Gargarejo Cia Teatral ministra oficinas gratuitas de canto e danças afro-brasileiras 

Atividades acontecem entre os dias 22 de agosto e 4 de setembro no Espaço ao Cubo

Crédito: Divulgação
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Premiada pelo musical “Bertoleza”, a Gargarejo Cia Teatral ministra oficinas gratuitas de canto e danças afro-brasileiras no Espaço ao Cubo. As atividades são viabilizadas por meio da 2ª edição do Edital de Apoio a Projetos Culturais de Múltiplas Linguagens da Secretaria Municipal de Cultura.  

A atriz, bailarina e cantora Taciana Bastos é a responsável pela oficina de danças afro-brasileiras. A ideia da prática é resgatar a corporeidade e a ancestralidade da África e da Bahia.  

A atividade é aberta para pessoas negras e não negras de todas as idades interessadas na cultura e nas danças de matriz africana. Serão disponibilizadas 10 vagas por data. Os encontros acontecem nos dias 22, 23, 29 e 30 de agosto, às terças e quartas, das 19h às 21h. As inscrições são feitas aqui.

Já a oficina de canto é ministrada pelo multi-instrumentista, professor, compositor e arranjador Thiago Mota. Os alunos aprenderão a se expressar utilizando a voz cantada, a partir das potencialidades dos seus aparatos vocais. Ao mesmo tempo, o músico vai estimular a percepção auditiva do espaço e do coletivo.

As aulas são indicadas para maiores de 16 anos e acontecem em quatro dias: 28 e 31 de agosto e 1º e 4 de setembro, às segundas, na quinta e na sexta, das 20h30 às 22h. São 15 vagas disponíveis e a inscrição deve ser feita aqui.  

Sobre Taciana Bastos

Atriz, bailarina e cantora, natural de Salvador-BA, formada em Interpretação Teatral pela UFBA, interpretação para cinema e TV e em ballet clássico e jazz dance. Atuou em 4 peças premiadas pelo Prêmio Braskem e em 2020 no espetáculo vencedor do prêmio APCA “Bertoleza”. No audiovisual, já atuou em filmes e séries, e, como dançarina, participou de competições, shows e videoclipes pelo país. Atualmente se especializando em danças afro-diaspóricas e urbanas.

Sobre Thiago Mota

Ator, cantor, músico multi-instrumentista, professor, compositor e arranjador. Fez parte de diversas montagens como “Os Quatro Cantos de Elpídio” da Navega Jangada, “Poetas Empoeirados ou canções para crianças revolucionárias” com a Cia Variante, “Amor Manifesto ou poema da pequena morte” do Coletivo Amapola “Resiliência” do Núcleo da Maré ao Luar, “ONCE o musical” e “Bertoleza” da Gargarejo Cia Teatral.

Sobre a Gargarejo Cia Teatral

Formada por uma equipe focada na perspectiva étnico-racial para aquilombar e empretecer saberes, a Gargarejo Cia Teatral conta com artistas de diversas áreas, como artes plásticas, dramaturgia, artes cênicas, direção, cenografia, musicalidade e produção. A companhia teve início em 2014, em Campinas, em parceria com renomadas instituições da região, como a Universidade de Campinas (UNICAMP), o Conservatório Carlos Gomes, a Estação Cultura de Campinas, as Prefeituras de Campinas, Sumaré e Vinhedo e o Lar dos Velhinhos de Campinas.

O coletivo está interessado em produzir arte popular, focado em uma perspectiva étnico-racial e refletindo sobre colonização versus identidade. Articulando a vivência periférica na cena como protagonista. Em 2015, iniciou uma pesquisa sobre O Cortiço, que resultou na microcena Bertoleza – uma pequena tragédia: ponto de partida para o processo de investigação que, em 2019, completa quatro anos. Em 2017, o grupo se estabelece na cidade de São Paulo e, durante esse período, realiza diversas experimentações cênicas e musicais, propõe leituras, debates, rodas de conversa e apresentações das canções.

SERVIÇO

Oficina de danças afro-brasileiras, com Taciana Bastos

Data: 22, 23, 29 e 30 de agosto, às terças e quartas, das 19h às 21h

Local: Espaço ao Cubo – R. Brigadeiro Galvão, 1010 – Barra Funda

Valor: gratuito

Inscreva-se aqui:  https://forms.gle/wUzgKrQ3MuyroJH4A

Capacidade: 10 pessoas por data

Oficina de canto, com Thiago Mota

Data: 28 e 31 de agosto e 1º e 4 de setembro, às segundas, quinta e sexta, das 20h30 às 22h

Local: Espaço ao Cubo – R. Brigadeiro Galvão, 1010 – Barra Funda

Valor: gratuito

Inscreva-se aqui:  https://forms.gle/6CR7sZwRU2sw9nGDA

Capacidade: 15 pessoas ao todo

Voltar: http://www.jornalrol.com.br




Vencedor do Prêmio APCA, musical ‘Bertoleza’, inspirado em ‘O Cortiço’, faz temporada online em abril

Crédito: Rafa Paschoalini

Com direção de Anderson Claudir, adaptação inverte o protagonismo na obra de Aluísio Azevedo e é estrelada por Lu Campos

Vencedor do Prêmio APCA 2020 na categoria “Espetáculo”, o musical “Bertoleza”, da Gargarejo Cia Teatral, realiza seis apresentações online e gratuitas entre os dias 6 a 15 de abril, de terça à quinta, sempre às 21h. A peça será transmitida por meio do canal do YouTube do grupo (clique aqui para acessar).

A montagem, com adaptação, direção e músicas de Anderson Claudir, que também assina a dramaturgia ao lado de Le Tícia Conde, é inspirada no livro “O Cortiço”, clássico naturalista de Aluísio Azevedo. Mas, desta vez, o público conhece a história sob ponto de vista da Bertoleza, uma mulher negra que é tão importante para a construção do romance quanto o próprio João Romão, o protagonista original.

Na trama, o oportunista Romão propõe uma sociedade à escrava Bertoleza, prometendo comprar a alforria dela. Eles começam uma nova vida juntos e constroem um pequeno patrimônio formado por um enorme cortiço, um armazém e uma pedreira.

Depois de acumular capital considerável, o ambicioso João Romão já não sabe como se tornar ainda mais rico e poderoso. Envenenado pelo invejoso Botelho, ele decide se casar com Zulmira, a filha de Miranda, um negociante português recentemente agraciado com o título de barão. Mas, para isso, precisa se livrar da amante Bertoleza, que trabalha de sol a sol para lutar pelo patrimônio que eles construíram juntos.

Para a companhia, o grande desafio foi fazer com que uma narrativa do século 19 questionasse e problematizasse as relações criadas nos dias de hoje. Por isso, o projeto iniciado em 2015 foi ganhando novos contornos. “Quisemos investigar uma identidade brasileira que vem da diáspora africana e pensar em como isso nos afeta artisticamente. Assim, podemos criar novos signos para essa geração e dar uma voz para essa terra periférica”, conta Claudir.

No processo, o coletivo procurou a força da figura de Bertoleza em outras mulheres negras brasileiras negligenciadas pela História. Durante a encenação, o elenco relembra as histórias dessas mulheres, como a vereadora Marielle Franco, militante da luta negra assassinada em março de 2018; a escritora Carolina Maria de Jesus, famosa pelo livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada; a jornalista e professora Antonieta de Barros, defensora da emancipação feminina que foi apagada dos livros de História; a escritora Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira; e a guerreira Dandara, que viveu e lutou no período colonial.

A protagonista do espetáculo é interpretada pela atriz Lu Campos. O elenco fica completo com Eduardo Silva (Botelho), Taciana Bastos (Zulmira), Bruno Silvério (João Romão) e com os integrantes do coro Ananza Macedo, Cainã Naira, Palomaris, David Santoza, Edson Teles, Gabriel Gameiro e Matheus França. A direção musical é assinada por Eric Jorge; a dramaturgia por Le Tícia Conde e Anderson Claudir; e a direção de movimento, por Emílio Rogê.

Relação profunda entre vida e obra

 Para Lu Campos, interpretar Bertoleza tem um significado ainda mais profundo. No processo desde 2015, ela conta que vivenciou um chamado ancestral em 2017: suas antepassadas maternas deram-lhe a missão de quebrar o ciclo de opressão vivenciado por sua família desde os tempos de escravidão. “Espero que as mulheres pretas se sintam bem representadas na peça e a partir disso, busquem seus lugares de protagonismo nos variados âmbitos da vida”, conta.

Para a atriz, estar nesse processo contribui para a sua expansão de consciência. Em busca de mais respostas sobre sua ancestralidade, ela também cursou a pós-graduação em Matriz Africana pela FACIBRA/Casa de Cultura Fazenda Roseira. “As pessoas precisam perceber quão rica e diversificada é a matriz africana, por isso ela deve ser resgatada e valorizada. Afinal, a África é o ventre do mundo”, emociona-se.

Sobre a Gargarejo Cia Teatral

Formada por uma equipe focada na perspectiva étnico-racial para aquilombar e empretecer saberes, a Gargarejo Cia Teatral conta com artistas de diversas áreas, como artes plásticas, dramaturgia, artes cênicas, direção, cenografia, musicalidade e produção. A companhia teve início em 2014, em Campinas, em parceria com renomadas instituições da região, como a Universidade de Campinas (UNICAMP), o Conservatório Carlos Gomes, a Estação Cultura de Campinas, as Prefeituras de Campinas, Sumaré e Vinhedo e o Lar dos Velhinhos de Campinas.

O coletivo está interessado em produzir arte popular, focado em uma perspectiva étnico-racial e refletindo sobre colonização versus identidade. Articulando a vivência periférica na cena como protagonista. Em 2015, iniciou uma pesquisa sobre O Cortiço, que resultou na microcena Bertoleza – uma pequena tragédia: ponto de partida para o processo de investigação que, em 2019, completa quatro anos. Em 2017, o grupo se estabelece na cidade de São Paulo e, durante esse período, realiza diversas experimentações cênicas e musicais, propõe leituras, debates, rodas de conversa e apresentações das canções.

SINOPSE

Adaptação musical de “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, obra clássica da literatura naturalista brasileira, em que o protagonismo é invertido. A voz agora é de Bertoleza: mulher, negra e escravizada que se relaciona com João Romão, um português ambicioso e oportunista. Bertoleza é o dedo na ferida, é o nó expulso da garganta, a voz que pergunta: E a Bertoleza?

FICHA TÉCNICA

Direção e Adaptação: Anderson Claudir
Dramaturgismo: Le Tícia Conde
Direção Musical: Eric Jorge
Direção de Movimento e Coreografia: Emílio Rogê
Preparação Vocal: Juliana Manczyk
Cenografia e Figurino: Daniela Oliveira
Produção Executiva: Andréia Manczyk
Produção Audiovisual: Agência Dramática
Assessoria de imprensa: Agência Fática
Com Lu Campos, Eduardo Silva, Taciana Bastos, Bruno Silvério e grande elenco.
Realização: Gargarejo Cia Teatral

Esta temporada é apresentada pela Lei Aldir Blanc através do ProAC Expresso Lab da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e do Governo Federal.

SERVIÇO

Bertoleza Multimídia, da Gargarejo Cia Teatral
Espetáculo transmitido pelo canal do Youtube da Gargarejo Cia Teatral: https://www.youtube.com/channel/UCjU06hJfRzxyC82x30dLCcw/featured
Temporada: 6 a 15 de abril
De terça à quinta, sempre às 21h
Ingressos: gratuitos
Classificação: 12 anos
Duração: 90 minutos
Facebook: @gargarejociateatral
Instagram: @gargarejocia