Márcio Castilho: 'Estuário'
Estuário
Quando de escafandro pulares nos mares
Revoltando as águas que se entrelaçam
Nas doces saudades que, por ti, cruzares,
Na imersa invenção onde surge a lembrança.
Não deixes em terra a quem amas no sono,
Emerge e não deixes que poda-te a morte;
Se faltares o ar no fundo deste sonho
Que se avance na vida a lança da sorte.
Se acaso deserdas quem prezas no mundo
Em troca das águas turvas da ilusão
Haverás de ser só nesse mar profundo.
Porém, se tu fores nato nadador,
Deixa vir à tona esse teu coração,
Volta logo em breve ao colo do amor.
Márcio Castilho
marciocastilho74@outlook.com