No time de colunistas do ROL, mais um craque: Edson Toshio Kubo!

Edson Toshio Kubo

Edson Kubo vem enriquecer ainda mais o Quadro de Colunistas e Correspondentes do ROL!

Natural de Sorocaba, Edson Kubo é formado em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de Sorocaba e pós-graduado em Direito Processual Civil pela Universidade de Sorocaba.

Dentre as inúmeras atividades que já exerceu e exerce, foi Rotariano,  ex-membro do Grupo Imagem de Fotografia. É Adesguiano, Conselheiro da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, onde atualmente ocupa o cargo de 1º Secretário da Mesa de Trabalhos do Conselho Deliberativo, Diretor Jurídico da UCENS – União Cultural Esportiva Nipo-Brasileira de Sorocaba e Conselheiro do Ipanema Club de Sorocaba, onde participou de várias Mostras de Arte, colaborando no segmento de Literatura, fotógrafo e Cronista.

Foi o Curador do Sarau da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, Regional de Sorocaba, recebeu o Título de Cidadão Emérito Sorocabano e, também, a Medalha Cultural ‘Luiz Matheus Maylasky’, outorgado pelo Gabinete de Leitura Sorocabano.

Dinâmico, Edson Kubo é a promessa de um grande colaborador do Jornal Cultural ROL!

Seja muito bem-vindo à Família ROLiano, Edson!

Abaixo, sua primeira colaboração: uma viagem aos tempos da infância, com a crônica ‘Carrinho de Rolimã:

 

Carrinho de Rolimã

As rodas eram oriundas do Ferro-Velho que existia na Avenida General Carneiro, um pouco acima e à esquerda da Delegacia de Polícia e Cadeia Pública de Sorocaba.

As tábuas, da Fábrica de Carrocerias Coelho da esquina das Ruas João Pessoa e Barão de Cotegipe, próximas da Igreja de São José do Cerrado.

A montagem não era difícil, era só encaixar as rodinhas de rolimã num sarrafo um pouco mais grosso e pregar nas extremidades; o freio consistia num pequeno pedaço de pau pregado ao lado. Uma vez finalizada a ‘obra de engenharia’, a turminha ia tirar ‘racha’ nas ruas do bairro.

Iniciávamos, às vezes, na Rua Imperatriz Leopoldina, bem próximo ao Lar Educandário Santo Agostinho. Dada a largada, a turminha: Zé Maria, Agostinho, Nelsinho, Robson e Zequinha, e eu também, descíamos ladeira abaixo…. pura emoção aquele vento no rosto! Com direito inclusive de dar ‘cavalo de pau’.

Nossa infância simples e lúdica, tempos que não se apagam da memória.  O asfalto não era dos melhores, muito abrasivo; por consequência, se uma manobra não fosse bem sucedida, o chão nos abraçava e ficavam sequelas e ainda posteriormente havia a repreensão em casa, por causa dos curativos, e, para completar, havia o famoso merthiolate, o qual ardia tanto  que os olhos vertiam lágrimas quando ele entrava em contato com o machucado.

Estávamos numa empolgação tamanha no ‘racha’, quando de repente, do nada, surge o inesperado: uma viatura da Polícia Militar, a famosa ‘baratinha’, com dois policiais militares e após sermões e outras admoestações, apreenderam TODOS os carrinhos de rolimã.

Ficamos indignados e resignados com tanta crueldade, pois, na nossa ótica infantil, só estávamos procurando nos divertir, não praticando nenhum ilícito. Sorte que não chamaram nossos pais, nem nos levaram à delegacia na Avenida General Carneiro, pois a vergonha seria ainda maior.

Revoltados que ficamos, elegemos uma senhora viúva, Dona Francisca, que morava sozinha, defronte a casa do Zequinha, como a denunciante. Nos municiamos de pedras encontradas na rua mesmo e fomos até a casa dela; nos postamos e começamos o ataque, o alvo foi principalmente a janela fronteiriça da casa dela. Pobre senhora, deve ter levado um baita susto!

A Dona Francisca não se fez de resignada e, sabendo quem eram os pais daqueles moleques safados que apedrejaram sua humilde casa, foi tomar satisfações com meus pais.

O famoso chinelo Havaiana funcionou lá em casa…. Tá, tá, tá, tá, tá, doía mais que o merthiolate, pois papai nos colocava de decúbito dorsal, tirava o shorts e batia nas nádegas…. lembro até hoje da cor do carrasco….verde-claro. Fora o sermão de não insultar ou agredir pessoas mais idosas.

Foi a minha gostosa e travessa infância…tempos de outrora que não se apagam da memória.