Artigo de Sonia Moreira: 'Paz interior'

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com – Paz interior

Sentir paz interior é como navegar em águas calmas ao sabor do vento, sem pressa, é deixar as coisas acontecerem em seu devido tempo, paz interior é a sensação de dever cumprido, que tudo que estava ao seu alcance foi feito, o realizável, o possível.

Observe os pássaros, perceba que nada os abala, não correm para armazenar nada, apenas vivem, apenas cumprem seu dia como se fosse o último, como se soubessem tudo que lhes reserva os acontecimentos diários.

Paz interior é conseguir enxergar valores em pequenos gestos, é deixar de lado coisas sem importância, sem relevância, é amar pelo simples fato de amar, é dizer coisas boas agora e não deixar pra depois.

Sensação de prazer universal da alma é perceber que somos uma ínfima partícula do universo, que seguimos um caminho sem volta, sem arrependimentos, o que está feito, está feito, porém, o que está por vir, poderá ser alterado para melhor sempre.

Sente e respire profundamente como se o ar fosse um néctar dos Deuses, respire com a alma, sinta o vento em sua pele, o calor do Sol, tudo nos leva a uma sensação de paz interior, procure olhar o mundo de maneira diferente, tente de alguma maneira enxergar só o que lhe dá prazer, não se abale tão facilmente com obstáculos, eles existem para que persevere.

Sinta a paz interior, sinta a sensação de dever cumprido todos os dias, levante pela manhã e comece seu dia em paz, esqueça os aborrecimentos do dia anterior, guarde-os, faça um arquivo morto para pouco uso, quiçá para nunca abri-lo.

Paz interior, paz universal em cada universo interior, em cada partícula do universo, sinta e interaja em harmonia cósmica, podemos elevar nossos pensamentos e alcançar o Olimpo, o estado perfeito da criação.

Quem sabe se o microcosmo de cada um possa multiplicar-se e espalhar ao universo essa paz e transformar todos os seres, como se fosse feita uma reprogramação, sentir paz é para poucos, para isso é necessário harmonizar-se com o infinito, e perceber a insignificância do eu, e a relevância do todo.

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com




Evento Cultura de Paz reúne prefeituras da região de Itapetininga para falar sobre solução de conflitos

Prática sugere modelos restaurativos para a solução de problemas familiares, educacionais e nas relações com a sociedade

 

“Educar é, antes de tudo, configurar espaços de convivência”, afirma o biólogo chileno Humberto Maturana. Conviver com pessoas que pensam e têm costumes diferentes umas das outras é uma tarefa desafiadora. Cultivar relacionamentos e respeitar todas as opiniões e formas de manifestações culturais é essencial para uma sociedade ser pacífica. Para apresentar a metodologia das Práticas Restaurativas para a resolução de conflitos, as unidades do Senac em Sorocaba, Itu e Itapetininga realizaram, no dia 24 de maio, o evento Cultura de Paz.

 

Realizado no auditório do Senac Sorocaba, o encontro reuniu profissionais de diversas áreas de 12 prefeituras da região de Itapetininga entre elas: Itapetininga, Guareí, Alambari, Tatuí, Campina do Monte Alegre, Itararé, Buri, Quadra e São Miguel Arcanjo.

 

O encontro abordou o conceito de resolução de conflitos a partir da compreensão da complexidade das causas da violência e de como reagir a ela pacífica e coletivamente. Em uma palestra ministrada pela coordenadora do Programa Senac de Cultura de Paz, Andrea dos Santos Pereira Nunes, os profissionais refletiram as propostas do modelo restaurativo nos âmbitos familiar, escola, trabalho e comunidade e como o setor público pode colocar em prática e passar adiante para suas equipes como a forma restaurativa pode beneficiar quem comete uma infração.

 

Segundo Andrea Nunes, é possível transformar um conflito em uma oportunidade de aprendizado para reduzir a violência e melhorar o convívio na escola, no trabalho, na família e nas relações em sociedade. “Nós somos protagonistas da nossa história e definimos o que queremos para o futuro. Para isso é necessário reconhecer, responsabilizar-se, restaurar e reintegrar”, explica Andrea.

 

Conforme explica a palestrante, essa inovação da prática restaurativa vem sendo irradiada em todo o mundo e está no Brasil há cerca de 10 anos. “Ao contribuir para a conscientização do impacto das ações violentas, gera responsabilização por parte dos agressores e proporciona a construção coletiva de um novo caminho para prevenir a reincidência e ajudar as vítimas a superar o trauma sofrido, quebrando novos ciclos de violência”, completa.

 

De acordo com a gerente do Senac Itapetininga, Heloísa Vendramini, o objetivo do Programa Cultura de Paz e do evento é a revisão interior de toda a sociedade e também dos gestores e funcionários públicos, para que todos passem adiante as boas práticas do diálogo, ao invés da violência. “Nós apresentamos as possibilidades de atuação corporativa para melhorar a comunicação e tornar o ambiente familiar, educacional e em toda a sociedade mais saudável”, ressalta Heloísa.

 

Justiça Restaurativa em Tatuí

 

Durante o evento Cultura de Paz, a palestrante Andrea dos Santos apresentou o case da cidade de Tatuí. A Justiça Restaurativa que existe na cidade desde 2005 é uma forma de solucionar as demandas encaminhadas ao Judiciário, modificando a forma de solução de conflito, passando da punição das sentenças tradicionais para o diálogo, ouvindo todas as partes envolvidas no problema. A Justiça Restaurativa tem o intuito de fazer com o que o causador do conflito reconheça o mal praticado, responsabilize-se pela recuperação dos danos à vítima, buscando a reconciliação e que o causador busque formas de melhoria e novas atitudes.

 

Programa Senac de Cultura de Paz

 

O Programa Senac de Cultura de Paz tem como objetivo disseminar conceitos, valores e práticas que sustentem a cultura de paz por meio de ações educativas que favoreçam a transformação dos conflitos em oportunidades de aprendizagem. Em 2015 foram capacitados mais de mil colaboradores do Senac.