Vivi o que era para ser vivido

Eliana Hoenhe Pereira: ‘Vivi o que era para ser vivido’

Eliana Hoenhe Pereira
Eliana Hoenhe Pereira
"O que importa é viver em paz!"
“O que importa é viver em paz!”
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

Vivi o que era para ser vivido

Até a correnteza levar o teu sorriso.

Se fiquei, é porque precisava das tuas inseguranças

e desesperanças.

Não sei se te amei

Ou se em algum momento te desejei.

Contudo, choramos juntos.

Aliviei as tuas dores

Assim como os dissabores.

O abraço nunca perdeu o laço.

Ficaram no passado ,

As vidas assombradas.

Aprendi a caminhar sem olhar para trás.

O que importa é viver em paz!

Eliana Hoenhe Pereira

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Pedro Novaes: 'Criminosos animados'

Pedro Israel Novaes de Almeida – CRIMINOSOS ANIMADOS

 

Resultado de imagem para falta de segurança     A sensação de insegurança, já generalizada, vem modificando hábitos e tornando precárias as relações humanas.

Namoros no portão, outrora acompanhados pelo olhar atento e dissimulado da vizinhança, acabaram extintos. Despedidas já não ocorrem no interior dos veículos.

Pedestres, outrora rotineiros integrantes da paisagem, hoje parecem alvos ambulantes, sempre apreensivos. Locais e horários determinam o tamanho e natureza dos riscos envolvidos em cada caminhada.

Estudantes e trabalhadores organizam grupos de caminhada, para martírio dos que moram mais distantes. Pais, mães e irmãos acompanham a chegada, muitas vezes indo ao encontro dos pedestres.

Celulares já são vendidos aos pares. Um, mais sofisticado e valioso, segue quase oculto, e, ostensivamente mostrado, o mais singelo.

Pontos de ônibus viraram aglomerados de vítimas potenciais, em rápidos e certeiros arrastões. Basta uma moto reduzir a velocidade, ou parar, para que o pânico seja instalado.

Policiais amargam duplo risco. Como cidadãos, são roubados, e, reconhecidos, mortos. Existe, entre criminosos, uma ética bandida, que exalta qualquer ação contra os que nos protegem.

As casas, outrora com rústicos cacos de vidro sobre os muros, hoje ostentam alarmes, câmeras e cercas elétricas. Cães bravos afastam criminosos iniciantes, e mansos acabam roubados.

Para felicidade dos criminosos, a maioria das casas mantém aberta a porta da cozinha, durante todo o dia. Pedintes, outrora recebidos com solidariedade, hoje são, em sua maioria, repelidos, sempre à distância.

Moradores da área rural seguem indefesos, distantes de qualquer socorro imediato. São os que mais precisam de armas de defesa.

Organizações criminosas rendem e assaltam pequenas cidades, explodindo bancos, aproveitando o pequeno contingente policial. Usam armas de guerra, em ações que lembram atos terroristas.

Em muitas cidades, funcionários do correio e veículos de entrega acabam impedidos de acessar determinados bairros, tidos como perigosos, mesmo à luz do dia.

A população, atormentada, clama por dispositivos penais mais rígidos, inclusive no trato de menores infratores. Os criminosos parecem menosprezar reprimendas legais, imperando a sensação de impunidade.

A grita geral é pela mais facilitada legalização da propriedade e porte de armas, para que o próprio cidadão cuide de sua segurança, eis que o Estado não consegue fazê-lo.

Tendências e iniciações criminosas podem e devem ser acauteladas nos ambientes escolar e familiar, mas tal pouco ocorre. As drogas costumam estar presentes na maioria das motivações criminosas.

A antiga e ainda válida regra de que deve ser atendida, com prioridade, a segurança da sociedade, vem sendo menosprezada por tendências e pregações que tendem a tornar vítimas os criminosos, e criminosa a própria sociedade. Ainda bem que temos, ainda, policiais que dão a própria vida para a proteção de bens e vidas alheias.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.




Artigo de Pedro Novaes: 'Insegurança Generalizada'

 Pedro Israel Novaes de Almeida – INSEGURANÇA GENERALIZADA

colunista do ROL
Pedro Novaes

Apesar das oscilantes estatísticas a respeito da violência e criminalidade, a sensação de insegurança impera em todos os ambientes humanos, urbanos e rurais.

A bandidagem assumiu posturas de guerrilha, com armamentos típicos de exércitos e ânimo de radicais políticos e religiosos. Cidades inteiras são dominadas, e agências bancárias são explodidas, em pleno dia.

Em escala menor, ônibus acabam identificados como alvos, em protestos contra ações policiais que perturbem o status criminoso. Centenas acabam incendiados, perturbando o sossego e o ir e vir de multidões.

Bandidos seguem, cada vez mais, furtando e roubando domicílios, em ações tão cinematográficas quanto o aparato de segurança da residência ou estabelecimento comercial. Bairros outrora pacatos são palcos de assaltos, e um reles ladrãozinho, de bicicleta, pode tirar um simples boné ou a vida de um transeunte qualquer.

Poucos estabelecimentos comerciais arriscam o funcionamento no período noturno, e ladrões conseguem embarcar o gado alheio em pleno pasto, sem serem notados. Tratores, veículos e defensivos agrícolas devem ser facilmente vendidos, a julgar pela insistência com que são roubados ou furtados.

A Polícia Militar segue enxugando gelo, reprimindo o que lhe é permitido, dentro das limitações bélicas, de contingente e até de combustível, a que está submetida. Para a população, representa a única alternativa e esperança, a única face visível do Estado, em tempos inseguros.

Em tal contexto, é natural o anseio coletivo pela liberação da propriedade e posse de armas. Ocorre que o armamento da população, em nosso meio, trará mais vítimas que soluções.

O marginal tem a prerrogativa de escolher a hora, lugar e circunstâncias do crime, deixando em mortal situação a vítima, quando armada. Cidadãos descontrolados, sob o efeito de drogas ou álcool, podem fazer de um simples desentendimento de trânsito verdadeira carnificina.

Nada temos a acrescentar à atual legislação a respeito de armas, perfeitamente adaptada ao perfil pouco comedido de nossa gente. Quem realmente necessita de armas pode obtê-las, nos termos estabelecidos pela autoridade competente.

Existe alguns criminosos e contraventores que seguem impunes, desacatando a própria Polícia Militar, quando deixam de obedecer a ordem de baixar o som ou não mais vender bebidas a menores, ou maiores já embriagados. As prefeituras, em regra, não consultam as ocorrências policiais de botecos e outros estabelecimentos comerciais, ao renovar os alvarás de funcionamento.

No quesito barulho, até cultos religiosos seguem atormentando impunemente a vizinhança, como se cantassem e gritassem em pleno deserto, a um deus surdo.

Voltaremos ao tema.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.