Claudio Bloch: '22 de março, Dia Mundial da Água, temos alguma coisa para comemorar?'
Instituido pela ONU como o Dia Mundial da Água, 22 de março, não é um dia para comemorar, mas sim para refletir e agir.
Poluição dos rios, lagoas, praias, desperdício de água, falta de saneamento.
Estudos e projetos, quase sempre de autoria de ONGs, empresas e pessoas sem vinculação com o governo apontam para algumas soluções.
Instituido pela ONU como o Dia Mundial da Água, 22 de março, não é um dia para comemorar, mas sim para refletir e agir. A data foi criada em 1993 como um alerta para a necessidade de cuidar do liquido essencial para a vida no nosso planeta Terra.
Segundo a ONU, 2 bilhões de pessoas, parcela significativa da população é alijada do direito, reconhecido internacionalmente, de acesso a água e saneamento.
No Brasil, de acordo com a ANA (Agência Nacional de Águas) a grande maioria dos brasileiros utilizam a água gerida de forma segura, porém 63,5 por cento da população não tem coleta e tratamento de esgoto. E as desigualdades regionais são evidenciadas quando se constata que 80 por cento dos moradores do sul e cerca de 50 por cento do norte do Brasil contam com esgoto. Os estados do Acre e Rondônia apresentam indices alarmantes de escolas que não possuem água ou sequer banheiro.
Em uma escola de Rio Branco, no Acre, alunos e mestres têm que usar as instalações sanitárias de uma padaria e uma borracharia vizinhas. A escola não tem rede de esgoto, até instalaram um banheiro, mas ele não funciona, pois a obra está parada.
O drama se repete em milhares de escolas do pais. A cada dez escolas, apenas uma está ligada à rede de coleta de lixo ou esgoto; 23 por cento das escolas do Estado tem água potável. Os funcionários e professores pegam água gelada da vizinhança para oferecer aos alunos. Merenda também não há, pois como fazê-la sem água.
A ausência de saneamento pode impactar a dinâmica da escola, já que para usar o banheiro, o aluno precisa fazer um deslocamento.
Discute-se hoje sobre como criar condições para uma aula ser mais interessante, mas as condições básicas são um desafio para algumas regiões do país.
Por Claudio Bloch, correspondente do Rol