Hino à Psiquiatria (Ode ao cérebro humano)
Suziene Cavalcante: ‘Hino à Psiquiatria (Ode ao cérebro humano)’
Ó Inteligência Arte-Original…
Bordejante, frondejante e rica…
Fenômeno de poder e beleza…
Da divina natureza a obra mais bonita!
Majestade do pensamento e da razão…
No nicho cranial, a música da criação, um céu de estrelas escondidas!
Volveis, ó imensidades celestes…
À magnífica arte de pensar…
Às tuas curvas as Galáxias se curvam em prece…
O hino do intelecto eleges a cantar!
Tribunal do livre arbítrio…
Escola de todos os espíritos…
Nele o Criador se escondeu!
Assentam-se, em ti, todas as artes…
Autor invisível das ciências infindáveis…
Do Todo é uma parte…
Parte que cabe Deus!
Cada cérebro, uma estrela solar…
Sétima maravilha do criar…
Em suas dobras, o Universo se desdobra, no balé das células nervosas…
Nessa vastidão luminosa, todos os céus vêm dançar!
Que magnitude os circuitos cerebrais!
E o poema dos deuses nos correlatos neuronais…
Feitas de estrelas tuas luzes espirais, como a íris no olhar!
Em cada fibra branca, um Cosmos canta, um Universo se levanta para pulsar!
Cérebros, os verdadeiros corações!
A pulsão das revoluções…
Neurônios, rios de constelações…
Ei-los lá…
Ah, a sinfonia das ondas do pensamento!
Como o estado puro d’ uma nota do firmamento a sonatar…
O germe das invenções se movimenta…
No mar da massa cinzenta…
As criações se adventam… nesse altar!
Na tempestade das emoções febris…
Na calmaria dos pensamentos sutis…
Templo de nossa imensidão feliz…
Em raciocínio pulsante, cavalgante!
És o divino na forma mortal…
A vida se esboça em teu traço especial…
Ó palácio de memorial..
Vibrante, emocionante!
Os lampejos da divindade em teus corredores ocultos!
No firmamento de nossa consciência há mundos!
Há o encontro dos infinitos exultos, pulsos e faiscantes!
Seremos senhores desse órgão profundo??
Ou apenas navegantes no mar do mundo??
Sob a dança invisível dos pensares lumos…brilhantes!
Nos fios dos impulsos faz morada…
A paixão divina afogueada…
Que maravilha orgânica na forja da sabedoria quântica!
Escreveis o indizível c’as mãos epifânicas, bem trabalhadas!
Oceano da psiquê em conexões…
Capazes de reinventar o mundo e os corações!
Arquivador das Eras, sonhos, emoções… palavras…
Arquitetura viva e insigne…
A pura essência de um líder…
Que a razão e intuição se consignem …
Em tua estrada!
As faíscas divinas dos elétrons e eletrodos…
Em dança bela dos rios de fogo…
São cenas do sopro do amor poderoso eternizadas!
Serpenteiam tuas onduras de bela arquitetura que a vida encapsula em altos níveis…
Paladino da razão e da ternura…
Há fios da arte mais pura em teus contornos de alturas invisíveis!
Ó neurônios, pincéis da liberdade…
Tens o cântico da ancestralidade…
És porto da alma em viagens evoluíveis!
Engenheiro de sonhos com toque sutil…
Luz que contorna o caminho sombrio…
Em relâmpagos que cruzam o mistério do vazio…
Obra prima, quão fina!
Motora potência do sucesso…
Réplica épica do Universo…
Onde Deus, todos os seus versos, assina!
Belo engenho de carne e eletricidade…
Guardião de nossa identidade…
Guardião de mistérios irreveláveis da criação…
Mestre das linguagens, do senso, das artes…
Das profundezas d’alma até céus incalculáveis…
Todos os Deuses em ti cabem…então!
Apaixonado noivo da vida!
Casado com tudo que palpita!
Cosmos interno impenetrável que vibra…
A sonhar, a amar, a criar!
Misterioso templo de centelhas…
No silêncio de tuas voltas, uma orquestra encantada de estrelas…
Cosmos ordenado que nos aconselha…
A perdoar, a recomeçar, a se auto analisar…
Eterno legado da evolução e seu véu…
Ó consciência, a grande artesã fiel!
A imensidão dentro do pequeno…
O infinito no finito, no tempo terreno… O doce mais pleno e o fel!
Traças mundos imortais e decora os momentos…
Palco onde se encena a eternidade e os fragmentos, com laurel!
Cérebro, abismo profundo e sereno!
Mas sabe criar paraísos supremos, ó dançarino do tempo …e da vida!
Na quietude de tua matéria cintilante…
O Cosmos pousou e criou os instantes…
E a eternidade de jornadas avantes e vividas…
Mais veloz que a luz pelas sendas dos pensares…
Da dor à alegria, da matemática à arte…
Templo vivo da percepção que arde nas vindas e idas!
Tocas o eterno, mesmo orgânico…
Ó sinfonia da razão mais fina!
O divino mais mecânico…
A máquina mais divina!
Misterioso, vasto, magnânimo…
E, ao mesmo tempo, tão humano!
Segue sonhando aí de cima!!
De ti, ó alta centelha, brotam ideias que tocam as estrelas…
Mapa oculto que, em seus sulcos, serpenteia…
Em fulgores e teias de mil cenas!
Ó divina energia que o Universo entoa…
Em teus labirintos o espírito voa…
Onde o caos ressoa e se ordena!
Salve os Psiquiatras, salve ó médicos!
Sentinelas medicinais das fisiologias mentais, das células informacionais…
Ó intrépidos méritos!
São os olhos da alma em ciência…
Ponte da pura transcendência…
Lumo arquétipo!
Pulsadores de essências…
Guardiões do guardião das inteligências…
Guardiões do cérebro!
Salve Nise da Silveira…
Salve Juliano Moreira…
Pais da Psiquiatria brasileira…
Sumos cientistas…
Salve Ana Beatriz Barbosa… Psiquiatra biomaravilhosa…
Do belo cerebelo é a prosa…
Mais bonita!
J. Christian alcunharia o termo ‘Psiquiatria’
A arte que, a alma, curaria…
Com cientificidade!
Pinel, o pai hermenêutico…
Da Psiquiatria, o pai terapêutico…
Com tanta humanidade!
Libertou os doentes das supérfluas correntes…
Com revolucionalidade!
Cérebro, um Universo ainda por descobrir…
Suspenso além da gravidade…
Posto ao alto por representar as Divindades…
Ali!
Ó assombro que não se exprime!
Na intrincada trama do ser sublime…
Tessitura que, a iluminação, atinge…
Com eloquir!
Cavaleiro do raciocínio a viajar…
Fagulha d’um eterno renovar…
Aqui…
O infinito em ti a murmurar…
Mestre oculto que ensina chegar…
E ensina partir!
Maravilha das maravilhas…
Que o Cosmos em fervilhas, c’a mão que mais brilha vem esculpir!
Suziene Cavalcante
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