Ferramenta operacional facilita visualização e adequação de anúncios em impressos

JORNAIS OPTAM POR OTIMIZAR ESPAÇOS PUBLICITÁRIOS PARA REVERTER CRISE FINANCEIRA

Ferramenta operacional facilita visualização e adequação de anúncios em impressos; conexão entre conteúdo e publicidade é facilitada, e gera mais retorno financeiro

“…antes não tínhamos como ver de forma tão clara o quanto de espaço tínhamos disponível para comercialização em cada edição. Com este sistema, monitoro as edições a todo instante e coordeno as ações do departamento comercial…

Por Marina Diana

Fazer com que o pessimismo da crise econômica que assola o País há mais de dois anos se concretize em bons negócios é a chave do sucesso. Por isso, para não perder anunciantes, e em vez de cortar totalmente os gastos com publicidade, algumas empresas buscaram alternativas para enfrentar a baixa nos números financeiros: mudar o tom de suas propagandas e, sobretudo, o formato e a periodicidade das mesmas em veículos impressos. Para tanto, podem –e devem—contar com a parceria dos donos de jornais.

“No ano passado, em meio à crise econômica, houve a necessidade de ajustar preços de anúncios e trabalhar com um jornal enxuto, ou seja, o espaço passou a ser algo muito valioso para nós”, comentou Maria Angela Tavares de Lima, gerente geral do Jornal Cidade de Rio Claro.
Para tanto, Maria Angela e tantos outros profissionais dessa área contam com ferramentas operacionais que otimizam esse sistema, agilizando e organizando o trabalho da distribuição publicitária do jornal.

“Com a paginação no editorial o gestor comercial do veículo de comunicação consegue visualizar com maior clareza o que foi diagramado e a partir daí, reavaliar e redefinir suas estratégias”, explicou Talisson Fagundes, gerente da Mundiware, empresa de tecnologia especializada em sistemas para jornais que, criou, dentro do chamado sistema integrado entre o Classic e Elite CS, um método organizacional que direciona a venda para os dias que precisam ser preenchidos, o que acaba aumentando a rentabilidade.

“Isso permite um planejamento mais assertivo entre as equipes editorial e comercial. O fato de saber onde estão as publicidades facilita realocar tanto o conteúdo do editorial, movendo páginas e matérias por exemplo, como, também, concentrar esforços do time comercial para alavancar mais vendas de determinadas áreas. Assim, com essa integração nativa é possível diagramar edições futuras no caderno editorial permite ao gestor do Comercial visualizar seus resultados nas próximas edições”, salientou Fagundes.

Mudanças no caixa

Depois da utilização desse sistema criado pela Mundiware, o melhor resultado do andamento do jornal foi sentido no caixa.

“Mesmo sabendo a lucratividade de cada edição, antes não tínhamos como ver de forma tão clara o quanto de espaço tínhamos disponível para comercialização em cada edição. Com este sistema, monitoro as edições a todo instante e coordeno as ações do departamento comercial através desta disponibilidade”, contou Maria Angela Tavares de Lima.

A gerente geral do Jornal Cidade de Rio Claro, do interior de São Paulo, salientou que ela e o gerente comercial do impresso têm ainda a possibilidade de posicionar cada anúncio na editoria que julgam mais interessante para cada cliente. “Com isso, prestamos um serviço ‘’extra’’ de garantir sempre a melhor visibilidade para cada anunciante”, ressaltou.

Maria Angela fez questão de exemplificar como e onde as mudanças têm surtido efeito no andamento e na lucratividade do jornal.

“Na segunda-feira já visualizo a edição de quarta, por exemplo, e sei que ela está vazia. Com isso, fazemos preço especial para rodapés. Até a terça a edição de quarta estará toda rentabilizada sem a necessidade de abrir páginas, pois já fica visível o que temos disponível. Ademais, se temos clientes que anunciam três vezes por semana num espaço pequeno, de duas colunas com 13 centímetros, conseguirmos ter o cuidado de posicioná-lo a cada dia em uma editoria diferente para garantir que o anúncio seja visto pelos mais diversos tipos de leitores”, disse a representante do jornal, que completou: “Clientes que pagam mais também ganham espaços melhores, pois quem cuida disso e utiliza o sistema é do comercial e sabe das negociações”, finalizou.

O representante da Mundiware salientou que o planejamento estratégico dos anúncios pode –e deve—ser o diferencial da sobrevivência e lucratividade do veículo de comunicação em tempos de concorrência tão acirrada.

“É de fato a revolução na comunicação das equipes e a otimização do tempo na produção”, cravou Talisson Fagundes.

Entenda

Elite é o mais avançado e completo sistema de gestão, automação e controle de produção editorial. Solução multimídia e multimeios, aceita diversos tipos de mídias de entrada: vídeos, textos, fotos, áudio, musica, infográficos.

Maior qualidade do conteúdo produzido em menor espaço de tempo, proporcionando menor índice de erros e um aumento significativo na produtividade.

O Classic é um sistema de controle comercial completo, que traz a solução inteligente de gerenciamento de anúncio, contratos e artes, e apresenta diversos benefícios para sua empresa.
O diferencial deste completo sistema é a captação de anúncios, com pré-visualização em tempo real e paginação automática inclusive de artes e calhaus, sejam classificados ou editorial. Assim, em tempos de jornalismo “hard”, a informação rápida, eficiente e certeira é o diferencial do veículo de comunicação.




Pedro Novaes: 'Jornais de Outrora'

Pedro Israel Novaes de Almeida – JORNAIS DE OUTRORA

 

colunista do ROL
Pedro Novaes

         Os jornais de outrora são inesquecíveis.

O envio, hoje realizado pela internet, era feito pela colagem do material datilografado em grande papel branco, levado pessoalmente à gráfica. Articulistas, forçosamente datilógrafos, eram fregueses contumazes dos aparelhos de fax da região.

Ao traduzir o texto do fax ao papel branco, funcionários, não raro, e sempre inadvertidamente, acabavam trocando ou omitindo palavras. Autores tinham grandes dificuldades em explicar que Deus não é mau, e o bandido nem sempre é bom.

A coluna social era intensamente vigiada, para evitar comentários que podiam gerar confusão, bem como fotos em que apareciam, em destaque, autoridades e respectivas amantes.

A coluna policial não tinha as frescuras de hoje, em que o cidadão preso em fragrante, réu confesso, deve ser nominado simplesmente como “suspeito”.

Na parte dos esportes, as derrotas da equipe local acabavam sempre creditadas a erros de arbitragem ou má fase. As cartas à redação eram publicadas quando não quilométricas.

Era preciso verificar se tais cartas eram de fato manifestações espontâneas ou mensagem encomendada pelo elogiado. Erros de português eram consertados, quando possível avaliar a mensagem enviada.

Colaboradores não se cansavam de enviar artigos, alguns maravilhosos e outros sofríveis. A recusa na publicação de algum artigo podia significar a perda de um leitor, até mesmo anunciante.

Nas redações, o ambiente era de correria e camaradagem, e todos, com raras exceções, viviam em virtuosa pobreza. Quando do fechamento da edição, não faltava algum curioso para a elaboração do horóscopo.

Os proprietários de jornais das pequenas e médias cidades pareciam andar uniformizados: um surrado paletó, um carro quase aposentado, papel e caneta. Ainda hoje, o responsável pela coluna social, ou política, é a chave  do sucesso de jantares e promoções do jornal.

Naquele tempo, havia a convivência pacífica entre adeptos de diferentes ideologias, e hoje notamos a crescente partidarização das redações, com enorme perda de qualidade e confiabilidade da publicação.

A partidarização é uma ameaça constante a rádios, TVs locais e jornais, iludindo leitores, autores e anunciantes, até ganharem a fama de “parciais”, caminho certo ao descrédito e até encerramento de atividades.

As redações são ambiente estressados e felizes. Continuem !

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.