7º Prêmio Territórios Tomie Ohtake recebe inscrições até 15 de agosto de 2023

A iniciativa organizada pelo Instituto Tomie Ohtake busca reconhecer experiências pedagógicas em todo o país que tiveram como base os princípios da Educação Integral

Idealizado e coordenado pelo Instituto Tomie Ohtake – com o patrocínio do Grupo Ultra, Ipiranga, Ultracargo, Ultragaz, da Alupar, da Taesa e do Grupo GPS, parceria técnica do Centro de Referências em Educação Integral e Associação Cidade Escola Aprendiz, e viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura –, o 7º Prêmio  Territórios Tomie Ohtake segue fundamentado  nos pressupostos dos Territórios Educativos e da Educação Integral, orientados pelo princípio de Cidade Educadora, e nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).

Em sua sétima edição, o Prêmio propõe um olhar sobre o amor como um território em disputa, baseado em referências fundamentais, como: as ideias de Muniz Sodré sobre o sensível na educação; os ensinamentos de bell hooks sobre a construção de uma ética amorosa; as pesquisas de Renato Nogueira sobre a pedagogia da pluriversalidade; e as práticas e pensamentos de Cristine Takuá, sobre as escolas vivas e a educação indígena.

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EE Indígena Capitãozinho Maxakali – Bertópolis _ MG

Embora o foco desta edição seja uma questão complexa, entende-se a urgência no entendimento do amor como um princípio básico dos acordos coletivos e das transformações sociais. Como defende a escritora e professora bell hooks (1952-2021): amor é ação e ato político.  “A ética amorosa configura-se como um conjunto de princípios e modos de agir, construídos e valorizados por meio da convivência em comunidade”

Partindo dessas reflexões, o Prêmio Territórios Tomie Ohtake busca, em sua sétima edição, ações pedagógicas de escolas públicas brasileiras que estejam articuladas com os seus territórios (agentes e espaços) na construção de uma ética amorosa, promovendo estratégias comprometidas com a igualdade de direitos e a diversidade cultural; que fortaleçam a partilha de saberes, as parcerias, as conexões culturais, o brincar, o compromisso ambiental e que tenham entre seus fundamentos, o  acolhimento, a  escuta, o cuidado e o sentido de coletividade.  

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EM Quilombola Lydia Sherman

Para quem o Prêmio é dirigido

7º Prêmio Territórios Tomie Ohtake é dirigido às escolas públicas municipais, estaduais e federais de todo Brasil, contemplando o ensino infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos (EJA). Alicerçado no território, a iniciativa propões um envolvimento entre estudantes, professores(as) e/ou famílias. Ao priorizar o caráter coletivo, o(a) professor(a) representante da iniciativa pedagógica (é necessário indicar um(a) representante para facilitar o contato com a escola) deve, no momento da inscrição, apontar no mínimo mais dois correalizadores da ação.

As inscrições, abertas até 15 de agosto, podem ser feitas exclusivamente pelo site: www.premioterritorios.institutotomieohtake.org.br

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Selecionados e ações de premiação

Em setembro de 2023 serão anunciadas as 10 experiências selecionadas por um júri e reveladas pelo site do prêmio. As escolas serão contempladas com livros oferecidos por editoras parceiras, um minidocumentário que apresentará parte dos processos e resultados da respectiva iniciativa, a ser veiculado nos canais de comunicação do Instituto Tomie Ohtake, patrocinadores e parceiros, conferindo visibilidade à experiência;  uma bolsa de estudos para um curso de graduação que poderá ser utilizada por um estudante, parceiros do projeto ou professor; e apoio financeiro de R$ 6.000,00 (seis mil reais) para o desenvolvimento da iniciativa.

Já o responsável pela inscrição participará dos “Encontros de Conexão e Reflexão”, que reúnem os representantes das 10 estratégias pedagógicas selecionadas em ações formativas com educadores(as) e artistas, além de uma bolsa para curso de arte do programa de Cursos da Escola Tomie Ohtake, em 2024, que poderá ser realizado on-line. Por sua vez, os dois outros representantes indicados na inscrição também recebem uma bolsa para curso de arte do programa de Cursos da Escola Tomie Ohtake, em 2024, com opção on-line.

Encerramento

Em dezembro de 2023 acontece “O Encontro de Territórios”, no Instituto Tomie Ohtake, e marca o encerramento da edição com uma cerimônia de premiação das 10 estratégias pedagógicas, quando as equipes poderão compartilhar seus projetos entre os participantes de diferentes regiões do país.

SOBRE O PRÊMIO TERRITÓRIOS OHTAKE

O Prêmio Territórios Tomie Ohtake, iniciativa do Instituto Tomie Ohtake, busca mapear, reconhecer e dar visibilidade a projetos que fortaleçam o vínculo entre as escolas e os territórios a partir dos diversos saberes culturais, compreendendo a cidade como espaço de aprendizagem.

Em 5 edições realizadas, o Prêmio Territórios já mapeou mais de 600 projetos da rede pública de todo o Brasil e, entre eles, premiou 60 projetos até o momento. Como forma de dar visibilidade e inspirar outras iniciativas, foram realizados documentários sobre cada um dos projetos premiados, compondo um banco inédito de práticas exemplares que podem ser acessados no site do Prêmio: www.premioterritorios.institutotomieohtake.org.br/escolas-premiadas

Em 2020 o Prêmio Territórios lançou sua primeira publicação: Prêmio Territórios – ideias sobre educação integral e a relação escola território. A publicação, além de delinear a trajetória e o impacto do Prêmio Territórios ao longo de seus quatro anos, convidou profissionais renomados das áreas da cultura e educação para contribuírem com suas reflexões sobre a importância da relação escola-território na formação integral dos estudantes. O download da publicação pode ser feito gratuitamente: www.premioterritorios.institutotomieohtake.org.br/publicacao/

SOBRE O INSTITUTO TOMIE OHTAKE

O Instituto Tomie Ohtake, inaugurado em 28 de novembro de 2001, tornou-se uma referência no circuito das artes visuais pela qualidade de sua programação. Destaca-se por ser o único espaço da cidade que se dedica a organizar mostras nacionais e internacionais de artes, arquitetura e design, além de prêmios nestas três áreas e um dedicado a escolas públicas, o Prêmio Territórios Tomie Ohtake. Em sua programação contempla ainda apresentações musicais e de dança. A instituição consagrou-se por conceber um amplo e criativo trabalho de educação por meio da arte, fundamentado na pesquisa, produção de material, no treinamento de professores e numa grade de cursos com visão inovadora no ensino da arte. Além disso, desenvolve inédito programa de acessibilidade para repensar questões como acesso à cultura e diversidade, com foco no atendimento de públicos que não têm garantidos seus direitos sociais.

Saiba mais através do site do Prêmio Territórios Tomie Ohtake:

www.premioterritorios.institutotomieohtake.org.br

Imagens aqui: https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1ezgp_bB_l4MPOvkOElk7O0Zfx_oXL5QF

Dúvidas

Escreva para premioterritorios@institutotomieohtake.org.br ou via WhatsApp: + 55 11 94913-3923

Voltar: http://www.jornalrol.com.br




Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Desenvolver a Cidade Educadora sob a Ótica Filosófica'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Desenvolver a Cidade Educadora sob a Ótica Filosófica

As Constituições Políticas, as leis de base de sistemas educativos e a legislação avulsa, normalmente, configuram as grandes orientações políticas para a educação, estabelecem objetivos, impõem as regras para o funcionamento do sistema e definem os instrumentos e critérios da respetiva avaliação, no contexto nacional.

Determinam, afinal, um curriculum oficial universal para o território, população, cultura e interesses subjacentes. Evidentemente que são indispensáveis diretrizes que visem promover, desenvolver e defender valores, conteúdos programáticos, práticas, metodologias, instrumentos de avaliação, em ordem ao bem-estar geral, à prosperidade da população e à coesão nacional, mas também é essencial valorizar toda uma diversidade patrimonial, histórica e cultural de cada região, cidade, vila e pequenas localidades. Todas têm a sua história, as suas especificidades, porém, fazem parte do todo nacional, o qual enriquecem.

Desenvolver, no sentido de operacionalizar a cidade, vila, aldeia ou bairro, para a educação formal, certamente; mas também para a informal, instituindo os currículos mais adequados à interiorização e prática das atividades cívicas, políticas, institucionais, filantrópicas e altruístas será, porventura, um projeto que a nível das autarquias, em parceria com as escolas, provocaria significativas alterações no comportamento cívico das populações, contribuindo, sem dúvida, para uma maior e melhor participação na administração da cidade e no relacionamento comunitário.

A impreparação que se manifesta, por exemplo, no abuso do poder, na pequena “vingançazinha”, no favorecimento do amigo e/ou familiar e na discriminação negativa social, política, profissional e outras, por processos de exclusão, no acesso a determinadas oportunidades e situações, são os resultados mais visíveis e marcantes da falta de civismo, de formação ético-moral e de graves carências educativas ao nível da cidadania, direitos, deveres, liberdades e garantias, o que sempre acaba por produzir efeitos nefastos, na prosperidade da pequena ou grande comunidade, porque:

«A educação deve permitir exercitar os valores que tornam possível a vida em sociedade, particularmente no que respeita a todos os direitos e liberdades fundamentais e à aquisição de hábitos de convivência democrática e respeito mútuo. A educação deve também desenvolver sentimentos solidários para com os mais desfavorecidos, contribuir para suprimir a discriminação e a desigualdade, sejam estas por razões de nascimento, raça, sexo, religião e opinião.» (PINTO, 2004: 142-43, Apud Ministério da Educación y Ciência de Espanha)

Uma condição prévia relaciona-se, justamente, com a formação desses responsáveis, considerando-se, embora, não ser condição essencial e/ou exclusiva, porque pode haver formação no domínio educativo mas faltar a sensibilização, alguma experiência e disponibilidade para as diversas e muitas tarefas associadas à intervenção que é necessária, face aos objetivos que se pretendem atingir, no âmbito de um projeto cívico, suficientemente motivador e abrangente de toda uma população.

Na perspectiva filosófica, o desenvolvimento e consolidação da cidade educadora, a partir dos poderes locais institucionais, pressupõe o apoio direto dos titulares dos diversos órgãos desses poderes, e a participação responsável de cidadãos, com a formação adequada, para os domínios da: cidadania e axiologia; ética e deontologia; moral; política e religião, entre outros que se venham a considerar relevantes e/ou específicos para um determinado projeto, muito em concreto. Todas as preocupações educativas e formativas, porém, devem pautar-se por um elevado grau de responsabilidade, cujo conceito se pode traduzir pelo:

«(…) reconhecimento da autoria e aceitação das consequências dos seus actos. São manifestações de responsabilidade assumir intensa, plena e voluntariamente suas decisões, responder leal e corajosamente pelos seus cometimentos, prestar contas dos encargos ou obrigações, sofrer críticas, defender direitos inerentes ao merecimento. A educação do senso de responsabilidade é tarefa heroica, pois exige autoridade e maturidade dos educadores.» (SCHMIDT, 1967: 14)

Bibliografia

PINTO, Fernando Cabral, (2004). Cidadania Sistema Educativo e Cidade Educadora. Lisboa: Piaget. Apud, Ministério da Educación y Ciência de Espanha

SCHMIDT, Maria Junqueira, (1967). Educar para a Responsabilidade, 4ª edição, Rio de Janeiro RJ: Livraria Agir Editora

Diamantino Bártolo

Portugal

Diamantino.bartolo@gmail.com

 

 

 

 

 

 




Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Perspectiva filosófica sobre a cidade educadora'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Perspectiva filosófica sobre a cidade educadora

Sendo impraticável construírem-se cidades em qualquer espaço, e sem objetivos estratégicos, assim como continuar a investir naquelas onde as condições ambientais são desfavoráveis, as acessibilidades inadequadas e/ou de difícil e dispendiosa adaptação, pode-se considerar, porém, oportuno apostar numa nova filosofia urbanística, no sentido de serem contempladas estruturas essenciais ao desenvolvimento, ao progresso sustentável e à prosperidade e conforto das pessoas e instituições.

O círculo vicioso, aqui considerado pela positiva, constituído pela escola, empresas e serviços públicos, poderá fazer parte das estratégias das cidades e vilas modernas, no sentido de nelas se congregarem as melhores condições de nível e qualidade de vida, nas suas diferentes variáveis.

Cidades e vilas que educam para a cidadania urbana: não no sentido discriminatório, negativo ou positivo, mas sim pela assunção da diferença, entre o viver urbano e o viver rural; não no preconceito de cidadãos de primeira ou de segunda, respetivamente, mas na perspectiva de uma consistente adaptação.

Certos direitos, deveres e responsabilidades, atribuídos aos cidadãos urbanos, poderão ser deferentes dos das populações rurais, porém, ambos se complementam e enriquecem. Educar para trabalhar e viver numa cidade, poderá comportar estratégias e objetivos diferentes de educar e viver numa aldeia rural.

Cumpre, portanto, refletir sobre estas realidades e pede-se aos especialistas de outros domínios, nomeadamente: sociológico, ordenamento do território, ambiente, trânsito, geoestratégia, político, militar, segurança, etc., os seus contributos.

Refletir, ainda, sobre: a preparação do cidadão urbano, também para melhor compreender, e se adaptar a uma vida mais simples, em locais com carências diversas e, vice-versa; preparar aqueles que, tendo vivido em localidades mais desertificadas e desinfraestruturadas, pretendem fixar-se nas grandes cidades e vilas urbanas.

Adota-se, nesta reflexão, a área geográfica denominada cidade, todavia, o termo deseja-se, se possível, mais abrangente, no sentido de localidade habitada, independentemente do número de moradores. É óbvio que uma localidade com reduzida população, não terá as infraestruturas enunciadas para uma cidade, com determinada dimensão.

Seria utópico, incompreensível, financeiramente incomportável, por exemplo, construir-se uma universidade numa pequena aldeia de alguns milhares de habitantes, com o objetivo de servir, apenas, a sua própria população, o que não invalida tal construção e funcionamento, por razões de espaço, estratégia, acessibilidades, transportes e outros requisitos, para que um estabelecimento de ensino deste nível, tenha êxito, na concretização de objetivos mais gerais de servir, por exemplo, uma determinada região.

Uma tal estratégia é, até, desejável para certas atividades laboratoriais e de investigação, os institutos e universidades com estes objetivos podem ser construídos e funcionar num local ermo, isolado.

Um centro de investigação marítima, provavelmente, desempenhará plenamente as suas funções, numa ilha no meio do mar, a dezenas de milhas do continente, ou na orla costeira.

Um centro de investigação científica para a floresta, provavelmente funcionará bem numa floresta, ou zona contígua.

Uma escola superior agrária, poderá conseguir melhores resultados se construída e a funcionar num grande espaço rural, agrícola, em cultivo permanente, independentemente da maior ou menor população que lhe esteja mais ou menos próxima.

Se tais universidades, centros e escolas especializadas tiverem condições de trabalho, alojamento, alimentação e ocupação dos tempos livres para todo o pessoal: docente, discente, alunos e outros funcionários de apoio, então, não haverá qualquer problema para o sucesso desse estabelecimento.

Quando, objetivamente, se aborda a cidade educadora, pretende-se convocar para este novo conceito: as autarquias, as empresas, as instituições e movimentos cívicos, os mecenas e a própria comunidade, organizados em torno de projetos educativos e formativos para toda a população.

Cidade/localidade que oferece tais oportunidades aos seus residentes, e a todos os outros cidadãos que nela trabalham, a visitam por períodos regulares, ou pretendem deslocar-se, a qualquer título para lá, é sempre uma cidade/localidade, cujo progresso e prosperidade se farão sentir a curto prazo, beneficiando todos aqueles que nela apostaram, pelo recurso à educação e formação; ao estudo e ao trabalho.

 

Diamantino Bártolo

Portugal

 

 

 

 

 

 




Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Cidade promotora de educação-formação'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Cidade promotora de educação-formação

Provavelmente, a partir da sustentação na investigação científica, com alguns critérios de rigor, nomeadamente a objetividade e a verificabilidade, pode-se afirmar que, com exceção de situações extraordinárias, as cidades/localidades que mais investem na educação, e formação profissional dos seus cidadãos residentes, e outros que a procuram, para diversos fins são, eventualmente, as que mais possibilidades apresentam de prosperar.

A prova paradigmática, segundo a qual, a educação/formação promove o desenvolvimento, pode reportar-se às cidades/localidades que possuem estabelecimentos de ensino e de formação profissional a todos os níveis, com destaque para as escolas profissionais do ensino médio, superior universitário e politécnico e, seguramente, as entidades formadoras devidamente certificadas.

A planificação estratégica, que qualquer dirigente responsável pelo desenvolvimento, e progresso da localidade onde exerce as respetivas funções, designadamente, autarcas e membros do governo, passa, necessariamente, pela inclusão da construção e funcionamento de equipamentos coletivos para a educação e formação profissional, a todos os níveis.

E não se trata, apenas, de educação e formação científica, técnica e prática, mas também, e com elevada carga horária, das componentes socioculturais, com destaque, entre outras, para: as línguas, com forte incidência e aprimoramento na língua materna, mais uma ou duas línguas estrangeiras, certamente o inglês, o francês, o espanhol, matemática, filosofia, antropologia, ética, deontologia, história, direitos humanos, mundo-actual, desenvolvimento pessoal e social, relações humanas e interpessoais, direito, enfim, muitas outras da área das ciências sociais e humanas.

Estabelecimentos de ensino e formação profissional que tenham estas preocupações, e estejam preparados para ministrar aquelas e outras disciplinas humanísticas terão, à partida, reforçada a sua credibilidade e correspondente sucesso e, de certa forma, estão a contribuir para uma sociedade mais responsável, porque mais esclarecida e participativa, sem se cair num “iluminismo de aparências duvidosas” ou num intelectualismo ornamental, sem utilidade prática, ou pior ainda, num populismo paroquial.

Exigir dos poderes públicos que estimulem e apoiem a iniciativa privada, na implementação daquelas infraestruturas é, já e por isso mesmo, um dever de cidadania, que nenhum responsável deve deixar de cumprir, sob pena de estar a conduzir toda uma população para o atraso, para o obscurantismo e para a exclusão social, nas vertentes responsáveis por esta anomalia, como por exemplo, a exclusão no acesso ao emprego, ao conhecimento, à progressão na carreira profissional e à discriminação cultural.

Obviamente que não é possível construir universidades, institutos politécnicos, centros de formação, escolas superiores e secundárias em todas as vilas e pequenas cidades do país, porque também se defende que deverá haver a perspectiva das realidades locais e regionais, no sentido da boa aplicação dos recursos públicos e privados, os primeiros dos quais, à custa da tributação, coercivamente aplicada aos contribuintes e que, atualmente, constitui uma carga anormal para as famílias portuguesas.

Será sempre desejável que nenhum serviço, incluindo a saúde, a educação e a formação profissional, provoque elevados prejuízos, apesar dos seus objetivos, eminentemente sociais, para o que se defende a aplicação de taxas proporcionais aos rendimentos verdadeiramente auferidos, declarados e sinais exteriores de riqueza que cada cidadão apresenta.

Cidade que educa para o estudo, para a formação, para o trabalho, para a cidadania, com toda a envolvência que esta implica, inclusivamente, participar na vida pública da cidade, vila ou aldeia, certamente que será, a curto e/ou médio prazos, um local de procura e de fixação de pessoas, serviços e empresas, que por sua vez vão contribuir para o sucesso dos indivíduos, das famílias e da comunidade em geral, pela produção e pelo consumo sempre em crescendo, até aos limites que forem tecnicamente possíveis, sem deteriorar outros valores e interesses, desde logo, o ambiente, a segurança, o trânsito fluido e seguro, o atendimento rápido, humano e eficaz nos hospitais, escolas, repartições públicas e privadas.

A difusão do conhecimento, a partir dos polos universitários de investigação científica e tecnológica, é motivo mais que suficiente para que a prosperidade se instale e desenvolva nas localidades que beneficiam ou venham a receber e apoiar tais infraestruturas, verdadeiras fontes de progresso bem-estar social, económico e cultural.

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal