Poetas da região são premiados no XXVI Prêmio Moutonnée de Poesia, em Salto
Resultados do XXVI Prêmio Moutonnée de Poesia
Ivan Vagner Marcon, poeta de Porto Feliz, também ficou entre os 100 finalistas com o poema “Outras Palavras”.
Ivan Vagner Marcon, poeta de Porto Feliz, também ficou entre os 100 finalistas com o poema “Outras Palavras”.
Ivan Marcon nasceu em 1971 na cidade de Tatuí. É graduado em Pedagogia e Letras e realiza pesquisas em Linguística e Literatura, além de lecionar, escrever e traduzir. Filiado à SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais) tem poemas, contos e crônicas publicados em uma dezena de antologias (virtuais e impressas) no Brasil, Portugal e Espanha.
No gênero poesia, publicou o livro ‘Em alguma parte inteiro” (Scortecci, 2013) e em 2018 foi eleito Conselheiro de Cultura da cidade de Porto Feliz/SP, pelo Decreto 7.856, de 14 de maio de 2018.
Foi o vencedor de diversas premiações em concursos literários promovidos por universidades, prefeituras e fundações culturais, dentre as quais se destacam o X e XI Torneio Municipal de Poesias de Cerquilho (Cerquilho/SP) – 2010 e 2011, o Mapa Cultural Paulista – categoria “conto” (São Paulo/SP) – 2014 e do I CATARSE: Festival de Cenas Curtas– categoria “melhor texto teatral” (Monte Mor/SP) – 2018.
Vencedor da categoria “MELHOR ESCRITOR DE PORTO FELIZ”, na enquete ‘Melhores do Ano 2017 em Porto Feliz, organizado pelo Jornal Cultural Rol, Ivan Marcon foi, também, homenageado no ano de 2018 com a Medalha Patrono das Letras e das Ciências, o Diploma de Mérito Cultural e Social e o Prêmio Caneta de Ouro pela FEBACLA- Federação Brasileira de Acadêmicos das Ciências e Letras (Niterói/RJ).
Ivan Marcon estreia no ROL com a crônica ‘Memórias de Menino‘, finalista Estadual do Mapa Cultural Paulista 2011/2012.
MEMÓRIAS DE MENINO
Minha noção de tempo não aconteceu em um aniversário como toda criança. Nem me lembro da idade ou dos anos que se passaram até a data… Oitenta e dois ou oitenta e três? Não sei ao certo. Minhas lembranças não conseguem cuidar disso. O que lembro é que toda tarde após as aulas eu caminhava até o bebedouro de cavalos na avenida central de minha cidade. Era na verdade uma grande bacia de cimento que para mim definia o caminho de ida e vinda dos carros e charretes que por ali passavam.
Ficava ali de pé frente ao bebedouro que me ficava na altura do peito. Às vezes subia e molhava os pés e ficava olhando as ondas que se formavam no indo e vindo.
Era isso. Simples assim.
Um dia não o encontrei e descobri a ausência… O tempo das coisas. O início, o meio e o fim de tudo.
Na verdade foi a primeira medida de tempo que participei. Sabia de contagens dos números que chegavam ao fim nas aulas de matemática na escola. Sabia dos parentes já idosos que também tinham um fim. Dos colegas, poucos, que mudavam de cidade, e eu acreditava que um dia voltaria a encontrar, mas não conseguia identificar nisso tudo a especialidade do bebedouro da avenida central.
Tenho certeza que neste dia perdi mais do que pessoas ou objetos. Me perdi. Perdi a infância. Ganhei data. Idade. Estava no mundo há 10 anos. Cresci.
Vários outros 10 se passaram e outros espaços sumiram também. Casas, prédios, cancelas, os trens de passageiros com seus apitos avisando partidas ou chegadas. Imagens que passaram por minha vida e que não pude contar em números ou em outra linguagem matemática.
Hoje tudo é memória, lembrança, história de tio. Vestígios de uma eternidade perdida. Memórias que não existem mais ou que apenas deixaram pistas de sua existência. Cenários que convalescem e hoje estão com seus dias contados.
Continuo observando estes espaços e as transformações de minha cidade sabendo que na verdade é isso que me credencia a ver o mundo sob um novo ângulo, pois foi a partir do sumiço do bebedouro que passei a olhar tudo com mais carinho, com mais cuidado, mais amor e tolerância… até que um dia se conte também o meu tempo.
Os escritores Carlos Carvalho Cavalheiro, Ivan Vagner Marcon e Fernando Jesus Catossi foram classificados para participar da coletânea do Prêmio Vip de Literatura 2018, realizado pela A. R. Publisher Editora.
De caráter internacional, com participação de vários países de língua portuguesa, o concurso é realizado anualmente e seleciona 50 autores, sendo 25 poetas e 25 contistas, para a publicação de coletânea, além de emissão de certificados e medalhas.
Este ano o concurso teve 819 contos inscritos e 1382 poesias. Dos 639 trabalhos classificados para a segunda fase da avaliação, a média das melhores notas apontaram 118 (63 poesias e 55 contos) disputando as 50 vagas, o que demonstra o quanto a competição do concurso é acirrada. O presidente da Comissão Julgadora foi Sérgio Luiz Moreira.
Dos selecionados da região de Sorocaba, cada um dos três reside em cidade distinta: Sorocaba, Porto Feliz e Jundiaí.
Carlos Carvalho Cavalheiro reside em Sorocaba e trabalha como professor de História em Porto Feliz, na EMEF. Cel. Esmédio. Costuma dizer que é cidadão de duas cidades, pois as vivencia cotidianamente. Conquistou o 17º lugar com a poesia “Inseto Voador”, sendo o único poeta da nossa região a ser classificado nesse concurso.
Ivan Vagner Marcon obteve o 12º lugar com o conto “Sobre silêncios e linguagens”. Ivan reside em Porto Feliz e já participou de diversos concursos literários.
Fernando Jesus Catossi é de Jundiaí e foi classificado em 22º lugar com o conto “Cronofobia”.
Das inscrições internacionais, Portugal conseguiu duas classificações nos contos e o Japão obteve uma classificação na poesia.
Este é o terceiro ano do Concurso VIP, sendo que os outros ocorreram nos anos de 2016 e 2017.
Angela Ramalho, proprietária da Editora A. R. Publisher, promotora do concurso diz que “Fizemos o nosso melhor e considerando os 2.201 trabalhos que recebemos, entregamos o resultado sem necessidade de prorrogação. Os méritos dessa pontualidade, devemos ao empenho do Presidente da Comissão Julgadora Sérgio Luiz Moreira, que desde a primeira inscrição recebida, leu todos os trabalhos, montando pastas específicas e realizando a pré-seleção. Nossos agradecimentos ao Sérgio Moreira e a todos os jurados convidados que “abraçaram a causa” e nos brindaram com avaliações primorosas. A esse respeito, não posso deixar de agradecer aqui a atriz, escritora e produtora cultural Paula Giannini que, além de atuar como jurada, nos indicou 06 excelentes jurados de contos. Parabéns a todos os selecionados! Aos que não conseguiram classificação, continuem conosco. Em janeiro de 2019 voltamos com mais uma edição do Projeto VIP”.