José Coutinho de Oliveira: 'Novas vocações'

José Coutinho de Oliveira: ‘Novas vocações’

          Ao lado das duas mudanças que julgamos serem necessárias, ou seja, a alteração do artigo 19/I da Constituição Federal e a recertificação superior plena aos autodidatas, chamada de exame de proficiência temos no horizonte uma nova modalidade vida religiosa, a temporária. A rigor como sabemos houve um tempo em que as duas únicas vocações que existiam eram a sacerdotal e a religiosa permanente. Nessa nova modalidade o que de inalterável permanece é o voto de obediência pois os de castidade e o de pobreza são diferentes. O primeiro é assumido de forma temporária, revogável e renovável. Nessa nova modalidade de vida religiosa nunca se faz voto perpétuo. Ela não pode ser assim ser chamada de uma ordem pois é presidida pelos bispos auxiliados pelos comunarcas, antigos abades ou abadessas ou arquimandritas entre os ortodoxos. Devemos chamá-la então de congregação. São fazenda experimentais providas de tudo o que for necessário para se nelas produzir, cultivar ou beneficiar sem falar é claro, da tradicional formação teórica. Nelas também se acolhe religiosos que porventura queiram migrar de suas ordens.

José Coutinho de Oliveira



José Coutinho de Oliveira: 'Pró parlamentarismo'

José Coutinho de Oliveira: ‘Pró parlamentarismo’

 Acabei de ler o famoso catecismo do parlamentarismo escrito por Raul Pilla escrito em 1949 e reeditado em 1987 com prefácio de Paulo Brossard. Essa reedição certamente foi possível com o auspício da Funcep – Fundação Centro de Formação do Servidor Público.
Os dois nomes citados pertenciam ao Partido Libertador que lutava pelo parlamentarismo. Hoje vemos que Raul Pilla realmente conhecia bem o regime que defendia.
Nesse catecismo encontramos algumas características do parlamentarismo que atualiza bem o debate sobre o assunto. Ele defende na página 22 que as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo são de tal forma diferentes, que não são desempenhadas satisfatoriamente pela mesma pessoa. Na página 25 ele muito elogia o parlamentarismo por nele serem mais frequentes as reuniões. Na página 33 o catequizador fala que quando o gabinete pratica algo reprovável ou deixa de praticar um ato útil ou necessário, pode, com uma iniciativa de um membro do parlamento, ser interpelado, ou seja, ser convocado numa audiência. Na mesma página o autor lembra que se na interpelação a responsabilidade recair sobre um só ministro, poderá ocorrer o que ele chama de “remodelação ministerial”. Chegando-se na página 38 veremos que o autor já não considerava o modelo francês de parlamentarista, hoje, a rigor, conhecido por semipresidencialismo. Na página 42 o autor defende também que o modelo monárquico brasileiro também não era parlamentarista mas igualmente semipresidencialista.
Defendemos todavia que havia sim, subdivisão de funções. Na página 43 então podemos nos perguntar como se comporta a administração entre a queda de um gabinete e a eleição de um novo. Defendemos que nesse caso, interinamente, exerça a chefia do governo o presidente da Câmara embora o mesmo catequizador já previsse que nesses casos, o Chefe de Estado solicita aos ministros que permaneçam em seus postos até a organização de um novo gabinete. Na página 50 vemos enfim que inexiste um governo parlamentarista estável cuja estabilidade provenha de um ato de força, mas sempre da rotina democrática.
José Coutinho de Oliveira



José Coutinho de Oliveira: 'Demandas'

José Coutinho de Oliveira: ‘Demandas’

No âmbito civil vemos ser possível implementarmos algumas inovações: a 1a. a legislatocracia, parlamentarismo ou pariatocracia e a 2a. a pró proficiência para se obter o grau de nível superior. Acreditamos ser o parlamentarismo mais dinâmico pois tem um mecanismo renovador chamado de “recall” ( poder revogador) onde um e outro poder pode interromper o mandato das demais instâncias e renovar o comando. O parlamento por exemplo, pode, quando o 1º Ministro vai contra as orientações partidárias substituí-lo por outro; acredito também que a mudança é automática quando a base parlamentar migra para outra agremiação. O Chefe de Estado, a pedido do premier, pode, também, decretar a dissolução do parlamento e convocar novas eleições. Quando o parlamento não quer mais a manutenção de determinado premier assim o faz através da moção de censura ou voto de desconfiança; a primeira denominação surgiu na mesma Inglaterra quando os Estados Unidos ainda era colônia. Precisamos nos informar mais sobre o parlamentarismo através do movimento parlamentarista brasileiro. A 2a. inovação a ser ainda conquistada é a obtenção do pró proficiência, ou seja, a possibilidade de se obter o grau superior sem ter frequentado as escolas. Na atual legislação da educação podemos encontrar filosofia no artigo 58 da LDB depois das inovações trazidas em 2013 que contemplou então encaminhamento diferenciado aos alunos de altas habilidades. Chamo a proficiência de contemplação das habilidades concentradas, dentro da filosofia “mais em menos” mais conhecimento em menos tempo, que, pode ser obtida através do autodidatismo, aliado, hoje em dia, ao ensino ead. Tudo indica que tal filosofia se inicia com a titulação de doutores aos de notório saber, ou seja, aqueles que adquiriram conhecimento suficiente no dia-a-dia de suas atividades. Tal titulação pode ser obtida através de exames aplicados por universidades que mantenham pós graduação a nível de doutorado nas mesmas áreas dos candidatos em potencial. A proficiência que julgamos ser necessária é a que disponibiliza a certificação a nível de graduação. Acredito que com essa conquista estaríamos habilitando o país a passar  de agropastoril a manufatureiro pois uma consequência de instituí-lo seria estimular o surgimento em todos os quadrantes do país o surgimento dos cursos pré-proficiência, onde, além de professores diplomados, haveria também, a contratação de professores de notável saber, ou seja, os práticos sem titulação acadêmica. Na falta das Delegacias do MEC o Ministério do Trabalho poderia coordenar tais provas avaliatórias.
José Coutinho de Oliveira



José Coutinho de Oliveira: 'Demandas III'

O cristão a rigor não tem demanda nenhuma, todavia, pessoas responsáveis sabem que precisam buscar projeções.
Temos basicamente dois pilares do Evangelho que tranquilizam o cristão; a 1a. é a crença na irretraçabilidade do nosso destino, ou seja, se a pessoa nasceu para ser cética não há quem a demova.
Essa acertiva tem tudo para ser certa ao nos basear naquela passagem do Evangelho na qual Jesus nos adverte que o amor do pai ao filho não deve ser maior do que do amor por Ele, ou seja, geralmente não podemos nos revoltar pois felizmente as coisas no geral tendem a melhorar.
O segundo pilar confirma a descoberta anterior quando nos aponta que realmente a maioria está se salvando, por isso, temos que, antes de perder tempo em corrigir o mundo, devemos nos autocorrigir, prática com a qual podemos obter uma carona nessa salvação majoritária. Eu brinco às vezes e digo que quero merecer a salvação ainda que seja às custas de uma carona na garupa. Posto isto vemos que na prática  o cristão é  uma ovelha sem reinvindicação. Todavia, para não negligenciarmos os deveres de homens planejadores temos que acreditar sim na legitimidade de algumas demandas: a 1a. é lutar pela reedição da Portaria Ministerial nº 162/82 do ministério da Educação. Tal Portaria foi revogada pela Portaria Ministerial nº 166, de 5/3/85. Na primeira portaria os autodidatas podiam obter o grau de professor através do exame de suficiência, chamados de categoria S, categoria extraordinária ao lado das obtidas em cursos de licenciatura. A extinção finalmente das carteirinhas de um modo geral chegou pela Portaria MEC 524/98, reflexo como se vê, da nova LDB, de 1996.
A sociedade precisa reverter esse quadro pois a tendência mais moderna é a do artº 58 da mesma LDB depois dos acréscimos da Lei 12.796/2013 que passou então a procurar abreviar os estudos aos alunos de alta habilidade, filosofia já presente na Lei 5.540/68 onde se disponibilizava o grau de doutor aos de notório saber obtidos por universidades autorizadas que oferecessem curso de doutorado na modalidade strictu sensu.
O autodidata assim, sem ter passado pela faculdade, poderia obter o grau de doutor. A próxima demanda, sempre por mim repetida é a alteração do artigo 19/I da Constituição Federal que proíbe o Estado gastar com religião, contrapondo-se à legítima teologia que diz que a filosofia é a “ancilla fidei” serva da teologia.
Hoje vemos enfim que o Deus da filosofia é um ente abstrato.

José Coutinho de Oliveira




José Coutinho de Oliveira: 'Demandas II'

José Coutinho de Oliveira: ‘Demandas II’

Dando continuidade então a demandas apresentamo-nos hoje para completar o assunto ao incluir às duas outras que se seguem: a praxia ou praticagem e a ergasia (frente de trabalho, alavancagem ou empreitada). Na 1a. as igrejas encorajam os recém crismados, principalmente aqueles já com oito anos de idade e que já leem e escrevem a obter o sacerdócio através da prática que se daria num prazo de + ou – dez anos e após a conclusão do ensino médio. Seriam pois nesse caso dez anos de aprendizagem que passa pelos estágios de aspirante a diácono temporário após o qual o candidato se torna aspirante II, ou seja, aspirante ao presbiterato. Após o presbiterato o candidato pode se tornar ainda aspirante III, ou seja, aspirante ao episcopado. Essa via prática então, dispensaria o candidato dos anos de seminário, chamado então, de via regular de ordenação. Já a ergasia seria uma nova modalidade de vida cenobítica, ou seja, ela é semiaberta pois os que nela conviveriam nunca emitiriam votos perpétuos. Esse modelo de vida cenobítica além de ser semiaberto é provisório pois no momento que todos se decidam qual rumo tomar ela deixaria de existir. Uns deixam de ser virtuais aspirantes ao sacerdócio e o abraçam definitivamente, outros voltam para a vida civil. Enquanto isso não ocorre as pessoas podem nela estudar e trabalhar. Se rural, ela seria eminentemente de lavradores, roçadores, de roceiros, ou seja, de aradores. É claro que além de plantar podem cultivar ou beneficiar, surgindo, possivelmente, assim, as fecularias. Seus candidatos assim fazem votos temporários de pobreza, castidade, obediência, eutrapelia (moderação nos divertimentos), hesicasmo ( quietismo) e desgnosia.

José Coutinho de Oliveira




José Coutinho de Oliveira – 'Demandas'

José Coutinho de Oliveira – ‘Demandas’

      No âmbito civil vemos ser possível implementarmos algumas inovações: a 1a. a legislativocracia, parlamentarismo ou pariatocracia e a 2a. a pró proficiência no ensino superior. Acreditamos ser o parlamentarismo mais dinâmico pois tem um mecanismo renovador chamado de ” recall” ( poder revogador) onde um e outro poder pode interromper o mandato das demais instâncias e renovar o comando. O parlamento por exemplo, pode, quando o 1º ministro vai contra as orientações partidárias ser substituído por outro e o novo, formar um novo ministério; acredito também que a mudança é automática quando a base parlamentar migra para outra agremiação. O Chefe de Estado, a pedido do premier, pode, também, decretar a dissolução do parlamento e convocar novas eleições. Quando o parlamento não quer mais a manutenção de determinado premier assim o faz através da moção de censura ou voto de desconfiança; o primeiro nome surgiu na mesma Inglaterra quando os Estados Unidos ainda era colônia. Precisamos nos informar mais sobre o parlamentarismo através do movimento parlamentarista brasileiro. A 2a inovação a ser ainda conquistada é a obtenção do pró proficiência, ou seja, a possibilidade de se obter o grau superior sem ter frequentado as escolas. Na atual legislação da educação podemos encontrar tal filosofia no artigo 58 da LDB depois das inovações trazidas em 2013 que contemplou então encaminhamento diferenciado aos alunos de altas habilidades. Chamo a proficiência de contemplação de habilidades concentradas, ou seja, pode-se obtê-la através do autodidatismo aliado ao ensino e ead. Tudo indica que tal filosofia se inicia com a titulação de doutores aos de notório saber que obtêm a titulação sem terem frequentado os bancos escolares. Tais titulações são obteníveis em universidades que mantêm cursos de doutorado nas mesmas áreas dos candidatos em potencial. A proficiência que julgamos ser necessária é a que disponibiliza certificação a nível de graduação. Acredito que com essa conquista estaríamos habilitando o país a passar de agro-pastoril a manufatureiro pois uma consequência de se institui-lo seria estimular o surgimento em todos os quadrantes do país os cursos pré proficiência, onde, além, de professores diplomados, haveria a contratação de professores de notável saber, ou seja, aqueles práticos sem titulação acadêmica.

José Coutinho de Oliveira




José Coutinho de Oliveira: 'Primado de Aristóteles'

 

José Coutinho de Oliveira: ‘Primado de Aristóteles’

Disse Alfred North Whitehead, falecido em 1947 aos 86 anos, criador das filosofia e teologia do processo, professor de Bertrand Russel, que começou dar aula de filosofia aos 60 anos, que tudo o que foi escrito na filosofia depois de Platão não passa de nota de rodapé. Diante de grave afirmação nós pobres mortais não temos outra coisa a fazer a não ser estudar essa hipótese e verificarmos se ele realmente estava correto. Tudo leva a crer que ele acertou pois ao estudarmos Aristóteles do qual Platão disse que era o cérebro da Academia verificaremos princípios gerais e permanentes que orientarão para sempre a filosofia: imobilismo do 1º motor, ou seja, Deus é perfeitamente perfeito, originador de todas as origens e onipotente, pantocrator, em grego; ao refutar as ideias inatas de Sócrates, criou o empirismo segundo o qual só se aprende aquilo sobre o qual meditamos e o realismo, ou seja, o palpável é a coisa-em-si, res ipsa como dizia Anton Amo filósofo de Gana, a coisa nua e crua; criou a mediania, meio termo entre a falta e a falta, a bravura, por exemplo, é o meio termo entre  a covardia e a temeridade; criou a palavra enteléquia, ou seja, plenitude, a finalização do devir, quando o planejado se torna realidade; devir, a passagem da potência à realidade, ou vir-a-ser; criou o holismo, hoje em dia se usa muito o termo holística, totalismo predecessor da gestalt, (gues), que diz que só posso dizer algo sobre o particular depois que aprendi o geral; descobriu o movimento ao dizer que entre o ser e o não ser de Parmênides tem o vir-a-ser, o movimento inicia-se na tendência, potêncialidade e termina na obra final, no ato. Os escolásticos diziam ato puro.

José Coutinho de Oliveira