Caravana cultural leva mensagem de cooperação, empoderamento e autonomia
Com uma turnê por 32 cidades,através de livro, curta-metragem e roda de conversa, o projeto Caminhos do Brasil percorre o país com o objetivo de mostrar como a prática do cooperativismo pode transformar vidas
No dia 1 de julho, a caravana do projeto “Caminhos do Brasil”, começou sua turnê por 32 cidades pelo país. A viagem faz parte da proposta cultural que mostra a importância do cooperativismo na prática, ou seja, de como a união de pessoas em busca de um objetivo em comum pode ser realmente transformadora.
A turnê acontece até 13 de dezembro e apresenta o livro “Te encontro em qual conto?”, escrito por Angela Carneiro a partir de relatos de brasileiros de várias regiões, e o curta-metragem “Graviola – O Encontro”. As duas obras foram idealizadas pela Graviola Produções com apoio do Instituto Sicoob por meio da lei de incentivo à cultura.
“O Projeto Caminhos do Brasil apresenta histórias do cotidiano, onde relatos sobre o cooperativismo se tornaram contos e filme, e agora são disseminadas por meio da caravana nos municípios brasileiros, a fim de fortalecer o vínculo comunitário por meio do acesso à cultura e ao conhecimento sobre cooperação”, comenta Luiz Edson Feltrim, superintendente de Cidadania e Sustentabilidade do Centro Coperativo Sicoob (CCS).
O livro apresenta diferentes contos que inspiram ao mostrar situações do cotidiano em que o cooperativismo esteve presente. Já o curta, conta a história de uma mulher que tem o sonho de espalhar cultura pelo país, e quer transformá-lo em realidade com seus projetos de empreendedorismo. Ambos materiais, além de uma roda de conversa da caravana, servem de instrumento para envolver e engajar, também, quem está um pouco mais distante das atividades culturais.
O projeto já passou por diversas cidades e ainda chegará a estados como Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Rondônia, Minas Gerais, Tocantins, Paraná, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Brasília. “Nosso retorno está sendo o mais positivo possível. Conhecer pessoas, lugares e histórias que se conectam com o nosso projeto é uma experiência inenarrável”, conta Graziela Domingues, coordenadora geral do projeto.
A caravana Caminhos do Brasil está cada vez mais cultivando mensagens de autonomia, empoderamento e união entre os moradores. “Aprendemos muito com todas as histórias e pessoas que encontramos nessa trajetória desde o início do projeto, conseguimos acompanhar como realmente a cooperação tem impactos afetivos e produtivos na vida das pessoas, mesmo que de diferentes regiões do Brasil, tanto no lado pessoal quanto profissional”, relata Graziela.
A programação com detalhes do encontro e a lista completa de cidades está no site oficial do projeto: www.projetocaminhosdobrasil.com.br.
“O cooperativismo é um convite para olhar para o outro e o que buscamos é mostrar que isso acontece em todos os lugares, ainda que as pessoas não saibam, mas elas vivem isso de alguma forma, inclusive nos lugares mais distantes. Muitas pessoas vão se reconhecer, pois fazem isso e nem imaginam”, finaliza a coordenadora geral do projeto.
Filme brasileiro ‘Takanakuy’ ganha prêmio máximo do Festival de Biarritz
Com direção de Vokos, o curta metragem levou o prêmio ‘Abrazo du meilleur court métrage’ na 32ª edição do Festival de Biarritz
‘Takanakuy’, filme dirigido por Vokos, atualmente diretor exclusivo na CINE, acaba de ganhar o prêmio máximo na categoria de curta metragens, o ‘Abrazo’, de um dos maiores eventos de cinema internacionais, o Festival de Biarritz América Latina, em Biarritz, na França.
A produção vem ganhando destaque por todo o mundo, e foi muito comentada em três premiações internacionais: o OFF (Dinamarca), o Concorto Festival (Itália) e o La Guarimba International Film Festival (Itália).
Lançado este ano, o curta-metragem foi produzido todo em preto e branco, com cenas que revelam muito da cultura peruana, em regiões mais montanhosas e isoladas. O filme mostra os bastidores de um rito que acontece uma vez ao ano, em 25 de dezembro, quando os homens do povoado lutam entre si, com o objetivo de iniciar um novo ano livre de rancores e culpas.
Essas lutas, que levam o nome de Takanakuy, são pouco conhecidas, mas retratam muito da cultura latino-americana.
“Estou muito feliz em ver o quanto esse projeto vem ganhando relevância e a atenção das pessoas. Takanakuy é um retrato cultural, ele comunica e exala os costumes latino-americanos, mais especificamente do Peru, para o restante do mundo. Agradeço a todo o time que participou desta produção e me ajudou a imprimir um pouco da cultura do meu país em um curta-metragem tão bonito”, comenta Vokos.
Além disso, o filme já recebeu menção especial do júri da competição internacional do festival do Curta-Metragem de Clermont-Ferrand, também na França, e pode estar entre os favoritos para a indicação ao Oscar 2024.
Cineasta Ricardo Rodrigues apresenta o projeto ‘Pedra sobre Pedra’
Programa inicia com oficinas de Cinema e Animação em Stop Motion na APAE de Jaú e cria novo curta-metragem
O diretor e produtor cultural jauense, Ricardo Rodrigues, mergulha mais uma vez no universo da animação em Stop Motion e na educação socioeducativa no projeto: ‘Pedra sobre Pedra‘; programa visa oferecer oficinas de Cinema e Animação em Stop Motion para alunos e alunas da APAE Jaú, no interior de São Paulo, e a produção de mais um curta-metragem, que leva o mesmo título do projeto.
Sob a orientação de Ricardo Rodrigues, as aulas na APAE iniciaram no dia 1º de setembro e terão duração de seis meses. Durante todo o semestre, os usuários da Associação irão aprender sobre roteiro e Art Concept, além de informações sobre dublagem, edição e montagem, captura de imagem e, claro, introdução sobre animação em stop, com bonecos articulados e massinha.
É possível acompanhar as aulas pelo canal no YouTube da produtora Bela Balela:
O curso não ficará apenas na teoria. Assim como ocorreu no projeto passado em outra unidade da APAE, Ricardo irá produzir um curta elaborado totalmente pelos próprios alunos. “Como fizemos na APAE Bariri em 2022, vamos criar um curta do zero com os alunos de Jaú”, afirma o diretor.
O trabalho que Ricardo se refere é o curta ‘O Mundo de Diego’, que com a “riqueza dos defeitos” ganhou vida e aceitação do público e da crítica. O curta-metragem foi selecionado para o ‘1ª Festival Internacional de Cinema e Educação‘, a ‘21º Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis’ e premiado no ’16º Festival Curta Taquary’ com ‘Direção de arte’ e ‘Figurino’.
Além do curso e da produção, o curta-metragem será inscrito em festivais do gênero e irá circular em várias cidades do centro-oeste paulista. “Iremos exibir o filme em escolas, entidades e espaços públicos e promover uma palestra educativa sobre a produção em stop motion”, explica Noemi Rodrigues, produtora executiva.
O projeto ‘Pedra sobre Pedra’ foi contemplado pelo ProAC ICMS – Código 31611 e conta com o patrocínio do Jaú Serve e da Cartonagem Jauense, que permitiram que o projeto fosse realizado na cidade.
Já o curta ‘Pedra sobre Pedra’, que dá nome ao projeto, é um trabalho conceitual e também será inscrito em mostras e festivais nacionais e internacionais. Acompanhe as novidades através do Instagram da produtora Bela Balela: @bela.balela
Mais sobre o curta ‘O Mundo de Diego’ Diego, menino cego de 6 anos, experimenta através dos sentidos o que necessita para ter uma vida feliz com a família e seu cachorro, Bombinha. Decidido em ir para escola sozinho ele se aventuras pelas calçadas da vizinhança rumo a escola, mas ele não contava com um acidente de carro próximo dele, deixando seu mundo desequilibrado e confuso. No meio da confusão com um celular ele pede socorro para mãe, que para surpresa dele a mãe já estava ali, aliás nunca saiu dali de perto.
Ricardo Rodrigues Diretor premiado no Mapa Cultural Paulista com o curta ‘Os Engraxates’. Ricardo já executou mais de 1 milhão em projetos Culturais entre editais e Lei de incentivo. Destaque na liderança em projetos Culturais com crianças e adolescentes de vulnerabilidade social. Realizou mais de 50 projetos na cidade e região. Realizou 20 filmes autorais entre curtas e longas, produziu 12 peças e esquetes teatrais em escolas e entidades sociais.
Principais Projetos
2022 – Projeto “Bem-Vindo” – Curta Animação Stop Motion
ProAc Direto 37/2021 – 1624.5375.2481
Selecionado no FEST CIMM 2023
Projeto ‘Stop Motion na Infância – Zinho, o Filhote’
PRONAC 203605
Selecionado em:
21º Festival Infantil de Florianópolis
3ª Festival de Cinema Infantil de Belo Horizonte
2021 – Documentário “Vicente – Olhar – Jaú para o mundo”
Selecionado em:
6º Festival de Cinema dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha
Produtora Bela Balela
Com o estúdio em Jaú, no interior de São Paulo, um dos únicos no Brasil dedicado ao Stop Motion, a produtora é encabeçada por Ricardo Rodrigues, um profissional que tem uma vida dedicada à arte. Ricardo é produtor, diretor de teatro e cinema e arte educador há muitos e muitos anos, realizando mais de 50 projetos no centro-oeste paulista, 20 filmes autorais e 12 peças teatrais. Artista inquieto, Ricardo trabalho na criação do curta ‘Pedra sobre Pedra’, que em breve será apresentado.
Por ocasião da 80ª edição do Festival de Veneza que acontece entre 30 de agosto e 9 de setembro, a Isola Edipo, em colaboração com a Mostra Giornate degli Autori reservaram um dia especial para o cinema indígena Yanomami.
Em 4 de setembro, acontecerá o “Eyes of the Forest”, Olhos da Floresta, que exibirá três curtas-metragens Yanomami, na Sala Laguna. Será um dia dedicado ao Primeiro Cineasta Yanomami Morzaniel Ɨramari e ao Cinema Indígena Yanomami no Brasil.
Entre eles, está MÃRI HI – A ÁRVORE DO SONHO, de Morzaniel Ɨramari. Ganhador na categoria Melhor Documentário de Curta-Metragem Nacional, no Festival É Tudo Verdade de 2023, o que já o qualifica como um concorrente ao Oscar na categoria Melhor Documentário em Curta-Metragem, o filme conta com a participação do grande líder e xamã Davi Kopenawa, que nos conduz nessa experiência apresentando o conhecimento dos Yanomami sobre os sonhos.
“Este filme vai ajudar a fazer com que os não-indígenas conheçam o povo Yanomami, conheçam as nossas imagens. Assim todos podem conhecer como nós vivemos na nossa casa e como nós sonhamos, como os xamãs sonham”, explica o cineasta.
Além deste, também fazem parte do evento THUË PIHI KUUWI – UMA MULHER PENSANDO e YURI U XËATIMA THË – A PESCA COM TIMBÓ, ambos de Aida Harika, Roseane Yariana e Edmar Tokorino. Estes são os primeiros filmes dos cineastas e estão entre os primeiros filmes dirigidos por mulheres Yanomami que farão sua estreia em um Festival de Cinema Internacional.
A prática da pesca com timbó, o olhar de uma jovem mulher sobre o trabalho dos xamãs e o conhecimento sobre os sonhos são os temas desses três curtas dirigidos pelos jovens cineastas Yanomami.
O registro dos três filmes foi feito na grande casa coletiva de Watorikɨ, na região do Demini (TIY), produzidos pela Aruac Filmes durante as filmagens do longa-metragem “A Queda do Céu”, filme livremente inspirado na obra homônima de Davi Kopenawa e Bruce Albert, dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha. Em 2022, a Aruac organizou junto à Hutukara Associação Yanomami (HAY) e ao Instituto Socioambiental (ISA) uma oficina de montagem audiovisual que ensejou a produção dos três curtas.
MÃRI HI – A ÁRVORE DO SONHO, que fez sua estreia internacional no Sheffield Doc Fest no Reino Unido, deve, segundo o diretor, ajudar os brancos a pensar com os Yanomami sobre a terra e a saúde dos povos originários.
“Nós, Yanomami, somos habitantes da floresta Amazônica. No Brasil, somos quase 30 mil pessoas. A terra-floresta é nossa mãe e cuida do povo Yanomami. Desejamos viver em paz, com alegria e fazendo nossas festas. Os napë pë (brancos, inimigos) gostam de destruir a floresta e pegar as riquezas da terra. Hoje o garimpo ilegal invadiu nosso território, estamos tristes por perder tantos parentes e ver nossas crianças morrendo por doenças. Nosso rio está sujo de lama e mercúrio, mas nosso território é forte por dentro. Com a árvore do sonho, nós sonhamos longe e os xamãs sonham ainda mais longe, conhecem o canto e a dança dos espíritos, o sonho do rio, o sonho do mundo”, explica Morzaniel Ɨramari, que estará presente na Isola Edipo por ocasião do Festival de Cinema de Veneza, no qual, além de apresentar os filmes, promoverá uma masterclass, ao lado dos produtores Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha.
O evento da Isola Edipo por ocasião do Festival de Veneza faz parte do foco anual “Cinema de inclusão entre a visão e a educação”, que está em sua sétima edição. O objetivo da iniciativa deste ano é destacar a visão direta e íntima de cineastas da comunidade Yanomami, uma das populações indígenas mais conhecidas da Amazônia e sua crescente importância no cenário cinematográfico internacional. Um ato político devolvendo à floresta seus olhos, corpos e vozes para conscientizar sobre a situação Yanomami atual e a necessidade urgente de proteger seu território e seu modo de vida.
Nos últimos anos, milhares de garimpeiros ilegais invadiram a Terra Indígena Yanomami em busca de ouro e cassiterita promovendo altos índices de desmatamento e gerando grave insegurança alimentar, violência e a promoção de inúmeras doenças e mortes.
Essa invasão tem gerado um impacto dramático sobre os Yanomami. Como revelado pela reportagem da Sumaúma em janeiro de 2023, pelo menos 570 crianças morreram durante os quatro anos do último governo por doenças que têm tratamento. Apesar das inúmeras denúncias feitas pelos Yanomami nesse período, o governo as ignorou.
No início do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a cidade de Boa Vista (RR) e decretou emergência de saúde para o povo yanomami, oficializando a crise humanitária. Neste contexto, a nova produção audiovisual dos Yanomami é também uma convocação para os não-indígenas apoiarem a proteção da terra-floresta.
Os três curtas são uma produção Aruac Filmes com coprodução da Hutukara Associação Yanomami e produção associada da Gata Maior Filmes. Os filmes contam com o apoio institucional do Instituto Socioambiental e apoio de uma rede de fundações e instituições internacionais que trabalham diretamente com a Amazônia Brasileira.
MÃRI HI – A ÁRVORE DO SONHO
Sinopse: Quando as flores da árvore Mãri desabrocham surgem os sonhos. As palavras de um grande xamã conduzem uma experiência onírica através da sinergia entre cinema e sonho Yanomami, apresentando poéticas e ensinamentos dos povos da floresta.
Ficha Técnica
Direção: Morzaniel Ɨramari
Com: Davi Kopenawa Yanomami
Direção de Fotografia e Câmera: Morzaniel Ɨramari
Produtores: Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha
Montagem: Morzaniel Ɨramari, Rodrigo Ribeiro-Andrade, Julia Faraco e Carlos Eduardo Ceccon
Edição de Som: Waldir Xavier
Mixagem de Som: Guilherme Lima de Assis
Som Direto: Marcos Lopes da Silva e Morzaniel Ɨramari
Color Grading e Finalização: Caio Lazaneo
Desenhos Originais: Ehuana Yaira Yanomami
Tradutores: Ana Maria Machado, Richard Duque, Corrado Dalmonego, Marcelo Silva e Morzaniel Ɨramari
Supervisão Geral: Davi Kopenawa Yanomami e Dário Vitório Kopenawa Yanomami
Responsável Formação Audiovisual Yanomami: Marília Garcia Senlle
Produção Executiva: Heloisa Jinzenji
Coordenação de Produção: Margarida Serrano
Coordenação Financeira: Tárik Puggina
Gerente de Projeto: Lisa Gunn
Produtoras de Impacto: Marília Garcia Senlle e Carolina Ribas
Produção: Aruac Filmes
Coprodução: Hutukara Associação Yanomami
Produção: Associada Gata Maior Filmes
Apoio Institucional: ISA – Instituto Socioambiental
THUË PIHI KUUWI – UMA MULHER PENSANDO
Sinopse: Uma mulher yanomami observa um xamã durante o preparo da Yãkoana, alimento dos espíritos. A partir da narrativa de uma jovem mulher indígena, a Yãkoana que alimenta os xapiripë e permite aos xamãs adentrarem o mundo dos espíritos também propõe um encontro de perspectivas e imaginações.
Direção de Fotografia e Câmera: Roseane Yariana Yanomami
Produtores: Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha
Montagem: Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami, Carlos Eduardo Ceccon, Julia Faraco e Rodrigo Ribeiro-Andrade
Edição de Som: Waldir Xavier
Mixagem: Guilherme Lima de Assis
Som Direto: Marcos Lopes da Silva
Color Grading: Cassiana Umetsu e Marcelo Brandt
Tradutores: Ana Maria Machado, Richard Duque, Corrado Dalmonego, Marcelo Silva e Morzaniel Ɨramari Yanomami
Supervisão Geral: Davi Kopenawa Yanomami e Dário Vitório Kopenawa Yanomami
Responsável Formação Audiovisual Yanomami: Marília Garcia Senlle
Produção Executiva: Heloisa Jinzenji
Coordenação de Produção: Margarida Serrano
Coordenação Financeira: Tárik Puggina
Gerente de Projeto: Lisa Gunn
Produtoras de Impacto: Marília Garcia Senlle e Carolina Ribas
Produção: Aruac Filmes
Coprodução: Hutukara Associação Yanomami
Produção Associada: Gata Maior Filmes
Apoio Institucional: ISA – Instituto Socioambiental
YURI U XËATIMA THË – A PESCA COM TIMBÓ
Sinopse: Dois jovens realizadores Yanomami descrevem o processo de pesca com timbó, cipó tradicionalmente empregado para atordoar os peixes. O encontro de vozes e perspectivas sugere o reencantamento das imagens como forma de contar histórias.
Direção de Fotografia e Câmera: Roseane Yariana Yanomami
Produtores: Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha
Montagem: Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami, Carlos Eduardo Ceccon, Julia Faraco e Rodrigo Ribeiro-Andrade
Edição de Som: Waldir Xavier
Mixagem: Guilherme Lima de Assis
Som Direto: Marcos Lopes da Silva
Color Grading: Cassiana Umetsu e Marcelo Brandt
Tradutores: Ana Maria Machado, Richard Duque, Corrado Dalmonego, Marcelo Silva e Morzaniel Ɨramari Yanomami
Supervisão Geral: Davi Kopenawa Yanomami e Dário Vitório Kopenawa Yanomami
Responsável Formação Audiovisual Yanomami: Marília Garcia Senlle
Produção Executiva: Heloisa Jinzenji
Coordenação de Produção: Margarida Serrano
Coordenação Financeira: Tárik Puggina
Gerente de Projeto: Lisa Gunn
Produtoras de Impacto: Marília Garcia Senlle e Carolina Ribas
Produção: Aruac Filmes
Coprodução: Hutukara Associação Yanomami
Produção Associada: Gata Maior Filmes
Apoio: ISA – Instituto Socioambiental
Sobre Morzaniel Ɨramari
Morzaniel Ɨramari é um cineasta Yanomami, nascido em 1980 na aldeia Watorikɨ, região do Demini da TI Yanomami, no estado do Amazonas, Brasil. Trabalhou como Coordenador de Comunicação na Hutukara Associação Yanomami (Boa Vista) e foi formado em 2010 no projeto Pontos de Cultura Indígena – Vídeo nas Aldeias.
Trabalha como intérprete, tradutor, cineasta e documentarista. Seus filmes circularam por diversos festivais e mostras no Brasil e no Mundo. Em 2010, dirigiu o curta “Casa dos Espíritos”, vencedor do prêmio de Melhor Filme, segundo o júri popular, na Mostra Aldeia SP, em 2014.
Em 2014, dirigiu o filme longa-metragem “Urihi Haromatimapë – Curadores da Terra-floresta”, que ganhou o prêmio de Melhor Filme na Mostra Competitiva do Festival Forumdoc.BH. No seu mais recente filme “Mãri hi – A Árvore do Sonho” (2023), Morzaniel assina a direção e montagem e foi filmado com o grande xamã, líder indígena Yanomami e presidente da Hutukara Associação Yanomami Davi Kopenawa Yanomami e produzido pelos diretores Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha.
Sobre Aida Harika, Edmar Tokorino e Roseane Yariana Yanomami
Aida Harika e Edmar Tokorino são dois cineastas Yanomami que residem na aldeia de Watorikɨ, Demini, Terra Indígena Yanomami, localizada na Amazônia Brasileira. Ambos cineastas fazem parte do coletivo de comunicadores Yanomami criado em 2018 pela Hutukara Associação Yanomami com apoio do Instituto Socioambiental (ISA).
Com objetivo de fortalecer a comunicação da Hutukara e desenvolver estratégias de fortalecimento dos conhecimentos tradicionais entre os jovens, cujo interesse por celulares e tecnologias não indígenas é crescente, criou-se um grupo de seis jovens de três regiões da TI Yanomami – Watorikɨ, Missão Catrimani e Novo Demini, para receberem formação de audiovisual.
Desde 2021, Aida e Edmar participaram de diversas oficinas onde produziram boletins de áudio, fotografias, vídeos feitos com celulares e curtas-metragens. “Thuë pihi kuuwi – Uma Uma Mulher Pensando” e “Yuri u xëatima thë – A Pesca com Timbó” são seus primeiros curtas-metragens nos quais assinam em conjunto a direção e montagem. Roseane Yariana Yanomami fez parte do primeiro grupo de jovens escolhidos pela diretoria da Hutukara Associação Yanomami para participar das oficinas de formação em audiovisual, em 2018. Ela é moradora da aldeia Buriti, região do Demini, e é filha de Joseca Mokahesi, artista reconhecido internacionalmente por seus desenhos.
Sobre a Aruac Filmes
A Aruac Filmes, produtora brasileira, fundada em 2002, vem, desde o início de sua trajetória, desenvolvendo projetos para diversos segmentos de expressão artística e audiovisual. Com foco na qualidade, tanto na apresentação como nos conteúdos artísticos, a Aruac alinha criação autoral visando ampla comunicação com o público.
Com uma longa e consistente atuação no mercado audiovisual, teve seus filmes distribuídos comercialmente em cinemas do Brasil e outros países. Além dos principais festivais de cinema do Brasil, teve seus filmes selecionados em festivais internacionais renomados, como Cannes (França), Berlinale (Alemanha), Veneza (Itália), Telluride (EUA), IDFA e Rotterdam (Holanda), Sundance (EUA), BAFICI (Argentina), Locarno (Suíça), New Directors/New Movies, MoMA, e Tribeca (EUA), Guadalajara (México), Barcelona (Espanha), CPH:DOX (Dinamarca), Havana (Cuba), Montreal (Canadá), DMZ Docs (Coreia do Sul), Doc NY (EUA) e recebido diversos prêmios ao longo dessa trajetória, entre eles o prêmio de “L’oeil d’Or” (Olho de Ouro) de melhor documentário no Festival de Cannes de 2016.
Seus filmes também estão presentes nas principais plataformas de streaming, como Netflix, Amazon Prime Video, Dafilms e GloboPlay. Em produção para TV, já realizou séries e programas em parceria com o Canal Brasil, Canal Curta!, GloboNews, TV SESC e CineBrasil TV.
Paralelamente à produção audiovisual, a Aruac vem nos últimos anos investindo na área de teatro e performance, cujos trabalhos foram apresentados nos festivais de teatro mais prestigiados do Brasil e em diversos países europeus na França, Portugal, Alemanha, Suíça e Áustria.
Atualmente a Aruac está trabalhando em dois longas-metragens: ‘A Queda do Céu’, filme baseado na obra literária homônima do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa, e do antropólogo francês Bruce Albert e com direção de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha. E ‘Elza’, filme que acompanha os últimos 8 anos da vida e carreira de Elza Soares dirigido por Eryk Rocha e coproduzido com Globofilmes e Maria Farinha Filmes.
Sobre os produtores
Gabriela Carneiro da Cunha
Gabriela Carneiro da Cunha é uma artista brasileira que atua nas áreas de performance, direção, pesquisa e ativismo artístico ambiental. É sócia da Aruac Filmes, produtora independente de cinema, e idealizadora do Projeto Margens – Nos Rios, Buiúnas e Vaga-lumes, projeto multilíngue dedicado à criação artística a partir da escuta do testemunho de rios brasileiros em situação de catástrofe.
O escopo deste projeto já incluiu peças de teatro, como “Guerrilha ou Para a Terra Não Há Desaparecidos” (2015) e “Altamira 2042” (2019), longas e curtas-metragens documentais, publicações, debates, oficinas, a rede Buiunas – uma rede entre mulheres , rios e arte.
O “Altamira 2042” integrou a programação de importantes festivais e espaços teatrais, como Wiener Festwochen, Festival D’automne à Paris, International Summer – Festival Kampnagel Hamburg, Baltic Circle, Holland Festival, Théâtre Vidy-Lausanne, Centre Georges Pompidou e outros.
No cinema, atua como diretora, produtora, roteirista e assistente de direção. Destacando trabalhos como o longa-metragem “Edna” (2021), produzido pela Aruac Filmes que estreou no prestigiado festival suíço Visions du Réel e circulou em mais de 50 festivais ao redor do mundo como Telluride, Doc NY, RIDM, Porto Postdoc e recebeu vários prêmios no Chile, França, Itália, México, Argentina, Turquia e Brasil.
Atuou nos filmes “Anna” de Heitor Dhalia, nos filmes de Eryk Rocha “Noite Ardente” e “Jardins” e “O Duelo”, de Marcos Jorge. Recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival do Rio por seu trabalho no longa “Anna”.
Atualmente, Gabriela prepara seu próximo trabalho no teatro com o Rio Tapajós, que estreará em 2024 com coprodução do Teatro Vidy, enquanto dirige e produz, em parceria com Eryk Rocha, o filme “A Queda do Céu”, produzido pela Aruac Filmes, coproduzido pela Hutukara Associação Yanomami e é uma coprodução entre Brasil e Itália.
O filme é baseado na obra homônima do xamã Yanomami Davi Kopenawa e do antropólogo Bruce Albert. Junto com Eryk Rocha, é produtora dos curtas-metragens MÃRI HI – A ÁRVORE DO SONHO, YURI U XËATIMA THË – A PESCA COM TIMBÓ e THUË PIHI KUUWI – UMA MULHER PENSANDO, que desde o ínicio de 2023 circulam no circuito de prestigiados festivais de cinema no Brasil e no mundo,
Eryk Rocha
Cineasta nascido no Brasil em 1978 e fundador da Aruac Filmes, produtora independente de cinema brasileiro. Formou-se em 2002 na escola de cinema de Los Baños, Cuba, onde dirigiu seu primeiro longa-metragem: “Rocha que Voa”.
O filme teve sua estreia internacional no Festival de Cinema de Veneza na Competição Internacional Orizzonti e foi selecionado para Rotterdam, Locarno e outros importantes festivais, ganhando os prêmios de Melhor Filme no Brasil, Argentina e Cuba. Suas outras obras – entre as quais “Transeunte” (2011), “Jards” (2013); “Campo de Jogo” (2016); “Breve Miragem do Sol” (2019); “Edna” (2021) – ganharam inúmeros prêmios em festivais de cinema de prestígio, como Cannes, Telluride, Sundance, New Directors/New Films MoMa, Documentary Quinzena, Locarno, Visions du Réel, CPH:DOX, Fid Marseille, BFI London, RIDM Montreal, Havana, Guadalajara, BAFICI e Amsterdã.
“Cinema Novo” (2016), seu sétimo longa-metragem, recebeu o L’Oeil d’Or de Melhor Documentário no Festival de Cannes. Seus filmes foram distribuídos nacional e internacionalmente em salas de cinema e canais de televisão, bem como nas principais plataformas de streaming como Netflix, Globoplay e Amazon Prime. Parte de sua obra foi adquirida pelo MoMA e integrada ao acervo permanente do museu.
Atualmente, Eryk Rocha está trabalhando no longa-metragem “A Queda do Céu”, codirigido com Gabriela Carneiro da Cunha. O filme é produzido pela Aruac Filmes, coproduzido pela Hutukara Associação Yanomami e é uma coprodução entre Brasil e Itália. Paralelamente, Rocha está trabalhando no longa-metragem ‘Elza’, que acompanha os últimos 8 anos de vida e carreira da grande cantora Elza Soares.
'Garota inflamável', dirigido por Elisa Mishto, estreia nos cinemas dia 14 de julho
Drama alemão traz personagens à margem da sociedade
Para sua estreia na direção de longas de ficção, com GAROTA INFLAMÁVEL, a premiada curta-metragista alemã Elisa Mishto conta que partiu a protagonista peculiar para construir a narrativa. “E há partes autobiográficas aqui, como a sensação de estar bloqueada, não estar aproveitando todo o seu potencial. É um filme sobre duas mulheres com muito potencial. Mas as expectativas da sociedade e seus próprios medos as impedem de viver plenamente”, disse em entrevista ao EWA, site especializado no trabalho de mulheres no audiovisual europeu. O longa chega aos cinemas no dia 7 de julho com distribuição da Pandora Filmes.
Julie (Natalia Belitski) é uma jovem paralisada em sua vida. Não tem trabalho, não estuda, não ama ninguém, e nem tem responsabilidades – sua herança, que a sustenta, é administrada por outras pessoas.
Em busca de uma vida “normal”, Julie é internada regularmente numa clínica psiquiátrica de sua escolha, onde conhece a enfermeira Agnes (Luisa-Céline Gaffron, de “Seis minutos para meia-noite”), que é o oposto da protagonista, com sua vida regrada atendendo as expectativas da sociedade.
Quando a herança de Julie se esgota, ela descobre que precisará dar um jeito em sua vida. A partir disso e do encontro com Agnes, as existências dessas duas mulheres são transformadas.
Mishto conta que seu primeiro filme, um documentário, foi filmado durante um ano em um hospital psiquiátrico, onde ela presenciou pela primeira vez a condição de paralisa, quando uma pessoa não conseguia fazer absolutamente nada. “Foi aí que percebi que alguns pacientes não conseguem ser parte da sociedade, pois não compartilham de suas regras. Achei isso interessante, quase político. E também se você está à margem da sociedade, você pode a ver de uma forma diferente. Por isso quis situar a história numa instituição para pacientes com problemas mentais.”
A equipe artística do filme conta com, além de Mishto na direção e roteiro, Francesco Di Giacomo (“A Espera”), como diretor de fotografia; Sascha Ring e Philipp Thimm, na trilha sonora; e Sylvester Koziolek, como diretor de produção.
“Com esse filme, Mishto […] faz um filme que muda sua linha de pensamento e sua natureza ao longo de sua jornada, e que surpreende o público, colocando-o ao lado da heroína, que, a princípio parecia tão distante”, diz o site Cineuropa.
Ficha Técnica
Direção: Elisa Mishto
Roteiro: Elisa Mishto
Produção: Martina Haubrich, Andrea Stucovitz
Elenco: Natalia Belitski, Luisa-Céline Gaffron, Katharina Schüttler, Martin Wuttke,
Direção de Foto
grafia: Francesco Di Giacomo
Desenho de Produção: e Sylvester Koziolek
Trilha Sonora: Sascha Ring e Philipp Thimm
Montagem: Beatrice Babin, Philipp Ostermann, Cristiano Travaglioli
Gênero: drama
País: Alemanha, Itália
Ano: 2019
Duração: 91 min.
Sobre a Pandora Filmes
A Pandora Filmes é uma distribuidora de filmes de arte, ativa no Brasil desde 1989. Voltada especialmente para o cinema de autor, a distribuidora buscou, desde sua origem, ampliar os horizontes da distribuição de filmes de arte no Brasil com relançamentos de clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Fellini, Bergman e Billy Wilder, e revelações de nomes outrora desconhecidos no país, como Wong Kar-Wai, Atom Egoyan e Agnès Jaoui.
Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora Filmes sempre reserva espaço especial para o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos. Dentro desse segmento, destaca-se o recente “Que Horas Ela Volta”, de Anna Muylaert, um grande sucesso, visto no cinema por mais de 500 mil espectadores.
Curta brasileiro 'CARNE' conquista prêmios e está qualificado para o Oscar 2021
‘CARNE’, doc animado dirigido por Camila Kater está disponível em formato online e gratuito no New York Times Op-Docs
Filme de estreia da diretora Camila Kater, o documentário animado de 12 minutos “CARNE”, está qualificado para concorrer ao Oscar® de 2021 na categoria de curta-metragem documental e também está na shortlist dos Prêmios Goya na categoria de curta de animação. O filme é uma co-produção Brasil/Espanha, produzido por Lívia Perez (Doctela) e Chelo Loureiro (Abano Producións).
Desde ontem, dia 12 de janeiro, CARNE está disponível em formato online e gratuito no New York Times Op-Docs, uma plataforma gratuita de alcance global do jornal estadunidense que reúne os melhores filmes de não ficção do mundo.
CARNE teve a sua estreia no Festival Internacional de Locarno em agosto de 2019, na Suíça, onde recebeu Menção Especial pelo Júri Jovem. Na sequência o filme foi selecionado oficialmente em mais de 250 festivais pelo mundo, como Toronto International Film Festival, Annecy, IDFA, AFI, DOK Leipzig, entre outros, recebendo mais de 70 prêmios nacionais e internacionais, incluindo; Melhor Roteiro e Melhor Curta pelo Júri Popular e pela Crítica (ABRACCINE) no 52º Festival de Brasília, Melhor Curta-Metragem Europeu EFA (European Film Award) na 64a Seminci (Espanha), Melhor Curta de Animação no Festival de Havana (Cuba) e Melhor Curta Documentário no Festival de ZINEBI (qualificador do Oscar®). CARNE foi eleito o segundo melhor curta-metragem brasileiro de 2019 pela ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e foi um dos curtas finalistas para o European Film Awards de 2020.
Crua, Mal Passada, Ao Ponto, Passada e Bem Passada. Em CARNE, cinco mulheres compartilham relatos íntimos e pessoais, em relação ao corpo desde a infância até a terceira idade. Ao apresentar cinco segmentos para as diferentes fases da vida das mulheres narradas através de vozes femininas, CARNE recorre à representação de suas experiências em técnicas diversas de animação.
A partir da metáfora que relaciona o estado de cozimento da carne com o corpo da mulher, CARNE sugere uma relação entre carnivorismo e dominância masculina para expor os inúmeros tipos de violências dos quais as mulheres são vítimas mas também enfatizar as formas de resistência que essas mulheres encontram para libertar seus corpos dos padrões de beleza e comportamento impostos pela sociedade.
Em CARNE, a diversidade das experiências das mulheres com seus corpos decorre sobretudo das diferentes características das cinco personagens escolhidas. Rachel, Larissa, Raquel, Valquiria e Helena expõem vivências diversas determinadas de acordo com a faixa etária, orientação sexual, etnia e constituição corpórea. Como forma de incorporar essa diversidade à estética do filme e criar uma associação sensorial entre depoimento e a plástica do filme, cada fase e personagem foi criada com uma técnica de animação específica e por uma animadora diferente. O processo de escolha das personagens e das animadoras se preocupou com os critérios de representatividade na seleção das entrevistadas e animadoras.
Na infância, fase ‘crua’ da carne, Camila Kater utiliza stop-motion com objetos e pintura à óleo em cerâmica para expressar o relato de Rachel Patrício sobre gordofobia na infância.
A adolescência, fase ‘mal-passada’, é representada pela animação em aquarela criada por Giovana Affonso para dar conta da percepção de Larissa Rahal sobre o tabu da menstruação e a preocupação em ter um corpo adulto.
Na juventude, fase em que a sociedade entende o corpo feminino como ‘ao ponto’ para consumo, a animação digital 2D criada por Flávia Godoy dá forma às diferentes violências que a cantora Raquel Virgínia enfrenta com seu corpo de mulher transexual e negra no Brasil.
A meia-idade, fase ‘passada’, traz visibilidade às transformações corporais do climatério relatadas por Valquiria Rosa a partir de seu ponto de vista de mulher lésbica e materializadas através do stop-motion em argila criado por Cassandra Reis.
Na terceira idade, fase ‘bem passada’, a animação direta a partir da pintura e intervenções em película 35mm feita por Leila Monsegur, representa a consagração do corpo como lugar de libertação a partir da experiência da cineasta e atriz Helena Ignez, ícone da cinematografia brasileira.
A relevância de um filme como CARNE se torna ainda maior se levarmos em conta que as mulheres são minoria quando se trata de animações. Apenas 3% dos filmes do gênero foram dirigidos por mulheres nos últimos 12 anos – na televisão, o percentual sobe para 13%, mostra um estudo promovido pela Universidade do Sul da Califórnia em parceria com a ONG @wia_animation. Entre mulheres não caucasianas, a disparidade é ainda maior: apenas quatro dirigiram algum projeto no cinema ou na televisão, todas asiáticas.
Declaração da diretora:
“Acredito que a animação confere aos depoimentos uma dimensão sensorial muito rica e que pode ser uma linguagem maravilhosa para abordar temas sensíveis. Há uma conexão especial entre as histórias reais e as animadoras, e ela está, de alguma forma, impressa no filme. CARNE é um trabalho colaborativo, feito a partir de uma equipe de 95% de mulheres, que me trouxe confiança como diretora e animadora, mas também me deu a oportunidade de conhecer essas mulheres incríveis e aprender muito com elas. Não posso dizer que estou totalmente confortável com meu corpo hoje, mas certamente o respeito e o admiro mais.” Camila Kater
SINOPSE
Crua, Mal Passada, Ao Ponto, Passada e Bem Passada. Cinco mulheres compartilham experiências íntimas e pessoais sobre sua relação com o próprio corpo desde a infância até a terceira idade.
FUTURO DE CARNE
O curta CARNE dá origem à série homônima que será antológica, seguindo o mesmo formato de documentário animado. A partir do aprofundamento de temáticas ligadas ao corpo da mulher em diferentes fases da vida, 25 personagens compartilharão suas histórias desde 5 nacionalidades distintas: Brasil, Espanha, China, Palestina e Nigéria. A série está em fase de desenvolvimento para plataformas de streaming e será estruturada em 5 capítulos por temporada, com 20 minutos de duração cada.
FICHA TÉCNICA
Direção: Camila Kater
Roteiro: Camila Kater & Ana Julia Carvalheiro
Argumento: Camila Kater & Bruna Kater
Produção Executiva: Lívia Perez (Doctela) & Chelo Loureiro (Abano Producións)
Elenco: Rachel Patrício, Larissa Rahal, Raquel Virgínia, Valquiria Rosa & Helena Ignez
72º Festival International del Film Locarno, Suíça
44º Toronto International Film Festival, Canadá
44ª Annecy International Animation Film Festival, França
32º International Documentary Film Festival Amsterdam (IDFA). Netherlands
64. SEMINCI. Semana Internacional de Cine de Valladolid. Espanha
52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Brasil
35º Festival Internacional de Cine en Guadalajara, México
27º Hamptons International Film Festival. New York, EUA
62º Dok Leipzig – Leipzig International Festival For Documentary & Animated Films. Alemanha
50º Tampere Film Festival. Finlândia
33º AFI Fest – American Film Festival, EUA
PRINCIPAIS PRÊMIOS:
Internacionais:
Melhor Curta-metragem Europeu (qualificador para os European Film Awards)
64. SEMINCI. Semana Internacional de Cine de Valladolid. Spain
Mikeldi para o Melhor Curta Documental (qualificador para o Oscar)
61. ZINEBI. Festival Internacional de Cine Documental Cortometraje de Bilbao (Vizcaya), Espanha
Menção Especial do Júri- Competição Internacional de Curtas de Animação
35º Festival Internacional de Cine en Guadalajara, FICG
Premio Coral de Cortometraje, Animación
41º Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano La Habana, Cuba
Prêmio de Público – Best International Competition: Animated Documentaries
17º London International Animation Festival (LIAF). UK
Nacionais:
Prêmio Abraccine – Melhor Filme Curta-Metragem Melhor Roteiro
Melhor Curta-Metragem Júri Popular
Prêmio Edina Fujii Ciario
52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Brasil
Prêmio Canal Brasil 10+ Brasil
Destaque ABCA – Associação Brasileira de Cinema de Animação para Melhor Animador(a) / Troféu O Kaiser
31º São Paulo International Short Film Festival – Curta Kinoforum, Brasil
Melhor Curta Voto Popular
21º Festival do Rio. Brazil
Prêmio de Público da mostra Competição Nacional
27º de Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, Brasil
BIOGRAFIA DIRETORA:
Camila Kater é animadora, roteirista e diretora de São Paulo.
Dirigiu, roteirizou e animou o documentário animado CARNE (2019), que está qualificado para o Oscar® 2021 e na shortlist para os Prêmios Goya de 2021. CARNE estreou no Festival Internacional de Locarno em 2019 e recebeu mais de 70 prêmios nacionais e internacionais.
Kater possui bacharelado em Comunicação Social com habilitação em Midialogia pela Unicamp e graduação sanduíche em Film & Television Production na Anglia Ruskin University em Cambridge (Reino Unido), quando foi contemplada pelo programa federal Ciência sem Fronteiras.
Kater é membro do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, é atual secretária da Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA) e co-fundadora/ co-diretora da LESMA (La Extraordinária Semana de Mostras Animadas) que completou 4 edições na Unicamp, exibindo curadorias de festivais como MONSTRA (Lisbon Animated Film Festival), ANIMAGE (Festival Internacional de Animação de Pernambuco) e StopTrik International Festival (Estônia, Polônia).
CARNE recebeu o prêmio “Artist-in Residence Program of Q21” no festival Tricky Women / Tricky Realities, concedendo a Kater uma residência de três meses no Museumsquartier de Viena (Áustria), onde então animará o trailer da edição de 2022 do festival.
Kater recebeu recentemente a bolsa de estudos Erasmus Mundus 2020/2022 RE: ANIMA Animation para um mestrado em animação na Europa nos três países anfitriões, Bélgica, Portugal e Finlândia.
BIOGRAFIA PRODUTORA LÍVIA PEREZ:
Lívia Perez (1985) é cineasta, produtora, curadora, educadora e pesquisadora de audiovisual. Ela dirigiu diversos curtas-metragens dos quais se destaca “Quem Matou Eloá?” (2015) premiado como Melhor Curta Documentário no 57º Prêmio GENII da Alliance for Women in Media, 27º Festival Internacional de Curtas de São Paulo, Cachoeira Doc, ATLANTIDOC, Semana Paulistana do Curta-Metragem e exibido em festivais como HOTDOCS, IDFA, Cinélatino e DocsMX; e três longas-metragens entre eles “Lampião da Esquina” (2016) que estreou no É Tudo Verdade 2016 – Festival Internacional de Documentários, recebeu menção honrosa no Festival MIX Brasil de Diversidade, prêmio de melhor documentário e melhor edição no Festival For Rainbow e foi exibido no Canal Brasil e no circuito comercial de quatro regiões do paísl. Seu próximo filme “M” (em finalização) participou e foi premiado no DOCSP e no Festival Internacional de Cartagena.
É sócia fundadora da Doctela – Mídia e Comunicação através da qual atua como produtora de projetos audiovisuais com impacto social em direitos humanos. Entre os filmes que produziu destacam-se “Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui” dirigido por Érica Sarmet a ser lançado em 2021 e “Carne” dirigido por Camila Kater (2019) que teve estréia no Festival de Locarno, onde recebeu menção especial do Júri Jovem e ainda, foi premiado nos Festivais de Havana, Miradas DOC, El Gouna, Huesca, Festival do Rio, Curta Cinema, Festival de Brasília, SEMINCI, ZINEBI, além de ter sido exibido no TIFF, IDFA, DOK LEIPZIG, Festival de Animação de Annecy entre outros.
BIOGRAFIA PRODUTORA CHELO LOUREIRO:
Como produtora executiva, Chelo tem uma ampla experiência na produção de filmes premiados de animação e de live action. Entre os muitos prêmios obtidos em festivais renomados como Cannes, Annecy e Locarno, destaca-se um prêmio Goya e sete indicações para o mesmo.
Loureiro ganhou 9 Prêmios Mestre Mateo (Academia Galega de Cinema) e um dos filmes que produziu, “Breadcrumbs”, foi selecionado pelo Uruguai para representar este país no Oscar na categoria de Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Seus trabalhos caracterizam-se pela presença forte da animação e por elementos fantásticos que visam atingir grandes públicos de crianças a adultos. Loureiro trabalhou com diferentes produções até 2007, quando fundou sua própria produtora Abano Producions.