Antônio Fernandes do Rêgo: 'Girassóis do campo'
Girassóis do campo
Inah, amo a flor do girassol
Que tem a vitalidade,
Procura seguir o sol
E nela há felicidade.
Sejamos, amada minha,
Assim como os girassóis
Que, quando a luz se definha,
Se declinam aos arrebóis.
Viram-se e olham-se entre si,
Quando o sol se vai embora,
Para a energia compartir,
Enquanto esperam nova aurora.
Sejamos firme à torrente
Se o candeeiro se perde
Tenhamos inda na frente
O vislumbre do campo verde.
Inah, o sol já se escondeu,
Miremos a sós, nós dois,
Vem, fita o teu olhar no meu
Como fazem os girassóis.
É indizível o momento
Em que pomos nós no trono
Os sonhos que traz o vento
Nas folhas secas do outono.
Vem, Inah, já o sol vai nascer!
Canta a alegria que eu encampo
Contemplemos o amanhecer
Como os girassóis do campo.
Intermitente sonho assim:
Eu em sol, tu si bemol;
Seja, assim, amor, sem-fim
Até o último pôr do sol.
Antônio Fernandes do Rêgo
aferego@yahoo.com