Relise da Prefeitura de Itapetininga enaltece visita do escritor e colunista do ROL Elcio Mário Pinto
Caravana Literária de incentivo à leitura na EMEF Prof. Adalberto Christo das Dores
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Rica em simpatia, beleza, competência e, principalmente, cultura, Cíntia Croco é a mais nova ‘descoberta’ do editor Sergio Diniz, especialista na descoberta de talentos culturais para o nosso jornal. Ela é bacharelada e graduada pela UNISO – Universidade de Sorocaba em administração de empresas. É psicanalista formada pela College Baptist Church in Brazil e doutora honoris causa em Hipnose Clínica. E é também mestre em Hipnose Clinica Cromoterapia, Terapeuta Sexual e Psicoterapia Holística, além de possuir também o título de ‘Mestre da Mente’ entregue pelo próprio príncipe Gabriel Dias, da Soberana Casa Real e Imperial Dias e presidente da COBLAC (Corte Brasileira de Letras, Artes e Ciências). Cintia Croco é proprietária do ‘Espaço Croco Terapias e Treinamentos’, possuindo mais de 20 certificações nacionais e internacionais de reconhecimentos por seu trabalho.É treinadora de Alto Desempenho e instrutora nacional de Hipnose. Possui habilitação terapêutica na ABRATH CRTH sob número 2716 e registro de Psicanálise CPP /SP número 10.036. Cíntia Croco é Embaixadora da Paz e diplomata da Corte Brasileira de Artes, Letras e Ciências e condessa da Casa Real Imperial Dias. Tem um programa na Rádio Antena Hits, chamado ‘Hipnose em Foco’ e é proprietária da Revista Hipnose em Foco. A nova colunista, que veio enriquecer ainda mais o nosso já prestigiadíssimo time de colunistas, vai premiar nossos leitores com matérias periódicas de alto interesse e conteúdo. Seja muito bem-vinda, Cíntia! (Helio Rubens, editor)
Abaixo, a primeira contribuição dela:
HIPNOSE EM FOCO
Com a Master em Hipnose Clínica Cíntia Croco
Você vai entrar agora nesse mundo mágico da hipnose! Está preparado?
3…2…1….. durma
Mundo Mágico? É verdadeiro? Falso? É tudo combinado? Existe mesmo? Ah, eu não acredito!
Então, vamos lá! Boa leitura e não durma!!!!
O que é hipnose?
A hipnose pode ser definida como um estado alterado de consciência ou percepção; não é magia, é real e para poder ser hipnotizado VOCÊ precisa permitir.
Ninguém fica preso no transe, o hipnotizado possui total controle sobre a sua mente e seu inconsciente. O transe, na verdade, é apenas um estado em que o paciente tem uma elevação de consciência através de um relaxamento induzido pelo hipnoterapeuta e passa a ignorar determinados estímulos externos para poder, com o senso critico rebaixado, aceitar sugestões para ressignificar suas queixas.
A hipnose é uma ferramenta interessante para tratar uma série de distúrbios que incluem um componente mental ou emocional. Estudos recentes revelam que não há nada de mágico na hipnose: ela utiliza estados fisiológicos totalmente normais do cérebro para alcançar seus efeitos.
Um dos primeiros reconhecimentos abrangentes do potencial cientificamente comprovado da técnica veio em 1996, quando o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (principal órgão de pesquisa médica do país) reconheceu sua eficácia para aliviar a dor em doenças crônicas, como o câncer.
A hipnoterapia pode auxiliar com distúrbios da ansiedade, depressão, fobias, várias formas de dor, além dos que lutam contra a hipertensão, asma, vícios e obesidade.
Que tal experimentar a auto-hipnose?
1º Passo
Vá para um lugar bem silencioso (ou coloque fones de ouvido tocando uma trilha sonora bem suave). Sente-se da forma mais confortável possível, inspire profundamente pelo nariz e solte pela boca 3 vezes.
2º Imagine
Agora imagine que você está dentro de um barquinho, num lago bem tranquilo. Sinta como o barquinho balança devagar e agradavelmente. Para frente, para a direita, para trás, para a esquerda…
3º Sinta
Toda musculatura do seu corpo relaxando, começando do topo da cabeça até as pontas dos dedos dos pés, permita que toda tensão e negatividade vá “saindo” a cada respiração
4º Induza
A esta altura, você deve estar respirando bem devagar e sentindo um relaxamento profundo. Parabéns! É o estado de indução hipnótica. Agora, mentalize algum objetivo que deseja alcançar, um objetivo simples
5º Desperte
Conte mentalmente de 1 a 5 e somente no 5 abra os olhos sentindo-se muito bem, revigorado e cheio de energia.
A hipnose é uma ferramenta poderosa e o pior que pode acontecer é ela não funcionar com você. Mas, calma… você é pelo menos um pouquinho hipnotizável, não é? Relaxe, feche os olhos, respire mais uma vez, a qualquer momento, que não agora, você poderá se permitir a sentir o benéfico da hipnose em sua vida…
1…2…3 … Espero que tenha gostado.
Revista Hipnose em foco
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É com grande satisfação que apresento o amigo Jairo Valio aos leitores do nosso jornal. Conheço- há bastante tempo, mas só agora, graças ao empenho do editor Sergio Diniz, estou tendo a oportunidade de apresentá-lo como colunista do ROL. Jairo Valio nasceu na vizinha cidade de Pilar do Sul, mas foi para Sorocaba com apenas 14 anos, onde formou-se Técnico em Contabilidade. Trabalhou em diversas Instituições Financeiras durante 38 anos como Gerente, tendo aposentado no Banco Safra S/A. É membro efetivo da Academia Sorocaba de Letras, ocupando a cadeira n. 14 e da Academia Poçoense de Letras e Artes de Poções, Bahia, ocupando a cadeira n. 25. Escritor, pesquisador e poeta, é autor do livro ‘Nascente das Águas’, livro auto-biográfico e histórico, contando a história da cidade onde nasceu, e de Sorocaba. Participou de 2 edições da coletânea ‘Roda Mundo’, da coletânea ‘Um Olhar sobre Sorocaba’; de 4 edições da coletânea do Sorocult e 04 do Sorocultinho, livrinhos de literatura infantil. Faz parte do Grupo Literário Coesão Poética, do site literário Recanto das Letras e tem uma página no Facebook com o título “Vovô Poeta” com muitas postagens de poesias de amor. É membro fundador do Clana- Clube Literário e Artístico Nascente das Águas de sua cidade natal. Escreveu crônicas em jornais de Sorocaba e Pilar do Sul. Trabalha em projetos sociais como voluntário na Pastoral do Menor e no Lar São Vicente de Paulo. Por sua atuação em projetos sociais, foi agraciado em 21-06-2002 com o título de Cidadão Sorocabano, conferido pela Câmara Municipal de Sorocaba, do qual muito se orgulha. Abaixo, e para satisfação literária dos leitores, a primeira a participação dele, agora como colunista, com o poema ‘Teus Olhos’, poema esse escrito como uma homenagem a sua esposa, Ondina Rosa Valio, que, em vida, doou suas córneas para o Banco de Olhos de Sorocaba, o qual, como gratidão, utilizou o poema de Jairo na campanha que promoveu na época. (Helio Rubens, editor).
TEUS OLHOS
Um dia, distante,
trocamos olhares,
tímidos, furtivos,
apaixonados depois.
Casados,
frutos vieram,
de feliz união,
e os olhares,
ainda doces,
meigos se tornaram,
na condição de mãe,
ao amamentar seus filhos.
E depois,
de um fruto do amor,
netinhos vieram,
temperos gostosos,
dádivas de Deus,
e mesmo assim,
os seus olhares,
mais divididos,
muito sobravam,
para quem escolhestes.
no entanto,
na doença,
no sofrimento e na dor,
os teus olhos,
esmaecidos e tristes,
quase sem brilho,
foram se indo,
e no seu findar,
para meu desespero,
se fecharam,
sem antes me ver.
No entanto,
suas córneas,
peregrinas,
em outros olhos,
não sei onde,
se perto ou longe,
brilham de novo,
e um dia,
também vão trocar,
olhares furtivos,
tímidos, em princípio,
apaixonados depois,
assim como,
um dia distante,
também nós fizemos.
Jairo Valio – 26/04/2006
Existem memórias que se eternizam em nós, de uma tal forma , que podemos dizer que integram o nosso próprio código genético.
Acredito mesmo que as nossas experiências de vida, nossos sentimentos e todas as sensações humanas, vão sendo entalhadas, como pequenas peças de um intrincado quebra-cabeça, e agregadas delicadamente em nossa alma.
E, durante nossa existência, a combinação dessas peças vai construindo uma estrutura de identificação personalíssima.
Cada ser, entretanto, vendo com os olhos que pode ter, combina as pequenas peças de acordo com a sua capacidade de entendimento do todo, partindo da compreensão de si mesmo.
Os mistérios existem e não é dado ao homem conhecê-los e a nenhuma fórmula científica decifrá-los.
Almas entrelaçam suas vidas, umas nas outras, nos mais variados formatos, com elos passionais próprios da natureza humana.
Encontros sucedidos de desencontros mal sucedidos, por obra do destino zombeteiro, imperador da lei do tempo e soberano das próprias vontades.
O elo do amor, vencendo a tirania do tempo, se mostra agora forte e poderoso para, finalmente, cumprir sua missão de resgatar o encontro daquelas almas até então separadas apenas por um olhar.
Elas não se viram até então. E, por décadas, sempre estiveram lado a lado, nos mais variados contextos da existência.
Mas não importa por quanto tempo as almas, então vizinhas, se perderam uma da outra, porque o aqui e o agora é o seu melhor presente, verdadeira dádiva da conspiração dos enigmas do universo.
E no presente, ideal ou não para o encontro dessas almas , não importa, é o palco onde está se apresentando, de forma inédita, toda a magia da vida, todo o encantamento.
Privadas há tanto tempo da comunhão, estão agora ansiosas para não mais se perderem, criando assim momentos únicos para se eternizarem entre si, para se gravarem um no outro de forma que nada possa apagar.
Nunca mais essas almas serão as mesmas de antes diante da magnitude desse encontro promovido pelos ecos sussurrados das profundezas insondáveis do cosmos.
Não serão as mesmas, serão muito melhores, adicionadas que estão por essa experiência única e sublime de amor que, então, simplesmente decidiram por viver e compartilhar intensamente.
Apenas a certeza do sentimento que pulsa presente importa, já que o hoje é a eternidade para essas almas, que se misturam e se combinam apaixonadamente, e se fundem no encaixe perfeito do jogo do destino.
Inspiração poética de 25/09/2017
Cláudia Carvalho –
Recebi um convite, e ao mesmo tempo um desafio, do meu caríssimo amigo Helio Rubens, para escrever no Jornal ROL. O Helio faz parte de uma galeria de personagens que um dia estará em um livro que escreverei. Já tem até título: “Dos amigos que fiz para os livros que pesquisei”. Foram poucos os livros, mas preciosos os amigos…
Um dos livros foi o “Marquês de Paraná”. Em verdade um exercício de História do Brasil, particularmente da primeira metade do século XIX, quando tudo o que pesquisei sobre o personagem, aconteceu.
Neste período, nosso país se fez independente, trocou de Imperador, experimentou um pouco da República (em meio ao período das Regências), e conheceu crises, golpes, revoluções e todo tipo de problema político que sempre foi uma característica nossa, assim como as jabuticabas…
Quer um exemplo ? Simples ! Qual é hoje uma das grandes questões a ser sempre aventadas como panaceia e solução a nossa política ? Dirão alguns: o voto distrital !
Você sabia que ele já existiu ? Lá no Império, aos tempos de D. Pedro II. Teve um grande responsável para isto, Honório Hermeto Carneiro Leão (1801-1856) – o marquês de Paraná.
Honório (para simplificar e como seu biógrafo “me” autorizo) era um mineiro de Jacuí (MG) que foi tudo neste país. Pobre, conseguiu estudar em Coimbra (uma aparente contradição), diplomando-se em Direito. Como “juiz de Fora” começou sua carreira em São Sebastião (SP) – quase chegou ao “Supremo” de então – mas, ali não esquentou banco, e logo sairia eleito deputado para uma legislatura importante, aquela que daria alma a um período de grandes inquietações – a abdicação de D. Pedro I.
Era “bico duro”, e logo o denominaram como “vice-Rei”. Fez fortuna na política (de obscuro deputado foi ministro da Justiça aos 32 anos, presidente das províncias do Rio de Janeiro e Pernambuco, duas vezes presidente do Conselho de Ministros, Senador, membro do Conselho de Estado e ministro Plenipotenciário no Uruguai) e na vida (fazendeiro e cafeicultor e proprietário da Fazenda Lordello em Além Paraíba – MG), em 25 anos saiu da pobreza (iniciando como alferes em Ouro Preto – MG) até a presidência do Conselho de Ministros, ou seja, acima dele somente D. Pedro II (o Pedro “Banana” como os críticos o tratavam).
Pior, em meio ao período da Conciliação (1854-1856), quando presidente do Conselho de Ministros, em uma Câmara que sabidamente entendia que esta nova forma de política a prejudicaria, conseguiu passar a “Lei dos Círculos”, hoje chamada de… voto distrital. Pois sim, nunca prestamos atenção em nossa história e desta forma repetimos erros…
Quer saber o que aconteceu ?
Claro, em se tratando de Brasil, a Lei dos Círculos somente vingou em UMA eleição, pois Honório morreu pouco antes das eleições acontecerem, e logo na eleição seguinte a legislação foi desvirtuada, e ao invés de um deputado por círculo entrariam três, com beneplácito do próprio Imperador, afinal, você já percebeu quantas vezes nós já mudamos nosso Código Eleitoral ?
Honório sabia disso, pois não queria a concentração de poderes em uma só classe, algo que o voto em listas (a regra de então) sempre trazia e aprovou a lei de 19 de setembro de 1855. Havia “um outro lado” o voto em círculos seria um potencial responsável pelo decréscimo de qualidade dos políticos eleitos. Porém, esta é outra história e que ficará para outro dia…
Eduardo César Werneck
Especialista, Mestre e Doutor em Ortodontia
Acadêmico Titular da Academia Brasileira de Odontologia
Presidente da Academia Cruzeirense de Letras e Artes
Autor de vários livros, e dentre eles: “Cruzeiro – estrela ou cometa”, “Marquês de Paraná”, “Football and dreams”.
É sempre com grande prazer que apresento aos leitores um novo colunista, pois eles são ‘escolhidos a dedo’ e só aceitos se apresentarem condições culturais e técnicas semelhantes aos demais. Mas este caso destaco com especial gosto, por tratar-se do primeiro colunista que aceitou ser colaborador do ROL e que mora no Exterior. É o caso do Edweine Loureiro, brasileiro da Amazônia que emigrou para a Terra do Sol nascente em 2001 e que aceitou o convite feito a ele pelo Editor Sergio Diniz da Costa.
Nascido em 20 de setembro de 1975, Edweine é advogado e professor de idiomas. Já foi premiado em concursos literários no Brasil e em Portugal, e é autor dos livros ‘Sonhador Sim Senhor!’ (2000), ‘Clandestinos’ (2011), ‘Em Curto Espaço’ (2012), ‘No mínimo, o Infinito’ (2013) e ‘Filho da Floresta’ (2015), os dois últimos vencedores, respectivamente, dos Prêmios Orígenes Lessa e Vicente de Carvalho da União Brasileira de Escritores – RJ (UBE-RJ), em 2016.
Em julho de 2017, tornou-se colunista do Correio do Porto (Portugal) e, em agosto de 2017, obteve o 1º,2º e 3º lugares, na Categoria Crônica, além do 3º lugar em Poesia, no Concurso Literário Nacional ‘Prof, Armando Oliveira Lima’ 2017 (Sorocaba-SP). Torna-se agora colunista do ROL. Leia agora a primeira de suas contribuições.
Seja bem-vindo, Edweine! (Helio Rubens, editor)
Trinta de junho de 2002:
Tomamos o trem-bala, de Osaka à Shin-Yokohama, ainda pela manhã. O jogo começava somente às 19h, mas, quanto antes estivéssemos próximos ao estádio, melhor. Muitos de meus colegas preferiram viajar de ônibus na noite anterior. Eu não: queria estar com as energias poupadas para aquele que seria um dia muito especial a este apaixonado por futebol: minha primeira final de Copa do Mundo. E o confronto marcado não poderia ser melhor: Brasil e Alemanha… na ocasião, sete títulos mundiais em campo.
E, quando cheguei em frente ao Estádio, a festa brasileira já havia começado. Um verdadeiro carnaval fora de época, que atraía a atenção até dos adversários (um casal de alemães, inclusive, arriscou alguns passos). Quanto a este escriba, também entrei no samba, ainda que desajeitado. E, quando o colega do pandeiro pediu-me para puxar um samba-enredo, arrisquei o da Mangueira de 1986. Infelizmente, ninguém se lembrava da letra… E, contrariado, perguntando-me se acaso eu não era brasileiro, o mesmo tocador do pandeiro deu início a um pagode, digamos, bem mais ao gosto da roda. E, assim, todos caíram na folia.
Até que, enfim, a esperada “três da tarde” chegou! Hora do espetáculo.
Posicionei os cartazes para serem filmados com mensagem para os familiares no Brasil; enquanto pedia a um amigo para que me tirasse o maior número de fotos possível.
E, quando o telão iluminou-se para apresentar-nos uma retrospectiva das Copas, confesso que um outro filme, paralelo, começou a ser exibido em minha cabeça: a de um franzino garoto, que, num bairro pobre de Manaus, assistia pela tevê, ao lado da família, à sua primeira partida de Copa do Mundo, numa tarde de 1982… Logo aquela: em que um impiedoso Paolo Rossi acabaria com o sonho canarinho.
Pois é. Mas, naquela noite de trinta de junho de 2002, tínhamos Ronaldo. E, com ele, a tristeza brasileira não entraria em campo…
Aliás, o restante desta história é conhecida. Uma história gloriosa ― contada aos céus por cinco estrelas.
Crônica que obteve 1º Lugar no 13º Concurso Literário Professor Armando Oliveira Lima (Sorocaba-SP).
Confesso divertir-me quando leio, nas redes sociais, mensagens de amigos chamando-me, carinhosamente, de “japonês”. Não que a denominação seja totalmente descabida. Afinal, “com esses olhinhos puxados” e morando há mais de uma década na Terra do Sol Nascente, é perfeitamente natural que aqueles que não me conheçam pessoalmente ― ou a respeito de minhas origens ― concluam que sou um descendente do povo nipônico.
Tenho, claro, grande amor pelo Japão ― caso contrário, não estaria aqui há tanto tempo ―; mas o fato é que não possuo laços sanguíneos com o país. Sou, simplesmente, um manauense (ainda que eu prefira o termo não dicionarizado de “manauara”), e, como muitos de minha terra, uma mistura de indígenas ― mais precisamente oriundos da tribo dos Ticunas ― e portugueses. Os “olhinhos puxados”, portanto, advêm de minhas raízes caboclas.
A respeito do Japão, aliás, meu conhecimento era quase nulo antes de 2001: para que tenham uma ideia, jamais havia ido sequer até o bairro onde se localiza a colônia japonesa de Manaus. Porém tudo mudou quando, naquele ano, ao conquistar uma bolsa oferecida pelo governo japonês, decidi cruzar os oceanos para fazer minha pós-graduação. Tinha, confesso, o plano inicial de ficar apenas para o Mestrado, mas um “cupido de quimono” acertou-me em cheio o coração. Resumo da ópera (ou, neste caso, do kabuki): casei-me com uma colega de Mestrado ― esta, sim, japonesa ― e aqui estou desde então.
Natural, pois, como citei no início desta crônica, que, estando há mais de uma década em solo japonês, eu esteja gradualmente perdendo minha identidade tupiniquim aos olhos de meus compatriotas.
Porém, ao invés de irritar-me com os estereótipos, prefiro embarcar na brincadeira. Digamos, pois, que sou um “nipo-caboclo” ou “um caboclo japonês”. Isso se não preferirem chamar-me simplesmente de “um caboclo no Japão”― o que seria uma descrição mais exata de minha história de vida. Pois, sim, este sou eu: alguém que ama o país que o adotou, sem se esquecer de onde veio. Alguém que acredita piamente que é esta mistura de raças e culturas que faz o mundo mais fascinante: sem fronteiras e, consequentemente, tão mais irmanado.
Uma deliciosa diversidade que faz até mesmo um país como o Japão ― tão padronizado sob a ótica ocidental ― tornar-se um pouco mais caboclo.
Crônica que obteve 2º Lugar no 13º Concurso Literário Professor Armando Oliveira Lima (Sorocaba-SP).
Todo cinéfilo tem um sonho: realizar ou participar de um filme. Talvez isso ocorra em virtude de um fascínio em especial que a Sétima Arte exerce sobre a vaidade humana: o da eternidade. Em outras palavras, saber que o próprio nome, não importe quantos anos se passem, ainda estará nos créditos finais de uma determinada obra cinematográfica; para que possamos contar a quem tiver paciência para nos ouvir: Eu estou lá! Veja: o meu nome nos créditos!
Fascínio este, aliás, que é próprio de todos que resolvem arriscar-se na corda bamba que é a vida artística: pois mente quem, nesta área, não deseja os aplausos ― o reconhecimento pelo trabalho (bem ou mal) realizado. Que digamos nós, os escritores!
Bom, mas voltando à questão do filme. Em 2005, eu estava trabalhando numa empresa de recrutamento em Tóquio, quando recebi um convite inusitado de um empresário japonês que visitava nosso escritório: o de tentar uma “ponta” em um filme que ele estava produzindo. Explico: o filme necessitava de atores com perfis latinos para os papéis de gângsteres, e ele perguntou-me se eu gostaria de tentar… por diversão. Não pensei duas vezes e perguntei-lhe quando era o teste. De tal modo que, no domingo seguinte, lá estava eu nos estúdios da TOHO (a mesma produtora responsável por Godzilla), para tentar, pela primeira vez, a sorte no cinema. Concorrendo ao papel, estavam comigo: um mexicano e um boliviano.
No meio das filmagens, o diretor nos chama e orienta (em Inglês): Não precisa falar nada; basta fazer uma “cara de mau”. E, olhando para mim: Você, primeiro! Naquela hora, buscando a perfeição, veio-me logo a ideia: Gângster? Tentarei então o mesmo olhar frio de Michael Corleone.
E arrisquei o tal olhar “siciliano”. Mas, para minha decepção, naquele momento, o diretor começou a rir, dizendo: Não, não… você tem o rosto muito gentil (“yasashii” foi a palavra correspondente em japonês que ele usou). ― E arrematou: ― Desculpe, mas você está fora!
Foi um golpe em meu coração cinéfilo. E, naquele dia, confesso, voltei para casa inconsolável! Pois se eu não tinha cara de gângster sequer para ser extra num filme, como poderia bancar o vilão, quando necessário, na vida?
E, suspirando, ajeitei o emoldurado diploma de Direito ― que estava torto na parede.
Crônica que obteve 3º Lugar no 13º Concurso Literário Professor Armando Oliveira Lima (Sorocaba-SP).
Página para contato: https://www.facebook.com/edweine.loureiro
É com grande prazer que informo aos nossos leitores que passamos a contar com a colaboração do jornalista Hélio Porto, uma referência na imprensa regional: antigo lutador pela liberdade de imprensa e profissional da mais alta categoria. Ele nasceu em Itapetininga, mas logo aos 5 anos de idade mudou-se para a vizinha cidade de Itararé. Experiente radialista e jornalista com conhecida atuação em rádio, jornal e televisão, dirigiu as emissoras de Itararé por mais de uma vez; atuou em todas as emissoras AM de Ponta Grossa (5); teve destaque na Radio Clube Paranaense com o programa ‘Linha Sertaneja do Paraná’, com repercussão nacional. O colega Helio Porto revolucionou dirigindo a Rádio Tapajós, de Curitiba, hoje propriedade de Carlos Massa, o famoso ‘Ratinho’ e teve seu nome ligado a emissoras de três estados, em mais de 15 cidades. Foi pioneiro na direção de dois jornais diários de Itapeva e é editor e mantenedor da revista ‘A Minúscula’, há 25 anos. Atua na imprensa escrita há mais de 30 anos em diversos semanários famosos. Na televisão teve programas diários na TV Esplanada e Vila Velha, de Ponta Grossa; atuou na SPTV de Itapetininga e nas TV Iguaçu, Paraná e Paranaense, de Curitiba. Tem largo currículo em assessorias de imprensa e destacou-se como professor quando atuou no Colégio Comercial de Sengés e na Rede Palotti de Ponta Grossa e Curitiba. É experiente em marketing tendo sido contratado pelas maiores empresas do Brasil. Como radialista tem uma personalidade corajosa e polemica. Seja bem vindo, grande Hélio Porto! (Helio Rubens, editor)