Tempo de não permanência

PSICANÁLISE E COTIDIANO

Bruna Rosalem: ‘Tempo de não permanência’

Bruna Rosalem
Bruna Rosalem
" A vida acontece, ela não para. Mas ela exige que seja sentida!"
Imagem criada por IA do Bing - 30 de junho de 2025, às 23:26 PM
” A vida acontece, ela não para. Mas ela exige que seja sentida!”
Imagem criada por IA do Bing – 30 de junho de 2025, às 23:26 PM

Não se pode criar experiência, é preciso passar por ela.
Albert Camus

Em um mundo em que as informações estão tão atropeladas, imediatistas, palavras rápidas no julgamento de pessoas e situações altamente conclusivas, superficiais, chegando como uma avalanche que atravessa nosso cotidiano, minuto a minuto, impulsionado pela velocidade e amplitude que as redes sociais alcançam, ao simples deslizar de dedo na tela, passando de notícia em notícia, eventos, ocorrências, agenda cultural para o final de semana, cotação do dólar, o destino de viagem do momento, ou ainda, notícias de guerras em outros países, desastres, acidentes, mortes e assassinatos, isso tudo em fração de segundos, diante dos olhos, o que então permanece? Apenas fragmentos, restos, resquícios completamente esquecíveis, descartáveis. Não há tempo e espaço  para que algo se torne uma experiência marcante, sentida, significada.

Este ritmo frenético colocado em cena nos permite refletir sobre a dificuldade dos tempos atuais com relação à duração de algo que nos atravessa e faz efeito, marca, move, transforma. E para que isso aconteça é necessário voltar a sentir, pensar, meditar na preciosidade das palavras e suas significações e entregar-se à observação, contemplar, imaginar, divagar. Nem que seja por algumas horas, deixar de filmar, postar, repostar, curtir, compartilhar e comentar. 

A intenção aqui não é ditar como as coisas deveriam ser, mas propor que não percamos a capacidade que temos de inferir significado às experiências e ser transformados por ela. Mesmo passageiras, o importante é apontar para que o fica impresso e elaborar sobre isso.

Afinal, tudo o que vemos neste mundo não perdura, é finito. Porém, a sensação que se tem é de que o tempo de permanência parece estar mais encurtado do que nunca, e isso pode afetar nossa inscrição de maneira subjetiva na narrativa de nossa história enquanto segmentação passado/presente/futuro como pressuposto de existência e continuidade do ser.

Somos seres feitos de encontros, perdas, memórias. De experiências, vivências boas e ruins, que podem nos ensinar a cada ciclo. Muitas vezes é fazer da dor uma nova maneira de enxergar as coisas e as relações ao redor. O sujeito precisa sofrer. Não transpassar, não saltar, não fugir do que gera sofrimento, mas tentar tornar o tormento passageiro em aprendizagem.

Freud escreveu certa vez sobre a ideia de transitoriedade (1916). Enquanto dialogava com um poeta, este dizia estar triste pela constatação de que toda a exuberância da paisagem natural que observava, assim como toda a beleza criada pelos humanos, estaria fadada à extinção, à finitude. Continua ele, diz que tudo aquilo que um dia foi amado e admirado ao longo de sua vida parecia-lhe desprovido de valor por estar fadado à transitoriedade.

Freud contesta esta afirmação colocando que justamente pelas coisas não serem eternas é que as fazem privilegiadas. Atribuímos mais valor àquilo que um dia deixará de existir. Por serem efêmeros, os objetos e as relações objetais que estabelecemos durante a complexa jornada da existência, podem se tornar valiosos. É, muitas vezes, na contingência que reside o belo, o surpreendente, o admirável. Freud nos traz a relação da transitoriedade com a escassez do tempo onde a possibilidade do fim eleva o valor da fruição. 

Diante desta passagem, é possível dizer que para atribuir realmente valor de experiência e fruição é necessário que exista, mesmo que ilusória, a ideia de permanência para que isto marque, imprima e gere efeitos de significação. Então, será que a ideia de transitoriedade defendida por Freud e contestada pelo poeta se aplicaria na contemporaneidade? 

Será que há espaços de vivência, de entrega, de experimentação, de sentir na carne e na alma? Para residir o belo, o surpreendente e o admirável assim apontado por Freud durante o percurso da vida, trazendo para os tempos atuais, será necessário refletir sobre a maneira como construímos nossas relações com o outro, com as coisas, com a natureza?

Afinal, retomando ao início deste texto, o que de fato está permanecendo em nós? Estamos vivendo apenas de dejetos espalhados por onde passamos? Ou apenas replicando o que escutamos? Imitando fazeres? Vomitando palavras vazias? Expurgando? Medicando-se em demasia para esquecer, soterrar, ‘desmemorizar’ nossos processos de luto, frustrações e decepções? 

A questão que se coloca é: o que estamos fazendo com nossa existência para que ela seja valiosa, valorosa? 

Fernando Pessoa nos diz:

           Eu amo tudo o que foi,
          Tudo o que já não é,
          A dor que já me não dói,
          A antiga e errônea fé,
          O ontem que dor deixou,
          O que deixou alegria

           Só porque foi, e voou
          E hoje é já outro dia. 

O tempo passa, outro dia chega, o sol é sempre pontual e a lua inaugura mais uma noite.  A vida acontece, ela não para. Mas ela exige que seja sentida! 

Bruna Rosalem

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O Amor Urbano retrata emoções à flor da pele no eixo Rio/SP

‘O Amor Urbano’ retrata variedade de cenários, identidades e situações do dia a dia com sutileza e astúcia

Capa do livro 'O amor urbano'
Capa do livro ‘O amor urbano’, de Paulo S. Oliveira

A vida cotidiana e o frenesi da cidade grande reservam surpresas para todos. Uma decisão feita e, pronto, nossos caminhos nunca mais serão os mesmos. É nesse universo de escolhas, caminhos e rumos que o professor titular de Ecologia da UNICAMP, Paulo S. Oliveira, vai além da ciência e lança “O Amor Urbano”, seu livro de estreia de contos. A obra traz uma faceta criativa de alguém hábil com as palavras, sejam elas escritas ou faladas, mas que busca ultrapassar os limites das salas de aula.

Publicado pela editora Telha, o livro traz dez histórias de encontros e desencontros em cenários diversos do Rio e de Sampa – palcos mais que bem escolhidos para um Amor Urbano. “O Amor Urbano” conta histórias do dia a dia da gente na cidade grande. Cenários como o morro do Pavão-Pavãozinho e o bairro do Flamengo no Rio, além da Mooca e Avenida Paulista em São Paulo, ilustram os contos que narram relações interpessoais que se repetem no dia a dia de famílias, no ambiente do bairro e do trabalho, e na agitação das ruas de metrópoles como as aqui retratadas.

As histórias incluem temas e contextos variados, tais como assédio sexual no trabalho, bissexualidade, homossexualidade, racismo, violência urbana, violência doméstica, prostituição masculina e feminina, alcoolismo, adoção infantil, psicoterapia. Cumplicidade e amor, conflitos e desencontros – nosso cotidiano à flor da pele. A narrativa se desenvolve em bairros pobres, de classe média e de classe alta do Rio e Sampa, com passagens por Miami, Toulouse, Barcelona e Nova Iorque.

“Como pesquisador na área de Ecologia, me preparei ao longo da carreira para observar e interpretar o que ocorre na natureza. Este senso de observação inclui detectar detalhes sobre o comportamento dos animais, as relações entre eles, medo, atração, as relações deles com as plantas, onde se abrigar do perigo, onde procurar o/a parceiro/a sexual e como enfrentar os/as rivais. Desenvolvi esta mesma curiosidade ao observar as pessoas, imaginar seus desejos, suas carências e os caminhos que seguem. “– Paulo S. Oliveira, professor e escritor

Os protagonistas dos contos se encontram em bares, bancas de jornal, praias, no trabalho, na farmácia, no transporte público, na academia – e a vida delas (assim como a nossa) muda a partir destes encontros. Então, vêm desejos, descobertas, romance, paixão, sexo… e também desencontros, traição, mágoas e ódio.

“O Amor Urbano” é definitivamente a junção de tudo de melhor, pior e mais inesperado que podemos esperar de encontros e desencontros em grandes metrópoles. Palavras do autor!

“’O Amor Urbano’ estava na minha cabeça faz tempo – a efervescência da cidade grande me encanta – encontros fortuitos que mudam vidas é um tema que sempre me atraiu. Acontece no dia a dia de todos nós – no trabalho, na esquina de casa, no mercado, no agito da noite – alegrias e tristezas vêm à flor da pele. O livro trata destas sensações, e de como lidamos com elas. Penso que as pessoas irão se ver nas histórias.” – Paulo S. Oliveira

SERVIÇO

Livro: O Amor Urbano: Histórias do Rio e de Sampa

Autor: Paulo S. Oliveira (@psmcoliveira)

Editora: Telha

Páginas: 184

Preço: R$ 53,00

Adquira o livro em: https://editoratelha.com.br/product/o-amor-urbano-historias-do-rio-e-de-sampa/

Sobre o autor

Paulo S. Oliveira
Paulo S. Oliveira

Paulo S. Oliveira é Professor Titular de Ecologia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Biólogo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, tem Mestrado e Doutorado em Ecologia pela UNICAMP, e Pós-doutorado pela Harvard University (EUA) e pela Universität Würzburg (Alemanha).

Publicou três livros de Ecologia em colaboração com pesquisadores estrangeiros pela Columbia University Press, University of Chicago Press e Cambridge University Press.

Foi Presidente da Association for Tropical Biology and Conservation (EUA). A Ecologia o levou a viver nos Estados Unidos, Alemanha, França e México, e a pesquisar na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica – sempre atrás das formigas.

Observar as pessoas, observar a si mesmo e observar a natureza são suas predileções… “assim se aprende a vida, assim se aprende a viver”.

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Adaptação do ensaio homônimo de Virginia Woolf, Um Teto Todo Seu estreia no dia 24 de agosto na Oficina Cultural Oswald de Andrade

Espetáculo tem direção de Marcia Abujamra e é protagonizado por Noemi Marinho e Luciana Carnieli. Projeto ainda conta com um ciclo de palestras sobre alguns dos principais temas discutidos na obra 

Foto de atrizes do espetáculo 'Um teto todo seu'
Crédito: João Caldas Fº

Considerado um dos textos fundadores da crítica feminista, o ensaio Um Teto Todo Seu, da inglesa Virginia Woolf (1882-1941), serve como ponto de partida para o espetáculo homônimo dirigido por Marcia Abujamra e estrelado por Noemi Marinho e Luciana Carnieli. A adaptação estreia no dia 24 de agosto na Oficina Cultural Oswald de Andrade, onde segue em cartaz até 9 de setembro, com apresentações às quintas e sextas, às 19h30, e aos sábados, às 15h e às 18h.

Escrito em 1928, o ensaio é fruto de duas palestras que a autora foi convidada a dar em duas universidades para mulheres sobre o tema “Mulheres e Ficção”. Seu principal argumento é que a mulher deveria ter recursos materiais e um espaço com tranca na porta para poder se dedicar a escrever ficção, pois essas são condições capazes de afetar os aspectos psicológicos da escritora e o próprio processo criativo.

Em cena, estão duas personagens: a própria Virginia Woolf, interpretada por Luciana Carnieli, e uma artista de teatro dos nossos dias, vivida por Noemi Marinho. Cabe a essa artista mediar o encontro com a palestrante, conversar com ela, atualizar e problematizar algumas das questões apresentadas.

“Em seu ensaio, a autora alia fatos e ficções, realidade e histórias que inventa. Assim é o fictício encontro que propomos entre Virginia Woolf e uma artista de teatro do nosso tempo para que possamos questionar e apresentar um pouco da realidade da mulher hoje”, comenta a diretora Marcia Abujamra sobre o trabalho.

A primeira adaptação da obra foi feita por Veronica Stigger e o dramaturgismo do espetáculo foi desenvolvido em processo colaborativo entre elenco e direção.

Ciclo de palestras e encontros

Diante dos questionamentos levantados por Woolf que mostram a imensa desigualdade – que ainda permanece – entre homens e mulheres na sociedade, tornou-se importante ouvir e discutir com importantes pesquisadoras e ativistas qual a realidade da mulher brasileira hoje. 

Para isso, o grupo promove um ciclo de palestras e encontros no qual serão debatidos temas como a condição político-social da mulher e seus impactos sobre a criação, a participação da mulher na história das artes e na literatura e feminismo e educação. Serão quatro mesas com Margareth Rago, Rosane Borges, Cidinha da Silva, Maria de Lourdes Eleutério, Elizandra Souza, Fábia Mirassos e Sandra Guardini Vasconcelos. Além disso, a diretora e as atrizes do espetáculo participam de uma conversa sobre o processo de criação do trabalho.

Programação das palestras, encontros e debates

1º Encontro – Um Teto Todo Seu, com Sandra Guardini T. Vasconcelos

15 de agosto de 2023 às 19h00

2º.  Encontro – Mesa – Mulheres, Feminismos e Educação no Brasil: Processos históricos, com Margareth Rago e Rosane Borges

22 de agosto de 2023 às 19h00

3º. Encontro – Mesa – Mulheres nas Artes e na Literatura: Processos de criação, com Cidinha da Silva e Maria de Lourdes Eleutério

28 de agosto de 2023 às 19h00

4º. Encontro – Conversa com Elizandra Souza | Mediação: Fabia Mirassos

Tema: Processos de criação, diversidade e a literatura negra periférica

5 de setembro de 2023 às 19h00

5º. Encontro – Conversa com Marcia Abujamra, Noemi Marinho e Luciana Carnieli

Tema: Processo de criação do espetáculo 

9 de setembro de 2023 às 16h30

FICHA TÉCNICA

Um Teto Todo Seu, de Virginia Woolf

Com: Noemi Marinho e Luciana Carnieli

Direção: Marcia Abujamra

Primeira adaptação: Veronica Stigger, a partir da tradução de Bia Nunes de Sousa

Dramaturgismo: Marcia Abujamra, Noemi Marinho e Luciana Carnieli

Cenário: Marisa Bentivegna

Figurinos: Marichilene Artisevskis

Iluminação: Marisa Bentivegna

Sonoplastia: Aline Meyer

Operação de luz: Claudio Gutierres 

Operação de som: Julia Mauro – Lab Som

Curadoria e organização das palestras: Antonio Duran

Projeto gráfico: Heron Medeiros

Assessoria de imprensa: Pombo Correio

Produção executiva e administração: Maurício Inafre

Fotos: João Caldas

Assist. de fotografia: Andréia Machado

Uma produção da Dispositivo Produções Artísticas

SINOPSE:

O espetáculo é uma adaptação do ensaio Um Teto Todo Seu (1928) de Virginia Woolf, um dos textos fundadores da crítica feminista. Fruto de palestras que a autora foi convidada a dar em duas Universidades para mulheres sobre o tema “Mulheres e Ficção”, seu principal argumento é que a mulher deveria ter recursos materiais e privacidade para poder se dedicar a escrever ficção, pois essas são condições capazes de afetar os aspectos psicológicos da escritora e o próprio processo criativo.

Com as atrizes Noemi Marinho e Luciana Carnieli propomos um encontro entre Virginia Woolf e uma artista de teatro de hoje. O espetáculo tem direção de Marcia Abujamra.

SERVIÇO

Um Teto Todo Seu, de Virginia Woolf

Temporada: 24 de agosto a 9 de setembro de 2023, 

Quintas e sextas, às 19h30, e sábados, às 15h e 18h

Oficina Cultural Oswald de Andrade – Sala 11 – Rua Três Rios, 363, Bom Retiro

Ingressos: gratuitos, distribuídos 1 hora antes do início do espetáculo 

Duração: 60 minutos

Classificação: 14 anos 

Capacidade: 30 lugares

Acessibilidade: sala acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. Libras nos dias 01 e 08 de setembro. 

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Vida (des)encontros

Resenha do livro Vida (des)encontros, de Ighor Botti, pela Editora Uiclap

Capa do livro Vida (des)encontros de Ighor Botti, pela Editora Uiclap

RESENHA

Este livro conta a história de Gilbert, Jimmy e Elizabeth.

Gilbert Macdonald, por causa de seu sobrenome, sofria bullying.

Um dos autores deste bullying era o Jimmy, que sempre que o via cantava aquela musiquinha: “O velho Macdonald, tinha uma fazenda, ia, ia, oww”…

Elizabeth, uma aluna recém-chegada aquela escola, resolve apoiá-lo neste período ruim que ele estava passando.

Surge aí uma amizade que vai se fortalecendo, se transformando…

Com a chegada do período de férias, se separam.

Quando voltam das férias Elizabeth percebe que Gilbert mudou.

E esta mudança foi percebida por Jimmy, que entende e se torna amigo de Gilbert também, formando assim um trio improvável e inseparável.

Conhecem um tempo depois, Natália Lima, uma brasileira, e não se separam mais.

A partir daí a história se desenrola de uma forma muito bonita, com vários desdobramentos incríveis.

É uma história sensível, fala de temas como bullying, assédio, mas fala também de amor, amizade, destino e tudo mais que aquece o nosso coração.

Ighor nos deu este presente em forma de livro e delicadeza.

Super recomendo. Leiam!

Assista à resenha do canal @oqueli no Youtube

SOBRE A OBRA

Ighor explica que Vida é uma duologia, que traz reflexos da vida humana, tais como romance, drama, comédia e suspense.
Aborda temas sérios e sensíveis como bullying, obesidade, suicídio e assédio, porém , de uma forma muito leve.
Vida, Encontros e Desencontros, foi desenvolvido a partir de experiências e vivências do autor, algumas verídicas e outras fictícias, ficando a curiosidade e a dúvida no ar de quais seriam elas.

SINOPSE DO LIVRO

VIDA é uma duologia que traz reflexos da vida humana: romance, drama, comédia e suspense.

Ainda que de forma leve, existem temas sensíveis como bullying, obesidade, suicídio e assédio.

Recomendável para maiores de 16 anos.

O primeiro livro Vida, Encontros e Desencontros, inicia em Inverness, na Escócia. Gilbert Macdonald está com problemas e Elizabeth Green resolve ajudá-lo.

Os dois se aproximam de Jimmy Piers Junior e Natália Lima, e eles se tornam melhores amigos.

Porém, uma notícia pega todos de surpresa e suas vidas viram de cabeça para baixo.

Quais serão as charadas e os desafios a serem desvendados?

SOBRE O AUTOR

Imagem do autor Ighor Botti

Nascido em Vitória – ES, Ighor Botti concluiu o ensino médio nos Estados Unidos e se formou em Relações Internacionais.

Depois, fez uma segunda graduação em Letras Português e Inglês, e uma terceira em Administração.

Também concluiu duas pós-graduações em Gestão Educacional e em Gestão Estratégica de Negócios.

O escritor fala cinco idiomas e conhece mais de 50 países.

Após atuar por mais de 15 anos na área da educação, Ighor decide lançar sua primeira obra literária.

Desde fevereiro de 2023, Ighor atua como Apresentador de TV, com o quadro “Botti seu mundo em dia”, no qual traz dicas de viagens e turismo.

OBRAS DO AUTOR

Imagem do livro Vida(des)encontros, de Ighor Botti, pela Editora Uiclap

ONDE ENCONTRAR O LIVRO


Resenhas da colunista Lee Oliveira




Premiado em Berlim, encontros de Hong Sang-Soo, chega aos cinemas em 01 de setembro

Cineasta aborda o temas constantes de suas obras, como, as relações amorosas e os desencontros da vida

ENCONTROS“como tantos outros filmes de Hong Sang-soo, ocupa um lugar delicado entre a magia e a poesia, entre a inconsequência e a epifania. Há uma linguagem cinematográfica inquestionável e madura aqui: a da simplicidade e do charme”, escreve o crítico inglês Peter Bradshaw, no jornal The Guardian, sobre o novo longa do cineasta sul-coreano, que, depois de ganhar o prêmio de Melhor Roteiro, no Festival de Berlim de 2021, e chega aos cinemas brasileiros em 01 de setembro, com distribuição da Pandora Filmes.

Hong, que é conhecido pelos seus filmes intimistas e de humor peculiar, aborda novamente, um tema que lhe é caro: os relacionamentos humanos, em especial, os amorosos, com uma narrativa dividida em partes. No primeiro, Young-ho (Shin Seok-ho), um jovem de 20 e poucos anos, pede à sua namorada, Ju-won (Park Mi-so), que o espere num café, enquanto ele faz uma rápida visita a seu pai, um médico (Kim Young-ho). Este, por sua vez, está ocupado, atendendo a ator famoso (Ki Joo-bong).

Na segunda parte, Ju-won está  morando em Berlim, onde estuda moda, e lá, conhece uma artista plástica (Kim Min-hee, musa e parceira de Hong), amiga da mãe da jovem que a hospedará enquanto ela procura um lugar para morar. A pintora, diz a mãe, não tem muitos amigos, será bom ela ter alguém para conversar. Tempos depois, a jovem é surpreendida por uma visita de seu namorado.

Na última parte, de volta à Coreia, Young-ho encontra sua mãe (Yun-hee Cho) almoçando com o ator do primeiro segmento. Entre uma dose e outra de soju, uma bebida tipicamente coreana e sempre presente nos filmes do diretor, a conversa toma caminhos estranhos abordando, entre outras coisas, a arte de atuar e as paixões humanas.

O premiado roteiro de ENCONTROS também é assinado por Hong, assim como a bela fotografia em preto-e-branco. Para o diretor, sua principal preocupação, no seu método de filmar, é que o elenco se mantenha fiel aos diálogos. Eles são livres para interpretar como quiserem. o mínimo necessário de instruções, deixando-os fazer o como quiserem.

David Ehrlich, em sua crítica do filme na IndieWire, aponta que Hong “é um diretor que encontra prazer no processo.” E o processo aqui resulta num longa que, ao mesmo tempo, é próximo a todos o diretor, mas também único em sua especificidade dos dramas de seus personagens. Jessica Kiang, na Variety, afirma que “por baixo da superfície agradável e plácida, há uma recompensa rica.”

“Em ENCONTROS, Hong eleva sua assinatura de minimalismo narrativo a um ponto de ruptura. Em cada novo filme, ele revela novos contornos emocionais, na medida em que o diretor afia sua estética – e esse filme não é exceção”, comenta Chuck Bowen, na revista Slant.

ENCONTROS será lançado no Brasil pela Pandora.

Sinopse

Três histórias interconectadas por apresentações e encontros. Young-ho vai visitar seu pai, um médico, mas este não o recebe, pois está atendendo a um ator famoso. A namorada dele, Ju-won, se muda para Berlim, onde se hospeda na casa de uma pintora. Por fim, o rapaz encontra sua mãe almoçando com o ator, paciente de seu pai.

Ficha Técnica

Direção: Hong Sang-soo

Roteiro: Hong Sang-soo

Produção:  Hong Sang-soo

Elenco: Shin Seok-ho, Park Mi-so, Kim Young-ho, Ki Joo-bong, Seo Young-hwa, Kim Min-hee, Cho Yun-hee, Ye Jiw-on, Ha Seong-guk

Direção de Fotografia: Hong Sang-soo

Trilha Sonora: Hong Sang-soo

Montagem: Hong Sang-soo

Gênero: drama

País: Coréia do Sul

Ano: 2021

Duração: 66 min.

SOBRE A PANDORA FILMES

A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho.

Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida.




Um retorno às origens para democratizar a leitura

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Autora baiana e nissei Lu Nagao direciona ‘Raízes’ a um público pouco familiarizado com livros e promove um encontro com as memórias de cada um

Neta de imigrantes japoneses, a escritora baiana Luciana Nagao procura preservar traços e influências positivas dessa mistura oriental e rural brasileira. Raízes – A Força da Minha Origem busca expressar os vínculos familiares e regionais a partir de uma narrativa direcionada especialmente àqueles com pouco acesso aos livros.

A linguagem simples vem apoiada de recursos que tornam a leitura ainda mais leve e prazerosa, como frases curtas e letras maiores. Antes da introdução, a autora anuncia que o leitor encontrará palavras que talvez não conheça. Por isso, elas estão destacadas em negrito com um asterisco, complementado com a devida explicação. Arrendado, pinguela, embornal e matutei são algumas palavras que compõem o dicionário.

O cunho regional de muitas expressões é explicado pela ambientação da obra, a Bahia, no final da década de 1970. É nela que o romance avança pelos anos ao narrar a história de um rapaz que viveu a infância e adolescência no meio rural sem poder ir para a escola. A perseverança do protagonista torna a trajetória um exemplo para quem, com amor e bons princípios, encara as mais duras lutas.

O que iluminava a casa de noite era a lamparina de querosene. A escuridão era normal, fazia parte da nossa rotina, pois meu pai só tinha comprado duas lamparinas. Quando íamos dormir ficava tudo escuro para não gastar querosene. Meus irmãos estavam acostumados, ninguém tinha medo do escuro. Nada de eletricidade, então nada de geladeira. Como vivíamos sem geladeira? (Raízes, p. 15)

Em páginas intercaladas ou entre capítulos, a autora propõe uma conversa com o leitor para que responda questões relacionadas ao enredo como um exercício prático de fixação e troca. Além da escrita, a interação também acontece por meio de desenhos e pinturas com o objetivo de promover reflexões sobre temas como o poder da mente, as escolhas e o que esperar da vida.

Escrito inicialmente para as pessoas que não tiveram oportunidade de estudar, sentem dificuldade para entender ou não gostam de ler, Raízes foi além. Cativa de crianças a idosos ao proporcionar empatia e respeito incondicional à história e aos limites de cada um. “O prazer de chegar ao fim e perceber que entendeu tudo – isso não tem preço para quem nunca leu um livro inteiro”, sintetiza a autora.

Ficha técnica
Título:  Raízes – A Força da Minha Origem
Editora: Capella Editorial
Autora: Lu Nagao
ISBN: 978-65-88443-06-04
Páginas: 132
Formato: 18×29 cm
Preço: R$35,00
Link de venda: Amazon

Sinopse: Uma história de superação e amor indicada para todos os públicos. Várias reflexões sobre temas importantes como gratidão, respeito, coragem, determinação, humildade, aproveitar as oportunidades, pensar positivo, valorizar a família (origem/raízes), tudo o que temos e as coisas simples da vida. Um livro que chama o leitor para participar e promove vivências e resgates capazes de proporcionar momentos de prazer e felicidade.

Sobre a autora: Baiana da cidade de Caravelas e nissei, Lu Nagao morou na zona rural até os seis anos e veio com a família – mãe e cinco irmãos – para São Paulo em 1980. É graduada em Fonoaudiologia pela PUC SP e terapeuta holística. Em 2020, realizou o sonho de escrever um livro e já trabalha em outras duas obras: um conto de fadas e um de contos contemporâneos. Os livros possuem uma característica em comum: são interativos. A autora acredita que fazer o leitor participar da história é uma forma de tornar a leitura mais envolvente, trabalhar a compreensão e incentivar as reflexões, os aprendizado e interesse pelos livros.

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Lu Nagaowww.lunagao.com.br




O Clã da Dança faz chamamento para cursos e encontros gratuitos sobre mestres e mestras da cultura popular brasileira

Caboclo de Lança (Maracatu Rural), Mestre da Congada, Bastião do Cavalo Marinho e o Vaqueiro de Fitas (Bumba Meu Boi) são algumas das figuras abordadas

Até o dia 10 de março a cia O Clã da Dança recebe inscrições para uma série de encontros sobre a atuação de mestres e mestras na cultura popular brasileira. Serão palestras e uma residência artística sobre figuras como o Caboclo de Lança (Maracatu Rural), o Mestre da Congada, o Bastião do Cavalo Marinho e o Vaqueiro de Fitas (Bumba Meu Boi). Para participar basta ter mais de 16 anos.

Agenda:

Palestra com Helder Vasconcelos

Dias: 12/03 e 19/03 das 19h às 22h

Tema: Mestres e mestras da cultura popular brasileira e os guardiões de uma visão de mundo integrado.

Ao longo desses 28 anos de convivência com as tradições populares do Cavalo Marinho e Maracatu Rural, manifestações da Zona da Mata Norte de Pernambuco, Helder Vasconcelos tem dialogado com diversos Mestres e Mestras, creditando a todos uma parte fundamental de sua formação como músico, ator e dançarino. Além de fazer parte dessas tradições, Helder tem sua própria experiência como mestre na brincadeira do Boi Marinho que faz parte do Carnaval de Recife e Olinda desde o ano de 2000. A proposta dos encontros é levar para o público sua experiência de convivência com os Mestres e Mestras da cultura popular como Mestre Salustiano, Grimário, Biu Alexandre, Nice, Inácio Lucindo, Barachinha, Zé Joaquim, Bi e tantos outros.

Oficina Diáspora Cultural com a Cia O Clã da Dança

Dias – 13/03 e 20/03 das 13h às 16h

14/03 e 21/03 das 09h às 12h

O Clã da Dança tem como proposta de encenação o diálogo entre as figuras das manifestações populares com a contemporaneidade se preocupando com a representatividade dos mestres e das mestras, com mulheres brincantes utilizando como construção cênica e corporal as figuras de manifestações como o Caboclo de Lança (Maracatu Rural); o Mestre da Congada; o Bastião do Cavalo Marinho e as figuras do Guerreiro e o Vaqueiro de Fitas (Bumba Meu Boi). O trabalho corporal das intérpretes é pautado na técnica do Butô em conexão com os trupes. Nos encontros com a Cia serão abordados os aspectos físicos e temáticos do espetáculo “Chão de Memórias”.

Sobre o espetáculo “Chão de Memórias”.

De 28 de fevereiro a 28 de março acontece a apresentação do espetáculo “Chão de Memórias” da Cia O Clã da Dança no YouTube. Formado por 5 mulheres de Pindamonhangaba, interior de São Paulo, o grupo reverencia mestres e mestras da cultura popular brasileira abordando festejos populares e cortejos peregrinos em estradas de terra.

Com foco nas histórias dos mestres, que foram construídas em vários territórios demarcados pela cultura patriarcal e eurocêntrica, “Chão de Memórias” mostra a mulher ocupando o espaço que por muito tempo foi dirigido e “apitado” por homens, por mestres.

Serviços:

Palestra com Helder Vasconcelos

Dias – 12/03 e 19/03 das 19h às 22h

Oficina Diáspora Cultural com a Cia O Clã da Dança

Dias – 13/03 e 20/03 das 13h às 16h

14/03 e 21/03 das 09h às 12h

Inscrições: Até 10/03/2021

Link: https://linktr.ee/chaodememorias

Estreia do espetáculo Chão de Memórias

28/02/2021 – Youtube – Canal Cia O Clã da Dança