No Quadro do ROL, a aquarela poética de Tânia Orsi

Tânia Orsi enriquece as letras ROLianas com sua visão e sensibilidade psicoterapêuticas

Tânia Orsi
Tânia Orsi

Tânia Maria Orsi, natural de Itapetininga (SP) e residente em Sorocaba (SP), é psicoterapeuta, atuando como psicóloga há 39 anos na área de atendimento na Clínica Expressão.

Na área cultural é escritora, poeta e colunista do Internet Jornal.

Autora dos livros de poesia: Mãe do Corpo e um Quilo de Sal.

É cofundadora do grupo Coesão Poética de Sorocaba e participa com produções próprias em saraus.

Tânia se apresenta aos leitores do ROL com o poema Poesia não convém, pela qual contrapõe o poeta com a realidade que o cerca.

Poesia não convém

"... ouve estrelas, pastoreia rebanhos e restolhos na proa do vento iça velas..."
“… ouve estrelas, pastoreia rebanhos e restolhos
na proa do vento iça velas
…”
Microsoft Bing – Imagem criada pelo designer

Poesia não convém

não dá camisa

ouro não alisa

suas letras não pagam vintém.

Bilaquianamente

ouve estrelas

pastoreia rebanhos

e restolhos

na proa do vento iça velas

constrói deuses

e demônios.

O poeta não dá camisa

não dá sapato

pra ninguém.

Nem ouro, nem asfalto

suas letras

não pagam vintém.

Alimenta-se de procelas,

tempestades, encantamentos,

que escapam dos seus dedos,

derrubando as cancelas

fundando realidade e sentimentos,

como as tintas nas paletas

criam o esplendor

das aquarelas.

Mas do trigo o grão não arrebenta

na incandescência

das panelas.

Poesia sem vintém,

alimenta apenas

o coração

de quem o tem.

Contatos com a autora

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O escritor e colunista do ROL Élcio Mário Pinto presta uma homenagem poética ao Editor do ROL Helio Rubens de Arruda e Miranda

Por meio do poema ‘A esperteza’, o escritor e colunista do ROL Élcio Mário Pinto presta uma homenagem ao Editor do ROL Helio Rubens de Arruda e Miranda, em reconhecimento à importância da postura dele como jornalista

 

 

A ESPERTEZA

 

Se deuses tivessem os asnos

a quem lançariam suas preces?

Se semelhantes lhes fossem,

como as bestas se veriam?

Mas, como pode sê-lo, negariam todos

Se deuses há, então, são nossos!

Quem perscrutou os divinos desconhecidos e nunca vistos:

– quereis ser deuses e protetores de quais criaturas?

Contudo, algumas, dentre tantas, se descobriram

quando para si criaram os deuses há muito esquecidos.

Dos que labutam com a terra, ouviram:

deixem-nos, porque pensar nos divinos não enche nossos estômagos.

Criaturas vis, resmungaram os descontentes

De que nos valerão os divinos se não contarem com impostos e fama?

Então, os mais espertos, antes que engolidos fossem

Vivificaram os deuses e com eles se apresentaram

Desde então, toda a Terra lhes servem!

 

 

Élcio Mário Pinto – 23/11/2017

elcioescritor@gmail.com