Cartola Editora lança 'Contos da Bola', de Eduardo Lamas

Livro do jornalista e escritor traz 19 histórias que abordam os mais variados ambientes do futebol

Embora a criatividade seja uma característica das mais valorizadas por torcedores e comentaristas esportivos, quando o futebol sai dos campos para as páginas, na maioria das vezes trata a bola muito mais com o pragmatismo dos fatos do que fazendo as jogadas lúdicas da ficção. Em tabelinha com a imaginação, muitas vezes rodeada de episódios verídicos, alguns históricos para o futebol brasileiro e até mundial, o escritor e jornalista Eduardo Lamas escreveu Contos da Bola, lançado pela Cartola Editora nas versões em papel e digital.

A publicação está à venda na Amazon nos dois formatos. O ebook pode ser adquirido também no Google Play e no Scribd e o livro físico, nas seguintes lojas online: Livraria da Cartola, Americanas, Submarino, Mercado Livre, Shoptime, MagazineLuiza, UmLivro, MercadoEditorial, Ponto Frio e Casas Bahia.

A obra traz 19 histórias que abordam os mais diversos ambientes e personagens do futebol. Com Contos da Bola o autor já soma quatro livros, sendo este o primeiro a viajar por grandes finais, jogos decisivos, peladas de rua, jogos entre times de bairro e campeonatos de várzea que só existem em suas páginas.

Na apresentação do livro, Eduardo Lamas lista os locais que o inspiraram a criar as 19 histórias relatadas com dramaticidade, humor e muitas vezes pondo personagens fictícios em situações inusitadas dentro de fatos históricos:

“As experiências vividas em peladas de rua, no colégio, em campinhos de terra ou (pouca) grama ou mesmo no quarto ou na sala de casa; em “jogos contra” nos mais variados campos e quadras; nas arquibancadas, geral, cadeiras e tribuna de imprensa do Maracanã e de outros estádios, alguns bem acanhados; nas redações; na cobertura jornalística in loco de tantas partidas, das menos importantes a grandes decisões, e a – permitam-me – fértil imaginação fizeram a criança crescer e se desenvolver para finalmente entrar em campo”.

 O prefácio é assinado pelo jornalista, radialista e escritor Alexandre Araújo, do consagrado grupo Pop Bola. Ele não poupou elogios ao autor:

 “Habilidoso, criativo e dono de uma visão de jogo digna de um camisa 10, neste “Contos da bola”, Eduardo Lamas deita e rola em divertidos e fantásticos “causos” do futebol, tabelando de primeira com o leitor”.

O Autor

Morador de Florianópolis desde 2019, o escritor e jornalista carioca Eduardo Lamas foi Destaque Especial em três categorias (conto, poesia e crônica) do “IV Concurso Literário A Palavra do Séc. XXI”, em 2001. É autor das peças de teatro “Sentença de Vida”, encenada no Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo, em 2002 e 03, e “A Confissão”, com estreia marcada para este ano com a Oráculo Cia de Teatro; dos livros “Profano Coração” (poesias, 2009), “O Negro Crepúsculo” (romance, 2015) e “Sutilezas” (poesias, 2019), e do blog eduardolamas.blogspot.com.

É idealizador, pesquisador, redator e roteirista do projeto “Jogada de Música”, que foi quadro na Rádio Globo Rio, em 2017 e 18, e coluna homônima no site do Pop Bola (2018) e posteriormente, do IMMuB (Instituto Memória Musical Brasileira), entre 2019 e 2020.

Entre 1988 a 2013, trabalhou como jornalista em diversos veículos de comunicação do Rio de Janeiro, entre eles “Jornal dos Sports”, Agência “Sport Press”, Agência “O Globo”, “O Globo Online”, Revista e Agência “Placar”, “Lance Multimídia”, “O Fluminense”, “Jornal do Brasil” e “Globoesporte.com”. Em 2019 e 2020 fez entrevistas para o Museu da Pelada, em Santa Catarina, com os ex-jogadores de futebol Sergio Ramírez, Toninho Quintino, Renato Sá, Pintado, Mickey, Sávio, Oberdan, Paulinho Criciúma e Wendell.

Entre 2012 e 2016, foi sócio-diretor da Mais e Melhores Produções Artísticas e, desde 2017, ocupa o mesmo cargo na Estação Pró-Vida – Desenvolvimento Humano.




Antônio Fernandes do Rêgo: 'Meninos, eu vi'

Antônio Fernandes do Rêgo

Meninos, eu vi

Eu vi em tanta copa o povo aos saltos,

Com os gols de Pelé alegre gritar,

Garrincha na avenida desfilar,

E toda a gente sambando no asfalto.

 

Ouvi com a ‘folha seca’ do Didi

A vibrarem os rádios no Brasil.

Didi que fez o Maraca explodir

Desde o primeiro gol na Juvenil.

 

Ouvi Vinícius com o Tom Jobim,

Ouvi também Jacob do Bandolim,

E de todos eu guardo uma canção.

 

Aqui, este louvor também consagra

Uma outra estrela, uma linda saga,

Airton Sena, o grande campeão.

 

 Antônio Fernandes do Rêgo

aferego@yahoo.com.br

 

 

 

 




Sorocaba recebe exposição itinerante do Museu do Futebol

Expectativa é de recorde de visitantes para mostra que já conseguiu superar a capacidade do Pacaembu em número de espectadores

 

A exposição itinerante Museu do Futebol Na Área, que traz na bagagem destaques do Museu do Futebol, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, localizado no Estádio do Pacaembu, chega a Sorocaba. A mostra será inaugurada no dia 6 de junho para convidados e imprensa, das 17h30 às 20h30; a abertura para o público está marcada para o dia seguinte (7), a partir das 10h, com entrada gratuita, no Shopping Iguatemi Esplanada.

 

“Expandir a atuação e o acesso do público aos acervos e atividades é um dos desafios para os museus contemporâneos. É também uma diretriz colocada pelo Governador Geraldo Alckmin para as instituições da Secretaria da Cultura do Estado. A itinerância do Museu do Futebol cumpre esse objetivo ao possibilitar que um número maior de paulistas conheça o seu trabalho”, afirma o Secretário da Cultura do Estado, Marcelo Mattos Araujo.

 

Em cartaz até o dia 10 de julho, ficará no Espaço de Eventos, situado na Ala Sul – Piso Terraço do Shopping Iguatemi Esplanada. “Será mais uma nova e surpreendente experiência. Desta vez, o Museu do Futebol Na Área estará dentro de um shopping que recebe cerca de 25 mil pessoas diariamente. Com certeza, mais um sucesso de visitação”, declara o arquiteto Fernando Arouca, sócio da Arquiprom, proponente e produtora do projeto.

 

A exposição reproduz parte da exposição principal do Museu, no Pacaembu, apresentando a cultura e história do esporte por meio de instalações multimídia e interatividade. “Acrescentamos em cada cidade histórias e curiosidades exclusivas dos times da região em fotos, textos e objetos de colecionadores”, revela Daniela Alfonsi, Diretora de Conteúdo do Museu do Futebol.

 

Em Sorocaba, destacam-se as fotos épicas de 1900, do Sport Club Savoia, time formado pelos funcionários italianos da fábrica de tecidos no distrito de Votorantim, e do Esporte Clube Sorocabano (1902). Entre as curiosidades, a importância dos campeonatos amadores da cidade e uma das primeiras torcidas organizadas e uniformizadas da cidade, a Tira-Prosa, do Esporte Clube São Bento, fundada pelas irmãs Ramalho em 1975.

 

Em uma vitrine, recordações especiais dos dois atuais clubes da cidade: uma camisa de 2013 do Esporte Clube São Bento – ano de acesso à série A-1 – autografada pelos jogadores Gatãozinho, Bruno Ligeiro, Antônio Ribeiro e Anselmo Filho; e representando o Clube Atlético de Sorocaba, de 1997. Os objetos compõem a coleção de Luis Fernando Vilas Boas.

 

Trajetória – antes de Sorocaba, a exposição que percorre o Estado, esteve em Santos, Piracicaba e Taubaté, reunindo 55 mil visitantes – número maior do que a capacidade máxima do Estádio do Pacaembu (40.199 pessoas).

 

A realização é do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura; do IDBrasil Cultura, Educação e Esporte, organização social de cultura que gere o Museu do Futebol; e da Arquiprom, proponente e produtora do projeto viabilizado por meio do Ministério da Cultura via Lei Federal de Incentivo à Cultura. O patrocínio é do Carrefour, IBM, Itaú e Samsung. O Museu do Futebol Na Área conta também com o apoio do SISEMSP, Epson, da Prefeitura do Município de Sorocaba e do Shopping Iguatemi Esplanada.

 

O Museu do Futebol Na Área

A exposição reproduz seis espaços do Museu do Futebol, com destaque para curiosidades sobre o esporte em Sorocaba, seus times amadores e profissionais e torcidas.

 

Para trazer o clima das instalações do Museu no Pacaembu, foram convidados alguns dos profissionais responsáveis pela elaboração do projeto original, como Daniela Thomas e Felipe Tassara, criadores do conceito expográfico da mostra itinerante, e o designer Jair de Souza, que assina a direção de arte e de dois novos vídeos produzidos especialmente para o novo projeto. O primeiro deles, logo na entrada, é umtour pelo Estádio do Pacaembu e algumas das salas do Museu, um convite à experiência de unir, por meio do futebol, história, emoção e diversão.

 

Em seguida, na Sala das Origens, apresenta-se a trajetória da chegada do futebol no Brasil, com Charles Miller, no final do século XIX, até os primórdios da profissionalização do esporte e da aceitação de atletas negros e mestiços a partir dos anos 20. Mais de cem fotografias e um vídeo mostram também os primeiros clubes, estádios, torcidas e jogadores. Nesta área estarão 14 imagens históricas do futebol da região.

 

Em seguida, o visitante encontrará, num ambiente colorido e divertido, a Sala dos Números e Curiosidades, com recordes, regras do jogo, frases famosas, vídeos e vitrines com objetos, um pebolim e um campo de futebol virtual para todos brincarem.

Na sequência, o público se emocionará com a instalação Versus, exclusividade da mostra, criada pelo artista multimídia Tadeu Jungle. A experiência consiste em acompanhar uma partida inteira somente observando os torcedores. São 120 minutos da intensidade e vibração das torcidas de Palmeiras e Corinthians, captadas durante a semifinal do Paulistão 2015 – que terminou com vitória do time alviverde nos pênaltis em pleno Itaquerão.

 

No módulo Gols, relembrará gols importantes da história do futebol recontados por 27 jornalistas esportivos, como Luciano do Valle, Armando Nogueira e Galvão Bueno. Na Sala do Rádio, locuções clássicas dos anos 1930 aos anos 2000, como as de Fiori Giglioti, Ary Barroso e Osmar Santos, trazem a emoção de traduzir o jogo pelas ondas do rádio. O conteúdo estará disponível em multimídias touch screen.

A história das Copas do Mundo, desde a criação até o famoso “7 a 1” de 2014, estará retratada com fotos e um vídeo especialmente editado para a mostra, com roteiro do jornalista Marcelo Duarte e direção de Jair de Souza.

 

Completa a experiência o Centro de Referência do Futebol Brasileiro (CRFB), área do Museu responsável pela pesquisa e documentação do acervo. Em cada cidade há uma biblioteca com cerca de duzentos títulos de livros para pesquisa sobre os clubes locais, os times paulistas, biografias de jogadores, entre outros. Computadores para acesso ao banco de dados do Museu do Futebol ficam à disposição dos interessados em compartilhar com o Museu suas histórias e acervos sobre futebol.

Todo o material produzido durante o período integrará o acervo de referências do CRFB e ficará disponível em um site criado para o projeto:  naarea.museudofutebol.org.br .

 

As escolas da região poderão agendar visitas educativas, com direito a material pedagógico exclusivo para professores e alunos. O agendamento é pelo email museunaarea@gmail.com

 

Serviço Exposição itinerante Museu do Futebol na Área – Sorocaba

Abertura: Dia 6 de junho, das 17h30 às 20h30, só para convidados e imprensa;

Dia 7, a partir das 10h, para o público em geral.

 

Período em cartaz: de 7 de junho a 10 de julho

 

Funcionamento: de terça à sexta-feira, das 10h às 18h;

aos sábados e domingos, das 12h às 20h.

 

Local:  Shopping Iguatemi Esplanada

Entrada Ala Sul: Av. Gisele Constantino, 1850 – Votorantim – SP

Entrada Ala Norte: Av. Izoraida Marques Peres, 401 – Sorocaba

 

Entrada gratuita

 

Na Internet: www.museudofutebol.org.br // www.facebook.com/museudofutebol

Site especial: naarea.museudofutebol.org.br

E-mail: contato@museudofutebol.org.br

 




Artigo de Celso Lungaretti: 'Enquanto Tite tira leite de pedra no Corinthians, Dunga engole a poeira do Equador na seleção.

TITE É O GRANDE NOME DO HEXA CORINTHIANO E A MAIOR ESPERANÇA DE HEXA BRASILEIRO

Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia

hexacampeonato do Corinthians, merecidíssimo, faz bem ao futebol brasileiro: provou que o futebol moderno pode, sim, dar certo por aqui.

Que, mesmo sem talentos fulgurantes, uma equipe com eficiente jogo coletivo e excelência tática consegue cumprir simultaneamente os dois objetivos principais do futebol: ser competitiva e dar espetáculo.

Finalmente vislumbramos a luz no fim do túnel, a volta dos gols bonitos como consequência de jogadas bem trabalhadas, ao invés da mecânica insistência nas bolas paradas e  chuveirinhos, aquela obtusa aposta no chavão de que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura

 

 

 

 

Wagner Love deslanchou na reta final, tornando-se decisivo.

 

Para ser campeão brasileiro de 2011 e campeão da Libertadores (invicto) e do Mundial de Clubes em 2012, Tite montou um time que marcava poucos gols mas conseguia fazer com que geralmente bastassem, pois seu sistema defensivo era quase inexpugnável. A fórmula funcionava, mas não deslumbrava.

O ano de 2013 foi um anticlímax: o Corinthians só ganhou o Paulistão e a Recopa. Isto por força de grandes apostas que não vingaram (principalmente Pato) e das sucessivas contusões de jogadores importantes (principalmente Renato Augusto). Então, o medíocre presidente Mário Gobbi Filho trocou Tite por Mano Menezes, um ato de tamanha ingratidão que não me contive: hoje tenho vergonha de ser corinthiano.

O resultado foi um 2014 sem conquista nenhuma, nem mesmo a vaga direta para a Libertadores, obrigando o Corinthians a disputar a repescagem.

Enquanto isto, Tite foi ver o que se fazia de tão bom na Europa, observando tudo e conversando com profissionais de ponta dos grandes centros futebolísticos.

 
Diferencial: um meio-de-campo sem igual no futebol brasileiro.

Chamado para recolocar o Corinthians nos trilhos, Tite apareceu com um novo repertório, atestando que o ano sabático lhe fizera muito bem. O esquema cauteloso dos tempos do empatite cedeu lugar a muita compactação, triangulações, velocidade e busca incessante do gol.

A crise financeira do clube, contudo, inquietou o elenco e fez três dos sustentáculos da equipe saírem: Guerreiro, Emerson Sheik e Fábio Santos. O útil curinga Petros os acompanhou. Outros, como Gil e Jadson, estiveram muito tentados a seguirem seus passos.

A crise técnica sobreveio no finalzinho da fase de grupos da Libertadores e acabou determinando a queda do Corinthians frente ao primeiro adversário no mata-mata, o insignificante Guarani do Paraguai. De quebra, deixou de ir à final do Paulistão porque sucumbiu ao Palmeiras na loteria dos pênaltis, em pleno Itaquerão! A grande sensação, num piscar de olhos, virou enorme decepção.

Começou cambaleante o Campeonato Brasileiro, sendo derrotado três vezes nas oito primeiras rodadas (depois, só o seria uma vez nas 27 seguintes). O corinthiano Juca Kfouri entregou os pontos, escrevendo que só restava lutar para não ser rebaixado e tentar montar um bom time para 2016.

 
Gil: um zagueiro consciente como David Luiz nunca será.

Foi quando o bom relacionamento de Tite com os jogadores salvou a pátria alvinegra. Por acreditarem no seu técnico, rejeitaram ofertas vantajosas e esforçaram-se muito para viabilizar a recuperação (nas entrevistas de agora, a palavra trabalho é das mais citadas, com transparente sinceridade: percebe-se que eles realmente deram o melhor de si e estão orgulhosos disto).

Aos poucos, o time voltou a praticar o mesmo futebol do início do ano, com o 4-1-4-1 como esquema principal, mais a flexibilidade para adotar instantaneamente alternativas ao sabor das circunstâncias. Troca de passes eficiente e rápida, excelente concatenação dos contra-ataques, muitas jogadas ensaiadas e revezamento constante entre os armadores Jadson, Elias e Renato Augusto são outras características do atual Corinthians.

 
Disparado, o melhor goleiro do Brasil.

O dedo do técnico também se evidencia:

  • nas mudanças efetuadas ao longo das partidas, quase sempre para melhor (é frequente a participação dos substitutos nos gols salvadores);
  • nas soluções que encontra para sanar as deficiências do time, como a falta de um matador 
  • durante boa parte do Brasileirão (os três armadores resolveram a questão, não só marcando eles próprios os tentos, como criando tantas chances para os companheiros que algumas necessariamente acabavam sendo aproveitadas –depois Wagner Love deu a volta por cima e tudo ficou mais fácil);
  • na capacidade de elevar o rendimento de laterais medianos como Fagner, Uendel, Guilherme Arana e Edílson, além de conseguir nas emergências quebrar o galho com o improvisado Yago, já que o Corinthians não tinha disponibilidade financeira para contratar coisa melhor;
  • na lapidação de jovens promissores como Luciano, Rodriguinho e Lucca (os dois últimos a caminho do estrelato e o primeiro ora se curando de uma contusão que o vitimou no melhor momento de sua carreira); e
  • na recuperação de jogadores que estavam em baixa e voltaram ao ápice, como Felipe, Jadson, Ralf e Wagner Love.

A pergunta que não quer calar é: até quando Tite continuará tirando leite de pedra e abarrotando a prateleira do Corinthians de troféus importantes, enquanto Dunga conduz a Seleção Brasileira aos trancos e barrancos (com possibilidade de não nos classificar para o Mundial de 2018 e a certeza de que, campeão, ele jamais será como técnico)?

 

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Artigo de Celso Lungaretti: 'O passado vitriólico da corrente prá frente e o presente melancólico da amarelinha desbotada'

UM BOM DOCUMENTÁRIO SOBRE UM PÉSSIMO PERSONAGEM HISTÓRICO

Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia

Um slogan de outrora: “hoje mocinho, amanhã bandido”.

Abro janelinhas no meu blogue para filmes que trazem informações importantes para se conhecer a história deste país, mesmo que deprimentes como Cidadão Boilesen (d. Chaim Litewski, 2009), que resgata a trajetória de um personagem paradigmático da participação de empresários no financiamento dos órgãos de repressão durante a ditadura de 1964/85: Henning Albert Boilesen, presidente do grupo Ultra.

Nada contra o documentário do Litewski em termos artísticos, mas seu biografado revira o estômago de qualquer homem de bem.

Operação Bandeirantes foi criada em junho de 1969 para combater a luta armada em São Paulo com utilização sistemática e ilimitada da tortura, além de licença para matar, travando a guerra suja com métodos tão imundos que as próprias Forças Armadas inicialmente relutaram em ficar com eles identificadas.

Como se manipulava: ele não foi justiçado por ser  industrial.

Assim, tendo oficiais do Exército (atuando sempre à paisana) no comando e policiais civis como subalternos, instalou-se na semiclandestinidade dos fundos de uma delegacia paradoxalmente localizada no bairro paulistano do Paraíso. Meu companheiro de movimento estudantil e militância revolucionária Gilson Theodoro de Oliveira, falecido há alguns meses, teve a duvidosa honra de ser o primeiro preso político que a Oban torturou, ainda na fase de testes.

Como sua existência era real e não legal, não podia receber verbas da União e os custos da bestialidade foram, num primeiro momento, bancados por endinheirados reaças como o Boilesen. Eles, de quebra, adquiriam o direito de presenciarem o edificante espetáculo das torturas, realizando o sonho da maioria dos sádicos: o de verem pessoas nuas sendo brutalizadas. Segundo consta, Boilesen era um dos que assistiam mas não chegavam ao extremo de quererem participar também, como alguns mais depravados faziam questão.

 
Boilesen e Delfim: feitos um para o outro.

Foi justiçado pelo MRT e a VPR em abril de 1971, aos 55 anos, o que fez dele o símbolo do apoio empresarial à repressão, embora congêneres existissem em penca. Mesmo caso da Solange Teixeira Hernandes, a dona Solange, que estava longe de ser a única censora, mas se tornou a representante paradigmática das tesouras afiadas porque seu nome aparecia nas guias do Departamento de Censura da Polícia Federal projetadas nos cinemas antes dos filmes começarem.

O documentário inclui entrevistas do filho de Boilesen (Hennig Jr.), Jarbas Passarinho, D. Paulo Evaristo Arns, Celso Amorim e FHC, entre outros.

E por falar em Passarinho, que passará à História como autor da frase que melhor definiu o caráter dos desencadeadores do terrorismo de estado nos anos de chumbo, as Forças Armadas mandaram os escrúpulos às favas em 1970 e saíram do armário, oficializando a Oban. Com o nome de DOI-Codi, esta pôde finalmente contar com financiamento da União, depois de funcionar durante um semestre inteiro graças à generosidade dos Boilesens da vida.

Os solícitos empresários, contudo, continuaram fazendo suas vaquinhas –para premiarem agentes que assassinassem ou capturassem resistentes, p. ex. Havia até uma tabela, tal quantia por um dirigente, tanto por um combatente dos grupos de fogo, tanto por um militante comum, tanto por um aliado, etc. Igualzinho ao velho Oeste dos EUA, no qual a ditadura já se inspirara para produzir a versão brazuka dos cartazes de wanted dead or alive

BATEMOS EM BÊBADO. E O OBA OBA JÁ RECOMEÇOU…

Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia

 
Na cor do uniforme e no futebol, a Venezuela lembra…

Depois da horrorosa atuação contra o Chile, quando merecia ter sido goleada, a Seleção Brasileira fez a lição de casa diante da Venezuela, nossa freguesa de caderneta (já a sovamos 20 vezes em 23 partidas disputadas, nas quais marcamos 87 gols e sofremos oito –é preciso dizer mais?).

Foi como roubar o doce de uma criança. Logo no primeiro minuto, um barata-tonta grená perdeu bisonhamente a bola e o goleiro mãos de alface aceitou um chute facílimo de espalmar para escanteio: 1×0.

Dois ingênuos venezuelanos mostraram ainda não saberem direito como o primeiro deve marcar o adversário e o da sobra fechar a porta, então levaram ambos um baile do Felipe Luís. A bola chegou a Williams, que desta vez desferiu um arremate indefensável: 2×0.

 
…o Clube Atlético Juventus (série A3 do Paulistão).

O Brasil tomou um gol de escanteio que escrete de verdade não admite: 2×1.

Um beque adversário falhou de forma ridícula, vendo passar à sua frente um cruzamento que até a minha avó interceptaria, e o veterano Ricardo Oliveira (terá 38 anos na próxima Copa do Mundo) matou o jogo: 3×1.

O apelido de vinho tinto cai bem para os venezuelanos: são fraquinhos e não tonteiam ninguém.

Dunga concedeu à nossa seleção 8,5, nota que só se justificaria se tivesse desancado pra valer o bêbado, aplicando-lhe um sonoro 7×1. Eu daria 5 e olhe lá…

Uma parte da imprensa tupiniquim já recomeçou o oba oba, vendendo o peixe podre de que o Brasil não está tão ruim assim. Na verdade, está pior ainda.

 
Sina cruel: limitado em campo, limitado no banco.

Será mera coincidência qualquer semelhança entre esse amontoado de atletas mal dispostos em campo e travados pela rigidez do técnico, com o futebol moderno, em que os times jogam compactados, os jogadores têm liberdade para tomar iniciativas e estão preparados para mudar imediatamente o esquema tático ao sabor das circunstâncias. Na estréia, o atualizado Jorge Sampaoli fez picadinho  do jurássico Dunga, que depois teve a cara de pau de dizer que não levou um nó tático.

Poderemos passar mal e porcamente pela eliminatória sul-americana, mas salta aos olhos que, sem um técnico de verdade, seremos meros coadjuvantes em 2018.

Para encerrar, uma informação do sarcástico José Roberto Malia, que talvez explique o empenho da crônica esportiva em vender gato por lebre (afinal, ela lucra muito se o povo estiver confiante no escrete):

O ótimo prestígio da amarelinha desbotada pôde ser comprovado no Dia das Crianças. As camisas do Circo Brasileiro de Futebol ficaram encalhadas nas prateleiras. Não saíram nem com promoção. A molecada optou por enxovais de times nacionais e até do exterior. A Pachecada chora.

Fora Del Nero! Fora Dunga! Fora Gilmar Rinaldi! Mãos limpas na CBF!

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ECONOMISTA PREVÊ QUEDA DE DILMA ANTES DA ELEIÇÃO DE 2016

A VERDADE É REVOLUCIONÁRIA. O MANIQUEÍSMO, UMA MULETA PARA SIMPLÓRIOS E FANÁTICOS.

ARTIGO MAGISTRAL DE DEMÉTRIO MAGNOLI: “239 VOLTA PARA CASA”.

DILMA SOLTA OS CACHORROS EM CIMA DO IMPEACHMENT… PARAGUAIO.

O MAIS CONSTRANGEDOR É O PT ESTAR SENDO GOLEADO NA BATALHA CEREBRAL

DILMA DEVERIA RENUNCIAR IMEDIATAMENTE!

VIDA INTELIGENTE NO CINEMA? ELA EXISTIA DURANTE A NOUVELLE VAGUE.

“A EXPERIÊNCIA”: UM FILME QUE MOSTRA O QUANTO O AUTORITARISMO É LATENTE NO HOMEM COMUM.




Artigo de Celso Lungaretti: 'Governo fala em moralizar o futebol. Senadores do PT incham a CPI da CBF, botando fermento em mais uma pizza do Congresso.

É MOCINHO CONTRA BANDIDO? ENTÃO, OS BANDIDOS PODEM CONTAR COM UMA FORCINHA DOS SENADORES DO PT…

Do blogue Náufrago da Utopia.

ptO jornalista José Cruz é eclético, escreve lá de Brasília sobre política, economia e esporte. Então, ninguém melhor do que ele para relatar como os parlamentares que, digamos, $impatizam com a Casa Bandida do Futebol, tentarão evitar que a CPI da CBF cumpra seu papel de higienizar a dita cuja, botando pra correr o cúmplice do detento Zé das Medalhas, o diretor de seleções e o técnico não só flagrantemente incompetentes, mas cujas ligações perigosas com a intermediação de jogadores os tornam inaceitáveis para os respectivos cargos, dentre outras figurinhas carimbadas. Só para lembrar:

  • a Polícia Federal está investigando a parceria entre a Rede Globo e a CBF (vide aqui), outro assunto que interessa à bancada dos corruptos da bola manterem bem longe dos holofotes da CPI;
  • o grande Zico, homem decente e um dos maiores futebolistas brasileiros de todos os tempos, acaba de lançar uma carta aberta (vide aqui), alertando para a forte possibilidade de que Rinaldi esteja transformando a gestão de seleções brasileiras de todas as categorias num próspero balcão de negócios;
  • como técnico da Seleção Brasileira no seu fracasso anterior, Dunga convocou para disputar o Mundial 2010 da Fifa o jogador Maicon, cliente de uma empresa internacional de intermediação de jogadores da qual ele próprio, Dunga, participava, embora mentisse à imprensa e à Justiça gaúcha a este respeito (vide aqui).Zito

Eis os detalhes sobre o fermento que senadores do PT acabam de colocar em mais uma pizza que deverá sair do forno do Congresso, segundo José Cruz:

fornoDesmoralizada em campo e fora dele, a cartolagem da CBF continua com domínio sobre o desprestigiado Congresso Nacional. Os políticos, em geral, se curvam ao poder da bola.

Uma manobra do senador Humberto Costa (PT/PE) aumentou de sete para 11 o número de integrantes da CPI da CBF.  Com o apoio de 27 senadores, ele apresentou requerimento alterando a composição da CPI que, em tese, dará à CBF chance de contar com mais parlamentares a ela alinhados, tentativa para barrar as investigações na suspeitíssima casa do futebol.

Os cartolas continuam com estreitas relações com vários parlamentares, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros, íntimo amigo e ex-patrão do lobista da CBF, Vandemberg Machado. E, José Sarney. Mesmo aposentado, ele ainda é influente entre políticos. Seu filho, Fernando Sarney, é vice-presidente da CBF no Nordeste.

Mas, o placar real desse jogo de nova composição da CPI só se saberá quando todos os partidos tiverem indicado os seus representantes, decisivos para que se conheça, também, quem será o presidente e o relator da CPI.

 tecnicos
Você compraria um carro usado destas pessoas?

Essa estranha pernada do PT é para tentar barrar as pretensões do autor da CPI, senador Romário, de mergulhar nos bastidores das finanças da CBF. A manobra de Humberto Costa, alinhado ao Planalto, surgiu enquanto o governo que ele defende tenta enquadrar os clubes no cumprimento de seus compromissos fiscais.

De um lado temos a proposta de “moralização” – como se isso fosse possível no futebol… –  e, no Congresso, representantes do próprio governo aliviam para esconder mais e mais os suspeitíssimos bastidores da CBF, cujo ex-presidente, José Maria Marin, continua preso, e o atual, Del Nero, não se anima deixar o país…

Mesmo diante das indefinições, as articulações são para que a relatoria fique com Romero Jucá (PMDB/RR), da base do governo. Como disse um experiente consultor do Senado, “Jucá tem boas referências, é um político preparado”.

Mas, lembrando Millôr Fernandes, “esse negócio de político preparado é relativo, porque creolina também é preparado e serve para limpar  latrinas”.

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¿POR QUÉ NO TE CALLAS, DILMA?

ELIO GASPARI, SOBRE DILMA E OS DELATORES: “O PT ENFIOU-SE NESSE MUNDO DE PIXULECOS PORQUE QUIS”.

VIVA SYRIZA!!!

O RAULZITO HOJE FARIA 70 ANOS/1: A TEIMOSIA BRABA DO GUERREIRO.

O RAULZITO HOJE FARIA 70 ANOS/2: REFLEXÕES SOBRE A SOCIEDADE ALTERNATIVA.

CABO ANSELMO LANÇA LIVRO “MINHA VERDADE”. MAS, O VEREDICTO DA HISTÓRIA É BEM DIFERENTE…