O renascer da estrela

COLUNA CINEMA EM TELA

Marcus Hemerly:

‘O renascer da estrela, uma nova vida à obra de

Clarice Lispector’

Coluna Cinema em Tela. 'O renascer da estrela, uma nova vida à obra de Clarice Lispector'
Flyer da coluna Cinema em Tela.
O renascer da estrela, uma nova vida à obra de Clarice Lispector’

“Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre
limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa
quando não entendo.”
Clarice Lispector

Lançado originalmente em 1985, momento em que a estreante Marcélia Cartaxo no papel da protagonista chamava atenção por sua intensa interpretação, volta aos cinemas a adaptação da última obra escrita por Clarice Lispector, ‘A hora da Estrela’. Dirigindo com maestria pela saudosa Suzana Amaral (1932 -2020), conhecemos Macabéa, migrante nordestina que, a partir de sua simplicidade e ingenuidade – alguns diriam pureza -, é tocada pela indiferença e aspereza da cidade grande. 

Originalmente ambientada no Rio de Janeiro, a adaptação cinematográfica da novela de Lispector é transposta para a cidade de São Paulo, onde Macabéa, subempregada e morando em uma pensão com outras trabalhadoras, conhece o também retirante Olímpico, (José Dumont). Tratada com rudeza pelo pretenso namorado e relativa condescendência e menosprezo pelos chefes e colegas de trabalho, se encanta com o metrô e toma aspirinas para aliviar a dor constante que sente.  Uma dor que nem ela mesmo explica, aquela que paira sobre o corporal e o existencial; aliás, a personagem em certo momento se pergunta “Será que eu, sou eu?”. Como se não pudesse ela mesma identificar sua função ou lugar no mundo. 

Nesse tom melancólico e, não raro, onírico, a personagem gravita em torno de sua vida – ou existência, a pergunta ecoa –, ouvindo as músicas e curiosidades no rádio, enquanto sonha em ser artista/estrela de cinema. Ao passo que o expectador se compadece pelas mazelas da protagonista, cotejando até mesmo um paralelo quase angelical de alguém por demais ingênuo em contraposição a seu derredor, reflete-se ainda sobre os reflexos da migração desordenada. A promessa ilusória de uma cidade aparentemente de mãos abertas como amoroso receptáculo, mas que cerra os olhos à sorte de seus novos habitantes, ao revés do que se exalta no famoso ‘São Paulo, Sociedade Anônima’, (1965), de Luiz Sérgio Person, que retrata o período de florescência industrial brasileira. 

Filmado numa época peculiar do cinema nacional, anos antes da extinção da Embrafilme – Empresa Brasileira de Filmes S.A, e das leis de reserva de mercado, observava-se a continuidade de realizações cariocas e daquelas sedimentadas pela aludida Estatal, visto que no final dos anos oitenta amoldava-se a derrocada do ciclo de produções paulistas. Tão somente a partir dos anos 2000, com o fenômeno rotulado de ‘retomada’ do cinema brasileiro, seja a partir produções milionárias ou por realizações independentes, novamente se testemunharia um impulsionamento mais denso de nosso cinema. 

Além de estreantes como a própria Cartaxo, capaz de transmitir a história sofrida de Macabéa a partir de um ‘mero’ olhar, interpretação que lhe rendeu a o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim, o longa conta com veteranos em papéis secundários, como Fernanda Montenegro e Humberto Magnani. Após quatro décadas de seu lançamento, o filme incluído na lista dos 100 melhores pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), retorna às salas de cinema em circuito reduzido, após restauração digital em 4K. Para os que ainda não são familiarizados com o destino da protagonista, seja pela obra literária ou sua representação fílmica, a experiência coroa a ideia de que, mais do que a hora,  celebra-se a Ressurreição da Estrela, e de sua criadora.

Marcus Hemerly

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O cinema no Brasil

Maze Oliver: Artigo ‘O cinema no Brasil’

Maze Oliver
Criador: Rodrigo Tetsuo Argenton. Direitos autorais: CC-BY SA 4.0. https://www.wikiwand.com/pt/Cine-Theatro_Central

O Cinema Brasileiro chegou ao pico em qualidade de produção. No entanto, ainda precisa expandir e chegar as massas. Os maiores problemas ainda são as poucas janelas de exibição, a falta de investimento e a ampliação de formações. Essas condições, se fossem articuladas formariam um bom tripé para sua expansão. Vamos conhecer um pouco dessa história notável e genuína?

 Em seu desenvolvimento em 125 anos passou por vários ciclos como todo processo de criação. Foi desde a filmagem de cenas cotidianas, a chanchada, a pornochanchada, o cinema marginal, o cinema novo, até chegar aos grandes sucessos, vencedores de Oscar. As pesquisas nos mostram que a primeira filmagem em solo brasileiro foi realizada por um italiano, Afonso Segreto, em 19 de junho de 1898, sendo apenas algumas imagens da chegada de um navio na Baia de Guanabara. No entanto, a película foi extraviada e somente a partir de registros dessa filmagem em jornais, tempos depois, a data acima foi atribuída ao Dia do Cinema Nacional.

Os primeiros sucessos do cinema nacional brotaram por volta da década de 1910, com filmes adaptados da literatura ou de registros de crimes, como por exemplo, o Crime da Mala.   Nosso cinema sofreu e ainda sofre influência do cinema estrangeiro. Isso porque no período Vargas, a sétima arte brasileira foi invadida pelas películas americanas, uma vez que não pagavam impostos para rodar seus filmes por aqui. Contudo, o cinema sempre responderá ao que seu público deseja. Sendo o brasileiro um povo genuíno e bem humorado por natureza, o primeiro filme sonoro, contado em Português, foi a Comédia: Acabaram-se os Otários, de Luis de Barros. Em 1933 surgiu a empresa brasileira Vera Cruz, trazendo o crescimento do cinema nacional. Muitas comédias e sátiras foram produzidas, assim como surgiram outros estúdios e produtoras. Tempo de fama para Oscarito, Grande Otelo e Dercy Gonçalves. Porém, o marco dessa época próspera foi com o filme O Cangaceiro que marcou o sucesso e a derrocada da citada empresa, que foi a falência por não conseguir segurar os lucros, já que vendeu o referido filme para os estrangeiros. Todavia, o cinema voltou a crescer novamente a partir de 1969 com a criação da EMBRAFILMES para fomentar a produção e distribuição de filmes no Brasil.

Na era Collor novamente veio uma crise. O cinema passou por um período negro de grande dificuldade. A dívida externa e as novas medidas do governo provocaram uma queda na produção cinematográfica com a extinção do Ministério da Cultura, da Funart e Concine. Morreria o cinema nacional?

Na década de 1960 surge o Cinema Novo e com ele novas ideias de fazer cinema, junto com a desesperança social. Os brasileiros que se aventuraram na sétima arte partem para denunciar as mazelas e as penúrias pelas quais passavam o povo brasileiro. Isso fez o cinema expandir-se para outras áreas do Brasil, fora dos grandes centros, chegando até ao Acre em 1973. Nasce em Rio Branco, o cinema acreano mostrando como é a vida no Norte: os conflitos sociais e o modo de vida do povo, nos primeiros filmes: Fracassou meu casamento, Rosinha, a Rainha do Sertão e outros.  No cenário nacional, a ênfase dessa época foi para o filme Deus e o Diabo na terra do Sol.

Mas um filme mudou a cara da arte cinematográfica brasileira, trouxe não só a fama, e sim qualidade, projeção e principalmente respeito da população: Cidade de Deus. Isso porque desde a época das chanchadas o cinema brasileiro era marginalizado. O que piorou mais ainda com as pornochanchadas. O citado filme que mudou a imagem do cinema, foi rodado após a retomada do Ministério da Cultura, quando novos investimentos através de cartas de crédito, foram utilizados.  Dessa época, é a lei do áudio visual: Lei Rouanet, Fundo Setorial, também a criação da ANCINE. Mudanças que impulsionaram o mercado com aumento de produção, bilheteria e aceitação.  A partir delas, foram também rodados os filmes Carlota Joaquina, Carandiru, Cidade de Deus e Tropa de Elite. Surgiu ainda, a Globo Filmes, outro marco na história do cinema nacional.

Apesar da atual consolidação da empresa do cinema brasileiro, ainda é complicado competir com o mercado internacional que investe muito mais, tendo assim maior quantidade e qualidade de produção. Mesmo com a cobrança de impostos ao mercado cinematográfico estrangeiro, esses filmes ainda dominam as telas brasileiras. Apesar da inovação revolucionária da internet, o acesso aos filmes brasileiros ainda deixa muito a desejar. Poucos chegam à TV aberta. Muitos dos melhores filmes são conhecidos fora do Brasil e desconhecidos para o grande povo. É preciso mostrar o cinema brasileiro. Abrir mais janelas de exibição para os produtores do áudio visual. Investir em mais formações, que também é importante para readequar os produtores ao manuseio das novas tecnologias.

O cinema brasileiro guarda nossa identidade. A maioria da produção não é comercial, ela é histórica, é registro cultural, desnuda a alma brasileira, mostrando a relação do homem com os conflitos do seu tempo. Na frente da tela, ou atualmente na telinha, o cinéfilo se identifica com o personagem e vive com ele grandes emoções. Muitas vezes, isso é catarse!  Vale a pena investir na sétima arte, uma das mais lindas formas de mostrar a vida acontecendo. A possibilidade do cinema brasileiro dar certo, já é uma realidade, porém é necessário investimento, apoio ás pequenas produtoras e expansão.

Por Maze Oliver
mazeoliver1@gmail.com

Membra da Associação Acreana de Cinema – ASACINE e da Academia Acreana de Letras – AAL

WhatsApp: 68/9961-3830

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Marcus Hemerly: 'As produções da boca paulistana do cinema'

Entre uma cerveja e outra no famoso Bar Soberano, um café e um cigarro, discutiam-se roteiros, possibilidade de colaboração, locações, distribuições das fitas e vendas de cotas

É sabido que nas últimas décadas, um pouco do preconceito do grande público quanto ao consumo da produção cinematográfica nacional vem sendo mitigado. Todavia, infelizmente, o leitor poder ter ouvido de algum interlocutor – ou mesmo, com ele ter feito coro de vozes – ressalvas quanto à qualidade das películas brasileiras.

A partir do final dos anos noventa e início dos anos 2000, nosso cinema já contava com investimentos de produção e divulgação interna e no exterior, a nível milionário, muito devido às participações na premiação do Oscar, que solidificaram as carreiras e credibilidade de cineastas como Walter Salles e Fernando Meirelles. Ainda que a meca da indústria, tanto em matéria de produção e audiência tenha se amoldado em torno do mercado norte-americano, o Brasil, no cenário pós-guerra, delineou um público ávido pela sétima arte.

Diferente dos americanos, caracterizados por uma cultura de consumo do próprio cinema, as fitas internacionais sempre tiveram popularidade acentuada em nossas terras, tanto que o histórico de confecção da dublagem nacional é bem precoce em relação aos demais países. Ressalte-se também a versatilidade das realizações nacionais, principalmente a partir dos anos sessenta, gravitando em torno de comédias pastelão, horror, suspenses, dramas e, até mesmo, faroestes. Impossível esquecer dos filmes de Grande Otelo e Oscarito pela produtora carioca Atlântida, e os da Vera Cruz, sediada em São Bernardo do Campo, SP. Um parêntese interessante é que mesmo sem gozar da mesma popularidade no Brasil, o saudoso José Mojica Marins, o “Zé Do Caixão”, recentemente falecido, é extremamente conhecido e cultuado na América e Europa, onde o gênero do horror sempre foi bastante valorizado, de modo acentuado, na Inglaterra, com o lendário estúdio Hammer.

Aliás, um quantitativo considerável de filmes era produzido na chamada “Boca do lixo”, ou Boca do Cinema, na região central de São Paulo, que detinha um histórico de concentração de escritórios das produtoras, principalmente dos anos sessenta aos oitenta, pela proximidade à estação ferroviária da Luz e da antiga rodoviária, quadro que facilitava a distribuição dos rolos de filme. Inúmeros cineastas talentosos enriqueceram esse, que mesmo não chamado de movimento propriamente dito – seria mais adequado rotular de fenômeno – foi um reduto extremamente importante para diretores como Carlos “Carlão” Reichenbach, que concebeu o controverso “Lilian M:ConfissõesAmorosas (Relatório Confidencial)” de 1975 e Rogério Sganzerla, responsável pelo inovador “O Bandido da Luz Vermelha” de 1968.

Paralelamente ao chamado pela histórica de cinema marginal, marcado pelo realismo visceral, nascia o movimento do cinema novo, característico pelo traço de análise das desigualdades brasileiras, numa releitura das peculiaridades afetas a industrialização em contraposição à miséria nas regiões menos favorecidas. Uma fusão de política, regionalismo histórico, religião e folclore bem característicos do Brasil, em uma roupagem intelectualizada de forte inspiração na nouvelle vague francesa, o que Glauber Rocha definiu como “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.

De outro giro, com recorrentes temáticas eróticas, muitas vezes críticas em seu tom de cinema mais popular e comercial, foi objeto de tolhimento pela censura durante a ditadura militar. O próprio Reichenbach, muito pertinentemente ponderou o contraste do enlatado glamourizado típico do cinema americano e a realidade crua e incisiva dos roteiros da “boca”, no que, indevida e imprecisamente, se convencionou chamar de pornochanchada.

“Chanchada”, consoante apontado em linhas acima, como uma derivação das comédias, inclusive de forte inspiração no cinema italiano que adquiriu, não precipuamente, os contornos da sensualidade. Diante disso, a todos os subgêneros realizados na Rua do Triumpho, atribuía-se pejorativamente o prefixo “porno”, (porno terror, porno policial etc.). O falecido cineasta e jornalista Alfredo Sternheim, um dos últimos reis da boca do lixo, definiu muito bem em entrevistas, que existia uma diversidade para a qual a crítica não se atentava, no famoso “não vi e não gostei”, ponderando, ainda, que os cineastas não contavam com o mecenato generoso da Embrafilme.

Em sua festejada obra “Boca do Lixo – Cinema e Classes Populares”, Nuno Cesar  Abreu, (Editora Unicamp), relata:

 “A rejeição das elites ao cinema brasileiro (generalizado como pornochanchada) como sintoma de rejeição da realidade. A pornochanchada como pedagogia erótica, trazendo a “revolução sexual” para o universo popular, produzindo o maior fenômeno de bilheteria da história do cinema brasileiro”.

Como decorrência, cuidava-se de um cinema que se autossustentava, no qual os ganhos de um filme eram investidos na produção subsequente, tempo no qual fazer sucesso era lotar uma estreia no Cine Marabá, da Avenida Ipiranga com a São João. Um cinema popular, feito por brasileiros para o brasileiro.  Entre uma cerveja e outra no famoso Bar Soberano, um café e um cigarro, discutiam-se roteiros, possibilidade de colaboração, locações, distribuições das fitas e vendas de cotas. Em produções rápidas e sem orçamentos sofisticados, criava-se cinema sem grandes recursos; não amador, mas empregando inúmeros colaboradores amadores que se profissionalizaram na escola do dia a dia, ao lado de figuras já experimentadas. Evidentemente, inúmeros profissionais derivavam da televisão e teatro, contribuindo para uma tendência de filmaking em massa.

Estima-se que grande percentual da produção de cinema nos anos setenta teve origem na boca do lixo, que inclusive foi responsável por grandes sucessos históricos, como “Independência ou Morte”, e “O Pagador de Promessas”, único filme nacional a vencer a Palma de Ouro em Cannes, ambos emergindo do antigo quadrilátero do pecado, formado pelas ruas Aurora, Triumpho e Vitória. Já foi dito que José Mojica Marins era especialista em criar com pouco orçamento ou sem orçamento nenhum, demonstrando, novamente, o tom artesanal das fitas extremamente populares no eixo Rio – São Paulo, que lotavam as salas de cinema, concorrendo até mesmo com os títulos internacionais, traduzindo a realidade numa poética das ruas. Decerto, é uma das características da genialidade, a habilidade de criar com parcos recursos.

As pornochanchadas foram responsáveis por massificar a projeção de atores e diretores como David Cardoso, Sílvio de Abreu, Jean Garrett, Odyr Fraga, Cláudio Cunha, Antônio Ciambra, Alfredo Sternheim, além das musas, Nicole Puzzi, Helena Ramos, Débora Muniz Jussara Calmon, Zilda Mayo, Aldine Müller, Noelle Pine, entre outros nomes que marcaram uma geração. Destacam-se ainda as produtoras de Alfredo Palácios, Antônio Polo Gante e Augusto Cervantes.

É cediço que as posteriores produções de sexo explícito revelaram-se mais intensas no início da década de 80, fazendo com que grande parte do elenco e direção não migrasse para aquele novo estilo, que a partir de então passaram a dominar o quadro de distribuição, minando o jeito de fazer cinema da boca do lixo, intensamente caracterizado nos anos setenta, a partir da liberação de duas décadas de pornografia estrangeira represada. Diante da concorrência, foi o final da Boca.  Ainda nas palavras do professor Nuno Cesar Abreu:

“A potente entrada dos filmes estrangeiros de sexo explícito, num momento de esgotamento do modelo da pornochanchada, a desorganização do circuito exibidor, com a saída do distribuidor/exibidor da produção, e a desobediência das leis protecionistas aceleram a rápida decadência do cinema paulista de mercado, abalando os frágeis alicerces da Boca, sobretudo ao provocar divisões internas quanto à adesão ou não à produção de filmes de sexo explícito como forma de sobrevivência”

Apesar de indevidamente criticado, o cinema da Boca foi responsável pela popularização da sétima arte consumida pelos brasileiros, conforme mencionado, ao tratar da realidade e cotidiano, criando uma empatia entre público e elenco, um dos fatores inquestionáveis de seu sucesso, marcando uma segunda fase de procura do público pelo que é tipicamente nacional.

Nas últimas duas décadas, percebe-se um gradual renascimento do interesse do público brasileiro pelas nossas produções, seja a partir da redescobertas de títulos clássicos ou mesmo pelas fitas contemporâneas, que serviram como trampolim para alguns artistas em suas carreiras internacionais. Desse modo, tanto no que tange às grandes produções ou ao ramo independente, quando se escolhe um filme de nossa pátria, boas surpresas se descortinam.

 

 

 

 

 

 

 

 

 




Filme ‘A Volta’ é exibido em Sorocaba com a presença de elenco

Filme baseado em uma história do empresário Paulo Flávio de Melo Carvalho foi rodado inteiramente na cidade; longa-metragem tem roteiro e direção de Ronaldo Uzeda

Tuca Andrade

Antes mesmo de fazer a estreia nas salas de todo o país o longa-metragem ‘A Volta’ teve a primeira exibição em Sorocaba, na última segunda-feira (24). A estreia da produção, que foi integralmente filmada na cidade, contou com a presença de atores renomados como Tuca Andrada, André Ramiro, Roney Villela, Guga Coelho, Nando Cunha, Charles Paraventi e Yuri Ribeiro, que assumiram papéis no filme, além de diretores, profissionais envolvidos e convidados que prestigiaram o resultado final exibido na sala Macro XE Cinépolis no Shopping Iguatemi Esplanada, um dos maiores complexos de uso misto do interior de São Paulo.

O diretor do filme, Ronaldo Uzeda e Marcelo Brasil, diretor de fotografia

Além dos atores citados o longa tem ainda as atrizes, Guilhermina Guinle, Antonia Moraes, Nathália Rodrigues, entre outros atores, e foi inteiramente rodado em Sorocaba. A previsão de entrar no circuito nacional é para 2019.

Com roteiro e direção de Ronaldo Uzeda, o enredo mostra a história do engenheiro George (Tuca Andrada), que após perder sua esposa Bruna (Guilhermina Guinle) em um trágico roubo seguido de assassinato e ver sua neta Rebeca (Liv – na primeira fase – e Antonia Morais – na segunda fase) sendo sequestrada, anos depois, pelos assaltantes, sai em busca de justiça ao ver o caso ser arquivado pela polícia. O filme foi baseado em uma história do empresário Paulo Flávio de Melo Carvalho. A produção executiva é de Fabrício Coimbra.

Durante o lançamento Paulo Flávio agradeceu a toda equipe que contribuiu para a produção e demonstrou satisfação em trabalhar com o meio cinematográfico, ambiente que anteriormente não possuía contato. “Essa história foi concebida a mais de uma década e eu sempre tive vontade de colocar na tela. Foi quando encontrei o Ronaldo há dois anos e desde então estamos nessa trajetória”, contou o empresário que também ressaltou a importância das filmagens serem integralmente feitas na cidade do interior e a escolha dos melhores equipamentos com o auxílio do diretor de fotografia Marcelo Brasil. Na ocasião, Marcelo Brasil parabenizou Paulo Flávio pelo incentivo à arte.

A estratégia de produção do longa em Sorocaba deu ênfase no aspecto regional, privilegiando inicialmente o interior de São Paulo. “Eu já tinha muitos cenários definidos numa cidade fácil de ir e vir e ao mesmo tempo a decisão de projetá-la no cenário cinematográfico nacional”, comentou Paulo Flávio. Para o diretor Ronaldo Uzeda a cidade surpreendeu a todos. “Sorocaba é uma cidade especial. Eu não sabia. Foi prazeroso trabalhar aqui, as pessoas são mais atenciosas e dedicadas que em São Paulo, por exemplo. Embora situada a apenas uma hora de São Paulo, muda bastante, por ser menor é uma cidade acolhedora e muito rica em pessoas e estrutura. Exibir o filme aqui é gratificante porque foi um trabalho enorme e contamos com o apoio de muitas pessoas para viabilizar as filmagens na cidade”, comentou o diretor.

Produção inédita

Segundo Uzeda, os esforços foram grandes. “Em quinze meses conseguimos escrever uma estória original, roteirizar, produzir, filmar e agora estamos exibindo. Este prazo é inédito. Nunca se fez nada de qualidade em um prazo tão curto. E qualidade do nosso filme tem muita. Conteúdo, produção, direção de arte. A fotografia é excelente, feita por um dos melhores e mais famosos diretores de fotografia hoje em dia, o Marcelo Brasil”, comentou. A trilha do filme é assinada por Tavito Carvalho e Maurício Novaes.

O elenco reúne grandes talentos, um fato muito raro no cinema nacional. Segundo o diretor, em apenas um mês de filmagens foi possível reunir grandes atores nessa produção. “Deu um trabalho louco montar este cronograma de filmagens, onde os atores ficavam no triângulo Sorocaba/Rio e São Paulo, indo e vindo o tempo todo intercalando com novelas, teatro e outros projetos em andamento. Ninguém sabe disso, e só agora estou contando, mas administramos os maiores desafios com a finalidade de garantir a presença de tantos talentos reunidos neste filme”, frisou. Segundo Uzeda, a operação desse trabalho foi árdua. “Filmávamos de madrugada porque o Tuca Andrada tinha teatro em SP até 22h30. Até chegar a Sorocaba, comer, maquiar com caracterização e entrar no set de filmagens já eram quase duas horas da manhã. Quem está de fora não sabe e acha tudo muito confuso, mas são decisões artísticas e essenciais para se chegar a um resultado tão bom como o que alcançamos. Enfim, fazer cinema é um grande desafio e coisa para visionário que é apaixonado pelo que faz”, ressalta.

Contexto atual

Segundo Paulo Flávio, o filme traz um contexto muito atual da realidade e os últimos dois anos foram de muito trabalho. “O filme ficou melhor que a expectativa, um dos melhores filmes nacionais comparados a um bom filme americano”, comenta. De acordo ainda com ele, o cenário nacional hoje coincide 100% com essa história criada há tanto tempo. “Parece que foi feita justamente para o dia de hoje, deixando um recado que precisamos urgentemente de Justiça”, comenta.

Para o diretor a proposta sempre foi entretenimento. “Trata-se da estoria de um homem que se revolta com a impunidade e vai atrás de vingança. Dentro do contexto atual do país pode parecer um filme de cunho político ou partidário, mas garanto que é apenas um drama com ação e certo suspense. Exploramos muito os personagens e atores nos deram um excelente resultado”, comenta Uzeda.

Circuito comercial

Enquanto o longa-metragem não entra em circuito comercial – o que está em negociação -, a produção do filme acredita em projeções imediatas. “As expectativas são boas. Vivemos este ano os piores resultados de bilheteria de cinema da década. Copa do Mundo e eleições interferem bastante no equilíbrio do mercado de exibição. Então para próximo ano acredito que tenhamos melhores resultados e, consequentemente, maior interesse das distribuidoras em investir mais nos lançamentos do cinema nacional”, frisa.

Questionado sobre a mensagem da longa, o diretor revela: “O filme é uma obra aberta, você terá varias interpretações. Eu tenho a minha, mas prefiro não interferir nas opiniões de cada espectador. O objetivo é entretenimento e diversão”, conclui.

Serviço:

Exibição : A Volta

Local: Sala Macro XE – Cinépolis Iguatemi Esplanada – Terraço, ALA SUL

Horário: 21h (sessão exclusiva para convidados)

Endereço: Ala Sul: Av. Gisele Constantino, 1850 – Parque Bela Vista – Votorantim

Endereço: Ala Norte: Av. Izoraida Marques Peres, 401 – Altos do Campolim – Sorocaba

Informações: (15) 3219.9900 / www.iguatemiesplanada.com.br /

CRÉDITO DAS FOTOS: MIGUEL PESSOA 

FOTOS CENAS DO FILME : JOÃO NAVES 

 

Informações para imprensa:

Texto: Simone Sanches. Colaborou: Évelyn Azevedo

Jornalista responsável: Simone Sanches

S8 Comunicação Integrada

(15) 997292925

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simone@s8comunicacaointegrada.com.br

 




Sesc Sorocaba apresenta, dia 13 de março (terça-feira), às 19h, no projeto CineCafé 'A moça do calendário'

Cinecafé apresenta em março, no Sesc Sorocaba, diversos filmes nacionais contemporâneos dirigidos por diretoras brasileiras

 

Cinecafé apresenta em março, no Sesc Sorocaba, diversos filmes nacionais contemporâneos dirigidos por diretoras brasileiras. A proposta faz parte do projeto “Mulheria”, que contempla, ao longo do mês de março, ações que trazem o protagonismo feminino nas mais variadas linguagens em que o Sesc atua, com o objetivo de promover o empoderamento de meninas e mulheres, sejam elas cisgênero ou trangênero. Todas as exibições de filmes acontecem sempre às terças, no Teatro da unidade, às 19h.

No dia 13, a exibição é do filme “A Moça do Calendário” (direção: Helena Ignez. Brasil, 2017, 86 min.). Ele conta a história do quarentão Inácio, que sem emprego fixo, trabalha como dublê de dançarino à noite e mecânico durante o dia. Quando não está nas pistas ou operando veículos, seus pensamentos se fixam em um relacionamento platônico com a bela garota que estampa o calendário da oficina.

Não permitido ou recomendado para menores de 14 anos

13/03, às 19h

Retirada de ingressos com 1h de antecedência na Central de Atendimento

Gratuito

Sesc Sorocaba – Rua Barão de Piratininga, 555 – Jardim Faculdade

(15) 3332 9933

www.sescsp.org.br/sorocaba