Patrícia Alvarenga: 'É só uma fase!'

Patrícia Alvarenga

É só uma fase!

E, de repente, eles crescem e não somos mais seus heróis. Sim, a passagem é tão rápida que é quase imperceptível: de criança a adolescente. Do colo que acolhia e protegia, para a companhia que “faz passar constrangimento”. Só viam nossas qualidades e estas eram super-humanas. Agora, parecem que só veem nossos defeitos. Somos os pais “chatos”, que só impõem limites, dizem “não” e querem “controlar” suas vidas.

Antes tão estudiosos e obedientes! Agora, estudar é um tormento, tomar banho, um sacrifício e, acordar para ir à escola, o maior ato de superação que podem ter na vida! Tudo é para “daqui a pouco”; “só um minuto”; “estou indo” e “mais tarde”. As obrigações são deixadas para o último minuto, mas, como ainda não têm maturidade, vêm a raiva, o nervosismo e a explosão de choro, quando o prazo está se esgotando e o trabalho ainda não está pronto! Neste momento, quem são chamados? Os pais, claro, para socorro imediato! Ah!… Início da adolescência…

Com os amigos, só jogos, brincadeiras e as intermináveis conversas sobre o mundo que os cerca e que lhes interessa, sempre pontuadas por inúmeras e altas risadas. Riem de tudo e todos! Menos com os pais, pois não dividimos mais os mesmos interesses e somos adultos. E, adultos, são maçantes. Servimos, “apenas”, para preparar as refeições, oferecer lanches e tentar saciar um apetite incontrolável! Como comem!

Aos pais, resta ter paciência (muita!), dar limites, impor regras, tentar controlar a natural rebeldia e, como sempre, oferecer proteção, compreensão, carinho e amor. Ah!… E fazê-los gastar (pelo menos um pouco) a energia interminável que carregam. Não é tarefa fácil. O diálogo é imprescindível para amenizar os conflitos familiares. Mas é necessário lembrar que também já passamos por esta fase e, como toda fase, terá um fim!

 

Patrícia Alvarenga

patydany@hotmail.com