Paisagem da janela
Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Paisagem da janela’
Na quietude
sorrateira a tarde cai,
e :na montanha,
a sombra sepulta o silêncio
do outro lado do poente.
Na paisagem dourada,
bela aquarela,
doce poema,
verdejantes vales e colinas,
no recanto do entardecer,
vislumbre dos olhos.
Musgos crescem verdes
entre os velhos do passado,
e nas paredes de pedras,
da casa velha assobradada,
da janela,
cabem todas as paisagens.
A natureza sorri,
o meu olhar vagueia
descortinando um paraíso,
enquanto o vento acaricia
a pele macia, morena,
seus casarios, seus rochedos,
seus becos e ladeiras.
O sol se despede
anuncia mais um arrebol desértico,
do porto sombrio e pálido do cais,
olhos de saudades.
No limiar do ocaso
o sussurro do vento,
e ao longe,
o rio em galope na sua correnteza
sacode na areia fria seu marulho.
Ao abraço das ondas,
o entreolhar do sol,
as cortinas do crepúsculo
cobrem-se de nuances;
tinge de púrpura a cor do poente,
e se espraia no horizonte,
a paisagem da janela.
Ceiça Rocha Cruz
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