Cia. do Despejo faz crítica à necropolítica brasileira na videoarte online ‘IRETI’, inspirada na mitologia Iorubá

Crédito: Duda Viana

Com dramaturgia de Ingrid Alecrim e direção de Thaís Dias, a distopia narra a história de uma mãe preta que pariu o Brasil e, depois de ser preterida pela nação, reivindica seus direitos de criação

Com a missão de dar voz às culturas afrodiaspóricas – que foram depreciadas ao longo da História – a Cia. do Despejo faz novas apresentações da videoarte online “IRETI”, inspirada no espetáculo de mesmo nome. A obra é uma crítica à necropolítica brasileira e às violências sofridas pelas mulheres negras em nosso país. O texto ficou em 4º lugar no edital de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos, realizado pelo CCSP – Centro Cultural São Paulo em 2019.

As cenas foram gravadas sem plateia e seguindo todos os cuidados para garantir a segurança do elenco. Para quem perdeu as transmissões de abril e maio, o resultado ganha apresentações de 19 a 22 de junho e de 17 a 19 de julho, sempre às 20h, pelo canal da Cia. Mungunzá de Teatro no YouTube.

A montagem, que tem dramaturgia de Ingrid Alecrim e direção de Thaís Dias, é inspirada na mitologia Iorubá, sobretudo na figura de Nanã Buruku, orixá que cedeu a lama do seu domínio para a criação dos corpos humanos. Ela também é responsável pela desencarnação, uma vez que exige de volta a matéria criadora da vida.

O texto surgiu da ideia persistente de que o Brasil (conforme nominado após a colonização) foi parido e aleitado por mulheres indígenas, africanas e afrodescendentes. ‘Nosso ‘mundo’ é moldado através das mãos dessas mulheres e, muitas vezes, contra suas vontades. Na colonização, tudo o que é frutífero ficará arrasado: a terra e suas preciosidades, o corpo feminino e sua capacidade de gerar os povos miscigenados, que já nascem sob dominação”, revela a dramaturga Ingrid Alecrim.

A narrativa é conduzida por uma mãe preta e pobre, a personificação de Nanã Buruku. Ela ergueu o Brasil com os próprios braços, mas foi preterida pelo país e, agora, mergulhada em um contexto de miséria, violência, fome e terror, assiste a seus filhos serem mortos e presos e a suas filhas serem estupradas.

A matriarca furiosa reivindica seus direitos de criação, exige que a matéria humana retorne para si e procura alguma maneira de acabar com o mundo em desequilíbrio. A personagem é inserida em uma distopia, na qual as guerrilhas urbanas e rurais expandem uma guerra contra a governança brasileira.  E, nesse contexto, ela reflete sobre o que precisa ser mudado se quisermos viver em um país mais justo e menos violento.

‘Ela toma as rédeas da existência humana, se colocando como uma figura central da história do Brasil, e não aceita ser musa, escrava, empregada ou ladra. Ela deixa de ser protagonista de uma história silenciada e solitária e se assume como protagonista da nação. Com essa história, a Cia do Despejo, da qual sou cofundadora, valoriza as narrativas das mulheres brasileiras ao dar voz às verdades desagradáveis, às culturas afrodiaspóricas depreciadas e à configuração de uma realidade apocalíptica convergente com os acontecimentos atuais”, comenta a autora.

Além de denunciar todos os tipos de atrocidades cometidas contra a população negra desde a colonização, a peça tem a proposta de valorizar as ancestralidades.

‘A todo momento são reavivados saberes e costumes ancestrais que chegam a nós através da afrodiáspora e das culturas orais indígenas. Ritos de cura e presenças míticas permeiam a narrativa e seus acontecimentos. A mitologia Iorubá chegou ao Brasil por meio das pessoas escravizadas e sobrevive através de muita resistência, também inevitavelmente mesclada à cultura do colonizador’, acrescenta.

Segundo Thaís, a encenação nasceu de uma estética uterina, “gestada coletivamente por uma equipe desejante desse nascimento/estreia/partilha cênica. Plasticamente composta de elementos suspensos, a cenografia e os objetos cênicos de Lui Cobra trazem em suas formas e funcionalidades as possibilidades de jogo entre os atuadores e o local da montagem. São camadas de tecidos, paredes-véus a serem costuradas, defumação flutuante, uma banheira parideira: nosso trono de assentamento para esperança nāo vindoura nesse Brasil-Terra-Chāo”, afirma.

O figurino criado por Duda Viana funciona como uma segunda pele, obedecendo aos tons terrosos do cenário e fazendo uma alegoria das figuras a serem interpretadas. “Um elemento que liga a espacialidade e as vestimentas sāo as máscaras feitas por Cleydson Catarina, que representam as nossas vozes, as vozes das mulheres pretas desse Brasil e a das nossas ancestrais”, completa. 

SOBRE INGRID ALECRIM – TEXTO

Ingrid Alecrim é atriz, dramaturga, roteirista, produtora cultural e maquiadora. É cofundadora da Cia do Despejo, onde atuou como cocriadora, atriz, figurinista e maquiadora do espetáculo “Fêmea” e atualmente é dramaturga e produtora do espetáculo “IRETI”.

Formada como atriz pela SP Escola de Teatro, iniciou sua trajetória artística através do Teatro Vocacional nos anos de 2006 a 2011. Atualmente, cursa licenciatura em Artes Cênicas na ECA/USP.

SOBRE THAIS DIAS – DIREÇÃO

Artista piracicabana atuante como atriz, figurinista, produtora cultural, arte educadora e diretora artística. Atriz formada pela Escola Livre de Teatro de Santo André-ELT (2009).

Atriz do Grupo de Teatro Forfé, Coletivo Quizumba. Cantora nos espetáculos de Repertório da Cia Treme Terra; e da Cia Zona Agbara.  Atuou como diretora artística das obras “Degredo”, em 2015, e em “IRETI”, montagem em andamento em 2021. 

Encontra-se em pesquisa para elaboração do figurino dos processos artísticos dos grupos: Zona Agbaras, Coletivo Okan e a Coletiva de Teatro. E em processo criativo temporariamente intitulado: “Camadas da Pele /ou/ Parir a si mesma” onde investiga sua negritude, pele, feminismos e matriarcado.

SINOPSE

A narrativa é guiada por uma mãe preta inspirada na personificação de Nanã Buruku. Na história ela aparece como a mulher que pariu e levantou com seus braços o Brasil. País que a pretere, mata seus filhos e lhe relega a ingratidão e as sobras. 

Vislumbrando este mundo onde suas crianças vivem numa realidade cruel de fome, violência e dor, ela deseja a matéria da criação de volta para si, buscando uma maneira de acabar com um mundo desequilibrado. Nana reivindica seus direitos a uma boca que fala e a mãos que curam e matam. Ela se assume como a terra aberta, pulsando e se preparando para voltar ao início. 

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia: Ingrid Alecrim
Encenação: Thaís Dias
Direção de movimento: Carol Ewaci
Intérpretes: Breno Furini, Isamara Castilho e Jennifer Souza
concepções luminosas: Carolina Gracindo
Composição sonora: Aline Machado
Concepção de figurino e costura: Duda Viana
Concepção de cenografia e cenotécnica: Lui Cobra
Orientação de percussão: Helena Menezes Garcia
Orientação de máscaras: Renata Kamla
Mascareiro: Cleydson Catarina
Fotografia: Duda Viana
Artes de divulgação: Afrobela
Produção: Ingrid Alecrim
Assessoria de Imprensa: Bruno Motta Mello e Verônica Domingues –  Agência Fática

Este projeto foi contemplado pelo Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais do Município de São Paulo – VAI.


SERVIÇO

IRETI, da Cia do Despejo
Apresentações: 19 a 22 de junho, de sábado a segunda, às 20h

17 a 19 de julho, de sábado a segunda, às 20h

Transmissão pelo canal do YouTube da Cia Mungunzá: https://www.youtube.com/c/CiaMungunz%C3%A1deTeatro

Ingressos: grátis
Duração: 30 minutos
Classificação: 16 anos
Facebook: @ciadodespejo
Instagram: @ciadodespejo

 




'Porta Entreaberta' se apresenta de forma online e gratuita a partir de 15 de abril

Link para download de fotos de Juane Andreazza

Solo inédito interpretado e cantado pelo ator Edson Montenegro com músicas de Gonzaguinha é dirigido por Débora Dubois e escrito por Pricilla Conserva

A jovem dramaturga amazonense Pricilla Conserva chega pelas mãos da diretora, que já admirava o seu trabalho; a partir de encontros e ensaios online, a peça foi ganhando corpo e sendo gerada em tempos de isolamento. Assim chega até nós o texto “Porta Entreaberta”. Ele espelha o momento “real” de um homem de meia idade que se vê preso em sua casa pela pandemia; sozinho, ele inicia conversas gravadas com alguém que não está mais com ele, e entre as tarefas do lar e o trabalho em casa reflete sobre seus medos, desejos, lembranças e superstições, e o que fez e faz com a sua vida. O texto é todo entrecortado por músicas de Gonzaguinha, que delicadamente foram arranjadas e acompanhadas ao violão pelo diretor musical André Bedurê.

O experiente ator e cantor Edson Montenegro, que estava inquieto para falar sobre este momento, junto com a diretora Debora Dubois e o produtor Edinho (Brancalyone), deram os primeiros passos para que este projeto saísse do papel e começasse a ganhar vida. Respeitando as inquietações do ator e da equipe, a dramaturga Pricilla Conserva conversa com o momento difícil em que passa o mundo, dando voz ao invisível dentro de nós.

Na encenação a diretora coloca o personagem preso na sua “casa/estúdio” – toda branca, simbolizando o seu inconsciente, e com poucos objetos de cena; é lá que ele reflete sobre suas memórias, como uma válvula de escape ou uma saída para a sua alma; gravando numa câmera, ele fala sobre suas angústias e aflições, numa tentativa de ressignificá-las e elaborá-las na esperança de que a gravação encontre os seus interlocutores.

Houve entre ator e diretora inúmeras conversas ao celular no desejo de realizar este espetáculo, e uma importante certeza: a presença da música e da poesia de Gonzaguinha, paixão dos dois artistas, que assim também poderiam homenageá-lo.

“Desde o começo, Edson se entregou profundamente a este trabalho; várias vezes ele fez questão de reforçar como era importante fazer um espetáculo solo como esse, naquele momento da sua vida, e sonhava com um espetáculo pocket que poderia ir se transformando no tempo e se apresentando Brasil afora. Nossa brincadeira interna era chamá-lo de “Nosso Falso Brilhante””, conta a diretora.

A diretora Débora Dubois e o produtor Edinho Rodrigues trabalham juntos desde 2010, e este é o décimo espetáculo da parceria sendo que, destes, quatro foram musicais de sucesso. O músico André Bedurê e Edson Montenegro trabalharam com a dupla de diretora e produtor em 2017, no musical “Roque Santeiro”.

“Porta Entreaberta” teve a honra de receber o prêmio Aldir Blanc e sair do papel, e assim ser produzido para dialogar de forma online e presencial com o público nesta fase incerta em que vive nosso teatro; a peça foi gravada no dia 20 de fevereiro e estava em processo de edição e finalização; porém no dia 12 de março o ator Edson Montenegro foi internado, vítima da Covid-19, e infelizmente não resistiu.

Sinopse

Dramaturgia – Porta entreaberta

Inspirada nas músicas de Gonzaguinha, a dramaturgia passeia pelas memórias de um homem refletindo sobre suas relações afetivas. Um monólogo de memórias suscitadas pelo período de confinamento em casa devido à pandemia, onde ele se vê diante de angustiantes lembranças e medos, memórias que passam pela infância, pela relação conflituosa com a família, a juventude boêmia e a mulher que fora (e ainda é?) o grande amor de sua vida, sua principal interlocutora. O personagem que se encontra nas músicas e se confunde com elas, evidencia a complexidade do ser humano, carregando consigo a esperança de melhores tempos.

Edson Montenegro (Rio de Janeiro, 28/10/1957 – São Paulo, 21/03/2021)

Formado em artes cênicas pela Escola de Arte Dramática, da USP, Edson Montenegro participou de várias novelas, séries, peças teatrais e cinema

Montenegro teve passagem pela TV Cultura como apresentador do programa Zoom. Na televisão, também atuou em novelas como Apocalipse (TV Record, 2017), Cúmplices de um Resgate (SBT, 2015) e da minissérie, Metamorphoses (2004), Marcas da Paixão (2000), além dos seriados Sandy e Junior (Globo, 1999-2002) e de uma participação em Você Decide, em 1997. Dona Flor e seus Dois Maridos (TV Globo, 1998) e das novelas Antonio Alves Taxista (SBT, 1996), Xica da Silva (extinta Manchete, 1996-1997)

No teatro, participou de muitos espetáculos, dentre eles “Hair” (1993), Histórias de Nova Iorque (1994), Gilgamesh (1995), “Não Escrevi Isto” (1999), Roque Santeiro (2017) e Aparecida, um Musical (2019) “A Senhora de Dubuque (2007), Asfaltaram a Terra (2006), A Importância de Ser Fiel (2005), Otelo (2004) e O Evangelho Segundo Jesus Cristo.

No cinema ele fez parte do elenco de Cidade de Deus (2002), e interpretou o pai de Buscapé, o protagonista do filme. A mais recente produção foi o personagem Jacob, no filme de “Coração de Leão – O Amor Não Tem Tamanho”, com direção de Alexandre Machado, uma versão brasileira da trama argentina.

Pricilla Conserva 

Atriz e dramaturga, bacharela em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas, licenciada em Letras pela Universidade Federal do Amazonas, cursando especialização em Gestão Cultural: cultura, desenvolvimento e mercado, pela Universidade Senac. Integrante do grupo Garagem, atua também em trabalhos de outras companhias.

Dramaturgias:  Grupo Garagem – “Jogo do bicho” – 2020 (Sesc residência de artes cênicas 2019), “Ainda bem que não tivemos filhos” – 2019, “Quando encontramos sonhos perdidos nas roupas que costuramos” 2016 (Prêmio Conexões Culturais 2019).  Companhia trilhares: “Diário das Marias” – 2019 (Prêmio Conexões culturais 2019). Ateliê 23: “Helena” – 2018 (Sesc residência de artes cênicas 2018).  

Atuação: “Ainda bem que não tivemos filhos” – 2019, “Alguma coisa sobre liberdade” 2017, “Senti um vazio no começo quando o coração foi embora, mas agora está tudo bem” 2015, “Aconteceu, acontece ou acontecerá” 2015, Intervenção Urbana “Cegos” – Desvio Coletivo – 2014. Grupo TUFAM – Espetáculo “Em pedaços”2012. Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro – “Morte e vida Severina” 2009 “Sonhos de uma noite de verão”- 2008.

Sonoplastia: “Jogo do bicho” -2020 “Diário das Marias” – 2019.

Debora Dubois

Diretora que em mais de vinte anos vem trabalhando a inserção da música brasileira no teatro, sempre à procura de novos autores e do resgate de outros dramaturgos significativos. Com mais de 30 espetáculos no curriculum – muitos dos quais receberam importantes prêmios e indicações – trabalhou com grandes atores da cena teatral brasileira, como Renato Borghi, Mel Lisboa, Cássio Scapin, Léonardo Miggiorin, Marcos Damigo, Luciana Carnielli, Vanessa Gerbelli, Jarbas Homem de Mello, Amanda Acosta e Flavio Tolezani. Nos últimos 9 anos teve o músico e compositor Zeca Baleiro como parceiro na empreitada de unir música e cena nos palcos. Em 2004 foi convidada para representar o Brasil no Teatro della Limonaia em Firenze, Itália.

André Bedurê 

Baixista, violonista, cantor, arranjador, produtor musical e compositor.

Em quase 40 anos de carreira, acompanhou diversos nomes importantes da cena musical brasileira, tais como Cauby Peixoto, Ângela Maria, Agnaldo Timóteo, Maria Alcina, Baby do Brasil, Itamar Assumpção, Simone Mazzer, Rubi, Rita Benedito e Kléber Albuquerque, Tulipa Ruiz, Zeca Baleiro, entre outros.

Nos anos 90, fundou a banda Mandabala, que acompanhou Zeca Baleiro por oito anos em turnês pelo Brasil e pela Europa, participando de seus dois primeiros CDs. Ainda hoje são parceiros: André produziu faixas de seus últimos CDs (“Era Domingo” e “Arquivo raridades”), participou do musical “Roque Santeiro”, com direção musical de Zeca (e direção cênica de Débora Dubois) e juntos compuseram a canção “Na Quitanda”, gravada por Zeca no CD “Coração do homem-bomba”.

Produziu CDs de diversos artistas, como “Negra Melodia”, da cantora Zezé Motta. Dirigiu a coleção do selo Lua Nova em homenagem aos 100 anos de artistas consagrados do Brasil, entre os quais Ataulfo Alves, Nelson Cavaquinho, Luiz Gonzaga e Adoniran Barbosa, sendo que este último ganhou o Prêmio da Música Popular Brasileira na categoria “Projetos Especiais”.

Atualmente, acompanha o ator e cantor Gero Camilo no show “Alucinação”, em homenagem a Belchior. Já lançou dois CDs e contou com a participação de Luiz Melodia em um deles (“Saudosismo”, 2009).

Ficha Técnica

Texto: Pricilla Conserva

Direção: Débora Dubois

Elenco: Edson Montenegro

Arranjos e direção musical: André Bedurê

Cenografia: Espaço 2c, Atuacena Estúdio Cinematográfico

Adereços e figurinos: WS Cenografia

Assessoria de imprensa: Pombo Correio

Vídeo: Junae Andreazza e Yllan Carvalho

Administração: Thiago Marchine

Assistência de Produção: Vanessa Campanari e Fabrício Sindice

Direção de produção: Edinho Rodrigues

Realização: Brancalyone Produções

 

Serviço

Temporada: dias 15, 16, 17, 22, 23 e 24/04 sempre às 19h30.

Ingressos pela plataforma Sympla. Gratuito.

Duração: 25 minutos

Classificação etária: Livre

 

 

 

 

 




Abertas as inscrições para o 1º Concurso de Texto para Teatro do Espaço Reconciliação

As inscrições se encerram no dia 20 de maio de 2020

Informações:
a) Aberto a todos os interessados
b) Dramaturgia
c) Tema: tensões em diálogo – por um mundo melhor
d) Inscrição pela internet (conforme o Regulamento)

Premiação:
I) Encenação e publicação da obra

Prazo: 20 de maio de 2020

Organização:
Espaço Reconciliação

Contato – Mais informações e Dúvidas:
espacoreconciliacao@gmail.com

Regulamento:
https://www.espacoreconciliacao.com/

https://97019c9a-f412-44f9-876e-308898eb6fe8.filesusr.com/ugd/5ec1cc_8819bbc7d25644e3b61a165772c584a0.pdf

Inscrição:
https://www.espacoreconciliacao.com/inscricao