É saudade

Virgínia Assunção: Poema ‘É saudade’

Virgínia Assunção
Virgínia Assunção

Escreves em tua alma o meu nome

Forjas em mim, teu perfil, tuas linhas…

Com as pontas dos teus dedos

Com as tuas lindas mãos.

– Amo-as!

Mesmo ausente, sinto no ar

Um suave e doce perfume

Sobrevindo das tuas gentilezas,

Dos teus gracejos…

É saudade…

Como sinto falta dos teus beijos;

-Não! Do teu beijo,

O único que dei e recebi.

No entanto, estás sempre em meus sonhos,

Sempre te abraço e te beijo.

Afinal, eu tenho um beijo, só um,

Guardado em meus lábios

Para lembrar-me o quão bom

É o gosto da tua boca.

É saudade…

Dessa doce e terna ilusão

Que fez morada em meu coração.

Virgínia Assunção

Contatos com a autora

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Maria Dolores Tucunduva: 'A Elegância do Comportamento'

Maria Dolores Tucunduva: ‘A Elegância do Comportamento’

A Elegância do Comportamento

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que com amigo não tem que ter estas frescuras.

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.

Adaptação de texto extraído do Livro:
Educação Enferruja por Falta de Uso, Henri Toulouse-Lautrec

Um lindo domingo a todos !

Maria Dolores Tucunduva