Artigo de Sônyah Moreira: 'Regalias Vitalicias' (coluna do leitor)
Sônyah Moreira: ‘Regalias vitalicias’
O que vemos nesses dias tão tumultuados é uma doença contagiosa se espalhar entre aqueles que foram presenteados com um emprego e um salário digno de pessoas de alto nível intelectual, gestores de multinacional, pessoas que trabalham no mínimo 12 horas por dia, quando não mais.
A doença é a “Síndrome de imortal”, essas pessoas esquecem que são seres mortais, pessoas comuns, passíveis de erros, sentem-se intocáveis. Na antiga Roma, existiu um imperador chamado Cesar, sempre tinha um escravo acompanhando-o para lembrar a ele ser mortal, será, que o Brasil gastando bilhões com jatinhos, secretários, assessores, e diversos serviços que não cabe colocarmos aqui, visto a vergonha que poderia causar a quem ler! Será teria ainda fôlego pra essa despesa? Poderíamos colocar na Constituição mais essa emenda, mesmo por que, existem tantas que mais uma não faria a menor diferença, nem ao país e muito menos aos nossos bolsos.
Essas pessoas entram nos serviços públicos, seja por pleito eleitoral, concurso que parecem mais jogo com cartas marcadas, ou mesmo por nomeação a cargos “pseudo” de confiança, e começam a se contagiar com a síndrome. Vejam o senado e câmara dos deputados, começa o expediente ás terças e termina ás quintas-feiras, ou seja, apenas três dias na semana, os concursados também têm sua jornada de trabalho bem menor que a maioria dos cidadãos, sim! Esses mesmo que lhe pagam o salário, e tem ainda um detalhe importantíssimo, não podem ser demitidos, é vitalício. E a aposentadoria, essa é melhor ainda, integral, sem essa de fator “Prejudiciário”, não escrevi errado não, inventei um verbete, pois deriva de “prejudicial”, para o mero contribuinte é claro, o monstro chamado “fator previdenciário”, porém, nossos funcionários públicos nem se preocupem, não há esse tipo de conta a ser feita. Nossos senadores gozam aposentadoria após três mandatos, ou seja, 24 anos apenas, e com salário também integral, bom, com todas essas regalias, há de se entender o porquê, de se acharem seres superiores.
Voltando ao nosso tema, perceba a próxima ida a algum órgão público, atente-se para os avisos nas paredes, alertando para que o contribuinte não desacate o funcionário, sob pena de prisão, sim, eles se valem do corporativismo arraigado existente em nosso país para intimidar os meros mortais, que na verdade são os patrões. Não estou justificando nenhum ato de falta de educação, e que por inúmeras vezes o atendimento é tão precário, que algumas pessoas estouram os ânimos, extrapolam os limites, nesse caso a lei existe e funciona muito bem, portanto, mudemos o rumo da prosa! Vamos adiante a nosso tema.
Partindo do princípio, “todos são iguais perante a lei”, nos choca ver pessoas comuns, querendo fórum privilegiado, se fazendo de vitima, dizendo-se perseguidos pelas instituições. Ora essa, que discurso as avessas é esse? Uma doença nefasta que acomete certos políticos profissionais e funcionários públicos, que vivem nos palanques da vida, como a um justiceiro com espada em riste, e quando a coisa é com sua pessoa, ou seus familiares a musica desagrada? Que massada diria meu avô! E a carteirada, sim, você foi, porém, quer continuar sendo, exigem regalias antes, durante e depois de ocuparem certos cargos, é a diferença do “ser” e do “estar” em alguma posição é constantemente esquecida por algumas pessoas.
Digamos em alto e bom som a esses senhores que nada é eterno, que grandes líderes, grandes figuras, ilustres barões, imperadores e seus imensos impérios, todos sem exceção, um dia findaram , querendo ou não serão iguais a todos, senão pela “Magna Carta” de um país, mas pela lei imutável da natureza. A todos sem nenhuma distinção ou insígnia e nenhum fórum privilegiado, será feita a justiça e esta pode tardar, porém não falha! Creio que teoricamente falando, em outra dimensão seremos todos igualmente… mortais!
Sônyah Moreira