPT, acontece a atividade “Teatro Comunitário”, vivência de iniciação teatral com 8 horas de duração para participantes / artistas não profissionais, cujo tema central será a memória e o pertencimento territorial. Nos encontros, exercícios teatrais conduzirão os participantes a criarem cenas a partir de suas recordações, desenvolvendo a sensação de pertencimento de suas diversas realidades, com uma metodologia voltada para um público diverso, incluindo diferentes faixas etárias.
“Agora, quero de alguma forma relembrar essa história e homenagear toda essa geração que produziu esse teatro vigoroso, apesar de toda a adversidade enfrentada”, finaliza Celso Frateschi.
O TEATRO PAULISTANO REVELADO PELA HISTÓRIA DE CELSO FRATESCHI
Celso Frateschi estreou no Teatro de Arena de São Paulo em 1970, sob a direção de Augusto Boal, que lhe abriu as portas do desejo de ser ator. Era um momento de violenta ditadura militar; foi preso por duas vezes e, segundo ele, desde então, teatro e política nortearam a sua vida. “E assim continua, muito embora sempre se provocando mutuamente. Nessa tensão criativa construí a minha carreira. A arte sempre questionando a ideologia e vice-versa”, relembra Frateschi.
Para ele, o teatro paulistano sempre resistiu artisticamente à ditadura, e foi nessa geração que foi formado pelo Teatro de Arena, Teatro Oficina, Teatro Jornal, Zumbi. Em sua relação com os palcos, trabalhou com os principais diretores do teatro brasileiro, como Boal, Zé Celso Martinez Corrêa, Flavio Rangel, Antônio Abujamra, Gianni Ratto, Antunes Filho, e muitos outros. Autores como Plínio Marcos, Naum Alves de Souza, Maria Adelaide Amaral, Consuelo de Castro, Antônio Bivar, esses entre muitos. Atrizes e atores como Cacilda Becker, Tônia Carrero, Paulo Autran, Sérgio Mamberti, Renato Borghi, Fernanda Montenegro, enfim foram muitos artistas de teatro dessas gerações que resistiram à violência da ditadura.
Além do teatro, atuou no cinema, televisão, na educação e administração pública. Foi Secretário de Educação, Cultura e Esporte de Santo André, onde desenvolveu uma gestão de teatro comunitário, e criou a Escola Livre de Teatro; Secretário de Cultura da cidade de São Paulo e Presidente da Funarte.
Vencedor dos prêmios Mambembe, Shell e Apetesp, atualmente é diretor artístico do Ágora Teatro, do qual foi idealizador e fundador junto ao diretor Roberto Lage, e hoje o administra ao lado de Sylvia Moreira.
sobre O TEATRO DE ONDE EU VENHO
de Celso Frateschi
Panorama do Teatro Paulistano, considerando-se seus últimos 50 anos, período vivido pelo ator, diretor, professor e agente cultural Celso Frateschi, que completou 50 anos de carreira durante a pandemia. O projeto envolve 4 eixos de trabalho que conversam entre si.
TEATRO EM TRÂNSITO: RETORNAR, PERMANECER, PROSSEGUIR
dia 22/10 (sábado), às 17h:
O teatro contemporâneo e a emergência do real
mediação: Welington Andrade
convidados: Kil Abreu e atores do grupo Clariô, do qual a atriz Naruna Costa faz parte
texto para leitura: Hospital da Gente, de Marcelino Freire
dia 29/10 (sábado), às 17h:
Mito e invenção dramática
mediação: Welington Andrade
convidados: Luis Alberto de Abreu e aos atores Miriam Rinaldi, Sergio Siviero e Roberto Audio
texto para leitura: O livro de Jó, de Luiz Alberto de Abreu
dia 5/11 (sábado), às 17h:
Poéticas do teatro político
mediação: Welington Andrade
convidados: Sergio Carvalho e Maria Silva Betti e os atores Sylvio Zilber e Marco Ricca (a confirmar)
texto para leitura: Arena conta Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, e Rasga Coração, de Oduvaldo Vianna Filho.
O CANTO DO CISNE
De 15/10 a 6/11, quinta a sábados, às 20h e domingos e feriado (2/11), às 18h
Teatro Anchieta (280 lugares)
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 14 anos
Ingressos à venda no portal sescsp.org.br e nas bilheterias do Sesc São Paulo.
Preço: R$40,00 (inteira) | R$20,00 (meia entrada) | R$12,00 (credencial plena)
Sinopse
No texto original, um velho ator, Vassili, acabou de participar de um espetáculo beneficente em homenagem aos seus anos dedicados ao palco. O público e todos os atores vão embora do teatro e ele adormece trancado e esquecido no camarim. Ao acordar tenta entender o que está acontecendo, quando encontra com o ponto, Nikita. Juntos, refletem sobre a profissão ao relembrarem suas vidas e montagens das quais participaram. Vários trechos de textos e espetáculos lhes vêm à memória e ao representá-los, provocam uma profunda e apaixonante reflexão sobre a vida.
A partir dessa estrutura dramatúrgica, a adaptação aproxima as recordações dos personagens às lembranças da realidade de nosso teatro e de nosso país.
Ficha técnica
Autor: Anton Tchekhov
Adaptação: Celso Frateschi
Direção: Vivien Buckup
Codireção: Kiko Martins
Elenco: Celso Frateschi e Thaïs Ferrara
Cenografia e figurino: Sylvia Moreira
Iluminação: Wagner Freire
Visagismo: Leopoldo Pacheco
Música original: Dan Maia
Fotografia: João Caldas
Produção: Ágora Teatro e Marlene Salgado
TEATRO EM TRÂNSITO: RETORNAR, PERMANECER, PROSSEGUIR
Curadoria de Welington Andrade
Coordenação de Celso Frateschi
De 22/10 a 05/11, sábados, às 17h
Teatro Anchieta (280 lugares)
Duração: 90 minutos
Indicação etária: 14 anos
Grátis – Retirada de ingressos no dia da atividade, no portal sescsp.org.br, a partir das 12h e na bilheteria do Sesc Consolação, a partir das 14h.
Sinopse
Conduzido por Welington Andrade, são encontros permeados por curtas leituras dramáticas de textos relacionados ao período, com atores convidados, depoimentos de um pensador/artista convidado e debate com o público.
GONGORÊ
De 29/10 a 17/12, sábados, às 11h
Teatro Anchieta (280 lugares)
Duração: 50 minutos
Indicação etária: livre
Ingressos à venda a partir de 18/10 (terça), às 12h, no portal sescsp.org.br, e de 19/10 (quarta), às 14h nas bilheterias do Sesc São Paulo.
Preço: R$25,00 (inteira) | R$12,50 (meia entrada) | R$7,50 (credencial plena)
Sinopse
“Gongorê” é uma fábula sobre os olhares imprescindíveis que necessitamos ter em relação à natureza. Conta a história de um caçador faminto pela falta do que caçar. Em determinada madrugada sai em busca de lugares onde a fauna e a flora não tenham se tornado deserto.
Ficha técnica
Adaptação: Celso Frateschi
Direção: Celso Frateschi e Kiko Martins
Elenco: Celso Frateschi e Miguel Abati (participação especial)
Cenografia e figurino: Sylvia Moreira
Direção de Arte: Victor Nosek
Luz: Wagner Freire
Música original: Giovani Di Ganzá
Produção: Ágora Teatro e Marlene Salgado
VIVÊNCIA TEATRO COMUNITÁRIO
Coordenação Celso Frateschi
Dias 26 e 27/11, sábado e domingo, das 14h às 18h
Espaço CPT (7º andar)
Indicação etária: 16 anos
As inscrições podem ser feitas em inscricoes.sescsp.org.br, a partir de 15/11, às 14h.
Valor: R$55,00 (inteira), R$27,50 (meia entrada) e R$16,50 (credencial plena)
Vagas limitadas
Sinopse
Vivência de iniciação teatral coordenada por Celso Frateschi para participantes/artistas não profissionais, cujo tema central será a memória e o pertencimento territorial. Essa atividade trata da prática do teatro como fonte de prazer e conhecimento.
Sesc Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo
Metrô Higienópolis-Mackenzie
Informações: (11) 3234-3000
Facebook, Instagram e Twitter: /consolacao
Horário de Funcionamento
Terça a sexta, das 10h às 21h30
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h