O leitor participa: José Osmar de Camargo (Joca), de Sorocaba/SP, com as quadras 'Retrospecto'

Joca

O leitor participa: José Osmar de Camargo (Joca – in memoriam), de Sorocaba/SP, com as quadras ‘Retrospecto’

Hoje vou tentar falar um pouco das coisas que busco neste ‘Planeta Azul’ que o homem deu o nome de Terra.

Não vou fazer uma linda melodia, porque vocês são o poema mais lindo que um dia o Deus do universo escreveu nas páginas da vida em forma de canção.

Sou apenas um menestrel de sonhos, vivo neste planeta em busca do elo perdido, perdido da poesia e jamais teria vocabulário capaz de exaltar a grandiosidade deste ser maravilhoso que é a forma da beleza e da ternura chamado ‘Homem’.

Este humilde poeta que busca nas coisas mais simples da vida a razão da harmonia cósmica para estar sempre de bem com a vida.

Vou fazer um retrospecto das coisas que podem trazer prazer e paz.

 

Se esconda entre as pétalas da flor

Faça uma poesia que ameniza da dor

Exalte Deus, mesmo cheio de pudor

Fale do poeta que nunca foi 

 

                                                                                Se perca no sorriso de uma criança

                                                                                Faça uma versão do hino dos Arcanjos

                                                                                Enamore da Lua nas noites de verão

                                                                                Pinte as roupas dos deuses, mesmo na inspiração

 

Aspire suas paixões nas noites de ilusão

Abrace seus velhos. Beije-os no coração, ame Cristo!

Tente não ser detento do presídio solidão

Contracene com as gotas da chuva

 

                                                                                   Não seja bobo da corte do desamor

                                                                                  Pregue sempre a paz com labor

                                                                                  Acredite sempre que existe uma verdade

                                                                                  Busque a liberdade com muito fervor

 

Já passei para vocês minha mensagem, vou embora! Não sei se voltarei.

Ah! Minha casa é uma estrela por entre o céu, oscila nas noites de trevas por trás de um véu.

“Conta uma antiga lenda de um distante país que os povos que caminhavam pelo deserto dessas terras, como fosse uma miragem aparecia-lhes sempre no mesmo local uma pequena roseira que o simples toque do caminhante, de semblante feliz e o coração transbordante de amor, criava-se botões e, no mesmo instante, desabrochavam rosas maravilhosas de pétalas azuis.”

Feliz Natal e um próspero Ano Novo”

Tá vendo que eu também escrevo como quem manda flores?

José Osmar de Camargo (Joca)

 

N.E. A publicação deste texto é uma singela homenagem a um ser humano que deixou pegadas de luz pelas estradas deste plano terreno.

Conta-nos Vanessa Polaino, uma amiga dileta, que Joca era um ser humano caridoso, feito um verdadeiro apóstolo de Cristo.

Joca conhecia o poder curativo das ervas e empregava seu tempo fazendo os mais diversos chás para, engarrafados, levá-los a pessoas doentes, as quais, além do remédio natural, recebia dele verdadeiro tratamento espiritual.

Vanessa, acompanhando Joca nessas verdadeiras missões humanitárias, testemunhou o sentimento de gratidão de um sem número de doentes, que viam a esperança de nova vida plena ser-lhes restituída, por tal ato de amor fraternal.

Vanessa acompanhou Joca enquanto pôde, até o dia em que a covid fez Joca perceber que sua excelsa  missão terrena havia terminado. E Joca partiu deste plano terreno tendo à sua frente, a guiar-lhe pelos caminhos do Mundo Maior, a luz que aqui semeou!