Chuva que acalma
Verônica Moreira: Poema ‘Chuva que acalma’
Chuva serena, que acende a noite,
Diamantes dispersos na escuridão,
Gotas brilhantes, lágrimas celestes
Que lavam a mágoa do meu coração.
Ah, chuva que tanto amo,
Quisera sentir-te sobre mim,
Da janela observo-te, etérea e bela,
Como um manto de seda a cobrir o jardim.
Chuva que cai em marés de saudade,
Como a quero com toda a verdade!
Já não dói a fria solidão,
Mas dói a seca que rasga meu pobre coração.
Tu, ó chuva de outubro, abençoada,
Com ternura regas o mundo ao teu toque,
Em mim, purificas a alma cansada,
Libertas o sofrer que em mim deságua.
Verônica Moreira