Jose Coutinho de Oliveira: ‘Neoaristotelismo’
Depois de termos nos acostumados com o neoplatonismo, de Plotino principalmente eis que surge no cenário mais essa nova palavra. Achamo-la ao buscar conhecimentos sobre a pedagogia de Aristóteles. Pois bem, ele, provavelmente em sua “Política” diz que “existe a necessidade do ócio para se desenvolver a virtude (aretê) e as atividades políticas.”
Já vimos em artigos anteriores que para ele existe uma diferença entre virtudes éticas e as dianoéticas (intelectuais). Para ele ainda as primeiras são adquiridas pelo hábito, as segundas, pelo ensino. O tal ócio necessário segundo Aristóteles também talvez recebia o nome de “ócio digno”. Portanto para ele o bom político era aquele que se preparava e que para isso tinha recursos para arcar com os estudos sem ter que trabalhar; assim, não podemos confundir o ócio ateniense com desperdício de tempo. Hoje sabemos então que ginásio era o local da ginástica e escola (scholé) era o “lugar do ócio”.
Se formos então conciliar Platão com Aristóteles diríamos que se alguém pretendesse ocupar postos de mando na sociedade deveria permanecer no ócio (nos estudos) até os 50 anos. Como já vimos Platão era a favor da sofocracia (governo dos sábios), já Campanella (1568-1639) foi o 1º a propor uma teocracia em sua obra “Cidade do Sol”, Città del Sole em italiano e Civitas Solis em latim.
José Coutinho de Oliveira
Graduado em Letras e Pedagogia