Antônima Cia. de Dança estreia espetáculo Desvio para o Azul, que circula por centros culturais municipais

Com direção de Adriana Nunes, criação coletiva propõe uma reflexão sobre o tempo e diferentes formas de senti-lo

Com 12 anos de pesquisa em dança e artes do corpo, a Antônima Cia. de Dança investiga a noção de tempo a partir de diferentes percepções e conhecimentos em seu novo trabalho, intitulado Desvio para o Azul. O espetáculo passa pela Fábrica de Cultura Vila Curuçá, pelo Centro Cultural da Juventude e pelo Teatro João Caetano entre 11 e 26 de junho. A obra tem direção de Adriana Nunes, que também está em cena ao lado das outras intérpretes-criadoras Camila Miranda, Isadora Prata e Naíra Gascon.

Desvio para o Azul é uma é uma obra sobre o tempo, um olhar para as diferentes formas de senti-lo e uma tentativa de subvertê-lo. Para lidar com uma questão tão complexa, a companhia investiga esse conceito a partir de várias áreas do conhecimento, como a física, a geografia, a literatura e a filosofia.

O próprio nome do trabalho é uma referência a um conceito da física que explica como uma duração é percebida de acordo com a distância e como o tempo está diretamente ligado ao conceito de energia/movimento, e intrinsecamente ligado à ideia de espaço.

Outra metodologia importante usada pelo grupo nesse processo é o aprofundamento da escuta. As artistas apostaram em experiências de trocas e partilhas com outros artistas, pequenas entrevistas sobre como anda a relação das pessoas com seu tempo e deambulações pela cidade de São Paulo.

Um dos pontos de partida para esse processo foi o livro “Walkscapes – O Caminhar como Prática Estética” (2002), do autor italiano Francesco Careri, que inspirou a companhia a realizar longas caminhadas por São Paulo. A partir dessas derivas pela cidade, as criadoras começaram a se questionar sobre como se colocar numa relação com o tempo diferente da que se tem cotidianamente, como diminuir simbolicamente as distâncias entre as periferias e o centro da cidade; e como estabelecer vínculos entre seus corpos e os espaços percorridos.

A partir de todas essas pesquisas, a companhia passou a refletir: “O tempo é relativo, é curto, é metafórico, é histórico, está em falta, está sobrando, é inevitável, é acontecimento, é memória, é projeção e pode ser sintoma de desigualdade. Como é a relação com o tempo de um morador da periferia, que gasta muitas horas em deslocamentos, em comparação a um morador do centro, que mora perto do trabalho?”.

Assim, na dança, antes de propor todas essas reflexões, as intérpretes começam convidando o espectador a se colocar num outro tempo, longe da pressa e da efemeridade, para então mergulhar no universo da memória, nas projeções para o futuro e nas reflexões sobre como estamos vivendo o tempo do presente.

Sobre a Antônima Cia. de Dança

A Antônima Cia. de Dança desenvolve, desde 2010, sua pesquisa de composição em dança que pretende investigar diversas formas de produzir conteúdo cênico, passando pela coreografia, pelas partituras e pela improvisação, sempre em diálogo com os demais artistas envolvidos nos projetos, sejam do campo da poesia, máscaras, vídeo, música, figurino ou iluminação.

Entre os trabalhos do grupo, estão “Tampoco Hay Casa” (2021) e “No Hay Tema” (2020), ambos em parceria com a artista sonora Mariana Carvalho; “Gume” (2019), realizado junto com a Spio Orquestra; e a Trilogia do Inevitável (2013-2018), composta pelas peças “Isso Ainda Não nos Leva a Nada” (2018), com textos de Bruno Brum, “História das Demolições” (2013), com textos de Fabrício Corsaletti, e “Só” (2015), com textos de Noemi Jaffe.

Sinopse

Distorcer a linearidade, ressignificar a simultaneidade, alcançar a máxima lentidão e a extrema velocidade, descobrir o que tem no meio, parar. Desviar para o azul é diminuir distâncias num universo em constante expansão. O espetáculo é uma obra sobre o Tempo, um olhar para as diferentes formas de senti-lo, uma tentativa de subvertê-lo.

Ficha Técnica:

Direção: Adriana Nunes

Intérpretes Criadoras: Adriana Nunes, Camila Miranda, Isadora Prata e Naíra Gascon

Trilha Sonora: Lello Bezerra

Técnica de Som: Carol Andrade

Iluminação: Lúcia Galvão

Montagem de luz e operador substituto: Felipe Stucchi

Figurino: Anna Luiza Marques e Odete Ezequiel

Fotos de divulgação: Antônima Cia de Dança

Fotos das apresentações: Christian Von Ameln

Identidade Visual: Bruno Sperança e Marcos Fellip Sales

Gerenciamento de Mídia Social: Bruno Sperança e Marcos Fellip Sales

Consultoria em Marketing: Marcela Fecuri

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Produção: Cotiara Produtora (Ana Elisa Mello e Samya Enes)

Desvio para o Azul faz parte de um projeto contemplado pelo Edital de Apoio a Projetos Culturais Descentralizados de Múltiplas Linguagens, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo

Serviço

Desvio para o Azul, da Antônima Cia. de Dança

Temporada: de 11 a 25 de junho, em diversos espaços (ver abaixo)

Ingressos: Grátis, distribuídos uma hora antes de cada sessão

Classificação: Livre

Duração: 60min

Fábrica de Cultura Vila Curuçá (zona leste)

Rua Pedra Dourada, 65, Jardim Robru, São Paulo

Quando: 11 de junho, às 15h

CCJ – Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (zona norte)

Avenida Dep. Emílio Carlos, 3641 – Vila dos Andrades, São Paulo

Quando: 18 e 19 de junho, às 1930

Teatro João Caetano – zona sul

Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino, São Paulo

Quando: 24 a 26 de junho, na sexta e no sábado, às 21h, e no domingo, às 19h