A leitura e a formação de professores leitores

Fidel Fernando:

‘A leitura e a formação de professores leitores’

Fidel Fernando
Fidel Fernando
A leitura e a formação de professores leitores
Imagem gerada por IA do Bing – 12 de novembro de 2024
às 8:03 AM

Em nossas salas de aula, a frase “É importante ler” ecoa, muitas vezes, como um mantra repetido por professores que se tornam, para seus alunos, meros transmissores de conhecimento. Contudo, se olharmos mais de perto, perceberemos que muitos desses educadores não são, de facto, leitores ávidos. Se os questionarmos sobre suas leituras, haverá, com certeza, uma hesitação, um titubear, como se os livros tivessem se tornado sombras de um passado distante. É um paradoxo inquietante: como podem exigir que seus alunos se tornem leitores se eles mesmos não se dedicam a essa prática?

A educação, em sua essência, é um reflexo do que vivemos e do que praticamos. Professores são, ao lado das famílias, os principais modelos que as crianças têm. Se esses exemplos não se dedicam à leitura, como podem esperar que as crianças desenvolvam esse hábito? A leitura é uma ferramenta fundamental para o conhecimento em diversas áreas. Como bem observa Gabriela Velasquez, Coordenadora do Programa AaZ,  “começamos por aprender a ler para depois ler para aprender”. É nesse ciclo que a educação se fortalece, mas, para que isso aconteça, é imprescindível que os educadores sejam leitores.

Solimar Silva, autora do livro “50 atitudes do professor de sucesso”, destaca que o professor leitor é aquele que se reinventa constantemente, que busca novas referências e que, ao partilhar suas leituras, instiga a curiosidade e o amor pelo conhecimento em seus alunos. A falta de leitura entre os educadores cria um vazio que se reflecte na formação das futuras gerações. O que se observa em muitos subsistemas de ensino é uma rotina que pouco estimula o hábito da leitura, e isso tem de ser repensado. Diversos autores enfatizam essa necessidade. Paulo Freire, por exemplo, sempre defendeu que a leitura do mundo precede a leitura da palavra. Isso significa que, para formar cidadãos críticos e conscientes, é necessário que os educadores sejam os primeiros a se engajar nesse processo. A leitura não deve ser um mero adorno nas aulas, mas, sim, uma prática constante e apaixonante.

Assim, é urgente que se crie um ambiente onde os professores possam se tornar leitores. Que as instituições de ensino promovam formações continuadas, clubes de leitura e debates sobre obras que os inspirem. E mais importante, que os educadores reconheçam que são, e devem ser, referências para seus alunos. Ao se tornarem leitores, eles abrem um mundo de possibilidades não apenas para si, mas também para suas turmas.

A transformação da educação passa pela leitura. E essa mudança começa dentro da sala de aula, com professores que leem e, assim, inspiram seus alunos a fazer o mesmo. O futuro da leitura nas nossas escolas depende, em grande parte, da capacidade dos educadores de se tornarem não apenas transmissores de conhecimento, mas também verdadeiros apaixonados pela literatura. Que possamos cultivar uma geração de leitores, começando pelo exemplo daqueles que têm a missão de ensinar.

Fidel Fernando

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Ler liberta (faz pensar!)

Elaine dos Santos: Artigo ‘Ler liberta (faz pensar!)’

Elaine dos Santos
Elaine dos Santos

Traço reflexões sobre amor, fidelidade, infidelidade, felicidade e perenidade amorosa, tomo, como mote, alguns textos literários e parto do pressuposto que a leitura pode nos desenraizar de conceitos conservadores, que partem de um a priori que não pertencem ao nosso tempo, à sociedade que vivemos.

Atenho-me, claro, à minha área de formação – Letras – para refletir sobre um tema que, quase sempre, volta à tona nas discussões sociais e que emergiu entre amigos por conta do aniversário de Vinícius de Moraes

No conhecido ‘Soneto de Fidelidade’ , há dois versos repetidos à exaustão por quem gosta de poesia, refiro-me a ‘Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure’.

O poeta (ou seu eu lírico) parte de um pressuposto que a nossa sociedade tem dificuldade para enfrentar desde que o Romantismo inventou o célebre final em seus romances ‘Casaram-se e foram felizes para sempre’. Então, nem sempre o amor permanece?

De imediato, questionamo-nos sobre os pares fidelidade x infidelidade; amor finito, amor infinito.

Arnold Hauser , em seu livro História Social da Arte da Cultura , recompõe os passos da sociedade humana, lembra que, em determinado momento, as sociedades foram matriarcais, porque se acreditava que a gravidez fosse uma conjunção entre a mulher e os deuses. Não era. Haveria ali um primeiro indicativo que o adultério era possível? Eu posso “dourar” a ideia: haveria ali um primeiro indicativo que a traição amorosa era possível?

Em Medeia , tragédia grega escrita por Eurípedes , temos a história de Medeia e Jasão, ele, depois de terem tido filhos, repudia a mulher e decide casar-se com Glauce, filha de Creonte, rei de Corinto. O plano de Jasão não nos é estranho: seria o marido de Glauce e manteria Medeia como amante. Medeia rebela-se, envenena as vestes de Glauce, mata os filhos que tinha com Jasão, com vistas a provocar-lhe dor, sofrimento.

O Realismo francês brinda-nos com um caso de infidelidade que se tornou famoso: Emma Bovary. Trata-se da mulher que trai, que sente necessidade quase orgânica de ser infiel ao marido, que tudo faz para administrar os dissabores que a situação provoca. Madame Bovary, de Gustave Flaubert , fez suas descendentes na literatura ocidental.

A portuguesa Luisa, de O primo Basílio , de Eça de Queirós , é outro caso de infidelidade matrimonial. Caracterizada como uma clássica heroína romântica, frívola e tola, ela entrega-se ao primo, recém-chegado do Brasil, enquanto o marido, Jorge, estava fora da cidade. O caso amoroso é descoberto pela serviçal, Juliana, que a chantageia. Na conservadora sociedade portuguesa, o crime de Luísa – o adultério – é punido com a sua morte.

O amor geraria, assim, o compromisso da união oficial diante da sociedade, mas não representaria uma efetiva “união de almas” que se (re) encontram e são felizes para sempre? Vinícius – o eu lírico – parece crer que o amor pode ser finito. Pelo sim, pelo não, costumava dizer aos meus alunos: “Nem tanto ao céu, nem tanto a terra”. Emoção e racionalidade andam lado a lado, convém saber mediá-las.

Não podemos garantir que “devorar” livros, sem reflexão, possa gerar mudança de comportamento, alterações na compreensão que temos da sociedade e das relações humanas, mas nos fará menos dogmáticos, admitindo que, como humanos que somos, tudo é imperfeito.

Elaine dos Santos

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Marcus Krause lança projeto de incentivo à leitura em clínicas hospitalares

O objetivo do projeto é incentivar e fomentar a leitura nas recepções de clínicas e hospitais da rede privada de Pedreiras

O escritor pedreirense Marcus Krause lançou no dia 20 de dezembro o projeto LEIA NA FILA, cujo objetivo é incentivar e fomentar a leitura nas recepções de clínicas e hospitais da rede privada de Pedreiras.

Enquanto o paciente aguarda por seu atendimento nas clínicas parceiras do projeto, ele pode se deliciar com a leitura de livros de autoria do idealizador do projeto. São livros de poesias, sobre educação, história e artigos de opinião. Marcus Krause já possui 5 livros publicados, com o 6º no prelo, que será lançado em janeiro de 2023.

A leitura tem sido um prática deixada de lado por muitas pessoas em razão da popularização do celular. Há algumas décadas era muito comum encontrarmos revistas e jornais nas recepções de clínicas e órgãos públicos, mas, com o tempo, isso foi se perdendo, e Marcus Krause pretende resgatar essa prática e incentivar o gosto pela leitura através deste projeto.

O projeto piloto  foi lançado no Centro Pediátrico Dra Helma Maciel, situado na rua Maneco Rego, e na Clínica Leão XIII, na avenida Rio Branco, onde os pacientes destas unidades médicas/hospitalares podem deleitar-se com os textos produzidos pelo escritor pedreirense Marcus Krause que, atualmente, é vice presidente da Academia Pedreiremse de Letras e membro das Academias AIAP, AILB e ACILBRAS.

 

 

 




Um retorno às origens para democratizar a leitura

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Autora baiana e nissei Lu Nagao direciona ‘Raízes’ a um público pouco familiarizado com livros e promove um encontro com as memórias de cada um

Neta de imigrantes japoneses, a escritora baiana Luciana Nagao procura preservar traços e influências positivas dessa mistura oriental e rural brasileira. Raízes – A Força da Minha Origem busca expressar os vínculos familiares e regionais a partir de uma narrativa direcionada especialmente àqueles com pouco acesso aos livros.

A linguagem simples vem apoiada de recursos que tornam a leitura ainda mais leve e prazerosa, como frases curtas e letras maiores. Antes da introdução, a autora anuncia que o leitor encontrará palavras que talvez não conheça. Por isso, elas estão destacadas em negrito com um asterisco, complementado com a devida explicação. Arrendado, pinguela, embornal e matutei são algumas palavras que compõem o dicionário.

O cunho regional de muitas expressões é explicado pela ambientação da obra, a Bahia, no final da década de 1970. É nela que o romance avança pelos anos ao narrar a história de um rapaz que viveu a infância e adolescência no meio rural sem poder ir para a escola. A perseverança do protagonista torna a trajetória um exemplo para quem, com amor e bons princípios, encara as mais duras lutas.

O que iluminava a casa de noite era a lamparina de querosene. A escuridão era normal, fazia parte da nossa rotina, pois meu pai só tinha comprado duas lamparinas. Quando íamos dormir ficava tudo escuro para não gastar querosene. Meus irmãos estavam acostumados, ninguém tinha medo do escuro. Nada de eletricidade, então nada de geladeira. Como vivíamos sem geladeira? (Raízes, p. 15)

Em páginas intercaladas ou entre capítulos, a autora propõe uma conversa com o leitor para que responda questões relacionadas ao enredo como um exercício prático de fixação e troca. Além da escrita, a interação também acontece por meio de desenhos e pinturas com o objetivo de promover reflexões sobre temas como o poder da mente, as escolhas e o que esperar da vida.

Escrito inicialmente para as pessoas que não tiveram oportunidade de estudar, sentem dificuldade para entender ou não gostam de ler, Raízes foi além. Cativa de crianças a idosos ao proporcionar empatia e respeito incondicional à história e aos limites de cada um. “O prazer de chegar ao fim e perceber que entendeu tudo – isso não tem preço para quem nunca leu um livro inteiro”, sintetiza a autora.

Ficha técnica
Título:  Raízes – A Força da Minha Origem
Editora: Capella Editorial
Autora: Lu Nagao
ISBN: 978-65-88443-06-04
Páginas: 132
Formato: 18×29 cm
Preço: R$35,00
Link de venda: Amazon

Sinopse: Uma história de superação e amor indicada para todos os públicos. Várias reflexões sobre temas importantes como gratidão, respeito, coragem, determinação, humildade, aproveitar as oportunidades, pensar positivo, valorizar a família (origem/raízes), tudo o que temos e as coisas simples da vida. Um livro que chama o leitor para participar e promove vivências e resgates capazes de proporcionar momentos de prazer e felicidade.

Sobre a autora: Baiana da cidade de Caravelas e nissei, Lu Nagao morou na zona rural até os seis anos e veio com a família – mãe e cinco irmãos – para São Paulo em 1980. É graduada em Fonoaudiologia pela PUC SP e terapeuta holística. Em 2020, realizou o sonho de escrever um livro e já trabalha em outras duas obras: um conto de fadas e um de contos contemporâneos. Os livros possuem uma característica em comum: são interativos. A autora acredita que fazer o leitor participar da história é uma forma de tornar a leitura mais envolvente, trabalhar a compreensão e incentivar as reflexões, os aprendizado e interesse pelos livros.

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Os benefícios da leitura na adolescência

Carla Tossato

Além de contribuir para a preparação de provas e vestibulares, o hábito estimula a criatividade e diminui o stress.

Confira dicas para incentivar a leitura em casa

A adolescência, conhecida como fase de descobertas e transformações, pode ser um período ideal para o incentivo à leitura. O hábito de ler pode contribuir para a compreensão de textos, aumento da criatividade e na diminuição do stress e da ansiedade. Diante da pandemia do coronavírus (Covid-19), algumas ações podem contribuir para o aumento da leitura neste período.

Uma pesquisa da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, comprovou que a leitura provoca no cérebro humano sensações como se o leitor tivesse realmente vivido o momento do livro. “Nessa fase em que o adolescente está descobrindo o mundo e formando suas opiniões, as leituras vêm como uma ferramenta importante de conhecimento, de compreensão das suas perspectivas, dos seus desejos e dos projetos de vida”, reforça Carla Tossato, Coordenadora Educacional da Área de Projetos da Rede Marista de Educação Básica.

Criatividade e imaginação

Os diversos gêneros literários podem ser fonte de compreensão do lúdico, de aumento da criatividade e até uma maior capacidade de interpretação de texto. “Os alunos que deixam a leitura entrar na sua rotina desenvolvem percepções e acessam memórias, repertórios, histórias e personagens que contribuem para a escrita em vestibulares, concursos e principalmente na vida”, reforça Carla

Neste sentido, a escola cumpre um papel essencial e pode ser uma fonte de incentivo desses hábitos. O Marista Escola Social Ir, Rui que atende gratuitamente crianças e adolescentes em Ribeirão Preto (SP), os alunos sempre foram cercados de atividades literárias, e para manter a frequência do estímulo durante a pandemia, a instituição utiliza as ferramentas online e as redes sociais para divulgar livros gratuitamente. “Como muitos alunos não têm acesso a internet banda larga, muitas atividades são enviadas e revisadas via redes sociais. Utilizamos esse canal também para recomendar livros que estão disponíveis no formato gratuito, para que eles possam ler em casa”, revela Neuzita Soares, diretora da Escola.

 A especialista Carla Tossato dá dicas para incentivar o hábito da leitura em casa

1) Comece devagar

Para estimular o hábito da leitura com os adolescentes, os pais e responsáveis podem conversar aos poucos sobre o tema, criar laços de conexão, relembrar algum livro importante que leu na sua adolescência e juventude, sem imposição, e muito diálogo.

2) Não use a leitura como castigo

Não associar a leitura a uma imposição ou castigo é fundamental para o adolescente perceber e entender a necessidade de ser um bom leitor, de conhecer e desbravar novas histórias.

3) Recomende livros de personagens já conhecidos

Muitos personagens fazem parte do imaginário, já foram vistos em séries, filmes ou em alguma peça teatral na escola. Apostar em  livros com esses personagens pode gerar maior interesse nos adolescentes.

4) Mostre versões online

A geração conectada tem facilidade pela leitura em celulares, apps e aplicativos digitais, por isso, mostre links como o Domínio Público, com livros gratuitos que podem ser baixados pelos adolescentes.

5) Converse sobre os livros

O diálogo promove a interpretação e o entendimento da história. “Ao contar, o adolescente retoma os acontecimentos e fortalece ainda mais a imaginação e os vínculos com a história”, revela Carla.

Marista Escolas Sociais

Marista Escolas Sociais atende gratuitamente 7700 crianças, adolescentes e jovens por meio de 20 Escolas Sociais, localizadas em cidades de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Os alunos atendidos nas Escolas Sociais têm acesso a uma educação de qualidade e gratuita que vai desde a educação infantil até o ensino médio, além de projetos educacionais e pedagógicos que acontecem no período contrário às aulas. https://maristaescolassociais.org.br/

 

   Nathalie Santini Maia(+55 41) 9 9139 8916
nathalie@pg1com.com

 

 

 

 




Cláudia Lundgren: 'O ato de ler'

Claudia Lundgren

O ato de ler

  Ler não é simplesmente “passar o olho” ou fazer um “apanhado geral”, como dizem os defensores da leitura dinâmica.

Quando engulo algo inteiro, na pressa de terminar minha refeição, não sinto o paladar. Ao mastigarmos e deglutimos rapidamente alguma coisa, por sua vez, deixamos de sentir um pouco da magia, do sabor daquele alimento. Algo mecânico, automático. Assim acontece com o ato de ler. Ele consiste em degustar, saborear o texto. É preciso mastigamos lentamente as letras, e compreendê-las no seu íntimo. Sentir o seu sabor. Cada doce, amargo ou ácido contido no enredo.

Ler, segundo o dicionário, é apreender o conteúdo do texto. Apreender, é assimilar algo. Como apreender aquilo que foi lido superficialmente? Se palavra por palavra não for delicadamente explorada?

Imagine ler resumidamente uma bula de remédio? O paciente precisa observar se é alérgico a alguns componentes da fórmula, a posologia, para que serve o medicamento, as contraindicações, afinal, médicos são humanos, e passíveis de erro. O mesmo acontece com os textos literários. Não dá para compreender as entrelinhas de uma poesia, o seu sentido, sua essência, numa célere leitura. Quem assim lê, perde a capacidade de interpretá-la precisamente. “O que o autor quis dizer com o texto?”. Como sabê-lo?

Ao lermos, entendemos o oculto, o invisível, intenções.

Ler é um ato de amor, de apego, mas há muitos que querem “se livrar” logo do texto. Mais vale ler dois livros com qualidade, do que prezar pela quantidade mal lida.

Imagine se o seu amado lhe escrever aquela longa e inspiradíssima carta de amor, e você simplesmente a ler “por alto”? Chega a ser uma falta de consideração…

Ao escrever um texto, o autor planeja cada palavra, cada minúcia, cada vírgula. Escolhe cada cor a ser usada. Sente no seu lugar preferido, e leia sem pressa. Chega a ser um crime ler correndo algo que foi construído com tanto sentimento, detalhes, conexões, interligações, linhas, botões e concordância.

 

Claudia Lundgren tiaclaudia05@gmail.com

 

 

 

 

 

 




Ler para crianças: benefícios além das questões cognitivas

11 passos para encantar crianças ao contar histórias

Aguçar a curiosidade, estimular a imaginação, desenvolver a linguagem, promover o crescimento saudável. O hábito de ler para as crianças promove benefícios que vão além das experiências cognitivas. As histórias também minimizam aspectos da solidão, despertam hormônios do prazer e do relaxamento, e estreitam a relação familiar.

Mas como criar um ambiente propício para a leitura e encantar as crianças por meio dos livros?

A escritora e mediadora de leitura, Cléo Busattotem as dicas!  Autora de 25 obras, entre as quais Como vender bem – a arte de se comunicar contando histórias, Cléo criou um roteiro, com o passo a passo para pais, avós e outros cuidadores se tornarem verdadeiros contadores de histórias e, assim, despertarem nas crianças o gosto e o hábito da leitura. Confira!

1. Crie um ambiente leitor (se é que você ainda não tem um!). Sabe como é uma casa-leitora? Ela tem livros espalhados pelos ambientes, têm revistas, gibis, enfim, suportes que carregam o texto.

2. Ok. Tablet, celulares, leitores de e-book, computadores também são suportes para o texto. Mas lembre-se, o livro é o único deles que não precisa de tomada para funcionar e não descarrega.  Dá até para levá-lo à cabana de lençóis e se divertir.

3.Para as tarefas escolares, a sugestão é criar uma rotina. Estabeleça um horário para elas, assim a criança vai saber que tem um compromisso com o estudo. Agora, ao se falar de leitura literária, relaxa, vale qualquer horário: ao acordar, no meio da manhã, como sobremesa depois do almoço, no meio da tarde, antes de dormir. O tempo da literatura é elástico e constante.

Até aqui preparamos o ambiente com dicas pragmáticas relacionadas ao espaço. Agora vamos à prática. Você vai soltar a sua contadora de histórias e encantar as crianças. Quer ver?

4. Antes de iniciar, esqueça sua profissão. Pense apenas no personagem que você busca – o contador de histórias e seu bornal de encantos! Visualize-se como este sujeito que detém o poder de lançar imagens no ar e provocar encantamentos sobre o ouvinte.

5. Leia muito. Se você não for um bom leitor, tampouco irá conseguir contar uma boa história, daquelas com ponto, vírgula, interrogação, exclamação, suspense, encantamento e convencimento. 

6. Escolha literatura de qualidade. Leia em voz alta. Ouça a sua leitura. Perceba o que deve e pode ser alterado, para que ela se torne mais fluida e envolvente. Lembre-se, a linguagem é um arranjo de sons, não de letras.

7. Leia para você e para o outro. Faça da leitura para a sua criança um ato de amor. Leia, nem que seja algumas páginas por dia.

8. Leia uma história com alma, daquelas que trazem valores humano. Eles sempre são atuais. Com isto, você colabora para que a criança amadureça emocionalmente. Leia livros que andam de mãos dadas com a fantasia. Ela nutre a criança e a prepara para se tornar um adulto mais íntegro e, consequentemente, feliz.

9. Descubra a hora certa para contar história. Perceba se há disponibilidade da criança em lhe ouvir. A comunicação só ocorre quando duas ou mais pessoas estão predispostas a ela. E se você for um bom contador de histórias, ela vai pedir mais.

10. A fala que convence tem suas especificidades, como o domínio do ritmo, a exatidão das intenções e a visualização interna das imagens apresentadas pelo texto.

11. A última dica, mas não a menos importante, é esta: conte o coração. Isto significa doar o que você tem de melhor. Compartilhe com a criança suas experiências de vida e seus afetos através do texto que você lê ou narra. Doe ao personagem a sua alegria, sua tristeza, sua coragem, seu temor, sua esperança. Humanize os personagens.

A leitura tem o poder de educar as crianças para a vida, e ensinar valores para torná-las mais empáticas, amorosas e solidárias.

 

Ficha Técnica:
Título: Como vender bem – a arte de se comunicar contando histórias
Autora: Cléo Busatto
Editora: Vozes
ISBN: 978-8532653628
Formato: 14 x 21 cm
Páginas: 80
Link de compra do livro: https://amzn.to/2UAXrra

Sobre a autora: Cléo Busatto é uma artista da palavra. Publicou seu primeiro livro Dorminhoco, em 2001. Tem 25 obras editadas, entre literatura para crianças e jovens, teóricos sobre narração oral, oralidade e mídias digitais, que venderam aproximadamente 300 mil exemplares. Eles fazem parte de programas de leitura e catálogos internacionais, como o da Feira do Livro Infantil de Bolonha – Itália. Em 2016, A fofa do terceiro andar foi finalista ao Prêmio Jabuti, na categoria juvenil.

Contou histórias para mais de 150 mil pessoas, no Brasil e exterior. Produziu e narrou histórias no meio digital, resultado de uma pesquisa que originou 5 mídias e 3 livros e foi tema da sua dissertação de mestrado na UFSC.

Formou em torno de 80 mil pessoas, em oficinas e palestras, com os temas literatura, leitura e oralidade. Mestre em Teoria Literária, pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Pesquisadora transdisciplinar formada pelo Centro de Educação Transdisciplinar – CETRANS | SP. Realizou centenas de ações educativas-culturais em Secretarias de Educação, de Cultura, unidades do SESC e outras instituições públicas e privadas, em mais de 150 municípios do Brasil e do exterior.

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