Coluna Sergio Diniz da Costa no jornal da APEVO

Coluna Sergio Diniz da Costa no jornal da APEVO – Maio/2017

LITERATURA, ARTES & CURIOSIDADES

Artes –  A dança moderna

A Dança Moderna, emergida nos últimos anos do século XIX e firmada nos primeiros anos do século XX, tem raízes e intenções bem distintas. Os bailarinos dançam descalços, trabalham com contrações, torções, desencaixes, lesões etc. Seus movimentos são mais livres, embora ainda respeitem uma técnica organizada. Recusa o apoio nas pontas dos pés como um catalisador dos movimentos e coloca o eixo de seu trabalho no tronco, no contato, na queda, na improvisação, na respiração, no movimento da coluna e das articulações, em diferentes graus de tensão/relaxamento muscular, e também o trabalho no chão. Entre os principais artistas que começaram este movimento estão as americanas: Loie Fuller (1862–1928), Isadora Duncan (1877–1927), Ruth St Dennis (1879–1968) E Martha Graham (1894–1991); o suíço Emile Jacques Dalcroze (1865–1950); a alemã Mary Wigman (1886–1973) e o húngaro Rudolf von Laban (1879–1958). Com técnicas e estilos muito diferentes, o que tinham em comum era a insatisfação com as opções disponíveis para bailarinos em sua época e seu objetivo último era transmitir ao seu público um senso de realidade interior e exterior.

 América do Norte

Na América do Norte, a dança moderna recebeu grande influência dos estudos do ator e pesquisador francês François Delsarte (1811-1871). Suas investigações podem ser condensadas em seus dois grandes princípios: A Lei da Correspondência e a Lei da Trindade. A grande iniciadora da dança moderna americana foi Isadora Duncan, mas a primeira técnica estruturada foi a de Martha Graham, criada nos anos 20 e 30 do século XX. Este estilo procura dar mais ênfase aos sentimentos, aos sonhos, tentando teatralizá-los ao máximo através de movimentos corporais. Depois de Martha Graham, vieram outros nomes que enriqueceram ainda mais o cenário da época: Doris Humphrey, Lester Horton, José Limon entre outros. Suas técnicas encontram-se em alguns pontos, mas divergem muito. E suas escolas continuam a existir muito fortemente nos Estados Unidos, um dos berços da Dança Moderna. Principais nomes da Dança Moderna nos EUA: Isadora Duncan, Martha Graham, Ruth Saint-Dennis, Ted Shawn, Charles Weidman, Doris Humphrey, Loïe Fuller. (Foto em destaque: Isadora Duncan – extraída da internet)

 

A escola germânica

Na Alemanha, o grande influenciador da dança moderna foi o músico e pedagogo suiço Émile Jacques-Dalcroze (1865-1950). Seu método, conhecido como A Ritmica, fez grande sucesso na Europa, especialmente na Alemanha, através de Mary Wigman (1886-1973), que é considerada a fundadora da Escola Germânica. Mary Wigman foi aluna de Dalcroze, recebeu influência do sexo na pintura de Emil Nolde, pintor expressionista alemão, o que a levou a introduzir máscaras nas suas danças. Essa inserção tinha o intuito de conferir ao bailarino uma impessoalidade. A dança de Wigman espelha o destino trágico do ser humano, da humanidade em geral. Ela busca um sentido divinatório. Mas não há leveza nem brilho, mas sim concentração e poder de expressão e todos os movimentos têm como ponto de partida o tronco. Ela considerava a música um meio indispensável entre ritmo corporal e mental, contudo acreditava que o ritmo sonoro não deve comandar o ritmo mental. Chegou mesmo a coreografar sem música, em sua primeira grande coreografia – Hexentanz (a dança das feiticeiras), usando apenas o som das batidas dos pés no chão. Também introduziu elementos de percussão. Principais nomes da Escola Germânica: Mary Wigman, Rudolf Von Laban, Kurt Jooss e sua importante coreografia A Mesa Verde, Alwin Nikolais, Susan Burg Carlson. (Foto em destaque: Mary Wigman – extraída da internet)

 

A geração moderna

As convulsões sociais e artísticas do final dos anos 1960 e 1970 sinalizaram ainda mais radicais da dança moderna. Dança moderna é hoje muito mais sofisticada, tanto em técnica como em tecnologia, a tal ponto que começou a ser dançada pelos bailarinos clássicos. Os bailarinos nessas danças são inteiramente compostos de espírito, alma, coração e mente. A preocupação com os problemas sociais e da condição do espírito humano ainda está lá, mas questões são apresentadas com uma teatralidade que teria chocado muitos dos primeiros bailarinos modernos, tão preocupados em se estabelecerem como sérios artistas. A essência da dança moderna é a de olhar para a frente, não para trás.

 Dança moderna no Brasil

Com a Segunda Guerra Mundial chegaram ao Brasil diversos artistas renomados que procuraram escapar deste conflito, trazendo consigo novas ideias no campo estético que contribuíram para a divulgação das propostas modernas de dança no país. Luiz Arrieta, Maria Duschenes, Marika Gidali, Maryla Gemo, Nina Verchinina, Oscar Araiz, Renée Gumiel e Ruth Rachou. A maioria se instalou no eixo Rio – São Paulo, colaborando através de seus ensinamentos para a formação de uma nova geração de dançarinos conectados às propostas da dança moderna.

Imagem extraída da internet

Um mega abraço e até a próxima edição!

Sergio Diniz da Costa

 




Coluna Sergio Diniz da Costa no jornal da APEVO

Coluna Sergio Diniz da Costa no jornal da APEVO 

Cultura
LITERATURA, ARTES & CURIOSIDADES
março de 2017

 

 Poesia

 

 

 

Ana Martins Marques nasceu em Belo Horizonte, em novembro de 1977. Formada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerias, é mestre em Literatura Brasileira e doutoranda em Literatura Comparada pela mesma universidade. Em 2007, ganhou o Prêmio Cidade de Belo Horizonte, na categoria “Poesia — autor estreante”, e, em 2008, recebeu novamente o mesmo prêmio, na categoria “Poesia”.  Sobre ela, o professor doutor de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo Murilo Marcondes de Moura escreveu: “Os poemas, sensitivos e intelectuais, quase sempre muito breves e sugerindo a forma do diário, apresentam, nos seus melhores momentos, esse equilíbrio difícil entre proximidade e distância. (…) Há ainda, avulsos, belos versos e imagens, neste livro de estreia em que já se reconhece uma voz muito pessoal.” Dela, o poema Espelho

Dentro do armário

do seu quarto de dormir

deve haver um espelho.

Se você sai

e deixa o armário aberto

durante todo o dia

o espelho reflete

um pedaço da sua cama

desfeita.

Se você sai

e deixa a porta fechada

durante todo o dia

o espelho reflete o escuro

do seu armário de roupas,

a luz contida dos vidros

de perfume.

Do outro lado do poema

não há nada.

Artes   

Benedito Calixto (Itanhaém, 14 de outubro de 1853 — São Paulo, 31 de maio de 1927), considerado um dos maiores expoentes da pintura brasileira do início do século XX, foi um renomado pintor acadêmico de São Paulo e, também, um dos pioneiros no uso da câmera fotográfica para elaborar suas composições.

A temática paulista sobressai em sua obra. Residente em Santos e depois em São Vicente, produziu nesses locais dezenas de marinhas, como são chamadas as pinturas relacionadas ao mar. No começo do século XX, criou ainda painéis de temas religiosos para igrejas na capital, como a da Consolação, e para a Catedral de Santos, além de pintar paisagens urbanas de São Paulo, Santos e São Vicente para o Museu Paulista da USP (Museu do Ipiranga.

 

       

A guilhotina foi desenvolvida pelo médico francês Joseph-Ignace Guillotin, disposto a acabar com o sofrimento dos condenados à morte (ironia: ele era contrário a este tipo de pena). Apesar de macabra, propiciava a morte instantânea. O doutor Guillotin não gostou de ver seu nome batizar o instrumento. Ainda mais quando a guilhotina virou sinônimo de perseguição política no período conhecido como “Terror”, da Revolução Francesa, quando cerca de 20 mil pessoas foram decapitadas (muitas delas apenas por se opor ao novo regime). Além de Luís XVI e Maria Antonieta, outros famosos, como Danton e Robespierre também perderam a cabeça em praça pública. Ironicamente, estes dois últimos foram figuras chave para o sucesso da Revolução Francesa.

 

Um mega abraço e até a próxima edição!

                                                                                                     Sergio Diniz da Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




Coluna Sergio Diniz da Costa no jornal da APEVO

Coluna Sergio Diniz da Costa no jornal da APEVO Janeiro de 2017

Cultura

LITERATURA, ARTES & CURIOSIDADES

artes

Poesia

ferreiraFerreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira (São Luís, 10 de setembro de 1930 – Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2016[1]), foi um escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo. Em 5 de dezembro de 2014, tomou posse da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras.  Segundo Mauricio Vaitsman, ao lado de Bandeira Tribuzi, Luci Teixeira, Lago Burnet e outros escritores, fez parte de um movimento literário difundido através da revista que lançou o pós-modernismo no Maranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores. Morando no Rio de Janeiro, participou do movimento da poesia concreta, sendo então um poeta extremamente inovador, escrevendo seus poemas, por exemplo, em placas de madeira, gravando-os. Em 1956, participou da exposição concretista que é considerada o marco oficial do início da poesia concreta, tendo se afastado desta em 1959, criando, junto com Lígia Clark e Hélio Oiticica, o neoconcretismo, que valoriza a expressão e a subjetividade em oposição ao concretismo ortodoxo. Em 1950, ganhou o concurso de poesia promovido pelo Jornal de Letras com seu poema O Galo. Os prêmios Molière, o Saci e outros prêmios do teatro em 1966, com Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, que é considerada uma obra-prima do teatro moderno brasileiro. Em 2007, seu livro Resmungos ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano. Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009. Foi agraciado com o Prêmio Camões em 2010. Desse notável poeta, o poema ‘Traduzir-se’:

Uma parte de mim

é todo mundo;

outra parte é ninguém:

fundo sem fundo.

Uma parte de mim

é multidão:

outra parte estranheza

e solidão.

Uma parte de mim

pesa, pondera;

outra parte

delira.

Uma parte de mim

almoça e janta;

outra parte

se espanta.

Uma parte de mim

é permanente;

outra parte

se sabe de repente.

Uma parte de mim

é só vertigem;

outra parte,

linguagem.

Traduzir-se uma parte

na outra parte

— que é uma questão

de vida ou morte —

será arte?

artesArtes (pintura, música, dança…)

 

Ilusionismo (ou Prestidigitação) é a arte performativa que tem como objetivo entreter o público dando a ilusão de que algo impossível ou sobrenatural ocorreu. O ilusionismo é uma das mais antigas formas de entretenimento. A primeira descrição por escrito de um número de magia enquanto arte cénica surge no Antigo Egito e data de 1700 a.C. O documento em questão designa-se por Papiro de Westcar e atualmente encontra-se no Museu Egípcio de Berlim. O primeiro livro na qual surgem descritas as explicações de números de ilusionismo chama-se The Discovery of Witchcraft, e foi escrito por Reginald Scot em 1584, com o objetivo de demonstrar que os poderes sobrenaturais não existem. Em Portugal, a primeira descrição por escrito de um número de ilusionismo surge no livro Thesouro de Prudentes, em 1612, por Gaspar Cardoso de Sequeira. A profissão de ilusionista, no sentido atual do termo, apenas veio a ganhar notável prestígio a partir do século XVIII. Um dos grandes impulsionadores do ilusionismo moderno chamava-se Jean Eugène Robert-Houdin (1805-1871) e era de nacionalidade francesa. O seu passado de relojoeiro permitiu-lhe criar ilusões originais, de grande engenho e espetacularidade, que apresentava no seu pequeno teatro para a elite parisiense. Robert-Houdin frequentemente é referido como o “pai do ilusionismo moderno” uma vez que terá sido dos primeiros ilusionistas a trazer a magia para os palcos elegantes dos teatros e de festas privadas, afastando-se do mágico saltimbanco que atuava nas ruas e feiras. No início do século XX tornou-se célebre o ilusionista de origem húngara Ehrich Weiss (1874-1926) que adoptou o nome artístico de Harry Houdini, inspirado por Robert-Houdin. Os seus números frequentemente envolviam fugas de algemas, correntes e camisas-de-força.

magico

O Prestidigitador, pintura representando um ilusionista medieval (Hieronymus Bosch)

harryHarry Houdini

pinguim
voce-sabia

Os pinguins podem morrer de frio. Apenas 4 das 18 espécies existentes de pinguins vivem num ambiente extremamente gelado. Uma espécie de pinguim que não vive cercado de gelo, é o pinguim-de-magalhães, que vive confortavelmente em temperaturas de 0ºC a 28ºC, já em temperaturas negativas ele não se sente bem e pode sim vir a falecer. Para fugir do inverno, diversas espécies migram para o Brasil, chegando até a Bahia. Algumas pessoas, ao se depararem com esse animal na praia, acabam se assustando, e, na tentativa de ajudá-los, o colocam no gelo, porém isso pode acabar matando o pinguim, que pode estar cansado e com a imunologia baixa.

 

Um mega abraço e até a próxima edição!

                                                                                                     Sergio Diniz da Costa




Coluna Sergio Diniz da Costa no jornal da APEVO

Cultura

LITERATURA, ARTES & CURIOSIDADES

Dezembro de 2016

 

CURIOSIDADES SOBRE O NATAL

 

A Senhora Noel, esposa do Papai Noel, foi introduzida pela primeira vez ao mundo em 1889 no livro “Goody Papai Noel” em um passeio de trenó, pela poetisa Katherine Lee Bates.

apevo

Nos primeiros dias, os brinquedos e doces eram pendurados na árvore de Natal. Ao início de 1900, os presentes foram embrulhados em papel de seda branco e fita de cetim vermelho.

apevo2

A criação da Missa do Galo é atribuída a São Francisco de Assis, que teria construído o primeiro presépio em 1224, na cidade de Greccio, na Itália. O ato era seguido de uma missa e, como os galos cantavam às primeiras horas da madrugada, o povo deu a essa celebração o nome de Missa do Galo.

apevo3

apevo4

A canção natalina Noite Feliz nasceu na Áustria, em 1818. O padre Joseph Mohr saiu atrás de um instrumento que pudesse substituir o antigo órgão da igreja. Em suas peregrinações, começou a imaginar como teria sido a noite em Belém, fez anotações, e procurou o músico Franz Gruber para criar a melodia.

apevo5

A versão brasileira da canção também foi feita por um religioso: o Frei Pedro Sinzig. Também nascido na Áustria, em 1876, veio morar na cidade de Salvador, na Bahia, em 1893. O frei naturalizou-se brasileiro em 1898 e se destacou como um grande incentivador da música religiosa no país.

apevo6

A maioria das versões sobre a procedência da árvore de Natal indica a Alemanha como seu país de origem. A mais aceita atribui a novidade ao padre Martinho Lutero. Ele montou um pinheiro enfeitado com velas em sua casa, para mostrar às crianças como deveria ser o céu na noite do nascimento de Cristo.

apevo7

apevo8

 

Outra versão atribui a criação ao anglo-saxão Vilfrido. Ele teria ido pregar o cristianismo na Alemanha e teria usado a figura triangular de um pinheiro para explicar a Santíssima Trindade. A partir de então, a árvore passou a ser reverenciada como uma planta divina.

 

Foram os ingleses quem popularizaram a árvore de Natal. Eles tomaram contato com a tradição por volta de 1850. Quando o príncipe Albert se casou com a rainha Vitória, ela começou a montar árvores majestosas em sua residência de férias na ilha de Wight. A população passou a imitá-los.

apevo9

Na Alemanha, quatro domingos antes do Natal, as famílias mantêm a tradição de fazer a Coroa do Advento, formada por quatro velas. A cada domingo, uma vela é acesa. A árvore é decorada com os pfefferkuchen, bolachinhas recobertas de glacê colorido.

apevo10

As bolas natalinas surgiram para substituir as maçãs que eram colocadas nas árvores de natal como enfeites.

apevo11

 

Se você, leitor, deseja entrar em contato com o colunista para sugestões e ideias, escreva para sergiodiniz.costa2014@gmail.com

 

Um mega abraço e até a próxima edição!

 

                                                                                                  Sergio Diniz da Costa




Coluna Sergio Diniz da Costa no jornal da APEVO

Coluna Sergio Diniz da Costa no jornal da APEVO

Cultura

LITERATURA, ARTES & CURIOSIDADES

novembro de 2016

 

artesPoesia

artes-1

Fabiano Calixto (Garanhuns, Pernambuco, 1973) é considerado um dos mais importantes poetas brasileiros contemporâneos. Publicou os livros de poesia Algum (1998), Fábrica (2000) e Um Mundo Só Para Cada Par (2001). Seus últimos livros publicados foram Música Possível (2006), pela coleção Ás de Colete da editora paulistana CosacNaify, Sanguínea (2007, 34 Letras) e Pão com bife (2007), um livro de poesia para crianças, pela editora SM (São Paulo). Colaborou com diversas revistas, dentre as quais Inimigo Rumor (Rio de Janeiro/ RJ), Cult (São Paulo/ SP) e Serta (Madrid, Espanha). Figura nas antologias Na Virada do Século – Poesia de Invenção no Brasil (Landy, 2002) e na antologia de poesia brasileira contemporânea, publicada no número 9 da revista norte-americana Rattapallax. É co-editor, com os poetas Ricardo Domeneck, Angélica Freitas e Marília Garcia, da revista Modo de Usar & Co. Participou da feira de livro da Venezuela em 2014.

 

 

Dele, o Poema n.º 15:

a fotografia

sobre a cristaleira (lembrança

da avó) toma conta

da sala

 

(teus olhos,

pequenos sóis tornando

mais beleza o universo

de luzes

que é teu rosto,

umedecem

os meus)

 

lá fora

a tarde cai

 

os pássaros

não suspeitam

do conteúdo

desta carta

 

e nesta caligrafia

— noite marítima

soprando brisas

sobre esta folha

de amarelos múltiplos —

caminhas comigo

artes6

artes7

que a água-viva é considerada a criatura mais letal do mundo? Encontrada na Ásia e na Oceania, a água-viva-caixa-australiana mata pelo menos 100 pessoas por ano. O veneno do animal chega ao coração, ao sistema nervoso e às células da pele da vítima em questão de minutos, por isso as chances de sobreviver são pequenas.

 

artes3Artes (pintura, música, dança…)

 

A arquitetura renascentista representou, depois da modalidade românica, um momento de rompimento na história da arte arquitetônica, nos seus mais diversos aspectos, ou seja, nos recursos utilizados por esta esfera no âmbito da criação; nos seus meios de expressão e no seu corpo teórico. Este estilo predominou no continente europeu ao longo dos séculos XIV, XV e XVI, no contexto caracterizado pelo movimento conhecido como Renascimento, que inovou especialmente nos campos cultural e científico. Não é à toa que uma das principais marcas desta arquitetura seja uma distribuição espacial matemática das edificações. Esta arquitetura primou especialmente pelo resgate da Antiguidade Clássica. Assim, tudo que pertencia ao mundo antigos dos gregos e romanos era aproveitado na concepção arquitetônica renascentista – a busca da Beleza mais perfeita, a disposição ordenada dos elementos de um prédio, a tradução da esfera das ideias nas linhas dos edifícios, os arcos de volta-perfeita, a influência da composição formal da Natureza, vista como modelo de perfeição, a singeleza das obras, a forte presença dos aspectos humanistas, a utilização sistemática da perspectiva, entre outros elementos. As principais edificações deste período são igrejas, residências construídas no perímetro externo da cidade, fortalezas que assumiam um papel bélico, entre outras. O arquiteto mais conhecido desta época é Filipo Brunelleschi (ver imagem), que ao mesmo tempo atuava nos campos da pintura, da escultura e da arquitetura. Entre suas obras principais estão a cúpula da Catedral de Florença e a Capela Pazzi (ver imagem). (Para saber mais: http://www.infoescola.com/artes/arquitetura-renascentista/)

artes4

 

artes5

 

 

Se você, leitor, deseja entrar em contato com o colunista para sugestões e ideias, escreva para sergiodiniz.costa2014@gmail.com

 

Um mega abraço e até a próxima edição!

                                                                                                  Sergio Diniz da Costa




Sergio Diniz da Costa: 'Jornal da APEVO'

Matérias publicadas na ultima edição

Cultura

LITERATURA, ARTES & CURIOSIDADES

outubro de 2016

 

artespoesia2Poesia

Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985) foi uma poetisa e contista brasileira. Começou a escrever os seus primeiros textos aos 14 anos e, apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as primeiras quatro séries, é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras. Seu primeiro livro foi publicado 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade. Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás. Cora não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com ambiente em que fora criada. Senhora de poderosas palavras, escrevia com simplicidade e seu desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que sua produção artística priorizasse a mensagem ao invés da forma. Preocupada em entender o mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que deveria representar, Ana parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo cada minuto na complexa atmosfera da Cidade de Goiás, que permitiu a ela a descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito. (Para saber mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina>.Acesso em: 11/09/2016). De sua autoria, ‘Aninha e suas pedras’

 

Não te deixes destruir…

Ajuntando novas pedras

e construindo novos poemas.

 

Recria tua vida, sempre, sempre.

Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

 

Faz de tua vida mesquinha

um poema.

E viverás no coração dos jovens

e na memória das gerações que hão de vir.

 

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

Toma a tua parte.

Vem a estas páginas

e não entraves seu uso

aos que têm sede.

 

Artes (pintura, teatro, música, dança…)

 artes3

Taiguara (Chalar da Silva) (Montevidéu, 9 de outubro de 1945 — São Paulo, 14 de fevereiro de 1996) foi um cantor e compositor uruguaio e naturalizado brasileiro, filho do bandoneonista e maestro Ubirajara Silva. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1949 e para São Paulo, posteriormente, em 1960. Largou a faculdade de Direito para se dedicar à música. Participou de vários festivais e programas da TV. Fez bastante sucesso nas décadas de 60 e 70. Autor de vários clássicos da MPB, como Hoje, Universo do teu corpo, Piano e Viola, Amanda, Tributo a Jacob do Bandolim, Viagem, Berço de Marcela, Teu sonho não acabou, Geração 70 e Que as Crianças Cantem Livres, entre outros. Considerado um dos símbolos da resistência à censura durante a ditadura militar brasileira, Taiguara foi um dos compositores mais censurados na historia da MPB, tendo 68 canções censuradas. Os problemas com a censura o levaram a se autoexilar na Inglaterra em meados de 1973.  Em 1975, voltou ao Brasil e gravou o Imyra, Tayra, Ipy. O espetáculo de lançamento do disco foi cancelado e todas as cópias foram recolhidas pela ditadura militar das lojas em apenas 72 horas. Em seguida, Taiguara partiu para um segundo autoexílio que o levaria à África e à Europa por vários anos. Quando finalmente voltou a cantar no Brasil, em meados dos anos 80, não obteve mais o grande sucesso de outros tempos, muito embora suas músicas de maior êxito tenham continuado a serem relembradas em flashbacks das rádios AM e FM. Morreu em 1996 de falência múltipla de órgãos em decorrência de um câncer na bexiga. (Para saber mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Taiguara)

 

tati

Tati Quebra-Barraco, nome artístico de Tatiana dos Santos Lourenço (Rio de Janeiro, 20 de setembro de 1979) é uma funkeira carioca, conhecida por suas músicas baseado em palavrões e trocadilhos de duplo sentido. Atualmente é uma das principais expoentes do funk carioca. Foi criada na periferia do Rio de Janeiro, na favela da Cidade de Deus. Em entrevista à revista Veja, disse ter como inspiração musical a cantora pop norte-americana Britney Spears. Hoje mora em um luxuoso apartamento na Cidade de Deus. Seu DVD ganhou o prêmio “DVD de Ouro” do programa Domingo Legal. A cantora tem projeção internacional e já fez diversos shows no exterior, principalmente na Alemanha e nos Estados Unidos. Em 25 de maio de 2015, O funk carioca, basicamente ligado ao público jovem, tornou-se um dos maiores fenômenos de massa do Brasil. Na década de 1980, o antropólogo Hermano Vianna foi o primeiro cientista social a abordá-lo como objeto de estudo, em sua dissertação de mestrado que daria origem ao livro O Mundo Funk Carioca (1988)

(Para saber mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tati_Quebra-Barraco e https://pt.wikipedia.org/wiki/Funk_carioca)

    

voce-sabia

voce-sabia2

  Você sabia que... 

As balas de goma têm por ingrediente chave na receita a gelatina? E que a gelatina, componente muito usado na indústria alimentícia, farmacêutica e em outras tantas áreas também quase sempre tem origem animal e é obtido a partir do colágeno? O colágeno, por sua vez, é conseguido quando fervemos os ossos, a pele e qualquer órgão que contenha tecido conjuntivo de determinados animais, normalmente porcos, vacas, cavalos e aves. Isso significa que, antes de ser devidamente processada e virar aquela mistura incolor (ou levemente amarelada), insípida (quando pura) e praticamente inodora que conhecemos como gelatina, a matéria-prima empregada pelos fabricantes de doces é obtida em abatedouros e curtumes a partir de processos que soam bem perturbadores! (Você sabia? http://www.vocesabia.net/curiosidades/voce-nunca-mais-vai-comer-balas-de-goma-depois-de-ver-como-elas-sao-feitas/>. Acesso em: 11/09/2016)

 

Se você, leitor, deseja entrar em contato com o colunista para sugestões e ideia, escreva para sergiodiniz.costa2014@gmail.com

 

Um mega abraço e até a próxima edição!

                                                                          Sergio Diniz da Costa

 




Coluna do Sergio Diniz da Costa no Jornal da APEVO

Cultura

LITERATURA, ARTES & CURIOSIDADES

setembro de 2016

Poesia Poesia

 

CabralJoão Cabral de Melo Neto (1920-1999) nasceu em Recife e é considerado um dos maiores poetas da Geração de 45, assim chamada por rejeitar os “excessos do modernismo” para elaborar uma poesia de rigor formal, construindo uma expressão poética mais disciplinada. Para o poeta, “a poesia não é fruto de inspiração em razão do sentimento”, mas de transpiração: “fruto do trabalho paciente e lúcido do poeta”. A primeira obra de João Cabral, Pedra do sono (1945) apresenta uma declinação para a objetividade e imagem surrealista. Já em O engenheiro (1945), percebe-se que o poeta se afasta da linha surrealista, pendendo para a geometrização e exatidão da linguagem. Nas suas principais obras, como Morte e Vida Severina (1965), revela uma preocupação com a realidade social, principalmente com a do Nordeste Brasileiro. João Cabral é considerado pelos críticos “não apenas um dos maiores poetas sociais, mas um renovador consistente, instigante e original da dicção poética antes, durante e depois dele”. Ele e Graciliano Ramos possuem o mesmo grau ético e artístico, um na poesia, o outro na prosa, que objetiva com precisão uma prática poética comum: deram à paisagem nordestina, com suas diferenças sociais, uma das dimensões estéticas mais fortes, cruéis e indiscutíveis que já se conheceu. (Para saber mais: http://www.infoescola.com/escritores/joao-cabral-de-melo-neto/) De sua autoria, o poema Tecendo a Manhã:

 

Um galo sozinho não tece uma manhã:

ele precisará sempre de outros galos.

De um que apanhe esse grito que ele

e o lance a outro; de um outro galo

que apanhe o grito de um galo antes

e o lance a outro; e de outros galos

que com muitos outros galos se cruzem

os fios de sol de seus gritos de galo,

para que a manhã, desde uma teia tênue,

se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,

se erguendo tenda, onde entrem todos,

se entretendendo para todos, no toldo

(a manhã) que plana livre de armação.

A manhã, toldo de um tecido tão aéreo

que, tecido, se eleva por si: luz balão.

 Artes

(pintura, teatro, música, dança…)

 anselmo2

     O Pagador de Promessas

 

AnselmiAnselmo Duarte Bento (Salto, 21 de abril de 1920 — São Paulo, 7 de novembro de 2009) foi um ator, roteirista e cineasta brasileiro. Anselmo começou no cinema como figurante no inacabado filme de Orson Welles no Brasil, It’s All True (1942). Com “Carnaval no Fogo” (1949), produzido na Atlântida e dirigido por Watson Macedo, ele se torna um dos maiores galãs que o cinema brasileiro já teve. Em 1951, é contratado pela Vera Cruz, ganhando, então, o maior salário da empresa. Seu primeiro filme na companhia, como ator, foi Tico-Tico no Fubá (1952), sendo um grande sucesso. Estreia na direção com Absolutamente Certo (1957), mostrando-se ser, depois, um grande diretor de cinema. Ganhou a Palma de Ouro e o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes em 1962 com O Pagador de Promessas, filme que também concorreu ao Oscar melhor filme estrangeiro. Em Cannes Anselmo concorreu ao prêmio de melhor diretor com Michelangelo Antonioni, Robert Bresson, Luis Buñuel e Sidney Lumet, entre outros. Foi membro do júri Festival de Cannes em 1971. Também dirigiu outros clássicos do cinema nacional, como Absolutamente Certo e Vereda da Salvação, mas, devido a divergências ideológicas com a turma do Cinema Novo, sua carreira entrou em declínio.

 

 
José 2

JoséJosé Bastos Padilha Neto (Rio de Janeiro, 1º de agosto de 1967) é um cineasta, roteirista, documentarista e produtor cinematográfico brasileiro. Seu primeiro roteiro produzido foi o documentário para a televisão Os carvoeiros, em 1999. Sua estreia como diretor de cinema foi no premiado documentário Ônibus 174, de 2002. O primeiro longa de ficção foi o sucesso Tropa de Elite, em 2007. Em 2008, Padilha foi incluído na lista 10 Directors to Watch da revista Variety. Foi produtor do filme Tanga: Deu no New York Times (1987), dirigido por Henfil, e trabalhou na viabilização financeira de Boca de Ouro, de Walter Avancini. Dirigiu e produziu o documentário para TV, Os Pantaneiros. Produziu Estamira, documentário, sobre uma mulher esquizofrênica que, por mais de duas décadas, trabalhou e viveu no lixão do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro.
Seu primeiro longa-metragem como diretor, Ônibus 174 (2002) tenta reconstituir um episódio violento do Rio de Janeiro, o sequestro de um ônibus que terminou em tragédia. Em 2007, foi lançado Tropa de Elite, sua primeira ficção, com o qual, em 2008 ganhou o Urso de Ouro, em Berlim. Em 2009, filmou Segredos da Tribo, onde expõe a guerra entre antropólogos por causa dos ianomâmis. Em 2010, lançou Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro. Em 2014, Padilha dirigiu RoboCop. Em 2015, dirigiu a série Narcos da Netflix, que conta sobre a ascensão de Pablo Escobar, o maior traficante da Colômbia, e dos esforços das DEA para derrubar seu cartel.

 

 Você sabia que…

Voce sabia2

 

O café mais gostoso e mais caro café do mundo é o Kopi Luwak? Os grãos passam por um processo muito especial de preparação, que fornece aroma e sabor únicos à bebida: antes de serem torrados, eles são ingeridos e  processados pelo estômago e intestino de pequenos mamíferos conhecidos como civetas, um animal de hábitos noturnos, nativos da Ásia tropical e da África. Isso mesmo: os grãos usados para preparar o café mais caro do mundo são, necessariamente, expelidos nas fezes da cevita antes de irem para as prateleiras. Produzido nas ilhas de Sumatra, Bali e Java, o quilo do Kopi Luwak custa, em média, US$ 500 (R$ 1.000), na Indonésia. No Brasil, temos um café semelhante, por um preço bem mais em conta, o Jacu Coffee, cujo processo difere apenas em relação ao animal, os jacus, um gênero de ave encontrado na América do Sul.

 

Um mega abraço e até a próxima edição!

Sergio Diniz da Costa