Idade gloriosa

Pietro Costa: Poema ‘Idade Gloriosa’

Pietro Costa
Pietro Costa

O poder de semear a sabedoria e a experiência

E colher os frutos do seu legado de resiliência

É árvore frondosa, e não se verga às ventanias

Galhos que ainda abraçam o decorrer dos dias 

É ser águia que triunfa livre no vasto horizonte

Com as asas fortalecidas pelas agruras defronte

Instinto que sabe quando se refugiar e se lançar 

O coração que serve para ser estação, ninho, lar

É ser lago de águas densas, repletas de vitalidade

A espelhar as auréolas dos anjos e o apogeu solar

O magno oceano que toda intempérie faz consolar

A idade gloriosa, para quem lutou com tenacidade

Pietro Costa

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Experiência e teoria na equipa de trabalho

Diamantino Loureiro Rodrigues de Bártolo: Artigo ‘Experiência e teoria na equipa de trabalho’

Diamantino Bártolo

Na conceção de um projeto que vise alcançar o poder, é fundamental, como primeira medida, constituir uma equipa que ofereça garantias de moderação, de compreensão das situações e resolução justa das mesmas e, tanto quanto possível, favorável às vítimas de situações complexas, tal como para nós desejaríamos. Quem exerce um qualquer tipo de poder, tem a obrigação de ser equitativo, tolerante e solidário, porque de facto: “As pessoas terão de compreender que somos todos iguais, que somos todos o mesmo, que todos nós lutamos por um pouco de paz, de felicidade e segurança no nosso quotidiano.”

A constituição de equipas, para determinadas instituições e cargos, revela-se, muitas vezes, de extrema complexidade, precisamente porque a ânsia: de notoriedade, de protagonismo e vaidade, sobrepõe-se aos legítimos interesses de quem vai estar sob a alçada deste poder, seja ele de que natureza for: político, religioso, militar, instituições, empresas e quaisquer outros.

O líder tem de se rodear de pessoas simples, equilibradas, prudentes, humildes e, se exequível, sábias, que realmente saibam o que é a vida real: fora da proteção dos progenitores, dos padrinhos, das universidades, dos apoios sociais. O líder deve ter o cuidado de escolher pessoas que tenha códigos de ética e deontológicos, bem definidos, esclarecidos e demonstrados, que saibam avaliar as dificuldades de quem nunca foi protegido, beneficiado e privilegiado.

Uma equipa de trabalho, habitualmente, tem uma liderança, que responde hierárquica, e/ou publicamente, muito embora deva existir solidariedade e corresponsabilização nas medidas tomadas, nos atos praticados e nas consequências verificadas. Por isso, cada elemento deve assumir as suas funções com rigor, competência, permanente atualização e ética nos diversos domínios da sua profissão, porque: «A consciência plena é a prática de estarmos cientes do que estamos a dizer e a fazer. Quanto mais conscientes estivermos dos nossos pensamentos, palavras e ações, mais concentração desenvolveremos.» (HANH, 2004:24).

É notório que a experiência adquirida na “Universidade da Vida Real” é muito importante, não a única, para se saber analisar, e resolver situações que afetam as pessoas. Independentemente dos títulos académicos, que naturalmente são valorizados, honoríficos e sociais, o grau de “Doutor” com especialização em “Experiência de Vida Complexa e Responsável” é, igualmente, muito útil, para se ter mais possibilidades de governar bem uma instituição, uma comunidade, um povo, de resto, já reza a velha sabedoria popular: “Quem não sabe obedecer, não sabe mandar”; “Diz-me com quem andas; dir-te-ei quem és”; “Nunca sirvas a quem não soube servir, nem peças a quem foi ingrato”.

O exercício de funções executivas, ou de grande simbolismo, ou ainda de uma atividade, cujos profissionais, têm de tomar decisões, das quais, muitas vezes, depende o futuro de uma pessoa, de uma família, instituição ou de uma comunidade, supõe, realmente, pessoas muito equilibradas, humanas, que tenham conhecimento direto da vida real, seria conveniente que fosse assumido por pessoas a partir de uma certa idade. A título de exemplo, destaca-se, o exercício das funções de Presidente da República, cuja idade mínima, para o exercício do cargo, é constitucionalmente estabelecida, para pessoas com mais de 35 anos de idade, ou de juízes, de cujas decisões depende o futuro de uma pessoa, de uma família, de uma empresa e até de uma comunidade inteira.

Exercer funções executivas públicas, (não se invoca a maturidade em função da idade, nem outras qualidades, as quais se encontram em idades ainda jovens como, eventualmente, não se verificam em idades mais avançadas) aconselha, portanto, uma certa cautela, até porque antes de se chegar a tais responsabilidades, há muitos outros cargos que até podem servir de preparação.

Em tudo na vida deverá haver uma teoria, uma aprendizagem, uma prática que confere alguma experiência, se se quiser, “a escada da vida”, a qual se deveria subir a “pulso”, sem “redes”. É aqui que reside o mérito e a segurança de quem vai depender dessas pessoas, quando elas atingirem o cume das suas carreiras.

Bibliografia.

BRIAN L. Weiss, M.D. (2000). A Divina Sabedoria dos Mestres. Um Guia para a Felicidade, Alegria e Paz Interior. Tradução, António Reca de Sousa. Cascais: Pergaminho.

HANH, Thich Nhat, (2004). Criar a Verdadeira Paz. Cascais : Pergaminho

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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Ao propor ampliação dos modos de apreciação da linguagem teatral, Teatro Para Ver Além reestreia experiência cênica

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Nesta edição, o projeto incorpora o campo virtual e apresenta, gratuitamente, o solo ‘Amanda’ sob 6 perspectivas diferentes, entre os dias 18 e 27 de junho, pelo Youtube

Iniciado em 2018 e constantemente em cartaz, inclusive em tempos pandêmicos, o projeto Teatro Para Ver Além acontece, mais uma vez, no pequeno estúdio da Clementtina: Plataforma de Criação – espaço que representa a atriz, diretora e pesquisadora Rita Clemente – com o desejo de manter um espetáculo ativo, vivo e disponível ao público, por longa temporada.

Nesta edição, o projeto incorpora o campo virtual e apresenta, gratuitamente, o solo “Amanda” sob 6 perspectivas diferentes, entre os dias 18 e 27 de junho, pelo Youtube.

Em 6 dias de apresentações, duas sessões diárias, com 12 sessões ao todo, serão propostos novos modos de ver a obra: a cada dia haverá um espetáculo com os mesmos elementos (vocabulários), mas exibidos por diferentes perspectivas. Um jogo entre câmeras será operado pelo diretor de fotografia Kleber Bassa, com o objetivo de promover uma experiência sensorial e perceptiva que possa ampliar as possibilidades de interpretação e apreciação da obra, por parte do espectador. A trilha sonora, voz importante da criação de cena, é assinada por Márcio Monteiro – criada especialmente para o espetáculo, desde sua estreia em 2015.

O ineditismo do projeto, que tem apoio do Edital LAB-MG nº 15/2020 (Seleção de Propostas para Espaços Culturais de Apresentação Artística), é caracterizado por duas vertentes: a primeira, relacionada à possibilidade de apreciação de uma obra em cartaz por longo tempo. Já a segunda, diz respeito a rearticulação dos vocabulários criados para a encenação que, desde a sua estreia, em 2015, se fundamentam na ideia de que a cena, tal como o texto, tem sua escrita e, por isso, pode ser revisitada, relida, novamente apreciada pelo espectador reincidente para que, em sua nova leitura possa “ver além”, ler além, enxergar além, ouvir além, sentir além e ampliar sua perspectiva de interpretação da obra. “Descobrir novos sentidos rearticulando cada ação (física, emocional, textual, pictórica) da peça, é também uma forma de buscar uma nova interpretação, uma nova atitude que possa vivificar a performance do ator”, reforça a atriz Rita Clemente

O espetáculo Amanda possui pressupostos de criação e de composição mantidos em constante busca por novos sentidos ao longo de sua trajetória e que passam, novamente, por uma rearticulação em sua abordagem estética, ao aliar-se ao campo virtual. Após 5 anos de existência, a peça propõe um redimensionamento que reitera a ideia de que cada vez em que se vai ao Teatro, sempre é um novo momento para o espectador e para os artistas da cena. “Não tem nada de improvisação, sequer se trata da efemeridade da linguagem teatral, pelo contrário, trata-se de criar rearticulações que desdobrem os sentidos”, afirma Clemente.

Sobre o espetáculo:

Amanda é uma obra cênica que tem texto de Jô Bilac, codireção de Diogo Liberano (na primeira versão, em 2015) e cena da atriz, diretora e pesquisadora Rita Clemente. É a história de uma mulher de meia-idade que perde progressivamente os sentidos e, ainda assim, continua seu cotidiano.

Amanda participou da peça Fluxorama, em 2013, no Rio de Janeiro, quando ainda era um monólogo apresentado junto a outros 2 textos de Jô Bilac. Depois, recebe novo tratamento e transforma-se em um solo independente, em 2015, inaugurando o projeto “Criações de Bolso” do Sesc Palladium. A seguir, faz temporadas em Belo Horizonte e São Paulo, além de participações em festivais, recebendo, em 2017, uma nova composição, para integrar o projeto “Teatro Para ver Além”, por 2 anos, em temporada na Clementtina Plataforma de Criação (MG).

Sobre Rita Clemente

Rita Clemente, destacada atriz, diretora e dramaturga mineira, tem vasta experiência em teatro e incursões em televisão e cinema, sendo reconhecida por sua pesquisa acerca das possibilidades de diálogo entre teatro e música. Na televisão, estreou como atriz no seriado “A Cura” (2010) e fez parte do elenco das novelas “A Vida da Gente” (2011-2012), “Amor à Vida” (2013), e “Liberdade, Liberdade” (2016), todas pela TV Globo. No cinema, atuou nos longas-metragens “Pequenas Histórias” e “Batismo de Sangue”, do diretor Helvécio Ratton. Rita é mestre em Artes e graduada em Música pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), formando-se, também, pelo curso de profissionalização de atores da Fundação Clóvis Salgado (CEFART/FCS).

Sobre Kleber Bassa

Formado em fotografia pela Escola de Imagem – a maior escola de fotografia da América Latina – Kleber Bassa atua desde 2012 como Diretor de Fotografia, Editor e Fotógrafo/Câmera. Atualmente, estuda Teatro na Escola de Belas Artes (UFMG) e no CEFART (FCS). De 2020 para cá, fez transmissões de lives para o Coletivo Imune, para o Palácio das Artes, realizando também a orientação de câmera para Cia. de Dança da Fundação Clóvis Salgado e para o Teatro Universitário (UFMG), atuando como câmera e diretor de fotografia em diversos outros trabalhos de destaque em Belo Horizonte, entre eles: “Elon não Acredita na Morte”, dirigido por Ricardo Alves Jr (2016), e no telefilme “O Natal de Rita” (2018), dirigido por Ricardo Alves Jr. e produzido pela Entre Filmes e Globo Filmes.

Sobre Márcio Monteiro

Márcio Monteiro é ator formado em Teatro pelo CEFART (Palácio Das Artes) e graduado em Música pela UEMG. Tem desenvolvido trabalhos em parceria com a atriz e diretora Rita Clemente desde 2012, nas funções de ator e/ou criador de trilha sonora de espetáculos como “Delírio & Vertigem”, “Dias Felizes: Suíte em Nove Movimentos”, “O que você foi quando era criança?” (pelo qual recebeu a indicação de Melhor Ator pelo Prêmio Copasa/Sinparc 2015), “19:45!”, “Amanda”, “Ricochete” e “Antes do Fim” (premiado como Melhor Ator Coadjuvante, no 4º Prêmio Copasa/Sinparc de Artes Cênicas, em 2018)

Sinopse

O que você veria se perdesse a visão? Amanda perde os sentidos, um a um, mas continua como se fosse possível, como se fosse fácil, como se fosse engraçado… E, mesmo diante do absurdo de sua vida, trafega entre o trágico e o humor, o real e a ficção.

Ficha Técnica:

Direção Geral, Concepção e Atuação: Rita Clemente

Texto: Jô Bilac

Trilha Sonora Original: Márcio Monteiro

Direção de Fotografia/Transmissão: Kleber Bassa

Iluminação: Régelles Queiroz

Artes Gráficas: Priscila Natany

Assistência de Produção: Analu Diniz

Produção: Clementtina Cultura

Serviço: 

“Teatro Para Ver Além”

Datas das transmissões de “Amanda”, online: 18, 19, 20, 25, 26 e 27 de junho (sextas, sábados e domingos)

Horários: às 17h e às 20h (duas sessões diárias)*

Local: YouTube

Classificação: 14 anos

Evento gratuito

*As apresentações serão seguidas de uma conversa com a artista e convidados sobre o processo de criação da obra.




Dulce Rangel lança o livro 'Onde está você', para crianças e adultos

‘Onde Está Você’, o novo livro da escritora Dulce Rangel, é fruto de uma experiência de perda. Voltado para crianças e adultos, trata de temas importantes e essencialmente humanos, como o luto e a saudade

“Onde Está Você” trata-se de temas importantes e essencialmente humanos, como: o luto e a saudade (esta palavra tão bela que é encontrada somente na língua portuguesa). Como lidar com a partida de alguém querido? Seja ele um amigo, pai, mãe, avó, irmão, filho, animal de estimação? Como encarar a solidão que vem depois que esse ser amado parte para não voltar?  Autora de obras infanto-juvenis publicadas em várias editoras, com destaque para “Um Amor de Confusão”, lançado em 1994 pela Editora Moderna e atualmente em sua terceira reimpressão, Dulce sempre tentou direcionar seus escritos no sentido de ajudar os leitores a trabalhar algo internamente, seja uma perda, um trauma ou algo que é preciso desenvolver. Em “Onde Está Você”, um livro que nasceu depois que o marido da autora se foi, após anos de luta contra uma doença grave, a ideia foi narrar este lento e trabalhoso processo de reconstrução interna pelo qual ela acabara de passar, e que acontece com tantas pessoas pelo mundo, todos os dias.

Arrependimentos ou sensações de culpa também podem surgir depois que alguém se vai. Será que fiz algo errado, ou deixei de fazer alguma coisa? “Onde Está Você” tenta elaborar emocionalmente as dores e pensamentos que se abatem sobre a criança ou adulto que lida com a ausência de alguém. Os desenhos aquarelados de Maria Diva que acompanham os textos fazem um contraponto delicado e sugestivo a cada fase desse processo, com cores que surgem aos poucos e acompanham o desenvolvimento interno de quem lê, assim como os espaços em branco e os “silêncios” nas páginas do livro. E, gradualmente, descobrimos como encontrar dentro de nós maneiras de resgatar o que de melhor aquele ou aquela que partiu nos legou. Encarando a ausência de modo lúdico e até mesmo mágico, como um jogo para o qual existe solução.

‘Onde Está Você’ chega ao mundo num momento muito simbólico, no qual a humanidade enfrenta uma pandemia que já tirou a vida de milhares de pessoas e tem afastado outras tantas de seus entes queridos, isolando-as em casa ou em quartos de hospitais. Um ano de muito sofrimento, mas também de aprendizado para todos.

Desde 2020 tivemos de nos recolher e nos afastar-nos de pessoas queridas a fim de preservar a vida de todos, o que confere a este livro admirável contundência. Ao sentir a falta de alguém que amamos, podemos trabalhar nossos sentimentos e resgatar o que há de mais verdadeiro nos laços afetivos. Como revela sua contracapa, “Onde Está Você” guia o jovem leitor numa jornada interior pelos caminhos da saudade.

Ficha técnica:

Título: “Onde Está Você”

Autoria: Dulce Rangel de Montrigaud

Concepção: Lise Colette e Dulce Rangel de Montrigaud

Ilustrações de capa e miolo: Maria Diva Tardivo

Faixa etária: a partir de 07 anos

Páginas: 46

Formato: 20 x 20 cm

Selo: Livre Pensar Editorial

Preço sugerido: R$ 45,00

Sobre a autora:

Dulce Rangel de Montrigaud é paulistana e reside em Avaré, no interior de São Paulo. É escritora, designer e tem sua obra publicada em editoras como Moderna, Vozes, Kuarup, e ONG Viva e Deixe Viver. Após uma dolorosa, mas vitoriosa experiência pessoal, percebeu a importância da criatividade para a recuperação de crianças e adolescentes em tratamento de saúde. Desde então, muitas de suas criações visam incentivá-los na busca por um viver em harmonia com sua realidade. Em seus livros, Dulce procura criar textos positivos e que elevem a autoestima dos jovens leitores, permitin do que eles possam buscar um caminho que os estimule em seu crescimento pessoal, através do pensamento positivo e do exercitar dos sonhos. Em 2016, seu marido faleceu após anos de luta contra uma doença grave. “Onde Está Você” é não só uma homenagem e declaração de amor a ele, mas também um alento a todos que passam pela dolorosa perda de um ente querido.

Sobre a ilustradora:

Maria Diva Tardivo, é natural de Avaré, São Paulo. É psicóloga e designer, trabalha com arteterapia e ilustração, além de ser professora de artes. Em sua ampla área de atuação profissional, utiliza a linguagem artística como forma de facilitar e auxiliar na elaboração de dores emocionais. Em especial para este trabalho, a ilustradora optou pelo uso do desenho e da aquarela, com traços e cores que sugerem orientações para a trajetória individual do leitor.