Na seção Entrevistas ROLianas, uma conversa descontraída entre a colunista Magna Aspásia Fontenelle e a editora e ativista cultural Shirley Cavalcante'

 

Ativista cultural, editora, jornalista e radialista, Shirley Cavalcante utiliza a comunicação como ferramenta estratégica para a solução dos conflitos existentes nas relações humanas

• Quem é Shirley Cavalcante?

Shirley M. Cavalcante  é ativista cultural, administradora do projeto Divulga Escritor, Editora da Revista Acadêmica Online, Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, jornalista, radialista. Graduada em Comunicação Social pela UFPB, especialista em gestão empresarial e de pessoas, assessora e consultora de Comunicação e Marketing, Consultora Editorial, e diretora executiva da SMC Comunicação Humana.

Em seu trabalho, ela utiliza a comunicação como ferramenta estratégica para a solução dos conflitos existentes nas relações humanas.

Acadêmica Correspondente da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Grande – RJ, da ARTPOP – Academia de Artes de Cabo Frio e do CONINTER – Conselho Internacional dos Acadêmicos de Ciências, Letras e Artes, tendo recebido a Comenda da Ordem do Mérito Histórico – Literário Castro Alves, por relevantes serviços prestados ao desenvolvimento da literatura lusófona.

Em 2014 recebeu do CONINTER o Prêmio ‘Cecília Meireles’ de literatura, poesia, jornalismo e ativismo cultural.

Em 2015 recebeu do Movimento da União Cultural – Clube dos 21 irmãos/amigos de Taubaté, o Título de Construtor da Brasilidade e o Prêmio do Grande Mérito Literário – 2015.

É autora do livro ‘Manual Estratégico de Comunicação Empresarial/Organizacional’.

Entrevistou mais de 900 escritores do Brasil e Portugal.

  • Há quanto tempo você exerce a profissão de jornalista/editora? 

Embora graduada em Comunicação Social pela UFPB, não atuava na área de comunicação, e sim empresarial. Dei início a realização das entrevistas em 2013, quando criei e passei a ser editora da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.

  • Qual trabalho marcou o início de sua vida como jornalista? 

Criação do projeto Divulga Escritor em 2013. 

  • Como se deu a parceria entre você e a Revista Literária da Lusofonia? 

Ao criar o projeto Divulga Escritor, por meio de uma página no Facebook, senti a necessidade de criar ferramentas mais abrangentes para divulgação literária;  na época, em 2013, não encontrei nenhuma revista literária, divulgando exclusivamente os autores;  foi daí que surgiu a revista: de uma necessidade de mercado. Hoje, estamos indo para nossa 52ª edição, cada vez mais forte, e mais conhecida.

  • De que maneira o jornalismo e a literatura, entraram na sua vida? 

O jornalismo veio em 2001, quando iniciei o curso de Comunicação Social, pela UFPB, e a literatura em 2012, quando lancei o meu livro, ‘Manual Estratégico de Comunicação Empresarial/Organizacional’, na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo.

  • No exercício laboral jornalístico você tem necessidade de abrir mão de alguma
    coisa da sua vida pessoal?
     

Não, ao contrário. O trabalho como jornalista me dá a liberdade de trabalhar onde eu quiser, na hora em que eu estiver disponível para o trabalho, de acordo com a demanda.

  • Como você vê a literatura brasileira no contexto contemporâneo? 

Em crescimento. Sou positivista, vejo que as novas tecnologias estão facilitando a publicação e edição de novos livros, surgindo, a cada momento, novos autores que buscam melhorias contínuas, participando de projetos e eventos, que investindo assim em suas carreiras literárias.

Embora não seja um setor muito valorizado, a literatura é essência, é vida, é história, é conhecimento; todos somos leitores: de um livro, um rótulo, uma biografia, um estudo…

E vamos ser positivos;  acredito que dias melhores sempre estão por vir.

  • O que te inspira a escrever? 

Hoje, me limito à escrita de biografias literárias, por meio das entrevistas;  já entrevistei mais de 900 literários, em especial, do Brasil e de Portugal. Acredito que minha inspiração venha da  curiosidade, pois gosto de conhecer um pouco de cada obra, de cada história, de autor entrevistado; gosto de compartilhar, de ter o maior número de leitores possível para cada trabalho realizado, como gosto de desafios; até os desafios me inspiram.

  • Deixe uma mensagem para os leitores do Jornal Rol. 

A todos os leitores, muito obrigada pela leitura. Abaixo deixo o link para que conheçam um pouco do meu trabalho por meio de uma das edições da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, e do meu livro ‘Manual Estratégico de Comunicação Empresarial/Organizacional’.

 

 

Magna Aspásia Fontenelle

magnaaspasia@gmail.com

 




Saite sobre genealogia atinge 600 mil acessos! EXCLUSIVO: entrevista com o autor!

ESPECIAL e EXCLUSIVO: Entrevista com o genealogista José Luiz Nogueira

O genealogista itapetiningano José Luiz Nogueira criou um saite (http://jlnogueira.no.comunidades.net/genealogia-itapetiningana) para divulgar uma atividade da qual ele é um grande admirador: a genealogia. Pela qualidade do conteúdo, aumenta constantemente o número de pessoas que o acessam, chegando neste mês de julho a nada menos do que seiscentos mil acessos!, um número altíssimo, principalmente se considerado que a genealogia não é uma ciência que se possa chamar de ‘popular’. Diante do sucesso, o nosso jornal procurou o genealogista José Luiz Nogueira e o entrevistou com exclusividade. Abaixo a entrevista. (Helio Rubens, editor)
  • José Luiz, como e quando surgiu a idéia de criar um saite sobre genealogia, um estudo tão pouco difundido?
    Resposta: “Primeiramente surgiu a idéia de escrever um livro contando sobre a História de nossa querida Itapetininga. Durante o período de pesquisas senti algumas dificuldades em obter informações e documentos comprobatórios para melhor documentar o conteúdo de nosso livro, indo procurar outros historiadores de nossa cidade. Foi aí que surgiu a idéia de se criar o IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga. No primeiro ano do IHGGI foi criado o site da instituição e dentro do site tinha um espaço destinado à genealogia, através do qual eu me comunicava com as pessoas interessadas no assunto, havendo muita troca de informações. Com o passar do tempo o IHGGI perdeu a concessão do site, por razões internas, e com ele eu perdi esse canal de comunicação. E em abril de 2011 criei o meu site de GENEALOGIA, com destaque para a GENEALOGIA ITAPETININGANA e para os NOGUEIRAS DO BRASIL. Neste mês de julho de 2018, o site atingiu a marca de 600 mil acessos, o que nos deixa muito contente, sabendo que está sendo útil para muitos.”
  • Como você consegue manter atualizadas as informações?
    Resposta: “O nosso site tem diversos seções. A genealogia dos nossos Nogueiras do Brasil e a Genealogia Itapetiningana. A genealogia dos fundadores de Itapetininga e das famílias que fizeram e ainda fazem história em nosso município. Eu participo através da internet de diversos grupos de genealogia do Brasil e da Europa. Através dos fóruns de conversações, fazemos muitas trocas de mensagens e muitas informações servem para constar de nosso site. Grande parte dos assuntos dos nossos livros de genealogia estão inseridos no site. Para armazenas as informações que recebo e mais as resultantes de nossas pesquisas, utilizo um programa apropriado de genealogia distribuído pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) com o nome de PAF – 4 totalmente em Português, o que possibilita emitir diversos tipos de relatórios e gráficos que enviamos a todos que nos solicitam. Atualmente a nossa grande árvore genealógica está com 82.000 nomes.”
  • Existem patrocinadores no seu saite?
    Resposta: “Eu não tenho patrocinadores. Utilizo um provedor gratuito de hospedagem para o meu site, que para mantê-lo insere publicidades.”
  • A genealogia é uma arte ou uma ciência?
    Resposta: “Genealogia é uma ciência auxiliar da História que estuda a origem, evolução e disseminação das famílias e respectivos sobrenomes ou apelidos (sobrenomes derivados de alcunha). A definição mais abrangente é ‘estudo do parentesco’. Como ciência auxiliar, desenvolve-se no âmbito da ‘História de Família’, onde é a peça fundamental subsidiada por outras ciências, como a Sociologia, a Economia, a História da Arte ou o Direito. É também conhecida como ‘Ciência da História da Família’, pois tem como objetivo desvendar as origens das pessoas e famílias por intermédio do levantamento sistemático de seus antepassados, locais onde nasceram e viveram e seus relacionamentos inter familiares.”
  • Como faz para chamar novos visitantes?
    Resposta: “Atualmente não dispomos de nenhuma ação para divulgação do site, podendo assim atrair mais visitantes. A única ferramenta utilizada foi inserir nos motores de busca da internet as palavras chaves que servem para localiza-lo.”
  • Como você classifica seu publico leitor?
    Resposta: “Devemos ter diversos tipos de leitores e também pesquisadores que acessam o nosso site. Sempre que estou na cidade e converso com algumas pessoas, em algum momento falamos de nosso site e logo vem a resposta que já o viram, acessaram e que fizeram pesquisas procurando alguma informação que lá foi encontrada. Nos e-mails que recebemos normalmente o assunto procurado é saber origens dos sobrenomes, nomes de antepassados que não foram localizados e que por algum motivo encontraram em nosso site.”
  • Quantos livros sobre genealogia você já publicou?
    Resposta: “‘Genealogia De Uma Cidade’ é o título que atribuímos ao nosso primeiro livro da História de Itapetininga, lançado em setembro de 2005. Em setembro de 2008 lançamos o volume II com destaque para os distritos e municípios que se desmembraram de Itapetininga, além da genealogia de outras famílias. Em março de 2014 lançamos o volume III com o título de ‘Genealogia De Uma Cidade – Sarapuí.” Em novembro de 2014 foi a vez de Pilar do Sul. Todo o histórico da formação do município, a genealogia de seus fundadores, suas famílias que lá estão e quem são responsáveis pelo seu crescimento e desenvolvimento. Em dezembro de 2016 lançamos a ‘Genealogia de Itapetininga’ no volume V, contando mais histórias de nosso município, desta vez seguindo uma ordem cronológica de datas, o que permite ao leitor observar o seu desenvolvimento. Novas famílias foram contempladas com suas genealogias. Além dessa coleção sobre a ‘Genealogia itapetiningana’, também fizemos pequenos livretes de genealogia para diversas famílias que nos solicitaram e que foram distribuídos em encontros de família.”
  • Como os interessados podem adquirir um exemplar?
    Resposta: “Os livros GENEALOGIA DE UMA CIDADE – VOLUMES I, II, III, IV e V são vendidos diretamente com o autor através do email jlnogueira@bol.com.br que envia para qualquer lugar do Brasil através dos correios. Na Livraria Nobel do Shopping Itapetininga, na Livraria do Shoping Alvorada em Sorocaba e na Livraria do Arquivo Público do Estado de São Paulo, na capital.”
  • O que deve fazer quem gosta de estudar a genealogia e quer se iniciar nessa área?
    Resposta: “Comece fazendo a sua própria árvore genealógica. Entreviste seus pais, tios, avós, de repente você já estará com material suficiente para fazer um livro, assim como aconteceu comigo. Ao fazer a minha árvore genealógica, encontrei o meu quinto avô paterno, o Tenente Urias Emigdio Nogueira de Barros, fundador de São Miguel Arcanjo. Depois encontrei Domingos José Vieira, também quinto avô, por outra linha, nome principal pela fundação de Itapetininga. Em outra linha encontrei o nome de Salvador de Oliveira Leme, mais conhecido como Sarutayá, meu exa-avô, também considerado como co-fundador de Itapetininga. Com tantos nomes famosos em nossa árvore genealógica, comecei a me aprofundar nas pesquisas e que resultou nos livros que publicamos.”
  • Suas considerações finais
    “A finalidade de nosso site não é vender produtos, mas sim transmitir informação e conhecimento para quem o acessa. Apenas uma página é destinada a divulgação e venda de livros de nossa autoria e de outros autores de Itapetininga. Tem muitos assuntos que chamam a atenção das pessoas que nos escrevem, dentre eles ‘PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE ITAPETININGA’, ‘ORIGEM DOS SOBRENOMES E BRASÕES’ . Agradeço aos nossos parceiros que enviam sempre informações para atualização de nosso site, bem como àqueles que respondem as pessoas que nos solicitam informações que não dispomos de imediato. O nosso site tem hoje 514 páginas. Quem procurar algum assunto que esperava encontrar e não encontrou em nosso site, por favor escreva-me. Terei o máximo prazer em atende-lo. O endereço do site: http://jlnogueira.no.comunidades.net. Muito obrigado a todos.



Rogério Sardella entrevista Julia Graciela

Rogério Sardella resume a entrevista com Julia Graciela: ‘A vida e a carreira de uma estrela que conquistou o Brasil e o mundo’

Fenômeno na década de 1980, Julia Graciela vive há mais de vinte anos no México e sonha em voltar a morar no Brasil

Gabino Correa é um dos mais conhecidos e bem-sucedidos produtores musicais que se tem notícias. E não somente do Brasil, mas de vários países.

Por conta de seu trabalho, ele e a família deixaram Buenos Aires, na Argentina e vieram morar no Brasil.

Além de produtor fonográfico, Gabino é cantor e compositor, com o talento não se restringindo apenas ao patriarca dos Correa, mas também Margarita Castro de Correa (a esposa) e seu casal de filhos.

Nome forte da gravadora PolyGram (atual Universal Music), Gabino lançou muitos talentos e teve suas canções gravadas por nomes conhecidos, entre eles, o saudoso Antonio Marcos, que gravou Por que Chora a Tarde, entre outras.

Assim Gabino produziu o compacto da filha Julia Graciela, mas isso não bastava, então Abelardo Barbosa, o ‘Chacrinha’, se torna seu padrinho artístico e a jovem argentina conquista o Brasil com a música Anúncio de Jornal, em 1980.

Em entrevista exclusiva, a cantora falou sobre sua carreira, vida pessoal, seus trabalhos atuais e revelou curiosidades que o público não conhece.

Graciela Margarita Correa nasceu em Buenos Aires (Argentina) no dia 22 de dezembro.

Artisticamente conhecida como Julia Graciela, a cantora comenta como foi vender mais de um milhão de cópias de seu compacto de estreia.

“Para mim foi algo muito grande, porque eu sempre fui uma menina de casa. Cresci nos estúdios de gravação com meu pai, vendo o sucesso dele como produtor e os artistas que ele produzia, mas eu nunca imaginei que poderia chegar a fazer tanto sucesso”, lembra. No lado B do compacto a música Amor Adolescente, de Julia em parceria com o pai Gabino. Sobre a união musical, ela enfatizou com carinho: “somos uma família que vive de pão, amor e poesia”.

Com o sucesso de Anúncio de Jornal em português, não demorou para que a canção ganhasse sua versão em castelhano.

Uma das principais estrelas do cast da Universal, Julia teve suas composições gravadas e regravadas por artistas diversos, como a Rainha dos Caminhoneiros, Sula Miranda, que deu uma nova roupagem para o primeiro grande sucesso de Julia e até os dias atuais mantém a canção em seus shows sertanejos.

Julia falou sobre dividir suas obras com seus colegas de profissão. “É uma satisfação muito grande e orgulho que outros artistas famosos gravem minhas canções”.

Segundo compacto

Lançado poucos meses depois, o segundo compacto também bateu recordes de vendas e execução com as músicas Eu Deixei Minha Terra e Regresse Carinho, canções estas compostas por Julia e seu pai. Desta vez o compacto foi lançado também em Portugal, consagrando sua carreira internacionalmente.

O primeiro álbum

No ano seguinte, 1981, o público é presenteado com seu primeiro álbum: Por amar Demais. Foi um trabalho totalmente autoral, com belíssimas canções de Julia em parceria com seu pai. O long-play não demorou a atingir a casa de meio milhão de cópias vendidas.  Julia relembra como foi este momento: “Meu querido, foi algo maravilhoso, sair na rua e sentir-me amada e muito querida pelas pessoas. Estou com muitas saudades desse povo maravilhoso que eu e meu pai tanto queremos. Tenho um irmão brasileiro, então meu coração é verde e amarelo”.

Respeitada pela imprensa

Perguntada sobre como era sua relação com fãs, imprensa e radialistas no início da carreira, ela disse: “Sobre os radialistas, me senti muito querida e respeitada. Quando lançaram meu disco todo mundo falava: ‘é a filha do Gabino’, mas ao passar o tempo as pessoas começaram a falar: ‘o Gabino é o pai da Julia Graciela’, riu a cantora.

1983

Naquele ano, com a carreira já consagrada no Brasil, Julia alçava voos mais longos e na Colômbia, vendeu mais de 300 mil exemplares do álbum La Canción Del Te Quiero, não demorando a ultrapassar a marca de meio milhão de cópias vendidas.

Conquistando o mundo

Em 1985, ela já havia conquistado países como Argentina, Paraguai, Chile, Equador, Colômbia e Estados Unidos, com seu nome destacado na famosa Revista Billboard, com suas canções sempre em primeiro lugar nas emissoras de rádios.

Com tamanho sucesso, a próxima pergunta foi: o Brasil começava a ficar pequeno demais para Julia Graciela?

“Não, nunca”, enfatizou a cantora. “Meu querido Brasil é um continente muito difícil de conquistar. O público é muito musical e também exigente”, observou.

Curiosidade: o filme

O sucesso de Anúncio de Jornal virou longa-metragem em 1984, rodado na Boca do Lixo paulistana, sob direção de Luiz Gonzaga dos Santos. Julia lembra com carinho desta obra: “eu trabalhei no filme contando a história de uma menina e cantando minhas músicas. Não me considero atriz, mas foi uma experiência nova e gratificante”.

A partida

Quando morava no Brasil, Julia Graciela residia na cidade de São Paulo. Conta que deixou o País devido ao grande sucesso que conquistou na Colômbia, como nos festivais da canção na cidade de Guadalajara de Buga, no Vale Do Cauca, onde vários artistas se apresentam nas principais cidades da Colômbia, em programas de televisão, incluindo eventos musicais para ajudar crianças com paralisia (Teleton), onde esteve em contato com artistas internacionais. “Não voltei ao Brasil pelos contratos assinados em outros países”, relembra Julia. Na Colômbia morou por seis anos.

A cantora gravou vários compactos, álbuns e teve suas obras destacadas em coletâneas, com lançamentos por diversas companhias, incluindo a Som Livre, por isso não sabe precisar a quantidade de gravações realizadas e lançadas, que incluem discos em outros idiomas.

Além de português e espanhol, a cantora gravou em alemão.

Em países como França, Portugal, Suíça e Estados Unidos, seus álbuns foram lançados em português e castelhano.

Chacrinha

Sobre momentos inesquecíveis na TV, Julia Graciela falou com carinho da amizade com Abelardo Barbosa, o Chacrinha.

“Minha grande saudade e meu agradecimento para sempre, primeiro Deus e Jesus Cristo, depois o Velho Guerreiro Chacrinha, que me brindou tudo, seu apoio à minha carreira artística”.

Ainda sobre a repercussão do início da carreira

Julia Graciela fez sucesso muito jovem. Não era comum no Brasil o sucesso de uma mulher e ela fugiu à regra, liderando as paradas de sucesso e conquistando premiações importantes por seus trabalhos. “Na época em que fui lançada havia uma grande crise no mundo do disco. Gravadora que tinha um artista que vendia 2000 discos ao ano já era considerado bom, mas depois do programa do Chacrinha, eu vendia com Anúncio de Jornal 40.000 discos por semana”, lembra a cantora, revelando detalhes: “ os atacadistas da Avenida São João, em Sampa, disputavam entre eles quando chegava o caminhão cheio de discos meus”.

A polêmica com as secretárias

A cantora falou sobre a polêmica que Anúncio de Jornal provocou na classe das secretárias. “Elas (as secretárias do Brasil), não entenderam minha mensagem e solicitaram que retirassem meu disco das rádios e lojas. As pessoas enlouqueceram e compravam meus discos em quantidades de seis, oito ou 12 por família, por medo que depois não conseguissem mais comprar. Isso foi algo que nunca aconteceu com ninguém”, relembra.

O sucesso de Amar é Viver

Como compositora, também com seu pai, emplacaram na voz do radialista Altieris Barbiero o grande sucesso Amar é Viver, música eternizada, assim como aconteceu com Anúncio de Jornal. “Graças a Deus eu e meu pai fluímos e seguimos sendo abençoados em criatividade musical”, comemora.

Por onde anda Júlia Graciela

Após deixar a Colômbia, a cantora fixou residência no México, onde está desde 1991.

“Eu e minha família unidos em um só sentir, ajudando pessoas necessitadas, com alimentos, brinquedos em ocasiões como o Natal e entrega de medicamentos e cadeiras de rodas, entre outros”, explicou a cantora sobre o trabalho social que realiza além da carreira musical.

Meio Ambiente

Outra grande paixão de Julia Graciela é o meio ambiente, tanto é que ela e sua família criaram uma associação, a AAAMAC (Associação Ambiental Ação Mexiquense), sem fins lucrativos, da qual ela é presidente, cujo objetivo é o reflorestamento do planeta. “É uma dádiva que Deus nos entregou por amor e temos que cuidar do nosso único lar, o Planeta Terra”.

Segundo Julia, seu irmão João Manoel é o eco-amigo do México, das árvores e embaixador da associação. “Ele é um grande ecologista, doutor de árvores, cura qualquer doença e somos muito felizes. Temos uma incubadora de árvores numa extensão de 23.000 metros quadrados onde estamos em permanente contato com eles, nossos amigos. É uma reserva ecológica”, comenta.

Religião

Julia Graciela é cristã da Igreja Nova Apostólica.

Perspectiva para o futuro

A cantora disse que pretende continuar com seus trabalhos em prol do Meio Ambiente e que onde ela e sua família forem chamados, irão para ajudar o planeta.

Sobre casamento

Julia Graciela disse ter sido casada e que agora “felizmente” divorciada. Está solteira e não teve filhos.

Falando sobre a mãe

De acordo com a entrevistada, sua mãe também gosta de escrever e é a inspiração da família como mãe, amiga e companheira inseparável do pai Gabino.

O mais recente álbum para o Brasil

No ano de 2006 Júlia Graciela gravou um novo trabalho para o mercado brasileiro: o álbum Triste Saudade, mas segundo ela, não foi possível visitar o Brasil para divulgá-lo em razão dos compromissos ecológicos e de filantropia.

“Fiz o álbum com meu pai, contendo uma música ecológica e outras voltando no tempo, mas agora, depois de anos, esse CD está sendo procurando no Brasil porque o descobriram e meus fãs estão felizes e eu muito mais”, comemora.

Música mundial

Questionada sobre o momento atual da música e se mudou muita coisa, Julia disse: “a música romântica sempre existiu e vai continuar, porque o amor não acaba e só muda de lugar, por isso Roberto Carlos está aí, sempre com grande sucesso, pois ele canta o amor e não esquece que o amor é Deus e Ele é Eterno”.

Ídolos na música

Dizendo gostar de muitos cantores, Julia preferiu não citar nomes por receio de esquecer algum. Para ela, quem cante o amor é bem-vindo, independente do estilo, seja rock romântico, baladas, samba, forró, que o importante é que cada um tem sua forma de expressar o amor. Claro que seu estilo musical preferido é o romântico!

Comida e bebida

Como argentina diz apreciar um bom assado e vinho tinto e como brasileira, uma boa caipirinha e churrasco gaúcho, que disse adorar acompanhado de uma cerveja gelada, especialmente com uma picanha saborosa.

Sonho não realizado

Para os fãs seria maravilhoso o sonho não realizado de Julia, que é voltar a morar no Brasil, aliás, a cantora deve visitar o País em agosto ou setembro de 2018.

Repercussão nas rádios em 2017

Gabino Correa comentou ter ficado surpreso com a repercussão alcançada pelo especial da web stereo FM de Lavras-Minas Gerais.

Segundo ele, o sucesso alcançado foi algo inédito para ele, já que era para ser apenas um especial de uma hora e meia, mas que acabou durando três horas e meia, com grande quantidade de ouvintes telefonando, inclusive nos próprios celulares.

O resultado foi um especial semanal da cantora todas as quartas, a exemplo do que já ocorre em homenagem ao cantor Roberto Carlos, com transmissão em diferentes horários.

“O Brasil está de braços abertos para receber Julia Graciela”, destacou emocionado o pai.

Radialista relembra sucesso de Julia

O radialista Osnir Moraes, lembra do sucesso da cantora: “no início dos anos 80 estava na Rádio Educadora de São João do Ivaí, Estado do Paraná. Um dos sucessos que dominava era a canção Anúncio de Jornal, com a cantora Julia Graciela. Passados os anos, essa música é programada na emissora em que estou atualmente, a Rádio União FM, na cidade de Mamborê/PR”.

Mensagem para fãs brasileiros e de outros países

Finalizando a entrevista, Julia deixa uma mensagem para seu público:meus queridos, não se esqueçam de mim, porque eu jamais vou esquecer vocês. Os amo com todo meu coração e alma. Um beijo cheio de ternura para vocês, porque sem vocês eu não sou ninguém”.

Relembre o grande sucesso ‘Anúncio de Jornal’:

https://www.youtube.com/watch?v=tZhR-zQsUDo

 

Fotos: Rogério Sardella

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Mais uma entrevista exclusiva: Sergio Diniz da Costa entrevista Mônia Salles

ESPECIAL, ESPECIAL:
NA COLUNA ‘ENTRE NÓS E O PÚBLICO’ SERGIO DINIZ DA COSTA ENTREVISTA A AGENTE CULTURAL COMUNITÁRIA MÔNIA SALES

Sergio Diniz da Costa: Qual é a sua origem e como você define o ser humano Mônia Sales?

Mônia Sales. Sou Itapetiningana, sou da roça, sou da terra. Terra vermelha que dá cor ao sangue que corre em mim. Isso é o que me define por inteiro. E diz para que vim e para onde vou! Tudo que existe em mim vem da natureza. Da paixão pelas maravilhas que Deus criou. Do dom que o Criador me deu e da consciência de que estamos aqui para exercitar o que é de fato “ser humano”.

 

SDC. Na página do Facebook, você se apresenta como uma ‘Agente Cultural Comunitária’. O que vem a ser um agente cultural comunitário? Como e por que você iniciou essa atividade? E quais são os requisitos para poder exercê-la?

  1. MS. Um Agente Cultural Comunitário preza por resgatar a cultura, “a identidade” de um determinado local. Também, movimenta, protege e estimula a valorização e a vivência da cultura por todas as pessoas, independentemente de sua raça, credo ou classe social. Populariza o “Conceito Arte”. E permite que a arte assuma seu papel de Arte com a integração entre o sujeito e o receptor. Só através deste contato é possível concretizar, dar significado e vida ao trabalho exposto.

Não existe um patamar escolar ou poder aquisitivo para exercer esse trabalho. Todos nós somos agentes culturais vivos, que transportam arte o tempo todo. E a mágica está em compartilhar! Seja na indicação de um livro para leitura, no convite para o teatro, ações diretas e indiretas na comunidade local, o importante é agir conscientes e conectados a transformações que geramos diariamente desde o acordar.

 

SDC. Em novembro de 2014, você propôs, na Secretaria de Cultura de Itapetininga, o projeto ‘Resgatando o Movimento Artístico e Cultural de Itapetininga’. O que visava esse projeto?

  1. MS. Este projeto visa (no momento encontra-se de prontidão), o resgate da classe artística e do Movimento Cultural de Itapetininga, trabalhando como um todo de forma que se autogerencie, para que haja desenvolvimento e perspectiva de criação. No passado tivemos um grupo muito forte de Artistas na cidade. Representando os pintores: Diógenes Campos Ayres, José Benevenuto Madureira, Saturnino González, Carlos Ayres, Antonio Arthur de Castro Rodrigues, Maria Prestes e Antonio Gomide. Na literatura: Abilio victor e Monte Santo que, respectivamente, embora singelos e forasteiros, amavam a cidade de forma intrigante. Os músicos e compositores: Teddy Vieira, Almir Ribeiro, Margarida Piedade, Maria Prestes, Alzirinha Camargo, Dito Felicio de Meira, Pedraco da Feira e, em outras artes, mas que também devemos lembrar pela coragem e determinação: Anesia Pinheiro Machado. Esses produziam, protegiam e multiplicavam arte. Na época, o museu Casa “Presidente Kennedy” sede do Centro Cultural Brasil – Estados Unidos promoveu 22 salões de Arte, reunindo os mais conceituados artistas plásticos brasileiros, destacando-se entre eles: Campos Ayres, Madureira, Volpi, Pancetti, Durval Pereira, Oswaldo Teixeira, Di Cavalcanti, Mario de Oliveira, Carlos Ayres, Irene Arruda e Silvio Pinto (Referência: página on-line do Curso de Artes Visuais da Universidade Aberta do Brasil/ Universidade  de Brasília – Pólo Itapetininga).

Inclusive temos na cidade mais de 70 artistas em plena atividade que não conheciam formas de como interagir com outros segmentos, pois não tinham motivação e espaço para desenvolverem seu trabalho, menos ainda integrados a outro tipo de arte. Friso nessa interação entre segmentos, porque é a forma mais prática e eficaz de manter as atividades culturais estruturadas e em funcionamento. O artista também tem que estudar, interagir, atualizar-se, uma vez que é o agente transformador da realidade; é através da arte que são definidos todas as necessidades e processos cotidiano do ser humano.

Por isso, seria muito ingênuo de nossa parte acreditar que Arte é só uma pequena fatia do bolo de outras muitas esferas que o mundo possue. Podemos concluir então que ela anda lado a lado com todas as nossas necessidades e aspirações, conscientes disso ou não. Basta um pouco mais de concentração e discernimento, do que somos, do que queremos e no que podemos ajudar.

 

SDC. Quando e em que local se deu o lançamento do projeto?

  1. MS. O lançamento aconteceu no teatro Abílio Victor, no dia 28 de março de 2015, contemplando mais de 70 artistas. Tivemos a participação do público com casa cheia. Na noite, circularam cerca de 300 pessoas pelo local. Houve uma grande interação artística, com a participação de atores do Grupo De trás do Pano, exposição de trabalhos literários, quadros, esculturas e desenhos. Contamos, ainda, com uma variação musical de qualidade, representada pela Orquestra de Viola Caipira Teddy Vieira e Música Clássica, tendo Renan Adriano Readrisax representando os músicos da classe. E uma participação especial dos músicos e compositores Márcio WM, Naldo D’Brizzi, Sandro Mancha, do movimento Hip Hop, em parceria com as cantoras e compositoras Cleide Canto e Larissa Targa de MPB, na composição da canção SOLENES CAIPIRAS, feita em homenagem aos nossos grandes desbravadores do passado, como uma forma de tê-los presente naquela noite. Essa homenagem resultou na elaboração de um videoclipe, ilustrado com fotos e a própria composição. Também tivemos em exposição os elementos da capoeira e grafite em vestuário.

SDC. Qual foi a recepção do projeto por parte dos artistas? E da população em geral?

  1. MS. Foi extremamente gratificante. Mas, engraçada também. Houve certo espanto por parte das pessoas diante da explanação do que seria o projeto e como funcionaria. Espanto maior quando souberam que meu trabalho é voluntário, que a dedicação é por amor, e que o ganho seria satisfação pessoal e felicidade, por dar aos artistas e à nossa cidade valorização e dignidade ao manter viva nossa história. E ao realizar algo bom que pudesse fazer crescer nas pessoas a necessidade de melhorar a cada dia, assim como estavam fazendo comigo. Quando iniciei a proposta, deixei claro que sou extremamente direta, “8/80”, como o pessoal diz por aí. O trabalho é voluntário, mas o tempo é precioso, e fizemos algo para acertar! E não darmos margens para o erro e possíveis distorções de objetivo. Portanto, nesse ponto tenho que agradecer à Secretaria de Cultura por ter respeitado as diretrizes do projeto. E quando não puderam mais continuar as atividades por intenções de resultados diferentes, se Assim, preservamos cada qual sua essência e seus interesses para com a comunidade.

Para a população de um modo geral, essa iniciativa teve gosto de valorização. Era possível ver o brilho nos olhos e o entusiasmo das pessoas com a chance de uma nova perspectiva. Nunca tive medo de pedir. E para todos, artistas, comerciantes, industriarios, comunidade,  pedi três coisas: ouvir, acreditar e fazer. E dessa forma ganhei o melhor dos presentes: confiança, amizade e respeito.

 

SDC. A Secretaria da Cultura deu o devido apoio na implementação do projeto e, depois, na continuidade dele? Se sim, com que tipo de recursos? Se não, por quê?

  1. MS. Na época, o Secretário de Cultura, Antonio Marcos Polyceno foi muito receptivo e apoiou o projeto. Deu todo o respaldo possível para a realização das atividades. Infelizmente, a ajuda para a continuidade do projeto foi interrompida pelos Gestores Públicos de Itapetininga, levando a Secretaria de Cultura a encerrar a parceria. E sequer deram um retorno formal dessa paralisação. Portanto, não tenho resposta do motivo pelo qual o apoio foi interrompido. E aproveito a oportunidade para devolver a pergunta de uma forma positiva, fazendo uma provocação: alguém se manifestaria a dar continuidade? Se sim, peço que entre em contato comigo (moniasales@gmail.com).

 

SDC. O movimento cultural deflagrado por você, porém, apesar do relevante interesse cultural, não prosperou. Por quais motivos?

  1. MS. Felizmente. Teve um início próspero e, o mais importante, se manteve integro. Não fui flexível diante de propostas vãs. Para manter minha palavra, respeitar os parceiros, artistas e manter a idoneidade do projeto, não demos continuidade à parceria.

 

SDC.  Diante da experiência do seu projeto, qual é a leitura que você faz dos artistas, da população e do Poder Público de Itapetininga?

  1. MS. Que há muito que aprender e praticar. Numa de minhas visitas a São Paulo fiquei impressionada e emocionada com o carinho e conhecimento que as pessoas têm por Itapetininga. Nem os nossos conterrâneos são tão pontuais assim. Falar com Amor de um povo que não é o seu e sentir-se parte das riquezas desse mesmo povo e privilegiado por nos conhecer é sinal de um povo que sabe aprender, que sabe educar e sabe doar.

E que isto sirva de lição para todos nós!

Que nós artistas saibamos usar a arte com sensibilidade; que sejamos gentis e que nossa Arte seja apreciada e não engolida. Que haja respeito pelo próximo. E que a educação seja o princípio, o meio e o fim.

Que nós cidadãos exerçamos nosso livre arbítrio e humildade para o bem de todos; que a nossa pressa em resolver assuntos centenários seja eficaz, banhados pela sabedoria.

Que o poder público se desmembre no aprender e se refaça na retidão. Na vivacidade da unidade que nos transformamos no final de tudo.

 

SDC. Segundo sua ótica, o que é necessário para que, efetivamente, projetos como o seu, e não somente em Itapetininga, alcancem plenamente seus objetivos?

  1. MS. É necessário clarear. Ter objetivos simples e diretos. É necessário termos conhecimento e fazermos uso das leis e benefícios de incentivo a cultura, esporte, educação e saúde que temos disponíveis. Pois, temos as leis e os recursos, necessários para a realização. Mas, não temos o principal: conhecimento. E toda a desenvoltura do Brasileiro fica amarrada às vagabundices de um processo vão, cheio de “gambiarras”. Temos que ser donos do que somos e responsáveis pelo que fazemos. Simples. Honra e Dignidade. Començando dentro de nossas casas com nossas famílias.

 

SDC. O que a agente cultural comunitária Mônia Sales aprendeu dessa experiência? Valeu a pena? E que mensagem gostaria de deixar para o público do jornal?

  1. MS. Gratidão é a lei que rege o Universo! Aprendi que só realizamos nossos sonhos se compreendemos essa frase. E que nossa evolução só acontece se o nosso discernimento sobre a realidade for por intermédio da comunhão com Deus. Por isso, que possamos fazer tudo com Amor. Que tenhamos paciência e que sejamos gratos todos os dias! Para que nos tornemos merecedores e transformadores de nossa realidade!

Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível. Sun Tzu (Arte da Guerra)

 




Na coluna ‘Entre Nós e o público’ o colunista Sergio Diniz entrevista o colunista Élcio Mário Pinto!

Élcio Mário Pinto
Elcio Mário

EXCLUSIVO!!!!
SERGIO DINIZ ENTREVISTA ÉLCIO MÁRIO PINTO
PARA A COLUNA
‘ENTRE NÓS E O PÚBLICO’ 



Sergio Diniz da Costa:  Quem é, pessoal e profissionalmente, o colunista do jornal ROL Élcio Mário Pinto?

Élcio Mário Pinto. Pessoalmente, gosto de ambientes calmos. Fujo de tumultos. Prefiro chuva. Sou mais aquático, que terráqueo. Sinto-me à vontade em cemitérios. Não sou depressivo ou triste. A verdade é sempre o melhor. Relaciono-me bem com crianças. Aprendi a “língua” dos insetos. Opto por escada, não elevador. Para morar, o 2º andar me ajuda a respirar melhor. Profissionalmente, fui professor, coordenador pedagógico, diretor de escola e agora, supervisor de ensino. Defendo a legalidade dos atos do funcionário público. Nada de “barganhas”! O registro confere seriedade e o informal cai no esquecimento, que pode ser proposital. Acredito que os serviços da Administração Pública podem, sempre, melhorar. Sou intolerante com a burocracia que não organiza, só dificulta o acesso das pessoas ao que elas mais precisam, em todos os campos da vida. Se não tenho como ajudar, tenha certeza, não atrapalharei.

SDC. Você foi um seminarista. O que lhe levou a escolher esse caminho religioso e qual foi o motivo pelo qual desistiu da vocação?

EMP. Exatamente no dia 20 de fevereiro de 1985 eu deixava minha amada terra, Angatuba, para ingressar no Seminário Diocesano São Carlos Borromeu de Sorocaba. Antes disso, eu me via com tendência para a vida religiosa. Sentia que nela eu me encontraria. Gostava muito do que fazia, mesmo antes do Seminário. Nele, eu me desenvolvi. Conheci toda a Paróquia Divino Espírito Santo, de Angatuba, entre 1985-1987. Eram mais de 40 comunidades rurais. Conheci a Paróquia São José, Setor Cerrado, de Sorocaba, entre 1988-1989 e a Paróquia São Roque, de Itapetininga, entre 1989-1991. Nestas paróquias, convivi com parte de suas comunidades. Como gostava de estudar e já conhecia bem a Bíblia Católica, além dos trabalhos comunitários que realizava, eu me senti pronto para assumir a nova vida: a de preparação para ser padre. E assim, me tornei seminarista. Eu não desisti da vocação. Aconteceu que, concluído o curso de Filosofia (3 anos em Sorocaba) e o curso de Teologia (4 anos em São Paulo), no último ano, como de costume, fiz o pedido para ser ordenado diácono e depois, padre. Mas, tive duas vezes o “NÃO” como resposta e nunca soube qual foi o verdadeiro motivo da negação. Então, em 2014 comecei a escrever minha história como seminarista e contar, em detalhes, tudo o que vivi na então, Diocese de Sorocaba – hoje Arquidiocese -, sobre minha vida durante o período de seminário: 1985-1991. O livro está em fase final e será lançado no início de 2018, quando completarei 33 anos de meu ingresso no Seminário São Carlos Borromeu. Então, para quem desejar conhecer detalhes e bastidores, entrevistas e todo o cotidiano daquela época, é só aguardar pela publicação que acontecerá em três volumes.

SDC. Como escritor, você iniciou a carreira literária relativamente há pouco tempo. Por que e como se deu essa mudança em tua vida?

EMP. Minha primeira publicação aconteceu em 23/11/2013 com o livro “Cronicranças 1 – Crônicas para Crianças – Perguntanças e Resposteiras”. Eu sempre escrevi bastante, porque, já na infância, gostava de estudar. Meus diários e agendas, todos os rascunhos, histórias, contos e crônicas, tudo estava registrado muito tempo antes da primeira publicação. E aconteceu que, mais ou menos, em maio de 2013, a Adriana, minha esposa, me disse: por que você não publica, como livro, seus materiais escritos? E foi assim que todas as nossas atenções se voltaram para a publicação que aconteceu em novembro daquele ano. Depois disso, a mudança na minha vida foi completa. Comecei a organizar meus escritos enxergando livros, livros e mais livros. Desde então, continuo escrevendo, mas não com o objetivo de guardar para mim. O que faço, agora, é divulgar e espalhar os conteúdos em forma de publicação oficial.

SDC. Além de escritor, você é educador, filósofo e teólogo. As suas obras refletem de alguma forma os conhecimentos e experiências dessas três áreas?

EMP. Sim, refletem. Traduzem minhas longas caminhadas pelas estradas de terra entre as comunidades religiosas de Angatuba, todas iluminadas pela Bíblia e pela Teologia da Libertação, assim como meus trabalhos como funcionário da Eletro Tupi. Também minha convivência como aluno nas Escolas Estaduais “Dr. Fortunato de Camargo” e “Ivens Vieira”. Refletem ainda, minha passagem como seminarista por Sorocaba e Itapetininga. A Filosofia, não tenho dúvidas, é a grande responsável pela valorização da reflexão, do pensamento e busca por seriedade e pela verdade nas pessoas, nas coisas e nas convivências. Nisto, também devo muito às crianças das escolas pelas quais passei. Nelas, a Pedagogia muito me ajudou. Enfim, esta formação acadêmica, além de outros cursos, juntos, me fez mudar e ser o que sou. Longe de qualquer arrogância, devo muito à formação que recebi e à convivência que foi me oferecida.

SDC.  Você tem uma série de projetos literários de altíssima importância cultural. Em breves palavras, discorra sobre eles.

EMP. São eles:

O escritor em todos os cantos: empresas, escolas, igrejas e instituições podem me convidar. Vou para tratar de Literatura, apresentar as publicações já realizadas e conversar sobre a escrita e a leitura.

O escritor na casa do leitor: o leitor me convida e em sua casa tratarei da Literatura e até farei leitura de alguns trechos dos livros publicados. Aqui, trata-se de um ambiente mais intimista, porque é familiar, para poucas pessoas, normalmente.

Aves-Símbolos:

  1. a) “Minha casa tem asas” – a família escolhe uma ave como seu símbolo. Em casa, nós escolhemos a “CAMBACIÇA”, que se parece com um bem-te-vi pequenino;
  2. b) “Vota asas, escola!” – os alunos, em votação, fazem a escolha da ave e escrevem um conto envolvendo a ave e a escola;
  3. c) da cidade – tenho algumas publicações a respeito, nos mesmos moldes das escolhas e escrita dos projetos anteriores. Só não me é possível escrever para todas as cidades do Brasil;
  4. d) “Aves Fabulosas do Brasil”: envolvendo os estados e o Distrito Federal. Este material já está pronto. São 27 contos a serem lançados num só livro. Ainda não definimos a data da publicação.

Outras homenagens estão prontas, como por exemplo, envolvendo as cidades de Mato Grosso, que produzem o girassol. Outras ainda, serão homenageadas em conteúdos já prontos: Itu/SP, Mutum/MG, Santa Branca/SP, Jandira/SP…

SDC. Algum desses projetos foi apresentado fora do Estado de São Paulo? Se sim, qual foi a recepção dele perante os leitores? E você tem tido o apoio dos órgãos públicos nessa empreitada?

EMP. Apresentamos o projeto de aves-símbolos em cidades de Santa Catarina e Paraná em 2015: Morretes/PR e Blumenau, Dona Emma, Indaial, Pomerode e Timbó/SC. Em São Joaquim/SC, a homenagem aconteceu a partir do copo-de-leite. Também fizemos o mesmo, em relação à cidade de Sorocaba em 2016, com o bem-te-vi. Já, os conteúdos homenageando Angatuba, Itapetininga e Votorantim estão prontos, mas sem data definida para publicação. Os leitores têm ótima recepção, mas a falta de apoio dos órgãos públicos dificulta o trabalho de divulgar a Literatura e a própria cidade.

SDC.  Em 2015, você foi um dos vencedores do Prêmio Sorocaba de Literatura e, em 2016, teve um livro aprovado pela LINC – Lei de Incentivo à Cultura. Fale um pouco sobre essas obras.

SDC. Em relação ao Prêmio Sorocaba de Literatura 2015, a publicação é de 2014: “A Fonte: o forasteiro, o romeiro, a penitente, o turista e o viajante”. Ambientado no ano de 1949, na cidade de Iguape/SP, os protagonistas se encontram e conversam a respeito da grandiosa festa dos romeiros naquele Santuário. No mês de agosto, Albert Camus, filósofo e escritor franco-argelino, veio da França para conhecer as tradições de fé que aconteciam em Iguape. Lá também estava, para a ficção do autor, o jogador de futebol, Antonio Bonafonte, o “Boi”, importante atleta de diversos times da capital e do interior. Tudo acontece graças a um portal na Gruta do Senhor, um belíssimo espaço arborizado na cidade que ainda hoje, acolhe romeiros de todos os lugares em sua festa de agosto. Já, sobre a LINC 2016, com patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Prefeitura de Sorocaba, o projeto literário aprovado é este: “Pererezadas: jeito sacizeiro de ser”. Trata-se de uma ressignificação do brasileiríssimo SACI-PERERÊ, aqui representando o Alto Paranapanema em suas 36 cidades. O lançamento aconteceu em Sorocaba no dia 19/02/2017, na Pista de Caminhada do Bairro Júlio de Mesquita Filho. Outros eventos estão agendados. É uma ótima possibilidade para que o autor, com o projeto aprovado, divulgue seu trabalho.

SDC. Angatuba, sua terra Natal, é uma típica cidade pequena do Interior do Estado de São Paulo. Essa vivência numa cidade interiorana tem refletido de alguma forma em sua produção literária?

EMP. Completamente. Se pela querida Angatuba derramo lágrimas, também por ela, penso, sinto e escrevo. A ela, dedico meus trabalhos, porque em seus cantos, esquinas, praças, casas e angatubenses, vivi a magia da infância e o crescimento da juventude. Gosto de dizer: eu saí de Angatuba, mas ela nunca saiu de mim.

SDC.  Sob a sua ótica, a Educação no Brasil tem contribuído ou afastado as pessoas como leitores e até mesmo futuros escritores? De que forma?

EMP. Penso ser fundamental que não se deve tirar conclusões do todo e do conjunto por alguma parte que se destaca, seja para o bem ou não seja. Assim, se temos 10 escritores num evento e outro tanto de bons leitores, isso não é amostra e não quer dizer que no Brasil, como um todo, aconteça o mesmo. Assim também, falar da Educação de um país sem conhecer suas condições com profundidade, não é possível. De modo geral, creio que nossa educação contribui, mas ainda não é o suficiente. Os estudantes precisam ler e escrever mais do que memorizar fórmulas e regras. Acontece que estamos numa época de valorização exagerada do vestibular. É o que nos faz esquecer que o “V” da Vida é mais importante que o “v” do vestibular. Com ou sem ele, a vida continua.

SDC.  Que projetos os seus leitores podem esperar para o futuro?

EMP. Para 2017, além da publicação em volumes de bolso de crônicas para crianças pequenas, aquelas que ainda não sabem ler, por isso, “Cronicrinhas”, estamos planejando conteúdos que tratam dos sentimentos frágeis na convivência, dos conflitos ambientais, preservação da Natureza, mediação escolar e uma história de Natal. Neste, o ambiente será uma sapataria. O grande destaque para este ano será o lançamento, em homenagem a Ariano Suassuna, autor de o Auto da Compadecida, em sua terra natal, Taperoá, na Paraíba, que deve acontecer em meu aniversário, no dia 1º de setembro. Outros projetos já estão prontos, todos para publicação literária, mais ou menos, 50 novas obras. Então, os leitores podem esperar por inúmeras novidades. Já, em 2018, começaremos com a publicação: “Porque não fui padre!”.




EXCLUSIVO: Entrevista com o professor Jefferson Biajone sobre os cinco anos do MMDC

Com exclusividade absoluta o ROL obteve uma entrevista com o fundador do Núcleo MMDC de Itapetininga, professor Jefferson Biajone.

bandeira (1)Em entrevista ao nosso jornal, o professor Jefferson Biajone diz que fundou o núcleo MMDC de Itapetininga em 12 de julho de 2011 para “resgatar e preservar a memória e os feitos dos paulistas que participaram na Revolução Constitucionalista de 1932 no Setor Sul do Estado de São Paulo, em especial a luta empreendida por voluntários itapetininganos nos combates que se deram em várias cidades da região”. Nesta entrevista, o professor conta que importantes realizações  foram obtidas no resgate da epopeia de 32 no setor sul por conta do apoio de várias personalidades e entidades, apesar de sua maior dificuldade nesses trabalhos residir na ausência de pesquisadores interessados em retratar o movimento revolucionário paulista. O professor encerra sua entrevista apontando para a importância de se estudar o passado para que possa projetar o futuro.

Como ferramenta de trabalho, Jefferson Biajone emprega a internet, ao manter o portal do Núcleo MMDC de Itapetininga (http://mmdc.itapetininga.com.br), local no ciberespaço onde divulga pesquisas e publica trabalhos historiográficos relacionados à epopeia de 32 no Setor Sul.

Jefferson Biajone é docente da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Itapetininga, onde leciona disciplinas na área de Matemática e de Inglês. É doutor em Ensino, mestre em Educação e licenciado em Matemática e Letras. Acadêmico titular da cadeira de nº 14, patrono Domingos José Vieira, da Academia Itapetiningana de Letras e membro benemérito do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga. Pertence também à Associação dos Ex-Atiradores e Amigos do Tiro de Guerra de Itapetininga (AEATGI) entidade que auxiliou na fundação em 2015. Residente em Itapetininga desde 2011, o professor, em parceria com intelectuais e mecenas locais, teve (re)editado os livros “Itapetininga: heróis, feitos e instituições” (Regional, 2012); “Patriotas Paulistas na Coluna Sul: edição comemorativa dos 90 anos da Revolução de 1924” (Regional, 2014); “Heroísmo Desconhecido: edição comemorativa dos 90 anos da Revolução de 1924” (Edição digital, 2014); “Continência a Morte: edição comemorativa dos 70 anos do Dia da Vitória” (Regional, 2015) e “Cruzes Paulistas: edição comemorativa dos 80 anos de Cruzes Paulistas” (Edição digital, 2016) e “Cruzes Paulistas: edição comemorativa dos 85 anos da revolução constitucionalista de 1932 ” (Regional, 2017).

Além dos livros que resgatam históricos de ex-combatentes nas revoluções de 1924, 1930, 1932 e Segunda Guerra Mundial, há também o trabalho de homenagem que realiza, o que tem envolvido a afixação de placas alusivas à condição de hospitais de campanha, enfermaria, paiol de munições, aquartelamentos e teatro de operações de diversos estabelecimentos e localidades históricas no município e região; a afixação de placas de homenagem em túmulos de ex-combatentes com acesso aos seus históricos de vida via QR CODE (Projeto Morada de Heróis) e a inauguração de monumentos em solenidades cívicas diversas, a citar os monumentos aos Bravos de Itapetininga que lutaram por São Paulo, a 3 de outubro de 2011, na sede do 22º BPM/I; aos Heróis Itapetininganos de 1932 e 1945, a 10 de Julho de 2012, no Cemitério Municipal de Itapetininga; Praça 9 de Julho, a 24 de maio de 2012, em Buri; aos Heróis de Buri que lutaram por São Paulo, a 16 de Julho de 2012, em Buri; Praça Campina de Heróis, a 17 de Maio de 2014, em Campina do Monte Alegre;  Praça Osvaldo Raphael Santiago, a 9 de Julho de 2014, em Itapetininga; aos Gaviões de Penacho: aviação constitucionalista, a 15 de Julho de 2014, em Campina do Monte Alegre; ao Soldado Constitucionalista Octávio Seppi, a 8 de Julho de 2015, na Floresta Nacional de Capão Bonito; Taquaral Abaixo – a última trincheira do Setor Sul, a 17 de Outubro de 2015, em Capão Bonito e aos Gaviões de Penacho – Aviação Constitucionalista, a 1º de Julho de 2017, em Itapetininga.

Seus trabalhos de resgate da memória e dos feitos de ex-combatentes também se debruçam sobre o histórico da participação de itapetininganos na Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial (1944-1945). Para tanto, fundou e realiza a gestão do Portal dos Ex-combatentes de Itapetininga (http://pec.itapetininga.com.br) que em parceria com o Tiro de Guerra 02-076 do município, mantém desde 2011 a Galeria dos Ex-combatentes da FEB que contem informações sobre cada um dos 34 itapetininganos que lutaram nos campos da Itália durante a Segunda Guerra Mundial, o que é feito tanto presencial quanto digitalmente para visitação. Nas comemorações do Dia da Vitória de 2017 (8 de maio), a galeria se tornou a primeira do país a ser 100% acessível via leitura de QR CODE por dispositivo móvel, um trabalho realizado por acadêmicos do curso superior de tecnologia em Análise de Sistemas sob sua orientação na Fatec Itapetininga, cujo projeto embrionário, o Morada de Heróis, já havia sido obtido destaque nacional (Jornal Hoje de 02/11/2015) e premiado em congresso internacional sobre sistemas de informação e gerenciamento de tecnologia na Universidade de São Paulo.

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Eis a íntegra da entrevista:

ROL) Há cinco anos o senhor foi um dos fundadores do Núcleo de Itapetininga do MMDC. Qual era o eu objetivo?
Resgatar a memória e os feitos dos paulistas que participaram da Revolução Constitucionalista de 1932 (RC32) no interior do Estado de São Paulo e propiciar a Sociedade Veteranos de 32-MMDC, entidade da qual somos sucursal oficial em Itapetininga, a expansão de seus trabalhos por meio da rede mundial de computadores, porquanto esses nucleos são 100% digitais, não possuindo, portanto, sede fisica e integrados são por pesquisadores da RC32 locais, que por meio da internet postam e divulgam os resultados de suas pesquisas históricas sobre esse que foi o maior movimento civico da história do Estado de São Paulo.
ROL) Nesse tempo de existência, o Núcleo conseguiu quais resultados positivos?

Nesses últimos cinco anos de fundação do núcleo MMDC, podemos citar as principais realizações a seguir: 1) o resgate e divulgação na rede mundial de computadores da memória e dos feitos das histórias de vida de dezenas de ex-combatentes voluntários e militares da Força Pública e do Exército Brasileiro em 24 municipios do interior do Estado de São Paulo, incluindo na capital. 2) A inauguração de oito monumentos em homenagem aos revolucionarios de 32 em quatro municipios históricos da região, a saber, Itapetininga, Buri, Capão Bonito e Campina do Monte Alegre. 3) A colocação de dezenas de placas de ex-combatentes em túmulos de cidadãos que vivenciaram essa condição na revolução e que sepultados estão em cemitérios de itapetininga e São Paulo. 4) A colocação de placas contendo QR Codes em túmulos de ex-combatentes que permitem acesso a história de vida desses cidadão via dispositivo movel, um trabalho realizado em parceria com a Fatec de Itapetininga, o Portal dos Ex-Combatentes de Itapetininga e com o Instituto Histórico Geográfico e Genealogico de Itapetininga. 5) A colocação de dezenas de placas comemorativas da condição de quartel general, hospital de sangue, enfermaria e quartel de tropas durante a RC32 nos predios do DER, E.E Peixoto Gomide, Loja Maçônica Firmeza, CRI, Clube Venâncio Ayres, Cemitério Municipal e no Tiro de Guerra de Itapetininga. 6) A realização de palestras e entrevistas em variadas entidades culturais locais e regionais. 7) A publicação de artigos, ensaios, livros acerca da revolução em variadas mídias. 8) A concessão de diplomas de honra ao mérito e medalhas em grau post mortem a ex-combatentes falecidos em combate e 9) A realização de dezenas de eventos comemorativos acerca da RC32 em Itapetininga e em outras cidades da região. Mais recentemente foi realizada a concessão de um banner contendo QR Codes que dão acesso ao histórico de vida dos jovens do MMDC ao monumento e mausoléu do Soldado Constitucionalista de 32 em São Paulo.

ROL) Como ele se mantém e quais as principais dificuldades que enfrenta? 
O núcleo não possui sede fisica e os gastos que possui são com relação a elaboração de honrarias, o que é rateado entre seus integrantes. Nossa maior dificuldade, contudo, é encontrar mais pesquisadores e entusiastas da causa que almejem realizar pesquisas, sair a campo, escrever e publicar textos sobre a epopeia de 32. É fundamental que os interessados em se juntar ao núcleo pertençam à Sociedade Veteranos de 32-MMDC e sejam 100% voluntários porquanto todo nosso trabalho de resgate e manutenção da memória dessa revolução é sem fim lucrativo algum e em absoluto voluntário.
ROL) Quais são os projetos que estão sendo desenvolvidos pelo Núcleo?
Em 2016 estão previstos o lançamento do Diário de Campanha do voluntário Clineu Braga de Magalhães, falecido em combate em Capão Bonito e a publicação da edição 100% digital da obra considerada a Bíblia da RC32, qual seja, Cruzes Paulistas, ampliada e revista com o apoio de alunos e professores de tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Fatec de Itapetininga.
ROL) Porque é importante preservar a história?

A cultura de um povo é o seu maior patrimônio, assim sendo, preservá-la é resgatar a história, perpetuar valores e possibilitar com que as novas gerações não vivam sob as trevas do esquecimento que está sempre a ameaçar a memória e os feitos das gerações passadas. Cabe a todo cidadão cultuar o seu passado para que possamos todos ter um referencial para o futuro.




Rogerio Sardela entrevista Luiz Mendes

Rogério Sardella: ‘Por Onde Anda Luiz Mendes?’

(por Rogério Sardella)

12884534_1550468975250676_1267135849_nLonge dos microfones enquanto negocia seu retorno, Luiz Mendes conta que a carreira de radialista surgiu após a sugestão de uma psicóloga. Entre vários assuntos, ele falou sobre a luta de sua mãe para educá-lo, o acidente que sofreu quando trabalhava em ferrovias, sua experiência em rádios comunitárias e também sobre política partidária

 

Iniciada em nossa edição anterior, a série Por Onde Anda?, reserva muitas entrevistas para o leitor mais top da cidade, afinal, o objetivo é, além de homenagear, surpreender e emocionar o público, resgatando para nossas páginas histórias com pessoas que marcaram época em diferentes segmentos.

Conhecido pelo bordão ‘deixe de lero-lero, é samba que eu quero’, Luiz Antonio Mendes recebeu a Revista Top da Cidade/ROL – Região On Line -, em sua residência, localizada não muito longe do centro de Itapetininga.

Aos 60 anos e ainda conservando jeito de menino, nosso entrevistado comentou ter nascido em São Paulo no dia 20 de dezembro, onde morava com seus pais, Terezinha de Jesus Rodrigues Mendes e Luiz Gonzaga Mendes. Aos cinco anos veio residir em Itapetininga, com sua mãe, na casa de seu tio José, após a separação, sendo ele o único filho dessa relação.

Vila Santana foi o bairro em que Mendes passou praticamente toda a sua existência, incluindo fases como infância, adolescência e adulta.

Emocionado, ele citou com orgulho sobre a luta da mãe, que trabalhava como doméstica em casas de família para poder educá-lo e que chegou até mesmo a passar fome. A mãe trazia comida das casas das patroas para alimentar Luiz e a irmã Rita de Cássia. Os dois também se alimentavam na Legião da Boa Vontade, que ficava na Dr. Lobato.

Na vida escolar frequentou inicialmente a EE Sebastião Pinto, passando posteriormente para a EE Major Fonseca e na EE Prof. Abílio Fontes concluiu o Ensino Médio. “Gostaria de ter feito Jornalismo. É um sonho ainda não realizado”, revelou o entrevistado.

Ainda na infância, morou nas vilas Piedade e Rosa, procurando ajudar a mãe vendendo bananas, biju e foi engraxate no Mercado Municipal.

O trabalho na linha ferroviária estaria mesmo traçado em sua trajetória, tanto que aos 14 anos já era aprendiz, através do Curso de Formação de Transportes, quando entre 1969 e 1970, aconteceu a mudança da Sorocabana para Fepasa. Aprendeu o ofício de maquinista e aposentou-se como técnico de segurança patrimonial.

Luiz Mendes falou sobre o acidente que sofrera aos 30 anos, em São Paulo, passando por diversas avaliações médicas. Foi durante uma sessão com uma psicóloga, ao fazer uma careação sobre os fatos, ouviu dela que não deveria ficar tão triste e deprimido como estava, pois tinha um potencial muito grande na voz, podendo pensar em desenvolver algo como cantor ou locutor.

Mendes conta que a partir daquele momento passou a pensar seriamente na possibilidade de explorar a voz e que através do amigo Simas, também conhecido como Marapé (da dupla Morandi & Marapé), acabou conhecendo durante um festival sertanejo a dupla Joaquim & Manoel. Para a sua sorte, a pessoa que fazia as narrações comerciais do evento havia faltado, quando Mendes acabou encontrando a oportunidade de se apresentar publicamente, tendo Joaquim gostado de seu timbre de voz e posteriormente o levou para gravar na rádio Iguatemi mensagens publicitárias do programa Joaquim & Manoel. “Ali comecei a descobrir o mundo mágico do rádio, comecei a imaginar a minha voz saindo de um aparelho para milhares de pessoas”, recorda-se, comentando ter recebido muitos incentivos e que fez curso de radialista em São Paulo e continuou sendo ferroviário, até que em 1990, já casado, retornou para Itapetininga com a família, onde a trajetória no rádio continuaria.

Afastado de sua função de maquinista e trabalhando no escritório da Fepasa, através de um primo, surgiu para Mendes a oportunidade de fazer plantão esportivo para a Rádio Clube, onde tudo começou.

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Recorda-se Luiz que após um desentendimento com o sonoplasta Lobão, conversou com o diretor comercial e resolvera deixar a emissora, até que um dia encontrou passando pela linha férrea o radialista Moacyr Oliveira, o qual comentou que Valter Nakan estava sobrecarregado na Difusora e que deveria ir para lá, onde foi apresentado ao empresário José Abrão.

Já na nova casa, começou a apresentar o programa esportivo da faixa das 18 horas, dividindo o espaço com Valter Nakan e Toninho Sales, além do plantão esportivo aos finais de semana, bem como o Domingo Esportivo Musical.

Durante a entrevista, Luiz Mendes citou com saudosismo o nome de cada colega de trabalho que se lembrava, como Fernando Leonel, Carlinhos José, Cidinha Moura, Paula Guarnieri, Valmor, Cristofer, José Augusto (Berimbelo), João Francisco, Brandão Filho, entre outros. “Aprendi muito, inclusive com os operadores de som. Nessa profissão temos que ter muita humildade”, enfatizou.

Contou Mendes que quando morava em São Paulo, o estilo musical que predominava nas paradas de sucesso era o pagode, como Raça Negra, Negritude Jr., Sensação, entre outros grupos do gênero e que após consenso entre os operadores de som da Difusora, inseriram o estilo no plantão esportivo.

Uma grande mudança ocorreria na vida de nosso entrevistado com a chegada das rádios comunitárias.

“Eu, sem malícia nenhuma, comecei a gravar vinhetas para o César José dos Santos (César Cardoso), que foi o pioneiro no ramo em Itapetininga, com a Educativa FM”, recorda-se Mendes”, que levou bronca de José Abrão, o qual lhe disse que ou ele trabalhava em rádio comercial ou numa pirata. “Não tiro a razão dele. Foi uma lição”, disse Mendes.

“O trabalho no rádio tem que ter dom para poder desenvolvê-lo, e além de tudo acaba-se sendo um formador de opinião”, ensina o radialista, citando como exemplo que já trabalhou para vários políticos e que inclusive apresentou vários comícios, não sendo apenas um locutor de estúdio, mas um apresentador de eventos diversos, não tendo qualquer timidez e interagindo com o público.

Fora da Difusora, Mendes continuou seu trabalho na Educativa FM e lembra-se que naquele período, por volta de 1997, o movimento das rádios comunitárias em Itapetininga era muito grande e que posteriormente foram criadas diversas outras emissoras, tendo ele numa oportunidade viajado num desses movimentos para Brasília pela legalização, chegando a ser processado.

Segundo o radialista, houve uma pausa no rádio e começou a fazer a campanha de políticos como Ricardo Barbará e Roberto Ramalho, além das campanhas dos prefeitos de Campina do Monte Alegre, Eduardo Ribeiro, e de Alambari, Hudson José Gomes, além de ação de vendas em estabelecimentos comerciais de Itapetininga e Região e também cerimoniais diversos.

Luiz Mendes conta que a oportunidade de voltar ao rádio aconteceu após a segunda campanha de Roberto Ramalho, quando voltou para a Rádio Clube, já como Rádio Globo, onde apresentou o programa Manhã da Globo, permanecendo até ano passado. “Comecei a ver que o mundo do rádio tem um elo muito forte com a política. Ou você faz parte do grupo ou não faz”, dispara Mendes, deixando claro que nem todas as emissoras trabalham assim, que existem exceções.

Longe daquilo que mais ama fazer, o radialista reclama da falta de oportunidades e que fez vários contatos com a diretora da Super Difusora, Tuti Abrão Morelli, mas que não houve uma definição e que para ele “pau é pau, pedra é pedra”, que por ele já estaria lá, chegando a dizer que já está ficando “desiludido” com rádio.

luiz mendes 6Embora tenha sido batizado na Igreja Católica, o radialista comenta que também frequenta outras denominações religiosas, não prendendo-se a nenhuma e que procura fazer suas orações em casa também, independente do momento, sempre colocando Deus em primeiro lugar. “Devemos muito e a todo o momento agradecer a Deus, porque um locutor, artista, cantor, existe uma grande dificuldade para trilhar o caminho do sucesso. Tudo isso é um dom que Deus dá. Teve um período em que ainda na Difusora um padre falou para mim que estava começando, que tomasse cuidado e que todos os caminhos têm as suas rosas e seus espinhos, que muitos acabam usando a gente como tijolinho para construir seus palacetes, depois que não serve mais esse tijolinho é descartado como entulho”.

O radialista não esconde a vontade de estar novamente no rádio. “É um sonho. Ainda tenho muito lenha para queimar e agora com muito mais experiência de vida. No rádio estamos sempre aprendendo, agora está muito mais evoluído, diz, ao comparar os equipamentos utilizados nas décadas passadas e os recursos atuais.

Vale lembrar que além da Rádio Iguatemi, Luiz Mendes fez rápida passagem pela Rádio Difusora Oeste, de Osasco, onde também trabalhou seu colega Arlindo Mendes.

“Itapetininga tem que valorizar as pessoas da sua cidade. Infelizmente muitas vezes acontece o contrário”, lamenta Mendes.

Mesmo não estando na ativa, o radialista diz ser impossível deixar de escutar programas, tanto que sintoniza emissoras locais e de outras cidades, sempre procurando aprender mais. Ele explica que existe diferença entre locutor de rádio AM e FM e que descobriu isso durante uma visita numa rádio de Jundiaí, após o locutor daquela emissora ter reconhecido sua maneira de se expressar.

Tendo trabalhado tantos anos em comícios, questionamos se Luiz Mendes já pensou em ser candidato a algum cargo político.

Ele conta ser filiado em um determinado partido e que já recebeu diversos convites, mas que colocou-se à disposição para fazer parte de um grupo, não como pré-candidato. Ele acredita que não basta apenas a carreira de radialista, mas ter um trabalho mais abrangente, social, e acima de tudo saber que a corrida pelo pote de ouro é grande. Para ele, “a política não deixa de ser um jogo, uma pirâmide. Se não tiver dinheiro, dificilmente você será eleito. Sou a favor de o salário do vereador ser salário mínimo. Se eu fosse candidato, uma das bandeiras seria essa”, diz.

Divorciado há doze anos, afirma estar e morar sozinho por opção, ele, que tem seis filhas, sendo duas do primeiro relacionamento com Angela dos Santos (Patrícia e Alessandra), quando o radialista tinha apenas 15 anos e as demais do casamento de 22 anos com Walquíria do Carmo da Silva (Keli, Daiane, Tatiane e Franciele), além de 12 netos.

Perguntado sobre uma voz que admira, Mendes citou que quando era menino ouvia muito Fiori Gigliotti, radialista e locutor esportivo      .

Palmeirense, o radialista tem como frases: “a humildade é a voz silenciosa da razão” e “acreditar que é possível faz a diferença, independente de religião, sabendo que com Deus no coração e através de Deus e seu filho Jesus”.

Para Mendes, “Deus é como o ar que respiramos, uma força que não vemos, mas que está presente em todos os lugares e em todos os momentos”, concluiu.

 

Matéria para a Revista Top da Cidade/ROL – Região On Line

Rogério Sardela

Jornalista

MTB 0070270-SP

Com fotos

Credito: Rogério Sardela/Acervo pessoal