Cia. Provisório Definitivo abre ensaios de (A) DOR (A)

A peça tem como objetivo traçar uma reflexão sobre o momento político brasileiro atual a partir do retratado no espetáculo dentro do período do Regime Militar. Mais precisamente, sobre a participação dos jovens na vida política do país de uma forma ativa e utópica

Livremente inspirado na vida de Maria Auxiliadora Lara Barcellos (Dora), militante da Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares) que se suicidou na Alemanha, (A) DOR (A) é um texto que mistura dados biográficos dessa mineira natural de Antônio Dias, com recriações ficcionais baseadas em fatos colhidos por meio de relatos históricos de outros guerrilheiros na literatura e em filmes documentais. Uma atmosfera poética não linear permeia essa colcha de retalhos da vida dessa estudante de medicina que entrou para a clandestinidade, onde três atrizes representando Dora em algumas de suas facetas (a mulher, a guerrilheira e a torturada) dialogam entre si e convivem com os fantasmas da tortura ao mesmo tempo em que se relacionam com a atmosfera política do Brasil e dos países percorridos por ela.

Com texto e direção de Pedro Guilherme, o espetáculo finaliza o projeto “Cia. Provisório-Definitivo 20 anos” contemplado pelo Proac Lab PRÊMIO POR HISTÓRICO DE REALIZAÇÃO EM TEATRO da Lei Aldir Blanc em 2020.

Serão seis ensaios abertos do seu décimo-sexto trabalho de 08 a 17 de dezembro em diversos teatros da cidade de São Paulo. No elenco estão Ana Tardivo, Flavia Couto, Pedro Guilherme, Sofia Botelho e Thiago Andreuccetti.

Um texto de um ato, com duração de 90 minutos. Mesclam-se elementos épicos e dramáticos de forma não-linear. A pesquisa e escrita do texto foi inicialmente encomendada por Henrique Stroeter e também ocorreu no âmbito do Programa de Ação Cultural Proac nº 40, de 2014, e aprovado no Edital do “Concurso para Bolsa de Incentivo à Criação Literária no Estado de São Paulo – Texto de Dramaturgia”.  Texto Vencedor do 2o. Concurso Nacional FETAERJ de dramaturgia –Prêmio João Siqueira em 2015 no Rio de Janeiro. No mês de dezembro, completando o projeto “Cia. Provisório-Definitivo 20 anos” serão realizados seis ensaios abertos em diferentes teatros da cidade, todos gratuitos.

A peça tem como objetivo traçar uma reflexão sobre o momento político brasileiro atual a partir do retratado no espetáculo dentro do período do Regime Militar. Mais precisamente, sobre a participação dos jovens na vida política do país de uma forma ativa e utópica. Em paralelo a isso, também se busca questionar a violência que sofrem aqueles que se opõem francamente à ordem capitalista estabelecida, em especial o grupo de militantes que entraram para a luta armada no momento de linha dura da ditadura e foram vítimas de tortura, e, no caso de Dora, posterior exílio.

Um mergulho não só racional mas também emocional e sentimental nos subterrâneos da história do país.

Segundo Jacob Gorender no livro Combate nas Trevas – A esquerda brasileira: Das Ilusões perdidas à luta armada, “sem o exercício do poder coercitivo não existiria o Estado burguês. O golpe direitista de 1964 arrancou os véus que disfarçavam a violência do Estado burguês no Brasil.” Descobrir assim os limites democráticos da sociedade atual através do olhar voltado pro passado, tudo isso sem necessariamente trazer respostas, mas até perguntar profundamente ao espectador/leitor da obra se é possível a caminhada humana na Terra sem a existência de utopias transformadoras parece ser fundamental numa sociedade cada vez mais normativa e mercadológica.

As “transgressões” da juventude de 68, são, talvez, a primeira busca de resposta mais clara a essas questões dentro da modernidade e da contemporaneidade. Revisitá-las, ressignificando-as, sem um forçoso olhar maniqueísta para os fatos, ainda que esses nos levem às mais altas transgressões aos mais básicos direitos humanos no caso das torturas, poderá nos levar a entender como se dá a interação social da nossa juventude atual. Hoje em dia, tem-se um contingente assustador de pessoas anestesiadas de um lado e de rebeldes sem causa do outro, tornando necessário analisar os processos históricos como mais profundos do que se pensa. Talvez a ditadura tenha deixado heranças políticas e sociais maiores dentro do cenário atual do que pode imaginar nossa vã filosofia.

Assim, o estudo e a colocação da história na dramaturgia analisando todos os pontos de vista dos envolvidos no conflito, aliado à fruição estética da obra em si, pode ser um importante instrumento para pensarmos o sistema político, educacional e cultural do país livre das estruturas que se arraigaram a estes. Em outras palavras, mais do que eleições diretas e liberdade de expressão, a revisão dos fatos nos mostra que a democracia é um processo de atualização e de constante revogação dos modos de funcionamento do passado. Alguns exemplos que sempre devem ser transformados e que possivelmente tem a sua estruturação influenciada pelo período militar: Uma polícia que não oprima e sim proteja o cidadão, alianças políticas não pautadas em governabilidade somente, a busca de sistemas educacionais preocupados em formar cidadãos pensantes e não somente mão de obra para o mercado de trabalho.

Dora, mulher, militante, realmente preocupada em fazer diferença no quadro político e social, ao ter sua vida massacrada pelo exílio e pela tortura, nos faz ver que ter o pensamento voltado para o ser humano no mundo de hoje, pode ser um ato de extrema ingenuidade. Mas talvez seja o único necessário.

FICHA TÉCNICA

Livremente inspirada na vida de Maria Auxiliadora Lara Barcellos

Texto e Direção: Pedro Guilherme

Elenco: Ana Tardivo, Flavia Couto, Pedro Guilherme, Thiago Andreuccetti, Sofia Botelho

Figurino: Maria D’Cajas

Cenário: Pedro Guilherme

Cenotécnico: Mateus Fiorentino Nanci

Trilha Sonora: Barbara Frazão

Iluminação: Vinícius Andrade

Edição de Vídeos: Gabriela Bernd

Operação de Vídeo: Júnior Docini

Fotografia: Bob Sousa

Arte Gráfica: Flavia Couto

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Produção: Pedro Guilherme

idealização inicial do projeto de Henrique Stroeter

Realização: Cia. Provisório-Definitivo

SERVIÇO

Dia 08 – Centro Cultural da Diversidade – Rua Lopes Neto, 206 – Itaim Bibi – às 20:00h

Dias 09 e 10 – Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – às 19:00h

Dia 15 – Centro Cultural da Diversidade – Rua Lopes Neto, 206 – Itaim Bibi – às 20:00

Dia 16 – Espaço Companhia da Revista – Alameda Nothmann, 1135 – Campos Elísios – às 21:00h

Dia 17 – Teatro Alfredo Mesquita – Avenida Santos Dumont, 1770 – Santana – às 21:00h




Parceria entre a Cia. Provisório-Definitivo, Núcleo do Desejo e a produtora Cinematográfica Marcela, 'O Amor e a Peste'

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 Obra criada pelos atores Flavia Couto e Pedro Guilherme é inspirada na vida e obra de Anais Nin e Antonin Artaud, além dos diários escritos pelo próprio casal de atores durante o isolamento social

O projeto, que já foi apresentado como experimento cênico online ao vivo no começo do ano na casa dos atores, com dois fragmentos “Da Vida à Arte” e “Da Arte à Vida”, é agora experimentado em versão única, explorando os limites de linguagem entre o audiovisual, o teatral e as artes plásticas.

Inspirados por Artaud, um dos autores que ao lado de Anaïs Nin impulsionaram a peça, os criadores exploraram a contaminação entre artes – diários, cinema, teatro, artes plásticas, visuais.. Essa nova versão conta com direção da cineasta Marcela Lordy, grande nome da nova safra de diretoras de cinema nacional, da diretora de arte Vera Hamburger, e do premiado compositor Edson Secco. A equipe também é composta pela diretora de fotografia Manoela Rabinovitch, a  montadora Gabriela Bernd e os figurinos de Maria D’Cajas. O Amor e a Peste teve suas filmagens realizadas em setembro de 2021 no Teatro de Contêiner e faz parte do projeto “Cia. Provisório-Definitivo 20 anos” contemplado pelo Proac Lab PRÊMIO POR HISTÓRICO DE REALIZAÇÃO EM TEATRO da Lei Aldir Blanc em 2020.

“Escolhemos o título O Amor e a Peste como extensão dos dois movimentos presentes na peça, que além de refletir sobre os caminhos e tensões entre a arte e a vida, trazem à tona duas polaridades:  Eros – o êxtase do encontro amoroso e o impulso de criação, e Thanatos – a peste, a dissolução das formas de vida, a separação dos corpos dos amantes, os movimentos disruptivos e a pulsão de morte de uma sociedade máquinal.” Comenta Flavia.

O Amor e a Peste nasceu de uma imersão realizada no período de isolamento durante a pandemia, tendo como ponto de partida e inspiração as relações entre vida e arte suscitadas no encontro artístico e amoroso de Antonin Artaud e Anaïs Nin. Esses artistas emblemáticos inspiraram os atores-criadores, o casal de atores Flavia Couto e Pedro Guilherme, a escrever diários, reflexões e inquietações durante o período de isolamento, acerca dos processos vividos por eles, tanto no âmbito da vida, como da criação. O casal de artistas transpõe poeticamente a experiência de viver uma relação afetiva em meio ao confinamento em um apartamento em São Paulo, no Brasil de Bolsonaro, a impotência diante da realidade, a contaminação pela Covid-19, o luto por uma mãe e por uma filha, num extremo da turbulência do momento político-social.

Foram convidados para participar de maneira remota diversos colaboradores de áreas distintas, são eles: Donizeti Mazonas e Maria Fernanda Vomero, a preparadora corporal Lara Dau Vieira e o músico Edson Secco, que assina a trilha sonora original. Agora, nessa versão atual, transposta do confinamento da casa para os palcos vazios, somam-se ao projeto a cineasta Marcela Lordy, a cenógrafa e diretora de arte Vera Hamburger, e a diretora de fotografia Manoela Rabinovitch.

Concepção cênica

Ao partir da criação de Flavia e Pedro, Marcela imprime sua marca registrada como cineasta ao navegar entre áreas e linguagens. Ela convida a diretora de arte Vera Hamburger para também colaborar nessa construção cênica e audiovisual. Vera, como bagagem ao projeto, além da vasta experiência e referência em direção de arte no cinema brasileiro, traz como contribuição a sua pesquisa: o laboratório Fronteiras Permeáveis. Vera se dedica nos últimos anos a lançar um novo olhar sobre a criação cenográfica e direção de arte, ao colocar a plasticidade do cenário em conjunto com a do corpo do ator. O laboratório imersivo conduzido por ela aliou-se ao trabalho corporal e a concepção estética que já vinha sendo elaborada pelos atores-criadores. Além disso, soma-se na busca da plasticidade do movimento, os figurinos de Maria D’Cajas conhecida pela produção em dança, ao dar movimento e contorno ao vestuário cênico. Edson Secco, assina a trilha sonora, compositor reconhecido internacionalmente pela produção em cinema brasileiro, mas que também se dedica as artes da cena, ao ter suas composições presentes na dança, teatro e performance. Assim, nessa zona mista de produções diversificadas entre áreas e linguagens temos também na equipe a diretora de fotografia Manoela Rabinovitch e, como segunda câmera e montagem, Gabriela Bernd, com vasta experiência nas intersecções entre artes e linguagens. A fotografia acrescenta-se a iluminação entre o cinematográfico e cênico de Vinícius Andrade.  Com essa equipe principal, entre diversos outros integrantes, O Amor e a Peste é um convite a esse mergulho nos espaços intersticiais, na experimentação entre linguagens, artes, tempos, ficções e realidades em uma pesquisa e construção ininterrupta firmada entre os atores-criadores Flavia Couto e Pedro Guilherme ao longo de 3 anos na consolidação desse projeto.

 

Sinopse

A peça que se dividia em dois fragmentos realizados em dias distintos na versão caseira, apresenta hoje em sua composição cinematográfica um roteiro único, mas no qual ainda pulsam esses dois movimentos. O movimento “Da Vida para a Arte” percorre as oscilações do  encontro amoroso de Anaïs Nin e Antonin Artaud. Um encontro permeado de um erotismo fantasmático, que permite o espelhamento do casal de atores Flavia Couto e Pedro Guilherme no momento atual, em que partilham a experiência de viver uma relação afetiva em meio ao confinamento de uma pandemia desgovernada. O segundo movimento “Da Arte para a Vida”, transpõe o abismo de um fim de encontro afetivo para os destroços de um país, ele dá um salto no tempo, transpassando e costurando tempos, entre uma Paris de 1933 numa efervescência do nazismo, imersa na mediocridade e uma São Paulo de 2021 asfixiada pela pandemia em um Brasil de bestas de verde-amarelo.

A versão cinematográfica da peça tem um roteiro único mas que flui como um rio entre dois movimentos, entre o ápice e a queda, entre luzes e trevas, entre tempos, entre abismos, entre um gozo e um luto. O encontro entre Anais e Artaud se reflete no do casal de atores Flavia e Pedro, a ficção invade a realidade, uma ficção composta a partir de vestígios deixados por artistas de outra época, mas que encontram sua cicatriz no momento atual. Os personagens e atores se contaminam, se misturam, construindo pontos de convergência entre textos, que conduzem o discurso da peça.

CIA. PROVISÓRIO- DEFINITIVO

Criada em 2001 por formandos em Artes Cênicas na ECA-USP, a Cia. Provisório-Definitivo comemora 20 anos. Cia. premiada, em 2018 representou o Brasil no Festival Damai Super Live em Chengdu, na China, com AS ESTRELAS CADENTES DO MEU CÉU SÃO FEITAS DE BOMBAS DO INIMIGO – duas indicações para o Prêmio Shell 2013 (Melhor Direção e Melhor Iluminação). Sua última montagem, A(G)ORA – O ONTEM QUE ME FEZ SER HOJE foi recentemente apresentada de forma on-line comemorando os vinte anos de grupo. Ela prosseguiu nas comemorações com o solo O DESEJO DO OUTRO, de Pedro Guilherme com atuação do mesmo, também exibida de forma on line. DADESORDEMQUENÃOANDASÓ foi contemplada com o Prêmio Zé Renato de Teatro – 2015 e o Proac Circulação – 2017. O espetáculo GANGUE foi o grande vencedor do Prêmio FEMSA em 2013, sendo premiado em três categorias (Melhor Espetáculo Jovem 2012, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante), PELOS ARES venceu o Prêmio de Melhor Peça Infantil no Cultura Inglesa Festival (2010); e FAMÍLIA DRAGÃO foi indicada ao Prêmio FEMSA 2009 de Melhor Ator Coadjuvante. Já TODO BICHO TUDO PODE SENDO O BICHO QUE SE É ganhou o Prêmio Funarte Petrobrás para Montagem de Textos Inéditos e indicação ao Prêmio FEMSA 2007 de Melhor Autor – Pedro Guilherme. Seu espetáculo de estreia, VERDADES, CANALHAS, foi premiado em todos os festivais que participou. A Cia. tem na sua trajetória seis espetáculos adultos, cinco infantis e um espetáculo jovem. Participou de inúmeros festivais e projetos de circulação teatral.

NÚCLEO DO DESEJO

O “Núcleo do Desejo” é fundado por Flavia Couto tem a colaboração de diversos artistas como Antônio Januzelli, Pedro Guilherme, Donizeti Mazonas, Maria Fernanda Vomero, convidados para criação/pesquisa de projetos sobre o erotismo nas artes e buscando uma escrita da cena que foge do convencional, utilizando de diários, cartas, poesia e investigando a alquimias entre narrativas poéticas, políticas e estéticas audiovisuais, corporais na cena teatral.

2021 – O Amor e a Peste (experimento cênico online); 2020 – O Tablado Lírico de Hilda Hilst parte 2 – e  O Tablado Lírico de Hilda Hilst parte 1- – Programação online da biblioteca Mário de Andrade; 2019 – Escrituras Desejantes – Abertura de Processo no Teatro Zanoni Ferrite em 17/08/2019 – São Paulo.  ProAc Bolsa de Aprimoramento – Curso intensivo e residência no Théâtre Le Colombier com Roberta Carreri do Odin Teatret e Fabio Sforzini do Théâtre des Grands Chemins. Les Cabannes. França. 2019/2018/2017 Anais Nin à flor da Pele Direção: Aline Borsari. Festival MigrActions – no Théâtre de l’Opprimé – Paris. SESCs, Circulação em todos Centros Culturais Banco do Nordeste, Mostra Poéticas da Resistência. Esteve em Cartaz no Viga Espaço Cênico e na Oficina Cultural Oswald de Andrade na cidade de São Paulo e estreou em 2017 em Paris no Teatro Regard du Cygne. 2016 – Floema. De Hilda Hilst – Direção Donizeti Mazonas. Esteve em cartaz na Casa do Sol – Instituto Hilda Hilst e no Viga Espaço Cênico.

CINEMATOGRÁFICA MARCELA

Fundada em 2012 pela cineasta Marcela Lordy, a Cinematográfica Marcela é uma produtora de cinema, televisão e projetos multiplataforma de caráter cultural comprometidos com inovação de linguagem. A produtora consolida parcerias para realizar as obras de sua autoria. Ao longo dos últimos anos, foi coprodutora do curta ‘aluga-se’, com a bigBonsai e produtora associada do documentário ‘OUVIR O RIO: uma escultura sonora de Cildo Meireles’, do Instituto Itaú Cultural e Movie&art, ambos exibidos e premiados em festivais nacionais e internacionais. Também é coprodutora dos longas metragens de ficção ‘O Livro dos Prazeres’, com a bigBonsai e a Rizoma Films e ‘Aline’, com a Klaxon Cultura Audiovisual e a Kromaki.

 

Serviço:

Local: Canal do You Tube “O Amor e a Peste”

https://www.youtube.com/channel/UC_tWR2mprFau7qvdtIupZlQ

Exibições de 26 de novembro a 05 de dezembro

De sexta a domingo, sempre às 21h

Duração: 61 minutos

Classificação: 14 anos

Gratuito

 

Ficha técnica:

Experimento cênico audiovisual realizado em sistema colaborativo

Concepção e roteiro: Flavia Couto e Pedro Guilherme

Direção: Marcela Lordy

Provocação de roteiro e cena:

Marcela Lordy e Vera Hamburger – Laboratório Fronteiras Permeáveis

Direção de arte e cenografia: Vera Hamburger

Figurinos: Maria D’Cajas

Ateliê e Acervo: D’ Cajas | vestuário cênico & taylormade

Visagismo – Flavia Couto, Maria D’Cajas e Pedro Guilherme

Direção de fotografia: Manoela Rabinovitch

Iluminação: Vinícius Andrade

Segunda câmera: Gabriela Bernd, Flavia Couto e Pedro Guilherme

Montagem: Gabriela Bernd

Trilha sonora : Edson Secco

Assistente de Edição de Som: Marcelo Machado

Som direto: Leo Grego

Assistência de iluminação e operação de projeção: Pablo Perosa

Assistência de produção: Paloma Dantas

Cenotécnicos: Fábio Lima, Pedro Augusto, Pedro Guilherme.

Texto Pandêmico João Paulo Charleaux

Finalização de som: Sonideria

Músicas: Os lagartos estão a espreita, O dia em que minha terra Sangrou, Asfalto, Chaise de mars, Tensão, Banheiro Nazista, Trovoada.

Produção executiva: Flavia Couto e Pedro Guilherme

Ficha técnica do experimento cênico online “O Amor e a Peste” – realizado na casa dos próprios atores entre fevereiro e abril de 2021

Direção, dramaturgia e atuação: Flavia Couto e Pedro Guilherme

Provocadores cênicos: Donizeti Mazonas e Maria Fernanda Vomero

Trilha sonora: Edson Secco

Figurinos: Maria D’Cajas

Colaboração em corpo cênico: Lara Dau Vieira

Operação de vídeo e som: Paula Arruda

Arte gráfica: Flavia Couto




Cia. Provisório Definitivo faz abertura de processo do seu novo projeto O DESEJO DO OUTRO, de 2 a 17 de abril

Com texto de Pedro Guilherme e direção de Aline Filócomo (integrante da Cia Hiato), peça é um encontro ficcional de Pedro com seu pai já falecido

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O DESEJO DO OUTRO é a décima terceira produção da Cia. Provisório-Definitivo. A criação de vídeos é de Grissel Piguillem Manganelli, trilha sonora de Luis Aranha, transmissão para o streaming de Gustavo Bricks e produção executiva Pedro Guilherme e Paula ArrudaSerão realizadas 6 apresentações ao vivo via streaming pelo canal do ator no YouTube (Pedro Guilherme), gratuitas, em caráter de abertura de processo, sempre às sextas e sábados às 20h de 02 a 17 de abril.

Durante a peça, sem um entendimento do que Pedro busca com esse encontro, o público vai vendo-o desvelar fatos e segredos de pai e filho. O ator disseca objetos num retroprojetor, que quando projetados no cenário, ganham contornos de imagens microscópicas de vírus, células, amálgamas de DNA, glóbulos e amebas, como seu pai fez quando era pesquisador científico ao dissecar materiais laboratoriais para exames diagnósticos. Pedro vai investigando até revelar a doença que levou à morte do pai: seu pai era homossexual e a doença misteriosa que o acometia era AIDS.

Uma busca por desmantelar preconceitos e situações mal resolvidas. Uma encenação de um monólogo que mescla elementos reais e ficcionais, teatrais e cinematográficos.

Com uma estrutura híbrida, feita metade como teatro e metade como filme, a encenação sobrepõe figuras reais, imaginadas e projetadas, assim como gestos e palavras. A exemplo de um laboratório científico, onde o personagem do pai passou toda a sua vida, a encenação experimenta combinações e gradações possíveis de ficção e realidade, recria momentos vividos e testa possibilidades de encontros impossíveis.

Trajetória da criação

A peça estava sendo ensaiada presencialmente antes da pandemia, utilizando projeções de vídeo, retro-projeção, música ao vivo e elementos de dança. Nessa modalidade on-line, o que era projetado será colocado na tela em concomitância com a performance de Pedro ao vivo.

O espetáculo faz parte do projeto EPIDEMIAS, junto com o experimento cênico “O Amor e a Peste” idealizado e realizado por Pedro em parceria com a atriz Flavia Couto, recentemente apresentado na plataforma Zoom.

“O Desejo do Outro” dialoga com “o Amor e a Peste” na ideia de que os processos de doenças, para além de toda a dor, também causam crises que podem proporcionar transformações conscientes, conforme o texto “O Teatro e a Peste” de Artaud, da mesma forma que os encontros afetivos também são agentes de mudanças. Em ambos, há também a mistura entre realidade e ficção, passado e presente. Também faz parte dos dois projetos a reflexão de que as crises sanitárias acontecem acompanhadas de crises nos diversos aspectos da sociedade.

Com o intuito da apresentação na modalidade presencial, o experimento vem nesse momento como abertura de processo. O objetivo é ritualizar a crise pandêmica do Coronavírus com a crise pessoal da perda do pai, no momento em que Pedro enfrenta a doença e possível morte da mãe. Duas gerações se entrecruzam em diferentes pandemias da contemporaneidade.

A peça

As crises, dramas, perdas e tragédias fazem parte da trajetória de uma vida. Como elaboramos esses processos também. Muitas vezes, não é possível no momento de uma relação com alguém, entender todos os aspectos envolvidos. As pessoas se afastam, mudam, morrem. Daí, muitas vezes, a necessidade de uma elaboração individual de algo que aconteceu com o outro. Mas, ainda assim, é possível pensar como seria bom voltar no tempo e ter dito ou feito algo diferente, ou mesmo chamar a pessoa muito tempo depois para ressignificar, ou fechar algo que ficou inacabado. É pensando na premissa que surge a peça. A possibilidade que o teatro dá, de através do artifício de um simulacro, ir em busca do entendimento da realidade. Um fantasma de um pai que retorna para trazer à tona a necessidade de esclarecimentos. Como em Hamlet. Um herói em busca da verdade sendo ele mesmo posto em cheque pela esfínge. Como em Édipo. E toda a dança contemporânea do que narramos ou deixamos de narrar nas redes para dar sentido social a intimidades cada vez mais particulares. A dramaturgia conversa com isso. Com a herança do teatro ficcional que busca se auto-deflagrar e com o hibridismo contemporâneo do documental e do confessional.

SOBRE A CIA. PROVISÓRIO- DEFINITIVO

Criada em 2001 por formandos em Artes Cênicas na ECA-USP. Em 2018 representou o Brasil no Festival Damai Super Live em Chengdu, na China, com AS ESTRELAS CADENTES DO MEU CÉU SÃO FEITAS DE BOMBAS DO INIMIGO –  indicações para o Prêmio Shell 2013 em direção e Iluminação. Sua última montagem, DADESORDEMQUENÃOANDASÓ foi contemplada com o Prêmio Zé Renato de Teatro – 2015 e o Proac Circulação – 2017. GANGUE foi o grande vencedor do Prêmio FEMSA em 2013, (Melhor Espetáculo Jovem, Ator e Atriz Coadjuvante), PELOS ARES venceu o Prêmio de Melhor Peça Infantil no Cultura Inglesa Festival em 2010; e FAMÍLIA DRAGÃO foi indicada ao Prêmio FEMSA 2009 de Ator Coadjuvante. Já TODO BICHO TUDO PODE SENDO O BICHO QUE SE É ganhou o Prêmio Funarte Petrobrás e indicação ao Prêmio FEMSA 2007 de Melhor Autor – Pedro Guilherme. Seu espetáculo de estreia, VERDADES, CANALHAS, foi premiado em todos os festivais que participou.

De 2001 a 2018, o grupo produziu temporadas de 12 espetáculos. São eles: AS ESTRELAS CADENTES DO MEU CÉU SÃO FEITAS DE BOMBAS DO INIMIGO autoria do grupo e Nelson Baskerville, direção de Nelson Baskerville – 2018/2015-12; DADESORDEMQUENÃOANDASÓ – 2018-16; A COPA DO MUNDO É NOSSA? de Bebel Ribeiro, Paula Arruda e Pedro Guilherme, direção de Carlos Baldim – 2015; GANGUE de Pedro Guilherme e direção de Mauro Baptista Vedia – 2014-12; PELOS ARES de Pedro Guilherme e direção de Lavínia Pannunzio – 2012-10; FAMÍLIA DRAGÃO de Pedro Guilherme e direção de Soledad Yunge – 2011-2009; TAPE de Stephen Belber e direção de Mário Bortolotto – 2009-08; DE ONDE O SOL SE ESCONDE – HISTÓRIAS DO JAPÃO de Paula Arruda e Pedro Guilherme – 2011-07; TODO BICHO TUDO PODE SENDO O BICHO QUE SE É de Pedro Guilherme e direção de Hugo Possolo e Henrique Stroeter – 2011-06; O COLECIONADOR de John Fowles e direção de Marcos Loureiro – 2006; BULGÓIA, REPENIQUE & TROPEÇO de Hugo Possolo e direção de Cris Lozano – 2004; VERDADES, CANALHAS de Mário Viana, direção de Hugo Possolo – 2002-01.

 

SOBRE PEDRO GUILHERME – ator, dramaturgo e idealizador do projeto

Ator, dramaturgo, produtor e diretor. Formado pela ECA-USP em Bacheraledo – Interpretação Teatral (2001), trabalhou 6 anos com o grupo Parlapatões, é cofundador da Cia Provisório Definitivo e atuou em mais de 40 peças de teatro em diferentes grupos da capital.

Em 2020 e em 2021 idealizou, escreveu, dirigiu e atuou ao lado da atriz Flávia Couto o experimento cênico on-line O AMOR E A PESTE. Atuou na peça CORPO, de Silvia Gomez, Carla Kinzo, Fernanda Rocha, Marcos Gomes e Lucas Mayor, direção de Lucas Mayor e Marcos Gomes e participou da residência artística TEATRO AGONIZANTE de Lisandro Rodriguéz na MIT-SP. Em 2019, participou do Workshop “Théâtre Total” em Les Cabannes na França. Em 2018, participou  como ator e produtor do Festival Damai Supre Live em Chengdu, na China, com o espetáculo AS ESTRELAS CADENTES DO MEU CÉU SÃO FEITAS DE BOMBAS DO INIMIGO.

Em 2018, esteve em cartaz como ator em HAMLET EX-MÁQUINA de Heiner Muller, direção de Erika Bodstein; A MORTE ACIDENTAL DE UM ANARQUISTA de Dário Fo, direção de Hugo Coelho; e viajou pelo interior do estado de São Paulo como ator e produtor do espetáculo DADESORDEMQUENÃOANDASÓ de Davey Anderson, direção de Carlos Baldim.

 No ano de 2014, foi contemplado com o PROAC Nº 40 de Incentivo a criação literária – Texto De Dramaturgia para a pesquisa e criação de (A) DOR(A), texto Vencedor do 2º Concurso Fetaerj de Dramaturgia Prêmio João Siqueira no Rio de Janeiro em 2015.

Autor de GANGUE, que recebeu Prêmio Femsa de melhor espetáculo jovem de 2012. Escreveu também HISTÓRIAS POR TELEFONE (APCA de 2011 de Melhor Peça Infantil e indicação Prêmio Femsa de Melhor Autor de Texto Adaptado). Também fez a dramaturgia da Melhor Peça Infantil da Cultura Inglesa Festival de 2010, a peça PELOS ARESEm TODO BICHO TUDO PODE SENDO O BICHO QUE SE É, foi indicado ao Prêmio Femsa 2007 como Melhor Autor de Texto Original.

 

SOBRE ALINE FILÓCOMO – Diretora

Atriz, formada em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo. É co-fundadora e atriz integrante da Cia Hiato. Integrou o elenco do Centro de Pesquisa Teatral do SESC, coordenado por Antunes Filho. É atriz criadora do Prêt-à-Porter 8. Participou da turnê internacional da montagem francesa LE RETOUR AU DÉSERT, da Compagnie Dramatique Parnas, dirigida por Catherine Marnas. Fez preparação de elenco do espetáculo O SILÊNCIO DEPOIS DA CHUVA, dirigido por Leonardo Moreira. Atualmente dirige um espetáculo de dramaturgia própria intitulado MOSCOU

SERVIÇO

Quando: De 02 a 17 de abril. Sextas e sábados às 20h.

Onde: no Youtube do Pedro Guilherme – Gratuito

https://www.youtube.com/channel/UCmlggtXh0TizAk3N-trK5Iw

Dia 02: https://youtu.be/C2kuPdA0vHU

Dia 03: https://youtu.be/LsLyMx-Gg1I

Dia 09: https://youtu.be/26JmgR39do0

Dia 10: https://youtu.be/eBb5hTmtW8Y

Dia 16: https://youtu.be/wRJTtlWDDy8 

Dia 17: https://youtu.be/3F0Fio9egQk

Duração: 60 MINUTOS

Classificação etária: 14 ANOS

FICHA TÉCNICA

Texto e atuação: Pedro Guilherme. Direção: Aline Filócomo. Criação de vídeo: Grissel Piguillem Mangganelli. Trilha sonora: Luis Aranha.

Operação de vídeo e som: Michelle Bezerra  Produção Executiva: Pedro Guilherme e Paula Arruda. Realização: Cia Provisório Definitivo.