Artigo de Pedro Novaes – 'Começou a campanha'

 Pedro Israel Novaes de Almeida – COMEÇOU A CAMPANHA

 

 

colunista do ROL
Pedro Novaes

A campanha eleitoral, nos pequenos e médios municípios, segue sua secular rotina.

Mais uma vez, as regras figuram concentradoras de poder. Candidatos de partidos sem grande expressão nacional contam com menor tempo, no horário eleitoral gratuito, e muitos sequer podem participar de debates.

Prefeitos disputam a reeleição no exercício do cargo, emoldurados pelas obras e feitos da administração, tidas como benesses pessoais do candidato. Podem acelerar ou retardar obras, ao sabor do andamento da campanha.

A estranha figura de partidos sem candidatos surge, ridícula, nas mais monstruosas coligações.  Coligações só deveriam ser permitidas no segundo turno.

A rigor, partidos sem candidatos deveriam ser extintos. O mínimo que pode ser exigido de qualquer partido é apresentar candidatos e propostas, até para não ensejar a impressão de mera e informal extensão dos principais partidos.

A falta de segundo turno, na esmagadora maioria dos municípios, torna as eleições menos representativas, e algum candidato pode acabar eleito, contra a vontade da maioria dos eleitores.

O imediatismo e a incipiente visão do eleitorado ditam as regras da campanha, repletas de promessas e afagos.  Alguns chegam a anunciar que conseguirão a vinda de uma faculdade pública de medicina e a milagrosa salvação do hospital e das estruturas de saúde.

Candidatos podem prometer, a mil eleitores, uma das vinte vagas comissionadas, na prefeitura. Todos parecem saber fórmulas mágicas e fáceis de erradicar os buracos, melhorar o trânsito, extinguir o risco de enchentes e promover o pleno emprego, além de distribuir saúde e segurança.

A mais nefasta figura das campanhas eleitorais ainda é o eleitor, que não percebe o ridículo da mudança de hábitos dos candidatos. Pessoas que passaram a vida toda chutando a Santa, de repente tornam-se fiéis extremados, fazendo o sinal da cruz a cada espirro, paparicando crianças e cumprimentando, sorridente, até postes.

Para que o país tenha algum aceno de mudança, o eleitorado precisa ao menos repelir os sabidamente desonestos.  Muitas vezes, a desonestidade pode ser reparada já na declaração de bens dos candidatos, quando inidônea.

Cabos eleitorais e adeptos extremados perturbam o ambiente, com ofensas pessoais e baixarias. Passadas as eleições, os candidatos tratam-se com civilidade, e os cabos eleitorais permanecem brigados eternamente.

Pelos movimentos iniciais das campanhas, nada indica a maior maturidade dos eleitores, mas há a esperança de que a história tenha deixado seus ensinamentos, e desonestos oportunistas, repentinamente simpáticos e empreendedores, terão grandes dificuldades nesta eleição.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.




Artigo de Celso Lungaretti: 'EDITORIAL DEFENDENDO NOVA ELEIÇÃO: MAIS UMA VEZ A "FOLHA" SE CURVA DIANTE DO "NÁUFRAGO"…'

Celso Lungaretti – 23 DIAS DEPOIS DO “NÁUFRAGO”, “FOLHA DE S. PAULO” PEDE FIM DO GOVERNO DA DILMA, EXCLUSÃO DE TEMER E NOVA ELEIÇÃO

Por Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia.

No último dia 11 de março publiquei no blogue Náufrago da Utopia:

Como sou um homem generoso, vou dar à presidente uma dica de como ela ainda pode poupar-se de transpor a porta do fundo como cão escorraçado, mas, pelo contrário, sair atirando, não só para deixar uma última marca no bastião inimigo, como também, e principalmente, para prestar um serviço inestimável ao povo brasileiro, comparável ao suicídio e carta com que Vargas evitou que seu governo fosse herdado pelos ratos da época. 

Dilma, convoque a imprensa para um pronunciamento decisivo e comunique ao País e ao mundo que você está disposta a abrir mão do seu mandato para o bem da Nação, desde que o Michel Temer faça o mesmo.

Argumente que a crise política, econômica e moral é tão profunda que os governantes atuais se deslegitimaram e é hora do poder voltar à fonte do qual emana, o povo.

Que o Brasil precisa novamente ser passado a limpo.

Que os brasileiros devem escolher livremente aquele(a) a quem querem delegar a difícil missão de tirá-los do fundo do poço, ao invés de serem obrigados a engolir um político que, por ação ou omissão, é co-responsável por tudo que tem sido feito de errado e desastroso pelo Governo federal desde 2011.

Exorte publicamente o Michel Temer a agir com o mesmo desapego pelo poder e a mesma disposição de colocar os interesses do povo sofrido acima dos cálculos mesquinhos da política e até das frustrações pessoais, por piores que elas sejam. Bote-o numa saia justa: ele merece!

Parafraseando uma afirmação que tanto nos empolgou lá no comecinho da nossa trajetória, a esta altura do campeonato você não tem mais nada a perder, Dilma, e um passado glorioso a honrar.

O último ato de sua presidência deveria ser coerente com a opção que você fez lá atrás, de arriscar a vida para livrar o Brasil dos exploradores e seus serviçais, fardados ou não.

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“A PRESIDENTE CONSTITUI HOJE O 

OBSTÁCULO À RECUPERAÇÃO DO PAÍS”

O editorial da Folha de S. Paulo deste domingo, 3 de abril, é bem na mesma linha (e, para bom entendedor, sinaliza que o jogo está chegando ao seu mais do que previsível desfecho):

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A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu as condições de governar o país.

É com pesar que este jornal chega a essa conclusão. Nunca é desejável interromper, ainda que por meios legais, um mandato presidencial obtido em eleição democrática.

Formou-se imensa maioria favorável a seu impeachment. As maiores manifestações políticas de que se tem registro no Brasil tomaram as ruas a exigir a remoção da presidente. Sempre oportunistas, as forças dominantes no Congresso ocupam o vazio deixado pelo colapso do governo.

A administração foi posta a serviço de dois propósitos: barrar o impedimento, mediante desbragada compra de apoio parlamentar, e proteger o ex-presidente Lula e companheiros às voltas com problemas na Justiça.

Mesmo que vença a batalha na Câmara, o que parece cada vez mais improvável, não se vislumbra como ela possa voltar a governar. Os fatores que levaram à falência de sua autoridade persistirão.

Enquanto Dilma Rousseff permanecer no cargo, a nação seguirá crispada, paralisada. É forçoso reconhecer que a presidente constitui hoje o obstáculo à recuperação do país.

Esta Folha continuará empenhando-se em publicar um resumo equilibrado dos fatos e um espectro plural de opiniões, mas passa a se incluir entre os que preferem a renúncia à deposição constitucional.

A mesma consciência deveria ter Michel Temer (PMDB), que tampouco dispõe de suficiente apoio na sociedade. Dada a gravidade excepcional desta crise, seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo a fim de que ele investisse alguém da legitimidade requerida para promover reformas estruturais e tirar o país da estagnação.

O Tribunal Superior Eleitoral julgará as contas da chapa eleita em 2014 e poderá cassá-la. Seja por essa saída, seja pela renúncia dupla, a população seria convocada a participar de nova eleição presidencial, num prazo de 90 dias.

Imprescindível, antes, que a Câmara dos Deputados ou o Supremo Tribunal Federal afaste de vez a nefasta figura de Eduardo Cunha –o próximo na linha de sucessão–, réu naquela corte e que jamais poderia dirigir o Brasil nesse intervalo.

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Artigo de Celio Pezza: 'O custo do voto'

Célio Pezza, cronica # 291 O custo do voto

Colunista do ROL
Celio Pezza

No último dia 30 de novembro, o Judiciário publicou no Diário Oficial da União que o corte de R$ 428,7 milhões de verbas para a Justiça Eleitoral impedirá o uso de urnas eletrônicas nas eleições de 2016.

De acordo com o TSE, seriam necessários R$ 200 milhões somente para aquisição de novas urnas eletrônicas já licitadas.

Sem essa verba, as eleições poderão ser no papel, como eram antes das urnas eletrônicas.

Se, por um lado, a notícia parece um tremendo retrocesso, por outro levanta um problema que precisa ser solucionado, pois as urnas utilizadas no Brasil são muito questionadas por vários especialistas.

O Brasil utiliza um tipo de urna que é exclusivamente eletrônica e não permite uma posterior verificação.

Existem outros tipos que incluem uma versão impressa auxiliar no meio eletrônico e que permite uma recontagem de votos caso haja alguma dúvida.

Esse tipo foi recentemente utilizado na Argentina, ao passo que o sistema brasileiro já foi recusado em inúmeros países pela possibilidade de fraudes via software e sem possibilidade de detecção.

Segundo os especialistas, uma votação somente eletrônica ou somente em papel, são sistemas vulneráveis a fraudes e o ideal é combinar as duas tecnologias para aumentar a segurança, como já ocorre em diversos países como Argentina, Israel, Estados Unidos, Bélgica, Canadá, Peru e outros.

Enquanto países sérios como Alemanha e Holanda consideram que as urnas utilizadas no Brasil são “criminosas”, aqui alardeamos que temos um sistema avançado e que conseguimos os resultados poucas horas após o pleito.

Outro problema sério no sistema de votação no Brasil é a concentração de poder na Justiça Eleitoral, pois quem administra o sistema também é responsável pelo julgamento dos questionamentos.

É um absurdo que o próprio TSE fale sobre uma inviolabilidade de um sistema de votação, sendo que é ele mesmo quem define, controla e administra todo o sistema.

Ainda, de acordo com o TSE, o custo de voto por eleitor é de R$4,80.

Temos perto de 142 milhões de eleitores, portanto temos um custo aproximado de R$ 680 milhões por eleição no Brasil, só com a atividade do voto e apuração, sem contar todas as outras despesas inerentes ao TSE.

Voltando ao tema central, o correto seria o Brasil não retroceder e voltar ao sistema arcaico com papel nem permanecer no sistema de urnas atuais.

O ideal seria avançar para um sistema combinando as urnas eletrônicas com voto impresso, diminuindo a chance de manipulação de resultados.

Temos que disponibilizar verbas para consolidar a democracia e avançar no sistema de votação.

 

 

Dezembro, 2015




Diretoria do Ciesp Sorocaba tem mandato prorrogado por mais dois anos 

Assembleia foi realizada nas 42 Diretorias Regionais do Estado de São Paulo que mantiveram seus atuais diretores e conselheiros, incluindo o presidente do Ciesp e da Fiesp, Paulo Skaf

 

Por decisão unânime dos seus associados industriais, o mandato do diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Regional Sorocaba, Antonio Roberto Beldi, do 1º vice-diretor, Erly Domingues de Syllos, do 2º vice-diretor Mário Tanigawa, do presidente do Conselho, Nelson Tadeu Cancellara, dos conselheiros titulares e conselheiros suplentes, além do presidente do Ciesp e da Fiesp Paulo Skaf, será prorrogado por mais dois anos.

O mandato que teve início em 2011 e deveria terminar no dia 27 de setembro de 2015, foi prorrogado até o dia 31 de dezembro de 2017. A decisão aconteceu no dia 14 de maio durante assembleia no auditório da entidade. A assembleia aconteceu simultaneamente nas 42 Diretorias Regionais, Municipais e Distritais em todo o Estado de São Paulo, incluindo a diretoria da capital. Houve um total de 697 participantes, sendo 22 da Regional de Sorocaba. Do total de participantes, 688 votaram a favor, seis votaram contra e houve três abstenções, totalizando 99% de aprovação.

De acordo com a gerente regional do CIESP Sorocaba, Eva Marius, a assembleia foi convocada, pois, em março deste ano, houve um abaixo-assinado feito pelos associados de todas as diretorias regionais, na qual solicitavam uma assembleia para incluir um artigo no estatuto do Ciesp para que o atual mandato fosse prorrogado por mais dois anos. A assembleia foi convocada e publicada no jornal O Estado de S. Paulo no dia 4 de maio. A inclusão do artigo que prorroga o atual mandato só é válida para o mesmo. A partir de 1º de janeiro de 2018 o mandato volta a ser de quatro anos.

Segundo o diretor titular do Ciesp Sorocaba, Antonio Roberto Beldi, os associados sentiram a necessidade prorrogar o atual mandato em virtude do cenário econômico do Brasil. “Essa assembleia foi muito positiva, sinalizando a confiança que os associados têm em nosso trabalho e  para que possamosunir forças visando o progresso econômico da cidade e das indústrias que estão instaladas na nossa região”, explica Beldi.

De acordo com o 1º vice-diretor do Ciesp Sorocaba, Erly Domingues de Syllos, a diretoria da entidade continuará trabalhando para fortalecer o trabalho da indústria. “Temos muitos desafios pela frente, mas temos esperança que a economia volte a progredir, impulsionando as empresas e os empregos gerados pela indústria”, afirma.

Para o 2º vice-diretor do Ciesp Sorocaba, Mário Tanigawa, mesmo com a economia retraída e o impacto da desindustrialização no cenário brasileiro, o momento é de trabalhar pelas causas da indústria. “O momento é delicado, mas toda a diretoria e os departamentos do Ciesp Sorocaba vão continuar unindo forças no sentido de promover o crescimento econômico”, conclui.

Outras informações sobre as atividades realizadas pela entidade podem ser obtidas por meio do site www.ciespsorocaba.com.brou pelo telefone (15) 4009-2900.