O leitor participa: Guilherme Bená Vieira: 'Humanização Corporativa – Relação da Gestão de Processos x Gestão de Pessoas na Resolutividade Administrativa e Assistencial'

Guilherme Bená Vieira – de São Paulo/SP

“Para tudo, a comunicação entre as partes é fundamental, pois as conexões dependem desse importante fator de relacionamento.”

Com a evolução da medicina nos últimos anos e, mais recentemente, da telemedicina, o mercado de saúde público e suplementar vem conquistando patamares nunca alcançados em muitos países, consolidando-se, cada vez mais, na excelência da gestão hospitalar com foco na experiência do paciente.
Para acompanhar esse importante crescimento o fator humano mostra-se essencial, balizado por uma conduta de diretrizes que possam permear todo o caminho trilhado por profissionais que prezam pela excelência no atendimento, criando-se novos laços que, aos poucos, vão se tornando conexões, estas que constituem o relacionamento paciente-cuidador e os inspiram a se desenvolverem plenamente em sua tarefa, que é, simplesmente, cuidar com a técnica necessária e, acima de tudo, dedicando-se com amor e satisfação.
O profissional que não está engajado com a sua competência, habilidades e com os valores da instituição ao qual faz parte, acaba se auto desmotivando, quando o mesmo o faz somente por necessidade e não por motivos que possam impulsionar o crescimento pessoal e profissional. Muitas vidas dependem do esforço desse profissional, mas também precisam da sua resiliência e carinho.
Para tudo, a comunicação entre as partes é fundamental, pois as conexões dependem desse importante fator de relacionamento. O diálogo ou troca com o paciente vai além de falar e de escutar, ou seja, demandam maiores cuidados com os gestos, o tom da voz, a escolha certa das palavras, a postura, é saber capturar e transmitir essas informações às demais equipes multiprofissionais, podendo ser decisivas no tratamento, além de envolver o paciente numa atmosfera humanizada.
Estudantes de publicidade e propaganda realizaram uma pesquisa onde deficientes visuais expressavam suas emoções da mesma forma que as pessoas sem problemas de visão, de uma maneira geral, ou seja, quando estavam felizes, sorriam, levantavam as sobrancelhas quando ficavam surpreendidas, franziam o nariz quando sentiam nojo. Os pacientes olham seus cuidadores para identificar o que estão sentindo quando estão sob seus cuidados, uma vez que não podem avaliá-los tecnicamente. Devemos entender melhor a responsabilidade e o valor da comunicação a partir dessas observações.
A comunicação verbal pode ser definida como o uso das palavras inseridos num sistema cultural, também chamada dimensão “psicossocial”, pois é aprendida dentro de uma cultura e expressa o que a pessoa conhece (repertório) e visão de mundo (escolha das palavras). Já a comunicação não verbal envolve outros sinais e símbolos, tais como: gestos, expressões faciais, posturas e adornos corporais. A compreensão do que o paciente pensa, sente e deseja nos permite respeitar sua individualidade, autonomia e dignidade.
Contudo, a intervenção da Gestão como Liderança ativa tem uma enorme responsabilidade de guiar seus liderados para o caminho do progresso e da excelência profissional. Cada processo deverá ser bem planejado para ser executado e repassado da maneira que seja de simples compreensão e efetiva realização.
O aprendizado deverá ser guiado pela experiência, e o gestor trabalhará aspectos decisivos de cada profissional na conduta de cada diretriz oferecida pela instituição, prezando-se pelos valores que a conduzem e que competem grandes responsabilidades. A sinergia entre ambos deverá ser imprescindível para que o engajamento esteja presente e a melhoria seja evidenciada, sempre constantes, de ambos os lados,  para que possam, realmente, atingir novos patamares na arte do cuidar.