Jairo Valio: 'Talvez num sonho'

“Teria eu mergulhando em fantasia,/ Um corpo estressado por lamúrias/ e brutal e assustadora tristeza?/ É tanta e cruel a virulência do homem,/ que num momento de sonho, pensei não existir.”

 

Talvez num sonho

Busquei, afoito, momentos perdidos.
Encantos de crianças sorrindo,
inebriantes perfumes de flores,
mães, que, alegres e sorridentes,
amamentam seus filhos,
e velhinhos cheios de esperanças.

Na natureza, uma beleza empolgante,
pássaros cantando,
construindo seus ninhos.
Lépidos animais em busca de sustento,
arvores floridas, esplendorosas,
cachoeiras caindo suaves,
e arco-iris emoldurando sua beleza.

Homens gentis abrindo sorrisos,
acariciando a pessoa amada.
Um buquê de flores suscitando o amor,
cavalheiros que ainda beijam suas mãos,
sonhando com um lar gracioso,
e a ternura dos filhos ao redor.

Crianças amadas em toda plenitude,
mães vigilantes, delicadas, carinhosas.
Pais venturosos, protetores e guias,
e como recompensa,
um lar sempre em harmonia,
com alegrias contagiantes.

Teria eu mergulhando em fantasia,
num momento de cansaço?
Um corpo estressado por lamúrias
e brutal e assustadora tristeza?
É tanta e cruel a virulência do homem,
que, num momento de sonho,
pensei não existir.

 

Jairo Valio – valio.jairo@gmail.com