Magna Aspásia Fontenelle entrevista o escritor albanês prof. Kristaq F. Shabani
“No contexto do universo literário sou conduzido por minha própria parábola. Precisamos uns dos outros como do ar que respiramos.” (Prof. Kristaq F. Shabani)
1- Conte-nos um pouco sobre o você, sua infância, seus pais, adolescência, vida militar, motivação na vida.
Nasci em Zagori, Gjirokaster-Albânia. Minha família, especialmente durante os últimos quatro séculos, deu uma importante contribuição universal em alguns países, como: Albânia, Grécia, Turquia, Canadá e EUA, isso também, graças ao amor pela educação, conhecimento, cultura, pois frequentavam as melhores escolas da época. Contribuíram para o progresso na difusão de ideias inovadoras, para o desenvolvimento do pensamento intelectual. Minha família tem sido uma “instituição mental”. Nasci, cresci e fui educado com essa originalidade. Meus pais, papai Fori, fora educado na Grécia no Ginásio de Corfu, Grécia e, posteriormente, frequentou a Universidade de Atenas, também na Grécia, era poliglota e dotado de uma cultura muito ampla, enquanto meu avô, Athanas fora educado na Turquia, EUA, fluente em muitas línguas estrangeiras, 12 delas. O mesmo pode ser dito sobre meu bisavô Aleks, seu irmão Thoma, também, chamado “profeta” e, seu primo em primeiro grau chamado Filip, que, com grandes personalidades, como: Aleksander Paleos, tradutor da Ilíada de Homero em inglês, Psihari, Fotiadhin, Filinda e outros, trouxeram a terceira etapa do desenvolvimento da língua grega, para língua moderna falada hoje. Eles têm a autoria desse pensamento por isso são chamados “Gigantes do Grande Movimento”.
Como resultado desse vasto arsenal de conhecimento, nós, em nossa casa, tínhamos uma riquíssima Biblioteca com 10.000 títulos de livros de todos os gêneros e em vários idiomas. Esta biblioteca recebeu o nome do emblema: “A Pequena Biblioteca de Alexandria”. Então, esse clima, esse contato com o livro, um grande amor por ele, uma experiência tão transmitida, a existência de ídolos e ídolos na família, essa educação desde cedo me trouxe grandes “frutos” lindos além de eu ser um excelente aluno, dediquei-me ao meu talento, amor criativo e desde muito jovem apareci nas páginas da imprensa albanesa. Minha formação culminou com a conclusão do então curso de sete anos, ensino médio em Delvina, educação militar e faculdades em Tirana e Shkodra, além de frequentar um curso filosófico em estética e outros.
Meu objetivo era: educação, cultura, arsenal de conhecimento, profissionalismo, ética e demonstração do meu espírito inovador. Para chegar até aqui, defini as “colunas” da construção dessa arquitetura literária: familiaridade com o mundo, com Enigmas, leituras e aprofundamentos, conhecimento das maiores obras da Literatura mundial, escritores que marcaram época e estudo analíticos das obras desses escritores e, claro, com isso nasceu a grande ideia de que eu também poderia contribuir para a literatura albanesa e mundial em todos os gêneros.
Uma voz interior me impulsionou nessa jornada literária inacabada. E os personagens vieram um após o outro, elevando o meu pensamento fértil, criando uma ampla gama de trabalhos significativos. O grande lado da positividade tem sido: meu lado comparativo e minha sede com grande espírito competitivo e, porque não, ouvindo escritores dando-lhe voz…
A sociedade albanesa percebeu minha elevação e, a maneira completamente diferenciada de minha personalidade de expressar-me nos gêneros literários, culturais e artísticos. Minha viagem descritiva: Gjirokastër – Delvinë – Bajram Curri, Shkodër – Atenas e Gjirokastër, minha cidade mágica, onde a literatura tem sua “capital” na Albânia…
2–Sabemos que em 2017 você foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Conte-nos sobre essa experiência, quem o indicou e quais trabalhos concorreram ao Prêmio?
K.SH. Seguindo uma jornada difícil, a publicação de muitos livros com variedades temáticas amadureceu artisticamente minha literatura, mas, também, com simbolismo individual, original, selecionando a palavra articulada, frases proeminentes, claro que “caiu” muito rapidamente no olhar dos críticos, principalmente no período, quando começou na Albânia florescer o pluralismo e finalizar a liberdade de expressão. Eu, desde os meus primeiros tempos, tinha uma peculiaridade: não gostava do “modelo”, ditado, onde entravam muitos criadores e todos criavam trabalhos uniformes, segundo “ordens”. Por isso, os editores acharam muito difícil entender meus trabalhos e ficaram assustados, amedrontados…
Vim do sistema monoide com algumas publicações, mesmo com rejeição dos meus trabalhos a serem publicados. Surge meu primeiro livro: “Respiração Humana” volume poético, que teve um final triste; Novelas e publicações como “Medalhão Brilhante” bem como o lançamento de obra com: “Quinta Temporada”, “Trinômio da Cicatriz”.
O ano de 1991 realizou meu grande sonho, onde minhas obras arquitetônicas começaram a desabrochar como botões de flores que saem da “Concha do Mit” e, floresceram na literatura que eu tanto sonhara, literatura genuína. Durante o período em que estive na Grécia, conhecendo muitas personalidades da Literatura e da Arte, os quais me motivaram a conclui algumas das minhas notáveis obras como: “Poeta da Elegância”. “Princípio da Figura”, “Picasso da Poesia”, “Palavra artística do grande artista”.
Alguns grandes poetas e críticos contemporâneos: Teresinka Pereira poeta (IWA USA), Cynthia Atkins poetisa (USA), Aristidh Kolja pesquisador, Efthimios Haxiioanu, jornalista (Grécia), jornalista, Panagiota Zalloni, poeta, editora da revista literária “KELENO”(grécia), Vasiliki Kalahani, poeta, tradutor(Grécia); Nadia Cella Poeta pop, ( Romênia), Kuleedep Kumar Srivastava poeta (Índia), Wendy Mary Lister poeta(Escócia), Adolf Shviedchikov(Rússia), Petro Dudi, poeta albanês, Begzad Baliu estudioso, albanologista (Kosovo), Leta Kucohera -poeta (Grécia) dentre outros, que conhecem minha atividade literaria definiram-me: “Para entender Kristaq F. Shabani você tem que deixar a Terra”, “Poeta que pertence a uma nova gama de literatos do futuro”;”Kristaq F. Shabani, sua poesia e prosa constituem em simultâneo, uma individualidade importante e proeminente e um caso especial na literatura albanesa atual”; “Kristaq F. Shabani é um poeta da literatura intelectual e humana”, todo o seu mundo é poético e cercado por uma luz poderosa, A poesia de Kristaq F. Shabani” é um poema de grande beleza, uma linguagem de puro albanês”; Kristaq F. Shabani não escreve, mas “grava”.
“O pensamento profético e imortal de Kristaq F. Shabani viaja através de suas obras em um mundo com novos contornos”.
Minhas obras “Pulso de dor” (terapia da luz), “Sede nos céus”, Vilas amarelas “,” Palavra fatal’, “Virtude humilhada” traduzido pela prof.ª Magna.” Profeta livre “Esboços e histórias”, “A alegria do outono “, “Virtude Mentirosa”, a Antologia de poesia-prosa-ensaios pessoais, “Eol, vamos lá…”, “Venho ao redor de Pomoma*”, ” A Humanidade e os Nove ” neorromance, “Vilas das formações ” neorromance, “Magia da luz” neorromance, “Sou um bilhete no pentagrama”, “Asfixia das ruínas”, “A vida como cópia”, “Sensualidade pendurada em um gancho” e muitos outros formaram minha identidade literária e, em 2013, com o lançamento do meu neorromance “O Grande Jogo da Morte, a presidente da IWA(Associação Internacional de Escritores) Ohio (EUA) Terezinka Pereira, brasileira naturalizada americana me parabenizou, por meu romance, reconhecido no mundo literário em nome de muitos membros respeitáveis, denominando-me como um dos maiores escritores do século.
Os críticos realizaram vários estudos analíticos sobre minha atividade literária, e a minha contribuição na Liga Internacional de Poetas, Escritores e Artistas “PEGASI” Albânia e, na Academia ALTERNATIVA PEGASIANE. Organizações literárias, contemporânea, criada em 1996, com membros em 130 países, e constataram a relevância e as contribuições de minhas atividades a nível mundial.
Em 2017, a IWA-Ohio-USA, me propôs como seu potencial candidato ao Prêmio “Nobel” pela Paz, apresentando propostas inovadoras para um modelo de vida precisa. Durante esse ano, muitas atividades com diferentes potenciais foram desenvolvidas, assim como meus livros foram enviados para a comissão do ‘Nobel’ na Suécia e na Noruega e, também para várias bibliotecas de vários países do mundo.
Foi uma competição digna com muitas personalidades mundiais. Esse sucesso e a indicação, para a competição mundial do ‘Nobel” ocorreu após o anúncio do título de “Homem do Ano 2011” da ABI (Instituto Biográfico Americano) e, de muitos prêmios e títulos de prestígio da Liga e, outras academias. Esta experiência foi uma competição com a Elite Mundial que acrescentou valores à minha experiência aprimorando ainda mais os meus objetivos.
*Nota: Pamona é a deusa da abundância e dos pomares…
,< https://pt.wikipedia.org/wiki/Pomona_(mitologia)>,acesado em 12/06/2022.
3-Como e quando se deu seu contato com o universo literário?
Desde o início de minha trajetória literária, desenvolvi minha plataforma individual de contato com o universo literário, mesmo com um objetivo competitivo exclusivo.
Minha ‘práxis’ tem sido não só a competição individual, mas a troca universal de valores e hoje a conquista é grande: temos colaboração e contato com criadores de Literatura e arte de 130 países, cooperação mútua com a IWA (Associação Internacional de Escritores (Ohio), EUA, Xasteron, Grécia, Poetas del, Mundo Chile, UPLI EUA, academia de escritores e literatura ítalo-australiana(ALIAS) Xasteron, Grécia, Poetas del Mundo Chile, UPLI USA, “Café das Ideias”-Salamina-Grécia; Liga dos Escritores da Grécia; Liga dos escritores do Kosovo; O Convívio-Itália; Os Poetas de Amite-Romênia; Centro Internacional de Poesia e Pesquisa-China; Centro de Poesia Internacional de Calcutá-Índia; Revista “Pomezia – Noticias” –Itália; Agência Meridional de Publicação Literária-Itália. Com participação em mais de 200 associações, de escritores, academias, revistas em muitos países, como: Mongólia, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Brasil, EUA, Malta, Chipre, Suíça, Alemanha, Turquia, Rússia, outra Coreia.
Essa conexão, embora em um tempo relativamente curto, foi percebida pelos escritores, que nos parabenizaram e, com isso, entramos no universo literário mundial e artístico, cheio de dignidades, com publicações de numerosas antologias de nossa liga “Open Lane” 1,2,3, 4, 5, com base num critério moderno, são identificados poetas e escritores de todo o espaço de “PEGASI” ALBÂNIA. Também, participamos da coluna “DIÁRIO DE ANJOS CRIATIVOS”, “PROSA-POÉTICA UNIVERSAL”, “POÉTICA EM DISCUSSÃO”, “CRIANÇA DE PENSAMENTO CRIATIVO”, “ALTAR PEGASI” e, outros que estimulam a iluminação criativa e o reconhecimento mundial. Esta é uma atividade, de pesquisas, estudos, comparações e apresentações, atual de alto nível dos escritores no mundo.
Evidenciando mais de 3000 poetas, escritores, artistas de 130 países. Estas Antologias não são apenas em albanês, mas em muitas línguas, com à língua inglesa e, também outras línguas. Estas atividades evidenciadas acima, fortaleceram nosso reconhecimento laboral. Assim como, publicações em muitas revistas literárias, concursos e participações em atividades mútuas como: simpósios, conferências, congressos literários, festivais de poesia, manifestações mundiais, publicações em nossas revistas “POLEART”, “PEGASI”, dentre outras no contexto mundial e na WEB, contribuindo para a elevação da diversidade, social, cultura e linguística iluminando o universo literário. Nossas publicações, em vários países ao redor do globo, aumentaram o brilho do Universo das letras. Isso, sem dúvida, inclui meu trabalho como “arquiteto literário”, não apenas para minhas publicações, mas para todos os membros de nossa Liga e da Academia Altenativa Pegasiane- Albânia.
No entanto, destacamos a parceria com a ACADEMIA ALTERNATIVA PEGASIANE BRASIL, onde o trampolim é erguido no alto, com admiração e respeito, onde você Professora Magna Aspásia desempenha um importantíssimo papel, com a realização das inúmeras atividades didáticas, pedagógicas e literárias, especialmente, com a organização e publicação em português da Antologia Internacional “Pegasi” em prosa e verso –Open Lane 5, com vários autores brasileiros e albaneses gregos, italianos dentre outros e, seus motes da poesia universal contemporânea.
4- Quantos livros você escreveu e, em quais idiomas eles foram traduzidos?
K.SH. Tenho um grande número de publicações, aproximadamente 200 obras em diferentes gêneros que compõem meu currículo: poesias, prosas, poemas, romances, esboços, paradoxos do caminho, parábolas, epigramas, texto jornalísticos, ensaios, livros didáticos, pensamento teórico e crítico da literatura, artigos científicos, dentre outros. Além, de várias publicações traduzidas em vários idiomas. Dei especial importância para o reconhecimento do universo literário, para as publicação em duas, três, quatro e mais línguas. Uma de minhas publicações recentes é o livro com mais 500 páginas: O Renascimento da Existência (Wiederbelebung der Ekzistenz) publicado na Suíça e no Kosovo. Estamos trabalhando para publicar cerca de 50 livros em diferentes gêneros sob nossa editoração. Tenho uma intensa atividade editorial literária em vários países, especialmente na Albânia, Kosovo, Macedônia, Itália, EUA e outros.
5-Sabemos que você teve uma brilhante ideia de construir uma Academia de Letras. Conte-nos como esse processo aconteceu?
A ideia de organizar e instalar a Academia Alternativa Pegasiane Albânia se deu da necessidade do fomento as letras, ciências e artes, no tocante a união da universalização da literatura albanesa e mundial. Nossa Academia foi criada em 1998 e, tem em seu estatuto o referendamento da ética, da moral o respeito pela diversidade cultural, social e linguística, visto que, temos membros mater e, de vários outros países, enriquecendo nosso labor.
A Associação Internacional de POETAS, ESCRITORES E ARTISTAS “PEGASI” ALBÂNIA é, uma instituição independente sem fins lucrativos e não governamental. Criada com base no desejo individual de seus membros fundadores pertencentes à todas as áreas do conhecimento, interligando as atividades inovadoras e apoiando trabalhos, individuais e comunitários em literatura, cultura, arte e ciências que contribuem para construção do pensamento intelectual progressista contemporâneo na inspiração no mundo espiritual das pessoas inventivas. Assim, como, incentivar e impulsionar jovens talentosos e também, na troca universal de valores com as academias albanesas e do exterior, bem como, competir com os valores laborais arrojados no mundo.
O objetivo da Academia é iluminar e conhecer perfis de criadores de todo o mundo, por isso, neste contexto, as academias deste espectro foram organizadas, dando impulso a ideias inovadoras concretizadas elevando a um grau superior de atividades de qualidade. Os membros da nossa Academia são grandes personalidades com títulos científicos, professores, pesquisadores, escritores, poetas e artistas proeminentes de vários países que contribuem ricamente para nossas atividades. Quero enfatizar apenas um fato obstinado: se temos a objeção de organizar uma atividade científica, temos muito trabalho científico e os colaboradores são numerosos e competitivos.
Tudo isso é demonstrado pelas diversidades de nossas atividades científicas, linguísticas, culturais, históricas, ensaísticas, educacionais, dentre outras. O próprio número de atividades realizadas até hoje, mais de 10.000, de diversas formas, confirma o que descrevemos. Hoje a qualidade foi elevada e a ideia básica foi implementada exitosamente.
6- Qual foi seu trabalho que marcou o início de sua vida como escritor?
K SH– Mencionei um pouco acima. Meu volume poético “Respiração Humana”. Em resumo: foi considerado um livro especial, derivado da espontaneidade, com um modo simbolista de meditação, inovação de novo autor como bastante promissor, depois que o substrato deste livro teve altos ativos temáticos, alcance filosófico impressionante, reflexão com genuinidade anteriormente inseparável.
7- O que o inspira a escrever?
Escrever é um conjunto de estímulos da capacidade intelectual e do talento individual, conjuminados com a realidade e ficção para uma produção literária de qualidade.
Minha experiência mostrou-me que o escritor deve ter conhecimento educacional e cultural e de mundo, ser um processador de pensamento inventivo, explorar os dados obtidos, ter imaginação, lutar pela perfeição de sua memória, ser intérprete da realidade e da fantasia e perfilar os tipos em ambos os contextos: em primeiro lugar está a linguagem figurativa e, sua riqueza cromática bem como, a atividade de ligação com a realidade humana no transbordamento das virtudes mais exigentes. Escrever, então, é um processo dinâmico, criativo e, de pesquisa exploratória que cria uma estrutura física e espiritualista arquitetando o substrato da criatividade peculiar de cada pessoa. É uma pintura de eventos, fenômenos e representação de cada indivíduo. Ou seja, observando o cotidiano, os fatos, imaginação sem esquecer a poesia existencial inerente em cada ser humano.
Do ponto de vista estético é contemplação, cognição racional, estimulação pela matéria, presença, processamento, fantasia, como a formação do “produto” material que leva à “gravidez literária” ou “gravidez” mental e, consequentemente, esse processo de criatividade passa por um processamento de formação total e, quando chega ao palco, “nasce” com o método criativo. Assim, se asseguram os nascimentos literários por meio do produto global e mental, que se transforma através da escrita em produção material.
O adiamento ou atraso do processo da escrita é, uma realidade com base na rentabilidade inventiva é, o verdadeiro “teatro” fantasioso onde se interpretam seres vivos em uma existência real. Contudo, é também, a intelectualidade progressiva interpretativa derivada, do processamento da inteligência delineando o futuro a serviço do ser humano.
A criatividade é um processo gigantesco, que deve ser percebido com muito cuidado e atenção. Os grandes corpóreos nascem do produto humano decorrente da destreza criativa, com tendência a aumentar o nível e o calibre da criatividade, estimulando o início do cinzelamento inteligente para obter uma expressão mais completa antes da avaliação do leitor.
Nesse contexto, cheguei até aqui e, o aperfeiçoamento desse processo traz sucesso na criação. Trazer trabalhos de forma espontânea, praticar e aperfeiçoar a escrita, sentir-se e insatisfeito com o feed, sempre influenciou no crescimento da minha qualidade literária. Nesse contexto, cheguei até aqui e, o aperfeiçoamento desse processo traz sucesso na criação. A oferta de trabalhos de forma espontânea assim como, a prática e o aperfeiçoamento da escrita, sentimento de autocrítica e, a insatisfação com o feed sempre influenciou a qualidade de minha escrita.
8- Na literatura, quais foram os escritores que melhor representaram, na língua escrita, a riqueza da língua falada albanesa?
K.SH. A literatura albanesa é uma literatura relativamente nova, escrita com o novo alfabeto. O Congresso da Língua albanesa decidiu por unanimidade sobre o Congresso do Alfabeto (22 de novembro de 1908), mas, isso não quer dizer não haver história, mas sua história foi “extinguida” por esforços de forças, direções com sede de extinguir a existência da antiga Nação. A literatura albanesa, é claro, tem um diagrama próprio, com criadores tendenciosos e representantes dignos.
Em relação à língua albanesa a Literatura, fruto do “bumerangue” desempenha um papel especial pela riqueza qualitativa, da literatura oral composta diversa e bela. Muitos esforços de pesquisa foram realizados para descobrir quando essa linguagem foi escrita. Muitos albanólogos locais e estrangeiros trabalharam nesta gigantesca busca e as descobertas são surpreendentes.
Um dos famosos estudiosos da língua albanesa é o Prof. Eqrem Çabej, que mostrou a antiguidade da língua albanesa. Mesmo antes do estabelecimento do alfabeto existente, é claro que muitas obras foram escritas, mesmo com alfabetos diferentes, principalmente o alfabeto latino.
A literatura albanesa teve muitos representantes, que escreveram em muitos gêneros, especialmente em poesia, prosa e outros gêneros. Podemos citar alguns deles que deram tom a essa literatura como: Naim Frashëri, poeta nacional, Andon Zako Çajupi, Gjergj Fishta, Ndre Mjeda, Jeronim de Rada, Migjeni, Fan Stilian Noli, Mihal Grameno, Mitrush Kuteli e outros.
Alguns são dignos representantes da literatura albanesa do Renascimento, onde suas obras visavam e apelavam para a libertação da longa ocupação otomana. A literatura albanesa recebeu desenvolvimento e direção no período dos anos 30 do século passado, mas, seu desenvolvimento se deu durante o domínio de meio século da poderosa existência do monoide, algo que não deve ser negado.
A literatura albanesa hoje está representada no mundo com a obra do escritor Ismail Kadare, publicada em muitos países ao redor do mundo e, proposto muitas vezes como potencial candidato ao Prêmio “Nobel” de Literatura. Entretanto, não devemos deixar de mencionar outros escritores e poetas desse período como: Esad Mekuli, Ernest Koliqi, Lasgush Poradeci, Martin Camaj, Dritëro Agolli, Fatos Arapi, Rexhep Qose, Azem Shkreli, Musine Kokalari, Jakov Xoxa, Petro Marko, Dhimitër S. Shuteriqi, Sterio Spasse, Vorea Ujko, Moikom Zeqo, Xhevahir Spahiu e outros.
No entanto, nas fases da vida, a literatura albanesa tem refletido vitalmente os esforços para o progresso, a luta contra as mentalidades retrogradas, o derramamento de sangue, a oposição à partilha de terras e outros.
Contudo, os principais acontecimentos literários refletem suas tendências realistas e a sua maneira peculiar de manifestar suas virtudes.
Seu crescente desenvolvimento competitivo suas qualidades raras, especialmente, após o início dos anos 90, um novo pensamento foi introduzido na literatura albanesa e, os escritores têm total liberdade na manifestação dos fenômenos da vida, o que a torna mais genuína.
Neste sentido, contribui também para construção de uma nova mentalidade inovadora, alicerçada pela “PEGASI” ALBÂNIA. Este é um tema amplo, mas o respondido é suficiente para esta pergunta.
9-Conte-nos sobre seu livro “Mendari” e, o voo da águia solitária com toda sua energia cósmica que repercute no mundo vivências do presente ao infinito?
A Albânia, como país, tem como símbolo a águia de duas cabeças. Ter tal símbolo é justificável e justificado pela configuração do terreno e pelos contornos físicos de seus habitantes. As características típicas desta ave são conhecidas. Não é em vão que os albaneses têm esse símbolo em sua vida, pois, são corajosos como as águias, ávidos de liberdade e justiça, são pessoas de espaços livres. As águias têm uma habilidade especial de campo visual e outras qualidades. O albanês caracteriza a si mesmo com a águia. Se você olhar atentamente para o seu comportamento, suas danças você os encontrará voando e agitando as asas como a águia.
No meu livro “Mendari” neorromance, idealizei cenas consideradas admiráveis, excitantes fantasias da Águia durante o nascimento de crianças albanesas em todas as terras e o tamanho da existência desta ave símbolo, que, figurativamente, pega o recém-nascido nos braços e “caminha” no espaço das Terras.
Nesse romance histórico-épico, epítetos, metáforas e outras figuras estilísticas povoaram minha mente, com presença lírica simbólica, sendo seu protagonista uma águia voadora no grande planeta mental humano. Que também está presente na bandeira — símbolo da Albânia estão às duas águias orgulhosas colocadas sobre um fundo vermelho, que mostra, simbolicamente, o sangue derramado pela Nação durante os tempos de suas Terras situadas na Península Ilíria, habitada antigamente pelos Ilírios, ancestrais dos albaneses.
10- A ideia de uma primazia ética da literatura incorre, em modelos hegemônicos de civilizações quando paradigmas universais são justapostos, em abonações sinalados pelas alusões aos padrões culturais, sociais e estéticos. Qual sua visão para formar uma literatura universal contemporânea e globalizada?
10- Responder a esta pergunta, claro, leva tempo. Tenho em mente um ditado de Blaise Pascal, que afirma: “Quanto mais inteligente você for, mais pessoas originais você encontrará na vida. O homem comum não vê nenhuma diferença entre as pessoas…”. Mencionei essa frase parabólica para ilustrar minha visão de contribuição para a ideia da formação de uma literatura universal contemporânea e globalizada. Os criadores do Mundo de hoje são representantes do progresso, e são sempre zelosos “confrontadores” do sistema; estão em oposição e em “duelo” mental com os governos.
Em segundo lugar, os criadores de cada país trazem para a literatura universal, a primazia ética da singularidade de seus países, a psicologia, a mentalidade de sua perspectiva ótica e, buscam os representantes mais típicos para representá-lo.
Terceiro, buscam declarar a emancipação social por meio do substrato de suas obras. Além disso, com sua visão, contribuem priorizando a elaboração dos estudos analíticos, inclusive, por métodos comparativos, descobrem naturalmente a semelhança entre literaturas, culturas e tendem a se aproximar. Deve-se notar que os criadores são as pessoas mais inteligentes, que distinguem o bom, o razoável, o avançado, o progressivo, o mal regressivo e até apelam para a aplicação da positividade. Isso decorre do fato de que os criadores são sempre espertos e nunca aceitam o sonambulismo passivo, sempre despertam energia positiva e reflexiva.
Quarto, com sua visão revelam o segredo para incluir o admirável “colhido” em suas obras. Os criadores, com sua habilidade, abrem o olho da “cegueira” e promovem suas premissas. Tal atitude une os criadores mundiais através da Literatura.
A literatura é o passaporte, onde você pode ir livre e convincentemente para qualquer país.
Essa liberdade e persuasão forma o universo literário sem hegemonia, mas sim, com a existência de uma civilização universal moderna, quando coopera dinamicamente para todos os países, tendo uma primazia ética do palco… estabelecida com convicção, evidentemente subjetiva, mas em bases sólidas de realizações.
Isso elimina alusões, cria padrões literários, culturais, sociais, morais, estéticos de esperança pacífica. Este é o nosso princípio nesta conexão harmonizadora de “proximidade” positiva, no Universo Literário Mundial, por isso hoje migramos para 130 países.
11- Prof. Kristaq F. Shabani você é uma referência viva na literatura albanesa. Que especificidades a literatura albanesa se destaca no contexto do mundo contemporâneo?
A literatura genuína tem uma habilidade especial que se destaca e não aceita dependência, ganância, não aceita instrução e intervenção. O antigo sistema monoide desqualificou esta literatura. Hoje, nada pode ser pensado em gaiola, mordaça, algema. Mesmo na literatura albanesa, a presença de um grupo é existencial, que defende seus “contornos”, “suas posições” e com métodos antigos, busca zerar, sentir, mas mesmo aqui ocorre uma forte guerra silenciosa entre a atual Nuvem e a antiga, entre o Bem e o Mal. A oposição está sempre presente, existindo e essa luta da dualidade está relacionada à existência da formação e vivência do próprio ser.
A criação de Associações Literárias, Academias ou Associações criou uma barreira ao antigo grupo existencial.
A Liga Internacional de Poetas, Escritores e Artistas “Pegasi” Albânia e a Academia Alternativa Pegasiane- Albânia, são organizações literárias internacionais modernas, já perfiladas, representadas na arena internacional, há cerca de três décadas com pensamento avançado.
Resultando, no reconhecimento de suas extremas ações, mostrado em organizações de atividades de classes mundiais tais como: simpósios, conferências, manifestações e congressos literários realizados, com a presença inovadora de nossa literatura albanesa podemos citar: desde os tempos remotos que nosso povo vem do orgulho, da oposição aos invasores, da luta pela libertação dos invasores, que buscaram sempre a fragmentação desta antiga nação para apagá-la do mapa da Europa, pois representa uma das nações mais antigas da Terra.
Hoje temos nossas visões inovadoras de mudar a concepção de alguns gêneros evitando a construção clássica da composição do gênero romance, expandindo-o e construindo-o diferentemente, fora dos métodos clássicos e com a mentalidade do tempo em evolução. O mesmo conceito vale para a poética. É preciso lutar por uma poética filosófica impregnada de muitos símbolos e com nova anatomia, para perceber a diversidade e “saturar” o apetite dos leitores exigentes. Nesse contexto, temos exemplos que falam abertamente dessa bela complexidade, que responde à mentalidade existencial e à perfeição da concepção do novo. Nesse cenário, suponho que a Literatura Mundial dará mais passos.
12–A obra Dom Quixote do escritor espanhol Miguel de Cervantes Saavedra, da década de 1600 com reflexões sobre humanismo, valores, utopismo e a condição de andante, significou a literatura universal e o mundo hispânico através das traduções para vários idiomas. Nesse contexto, sua obra Virtude Humilhada (1988) traduzida para o idioma português brasileiro e espanhol, contribui para as interfaces culturais, sociais e linguísticas, nos dias atuais, inclusive para o campo das relações internacionais? Qual sua opinião sobre esse fato?
K.SH. Responderei a esta pergunta com uma análise concreta de um poeta indiano internacionalmente conhecido, Kuldeep Kumar Srivastava que faz um comparativo entre mim e alguns autores e filósofo.
“Para todo poeta, é sempre a manhã no mundo, e a História, uma noite de insônia esquecida; a História e a reverência elementar são sempre o nosso começo, porque o destino da poesia é apaixonar-se pelo mundo, apesar da História. ” (Derek Walcott). * ganhador do Prêmio Nobel da Paz,1992.
Assim, a resposta a esta questão encontra-se na análise do conhecido poeta indiano Kuldeep Kumar Srivastava para volume poético “Virtude Humilhada” considerado pelo pensamento crítico mundial como raro e extraordinário. “A obra de Kristaq F. Shabani é um das mais realizadas e completa artisticamente que constatei no passado recente, com elementos de sentidos, de puritanismo que são sua marca e, há uma espécie de violência suavizada nas suas linhas (fragmentos).
Para Shabani, como para Nietzsche, a poesia é uma explosão que vai além das palavras, apesar da rebeldia, facilita sua expressiva expressão, justificada pelo seu intelecto.
Kristaq F. Shabani questiona, através de seus poemas, a racionalidade dos pensamentos para os quais eles são o sujeito (sujeitos) de seu jogo imaginativo, a divisão confusa dos sentimentos emocionais. Ele questiona a regra, o regime autocrático contra o qual os seres humanos são enganados. Aproximando-se muito de AUDENI, que escreveu que, ‘quando ele ria, os respeitados senadores caíam na gargalhada e, quando ele chorava, as criancinhas morriam nas ruas.
O fenômeno mais reflexivo é que ele não é um poeta auto-fixado, mas ele mesmo e diz tecendo, prazer, iluminando o mundo, juntos por dentro e por fora, com todos os seus raios iluminantes. Construído a partir de detalhes, seus poemas são profundos e intensos, que apresentam, ou colocam questões psicológicas e escatológicas, Kristaq é intelectual, erudito, conhecedor, agradável e sonhador.
Em seus poemas é fácil discernir pensamentos, acompanhados de imagens para avaliar seu recurso à mitologia grega. Surpreender-se com a originalidade, a abundância do substrato dos poemas e, sobretudo, constatar as pérolas de suas realizações literárias. Localiza o eu na retaguarda da história e da cultura, e retrata seus sentimentos, com a solidão de um observador.
Conhecemos realmente um povo quando mergulhamos em sua identidade cultural, em sua literatura, cinema, música e artes plásticas. Realçando a linguagem poética e universal, que vence barreiras linguísticas, oportuniza conhecimento social, cultural, laboral e linguísticos. Os acordos internacionais criam compromissos jurídicos e a cooperação mútua entre países, fortalecendo os laços comerciais, turísticos, educacionais e literários”.
13-–Deixe uma mensagem para os leitores da Revista The Bard.
K.SH. Revistas como a The Bard( O Bardo) são de grande importância literária, cultural, artística e existencial; abre horizontes, desdobra valores nacionais e mundiais e preenche lacunas, publica experiências e aumenta a inteligência.
Sem dúvida, eu também sinto esse estado e essa fornalha de emoções que aparecem nesta revista. Desejo sucesso do país das Águias a esta prestigiosa revista e vamos olhar-lhe nos mais altos palcos do jornalismo mundial.
Termino esta entrevista com uma frase do meu poema para cumprimentar os leitores:
“EU SOU UM FOGO ILIRIANO”
Sou fogo, / que libera energia curativa, / Sou fogo ardente, / de mentalidades, tabus, / destruindo artimanhas de magnatas trituradores… / cenas anti-humano, /. Sou fogo, / em forma de sentimentos nas colinas, /. Relevos de pensamentos futuros. / Escrevo com garbo as 36 letras resplendorosas a imortalidade da terra… / Com letras flamejantes da Ilíria.
K.SH. K.SH. Agradeço imensamente, também, sua contribuição profª. Magna para a conexão harmoniosa da parceria literária, ciências e arte, pois essa conexão se desenvolve com um “código” literário pegasiano lindo e muito eficaz!
Gjirokastra,junho de 2022
Muito obrigado pela sua participação!
Gratidão!
Curriculum Vitae
Kristaq.F.Shabani, albanês, professor, escritor, poeta, jornalista, militar aposentado, pesquisador Dr. Honoris Causa em Literatura (Dra. h. c.), candidato ao Prêmio Nobel da Paz em (2017), pela Associação Internacional de Escritores e Artistas (IWA), pelo estado de Ohio- USA. Graduado em Letras pela Universidade de Shkodra Albânia; em História/Geografia, Filosofia Moderna. Fundador e presidente da Akademia Alternative Pegasiane Albânia, da IAWPA “PEGASI” ALBÂNIA, uma associação moderadora com membros de 130 países. Vencedor de muitos prêmios internacionais. Fundador da Associação Internacional de Escritores, Artistas e Poetas (IAWPA)“PEGASI” KOSOVO. Editor, revisor, tradutor de centenas de livros de poesias, romances, artigos, ensaios dentre outros; idealizador e implementador de muitos movimentos literários. Autor de mais de 200 obras traduzidas para várias línguas, organizador de Antologias em vários idiomas, sendo, essa o 5º volume em língua portuguesa-Brasil). Editor de vários livros, revistas, jornais e periódicos, assim como, as revistas literárias“Pegasi”, POLEARTE e a revista “PEGASI, BELEZA E SAÚDE EM FOCO”, dentre outras.
Entrevista, publicada na Revista The Bard, edição de Jul/Ago 2022.
https://revistathebard.com/nau-literaria-entrevista-com-kristaq-f-shabani/