Jairo Valio: 'Folhas manchadas'
Folhas manchadas
Quero perpetuar memórias,
Folhas de papel tão brancas e nelas jogo letras,
Rabiscos que a memória me assopra,
E delas me aproprio sem constrangimentos,
Pois minha alma é sabedora de minhas emoções.
Ganham impulsos e soltam emoções,
Algumas tão próprias e me surpreendem,
Outras tão vagas mas que merecem espaços,
E busco então parcerias que me conhecem,
Um coração que vivenciou todas minhas emoções,
Onde tudo tem espaços e sugeri o amor como um diferencial.
Lembrou que um dia num encontro fortuito,
Uma linda criatura despertou meus sentimentos,
Adormecidos, pois não encontrava figurantes,
Que passavam ao largo sem sequer minha presença notarem,
Só que essa tinha uma credencial diferente,
Num andar elegante e porte altivo que me fascinou,
E uma beleza singela que me encantou.
Pedi então ao meu coração que tocasse sua sensibilidade,
Quem sabe até o coração da linda criatura me fizesse notar,
E tudo isso na página da minha vida está,
Um amor tão deslumbrante que desfrutamos num encontro fortuito,
Sem pretensões nos nossos passos apressados.
Nesse papel tão branco de minha existência,
Tenho guardado como a mais preciosa das joias,
Mesmo que algumas gotas de um sangue nele respingasse
Pela sua partida dolorida que Deus um dia ela buscou,
E lágrimas tão límpidas muitas vezes tentam aparecer.
Jairo Valio
valio.jairo@gmail.com
Assista abaixo ao vídeo do poema ‘Folhas manchadas’, do autor Jairo Valio: