Tonhão, o Indiozinho Apinajé, de José Humberto Henriques

Magna Aspásia Fontenelle:

Crítica Literária

‘Tonhão, o Indiozinho Apinajé, de José Humberto Henriques’

Magna Aspásia Fontenelle
Magna Aspásia Fontenelle

Falar da obra de José Humberto Henriques é falar de um processo criativo inventivo de mensagens cristalizadas, tanto no individual como no coletivo, na desconstrução de visões unilaterais e na ampliação do processo perceptível dialético, que leva o leitor a compreender a pluralidade de vozes que compõem o universo do autor.

Magna Aspásia Fontenelle

*******

Crítica literária

 Tonhão, o Indiozinho Apinajé de José Humberto Henriques

Por Honrorico de Bulhões.

Tonhão, o Indiozinho Apinajé

Capa do livro ‘Tonhão, o Indiozinho Apinajé’

José Humberto Henriques conta na sua obra, que no tempo de suas pescarias, todas elas chamadas de homéricas, desde o lambari bonito até a pirarara bocuda, conheceu diversidade de pessoas e de lugares. É por isso que sua poesia abrange um mundo gigantesco de concepções e acentos. Esse requisito fez com que seus romances atingissem a ousadia de congregar todos os estados brasileiros, de maneira independente cada um, num só compêndio semelhado a uma enciclopédia de Literatura Comparada.

Esses detalhes fazem do autor um dos mais profícuos e alarmantes de toda s Literatura Universal. Pois o que ele dizia, conhecera diversidade de pessoas e lugares. Aprendeu a comer iguarias inusitadas e a sentir cheiros espetaculares. Nesse entretido de mundo, conheceu um indiozinho apinajé em beiradas do rio Surubim, no maravilhoso estado do Tocantins.

Era um indiozinho bem-humorado, segundo consta em suas observações. Devia ter uns sete ou oito anos de idade, tinha todas as características de seu povo. Era um índio puro. E muito bonito. O menino se afeiçoou ao pescador e aparecia todos os dias para buscar caramelos e contar histórias, rir delas e confabular alguma coisa pouca notória.

Da mesma maneira, como toda moeda tem seus dois lados, o poeta também se afeiçoou ao pequeno Tonhão. O nome já de si surgia engraçado. Uma pessoa tão miúda e graciosa com esse nome de estivador. Enquanto estava a pescar os seus piaus à sombra de um angico grande, sentado a uma pedra de bom banco, o poeta escutava as risadas e opiniões do índio. Para o apinajé não havia surpresa alguma em peixe ou pássaro, em animal qualquer. Ele estava inserido em seu mundo muito particular e somente lhe afetava e lhe mudava o comportamento quando os doces surgiam à luz dos olhos. Esse encontro, que poderia ser chamado casual, foi importante em vida do escritor, tanto eu ele dedicou um livro à figura do indiozinho, bem como alguns contos.

Foto cedida pelo autor
Foto cedida pelo autor

Esse é um compêndio de poesias com pretensões infantojuvenis, surpreendentes palavras, rimas coloridas, um misto de romance conto de fadas e poesia – em verdade -, José Humberto  Henriques introduz uma arte gratificante. Esse tipo de desafio, deve-se insistir nisso, representa uma alternativa para o pequeno leitor que já possui senso crítico, portanto, em torno da terceira infância e pré-adolescência, para discriminar entre aquilo que tem valor estético e aquilo que é simplesmente uma banalidade a ser considerada. Na verdade, a história do índio sugere um conceito de liberdade enorme e uma preocupação com o futuro das criaturas.

Tonhão é aquela figura que não escapa á fatalidade de ser impressionante e ao mesmo tempo cativante diante de quem se depara com ele e sabe que jamais estará diante de sua pessoinha risonha e determinada a fazer perguntas esquipáticas.

Sugere novidades aos leitores esse tipo de solução poética alegre e bem- humorada. Palavras ditas e sussurradas como brisa e lançadas aos ares. A figura do índio menino é uma dádiva para conhecimento e reconhecimento. Figurativo de dente-de-leão. É isso que se pressupõe de um livro como esse, feito para elaborar graças no leitor mirim.

Os desenhos são delicadíssimos. E, sem nada da pujança do desenhista que prima por detalhes que vão além do pitoresco. Aqui o desenho já nasce e se arvora em ser pitoresco. Tranças filigranadas e multicoloridas, uma para cada página. A escolha das tranças é muito simples, apenas mais uma maneira de brincar com as cores e fazer delas um trançado de imaginação fértil. A percepção do leitor – infantil ou juvenil – aguça-se de tal maneira que página a página surge um novo desafio. Forma inteligente de criar contrapontos

Foto cedida pelo autor
Foto cedida pelo autor

O livro parece quebrar a monotonia das obras infantojuvenis para despertar os pequenos para a diversidade e luz que há no canto poético bem elaborado. Um avanço para a inteligência, já que em dias modernos a influência da tecnologia mudou a vida dos pequenos leitores. Sendo assim, esse livro desafiaria também dos adultos, como na maravilhosa escrita de Manoel de Barros.

Esse indiozinho apinajé, conta Henriques, foi um menino que causou grande impacto em sua vida. Mesmo que não tenha causado os transtornos propostos em relações humanas quaisquer, o menino transportou a consciência do romancista e poeta para mundos muito além do vazio.

Biografia

JOSÉ HUMBERTO SILVA HENRIQUES, médico, pesquisador, escritor, romancista, poeta, novelista e contista, foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura (2023). Autor de 410 obras publicadas na Amazon-ebook, e livro físico. Nasceu em Brejo Bonito, município de Cruzeiro da Fortaleza, MG. Mudou-se para Uberaba em (1969).

Concluiu o ensino médio no Colégio Diocesano. Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, Uberaba-MG(UFTM,1981). Possui especialização em cardiologia pela Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto-SP (1983), e, em cardiologia infantil, pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia do Estado de São Paulo, (1984).

Mestre em clínica médica pela Universidade de São Paulo (USP,1994). Doutor em clínica médica pela Universidade de São Paulo (USP, 2002). Professor de Cardiologia na Faculdade Federal de Medicina do Triângulo Mineiro (UFTM)-Uberaba-MG.

Agraciado com vários prêmios nacionais internacionais: 1º Prêmio Nacional Vereda Literária(2002) – Uni-BH; 3º Concurso Blocos de Poesias – Rio de Janeiro (RJ); Prêmio Cora Coralina de Literatura, Goiânia (GO, 2002); Concurso Literário Nacional Taba Cultural(2001, Rio de Janeiro-RJ); Concurso Nacional de Contos Alberto Renart – 1o lugar – Serra da Ema – Fundação Cultural Cassiano Ricardo – São José dos Campos/SP, IV Prêmios Literários Cidade de Manaus(2011) – Prêmio Álvaro Maia – romance – 1º lugar – A Travessia das Araras Azuis, dentre muitos outros, recebeu aproximadamente 100 prêmios literários.

Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia; publicou artigos científicos em Revistas indexadas na área médica; REVISTA DA SOCIEDADE CARDIOLOGICA – ESTADO DE SAO PAULO, v. 4, p. 29, 1994.; REVISTA BRASILEIRA DE ECOCARDIOGRAFIA, v. 4, p. TO6, (1992). Membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ocupando a Cadeira nº 26, assumindo a vice-presidência da Casa em 12 de março de (2009). Em (2011) foi eleito presidente da ALTM.

Voltar: http://www.jornalrol.com.br

Facebook: https://facebook.com/JCulturalRol/




A Cultura do Riso

Honorico de Bulhões, autor da crítica da obra ‘A Cultura do Riso’, do escritor José Humberto Henriques

Magna Aspásia Fontenelle
Magna Aspásia Fontenelle

José Humberto Henriques, médico, escritor mineiro, natural de Brejo Bonito-MG, é um dos maiores escritores vivo e, sua criação literária contemporânea de qualidade é inquestionável, composta de 407 livros publicados.

José Humberto Henriques
José Humberto Henriques

Henriques, em sua trajetória literária permeia por inúmeros gêneros literários, ganha destaque por sua genialidade, desvelando um emaranhado de fios que formam o tecido da sua criatividade, o que levou ao grande salto para literatura mundial e a indicação ao ‘Prêmio Nobel de Literatura’ 2023.

A Cultura do Riso

Esse romance de estreia de J. Humberto Henriques traduz a concepção do que seria toda as obras posterior desse autor prolífico. Publicado originalmente com o nome de Geomorfosintaxe do Riso, causou estranheza nos meios de comunicação de massa no público em geral, exatamente pelo fato de parecer hermético e de leitura difícil em demasia.

Henriques dividia o romance em três partes desiguais, uma que tratava da banda Geo, outra da banda Morfo e outra da banda Sintaxe da existência. De um modo mais sucinto, a primeira parte seria rural, a segunda seria urbana e a terceira reincorpora a parte rural e a urbana, atinge um ápice de atitude e correção até que as duas partes sejam uma apenas. Tudo se reintegra. 

Nesse romance, todo ele construído com a falta de linearidade que contempla a prosa universal moderna, nada é temporal. J Humberto Henriques remexe com a estrutura do romance, desconstrói tudo com a força do grande criador. Isso poderia ser chamado, em dias de hoje, de romance gauche, como existiu no passado muitas obras com esse referendum. O salto que esse romance propõe dentro da literatura brasileira é gigantesco.

Aqui estão várias vertentes da literatura. Essa divisão que muitas vezes têm o denodo da articulação simplesmente escolástica, didática, que nesse romance obedece a um ritmo sem pragmatismo declarado. Entretanto, aqui está reunido o romance como um todo contemplando a poesia, conto, dramaturgia, ensaio, crônica e a novela.

Por essa razão, quando lido com a atenção que uma grande obra exige, pode ser lembrado o romance como obra genial. O impacto inicial da leitura tida como hermética vai se arrefecendo devagar, sempre à medida que se direciona a leitura para as suas tangencias mais importantes. Muitas vezes a releitura é necessária para a devida compreensão dos objetivos maiores do autor, exatamente o ensejo de promover a novidade dentro da prosa.

A condensação dentro do texto é máxima. Trata-se de uma verdadeira saga, porém, pouco percebida porque o livro enxuga a prosa, reverencia o valor da palavra, como se ainda a verificasse sob condições mallarmaicas. O personagem principal, um certo Nhico, que muitos veem como alter ego do autor, perambula por todo o romance, inicia a descrição e a termina de uma maneira escondida. Zanza de lado a lado até encontrar a alma gêmea.

O amor é o ponto alto e nevrálgico desse livro, a ponto de tudo ser cumulativo em sua direção. O encontro dessa mulher, uma certa Michelle, protótipo do bom gosto e da beleza, faz da personagem em sua faceta masculina um verdadeiro encontro de felicitações. O livro não se resume a isso. Seria muito simplório para um texto criado pela força de JH Henriques, um dos maiores romancistas vivos do mundo moderno.

Capa do livro ‘A cultura do Riso’, de
José Humberto Henrique

      No dizer de Duílio Gomes, o grande mineiro de Belo Horizonte, esta obra de Henriques é ímpar. Assim, comentou Duílio no prefácio da primeira edição desse romance.  “A linguagem, que lembra, às vezes Guimarães Rosa, mas é extremamente pessoal, revela  a maturidade  do autor e detona seu longo fôlego nesse mergulho fundo ao universo rural de ‘Geomorfosintaxe do Riso’.

O processo criativo nos remete ao melhor de Cortazar e Gabriel Garcia Márquez – é circular, complexo, morde a própria cauda e se estilhaça em várias opções de leitura. Os personagens, dezenas deles, passeiam no fio da navalha e trazem códigos pessoais que determinarão suas preferências e raízes socioeconômicas.

O autor é pendular entre a reflexão (com citações que irão mostrar sua cultura literária) e a narrativa, que pode estar tanto na primeira como na terceira pessoa. Essa narrativa, quando da primeira pessoa, alterna-se entre o masculino e o feminino. A arte de narrar, em José Humberto Henriques, é o seu grande trunfo.

Sua análise clara da alma e da mente dos personagens – assim como algumas terminologias do ramo – desnudam, diante do leitor, o médico profissional que ele é. Seu bisturi literário é preciso. Seu estilo, precioso.

Metáforas belíssimas estão semeadas ao longo do texto. A prosa é poética, de uma poesia sofisticada e lúdica. O autor se debruça sobre o lirismo para pescar, com rara habilidade, o insólito e o tragicômico.

“Geomorfosintaxe do Riso”, mapa aberto para muitas pistas e despistes do tesouro. Encontrá-lo é um desafio. E um prazer.”

Ps.: Publicação autorizada pelo autor.

Magna Aspásia Fontenelle

Contatos com a colunista

Voltar: http://www.jornalrol.com.br




Quincasblog, meus encontros

Magna Aspásia Fontenelle: Crítica literária ‘Quincasblog, meus encontros’

Magna Aspásia Fontenelle
Magna Aspásia Fontenelle

Quincasblog é um blog que foi transformado em livro, denominado ‘Quincasblog, meus encontros‘, escrito pelo Embaixador Dr. Lauro Moreira, com 416 páginas, publicado pela editora Art Point em 2019, cujo título faz menção ao escritor brasileiro Machado de Assis. 

Capa do livro 'Quincasblog'
Capa do livro ‘Quincasblog’

A compilação é constituída por registros de suas vivências e trajetórias profissionais, que foram documentados em seu Blog desde 2012. O conteúdo é caracterizado por uma abordagem narrativa poética, metafórica e histórica. 

A literatura, por meio de sua abordagem poética, sem considerar as  variações dialetais,  sotaques, nacionalidades, constitui-se um elo  essencial  para a  união dos povos através das Letras. Promover  o idioma de um país e divulgá-lo, insere-se na  formação humana permitindo seu pleno crescimento pessoal, laboral, cultural e social.

O criador trabalha com imagens, sons, dialetos, culturas, valores, religiosidade, políticas e ideologias em um espaço temporal semiótico através de concepções que sempre correspondem a uma verdade singular e acerta quando segue sua intuição genial e a deixa aflorar por meios de seus escritos.

Ao longo de sua história, o escritor se relacionou com figuras importantes da literatura brasileira, como Clarice Lispector e Manuel Bandeira, que foram seus padrinhos de casamento com a poetisa Marly de Oliveira, mãe de suas duas filhas, assim como, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade e Aurélio Buarque de Holanda, Antônio Houaiss, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto, dentre outros.

Dr. Lauro Moreira

[…] Eu tive o privilégio., embora não sendo poeta mas gostando  tanto de Poesia, de viver sempre muito próximo dela e de vários de seus cultores e criadores, alguns de altíssima linhagem como Cecília Meireles[…]. (p.57,parágrafo 3º,linha 1-4.)

[…]Conviver com homens é mais terrível do que com deuses. E ninguém conhece epopeia mais dolorosa que a de moldar dia a dia, clara e verdadeira, a fugitiva condição humana.

Na sua emocionada e emocionante Elegia obre a morte de Ghandi repetia as palavras desoladas ouvidas do próprio

 Mahatma, ”Les hommes sont des brutes, madame”…] (p.62,parágrafo 2º,linha 1-9.).

‘[…]Les hommes sont des brutes, madame”[…] 

O vento leva a tua vida toda, e a melhor parte da minha.

Sem bandeira.

Sem uniformes. 

Só alma, no meio de um mundo desmoronado.

Estão prosternadas as mulheres da Índia, 

Como trouxas de soluços.

Tua fogueira está ardendo. 

O Ganges  te levará para longe,

Punhado de cinzas que as águas beijarão intimamente,

Que o sol levantará das águas até as infinitas mãos de Deus.[..]

[…]Les hommes sont des brutes, madame[…].

(p.63, parágrafo 1º, línea1-11- Cecilia Meireles).

Nessa nuance, o timoneiro Lauro fundou o grupo musical ‘Solo Brasil‘, promovendo a música  brasileira no Brasil e exterior, como explicado em sua narração.

[…] Ao longo das apresentações de mais de cinquenta canções consagradas ,distribuídas em blocos cronológicos contextualizados por breves comentários de um narrador, o espetáculo traça um rico panorama da música  popular brasileira, de Chiquinha Gonzaga a nossos dias do chorinho ao samba, do frevo à bossa-nova, além de oferecer uma visão da música típica de várias regiões geográficas do país[…] (p.196, paragrafo 1, línea 6-17).

Machado de Assis
Foto do blog do autor Lauro.
https://quincasblog.wordpress.com/quem-sou/

Lauro faz alusão a Machado de Assis: […] Tive que preparar uma comunicação obre uma obra de meu patrono. Escolhi “Dom Casmurro”. Foi um choque para mim: senti-me diante de algo completamente novo. E apaixonei-me por Machado de Assis. Por seu estilo enxuto, avesso aos arroubos sintomáticos da escola romântica, por suas entrelinhas, seu humor fino, e até por seu desencanto filosófico, tão desconcertante para um jovem de quinze anos[…](p. 22,parágrafo 1,línea 5-9).

Machado de Assis,(1839-1908) é um dos maiores representantes da literatura brasileira. Instalou o  Realismo, iniciando com a obra ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, publicada em 1881. Machado deixou um conjunto vasto de obras. Foi contista, cronista, jornalista, poeta e teatrólogo, além do que é o fundador da cadeira n.º 23 da Academia Brasileira de Letras.

Lauro, nos conta:

[…] Um dia, após quase dois meses de espera fora chamado ao Gabinete do Senhor Ministro, fora recebido pelo Diretor IRB, que lhe informou, que mesmo o Senhor Ministro gostando do texto, Parecia ser muito profundo e portanto, não apropriado para uma cerimonia de amenidades como deve ser uma formatura. Aliás, se o senhor quiser poderá apresentá-lo como conferência aos alunos do Rio Branco[…].(p. 265, parágrafo 2, linea 23-26).

Naquele momento a  censura tolhia a voz dos estudantes…

O Diretor dissera a Lauro que era natural sua preocupação, mas, que ninguém queria saber disso. Lauro rebateu e disse-lhe: ”não sei fazer discurso de amenidades…”

Lauro  reuniu a turma  e informa o acontecido, leu o discurso, pede um parecer, e informar sobre sua desistência da função de representante da turma, ninguém aceitou tal fato. Com isso formaram uma comissão e solicitaram uma audiência com o Senhor Ministro para esclarecimentos.

A reunião fora longa, após argumentos, fora dito que não precisaria falar de amenidade, mas sim, que fosse modificado alguns pontos no texto, pois ao proferir o discurso, corria-se o risco de Jornal Correio da Manhã publicar: […] Jovem diplomata dá aulas ao Presidente da República mostrando que democracia social é o caminho para o Brasil[…](p.267,paragrafo 1º, línea,28-30). 

O texto fora atenuado com algumas palavras sinonimizadas sem alterar seu teor e entregue ao Gabinete do Ministro, o qual nunca deu resposta, nem tão pouco agendou a data da cerimonia de formatura da turma.  Com esse relato, Lauro ao meu ver, nunca se furtou de suas ideias, seu patriotismo, e também nunca falou de amenidade no seu labor, tanto que por onde passou, mesmo nas metáforas, elevou o nome do Brasil mundo afora, divulgando  a  diversidade cultural, literatura, arte e  música brasileira.

Guimarães Rosa
Guimarães Rosa. Foto do blog do autor Lauro.
https://quincasblog.wordpress.com/quem-sou/

Apaixonado pela literatura, Lauro, na sua criatividade, cria o recital, […[“Três epopeias brasileiras[…]’(p. 295), que consiste num recital, onde ele reúne poemas de  três escritores de maior grandeza brasileira, y Juca Pirama, de Gonçalves Dias, O Navio Negreiro de Castro Alves, e Caçador de Esmeraldas de Olavo Bilac.

Os três poemas épicos fazem alusão à formação histórica e cultural do Brasil, ou seja, a forte presença do índio nativo, a conquista e alargamento do território pelos bandeirantes, finalmente, a imensa e sofrida contribuição do negro africano escravizado. Da fusão étnica e cultural dessas três raças básicas nasce o Brasil[…] (p. 295, parágrafo 1-2, línea 1-12). 

Um outro Embaixador, dessa vez das Gerais, autor da grande obra brasileira Sagarana, (1946), Guimarães Rosa, tornam-se amigo e colegas  no Instituto Rio Branco, amizade pra toda vida.

Rosa, escritor que canta  em suas obras  o sertão; […[ Portanto, torno a repetir: não do ponto de vista filológico e sim do metafísico, no sertão fala-se a língua de Goethe, Dostoiévski e Flauber, porque o sertão é o terreno da eternidade, da solidão,[…]. (p. 347,parágrafo 3º, línea12-17). 

Nesse misto de saudades, um outro sertanejo maranhense Gonçalves Dias, considerado o pai do romantismo brasileiro, em seu poema escrito no exílio, denominado “Canção do Exílio”,(publicado em 1857 no livro, Primeiros Cantos), canta em versos seu  amor, e a saudade de sua terra natal; 

Transcrevo o estribilho: 

“Minha terra, tem palmeiras, 

Onde cantam as sábias, 

As aves que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá, 

Não permitas Deus que eu morra

Sem que eu volte para lá, 

Sem que aviste as palmeiras onde cantam as sábias…”

Além das narrativas  aqui mencionadas, Lauro aborda em sua obra fatos como: futebol, morte, imortalidade acadêmica, lusofonia, filosofia, CPLC, figura representativa de sua terra natal Goiás, países onde atuou como Embaixador, andanças  literárias, dentre outros. 

Desse modo, por meio de suas evocações multicoloridas, podemos conhecer uma parte de sua trajetória através da obra ‘Quincasblog, meus encontros’, que perpassa pelo pretérito, estendendo-se no presente e avançando ao futuro numa abordagem histórica singular exercendo influência direta sobre o leitor, levando-o ao prazer estético que provoca uma reflexão acerca das várias fases da vida do autor, num reviver metafórico no  contexto social, politico e cultural no qual o escritor encontra-se  inserido no mundo contemporâneo.

Boa leitura!

Leia a obra e a tenha na sua biblioteca! 

Magna Aspásia Fontenelle

Contatos com a autora

Voltar: http://www.jornalrol.com.br




Magna Aspásia Fontenelle entrevista o escritor albanês prof. Kristaq F. Shabani

No contexto do universo literário sou conduzido por minha própria parábola. Precisamos uns dos outros como do ar que respiramos.” (Prof. Kristaq F. Shabani)

Prof. Shabani na juventude

1- Conte-nos um pouco sobre o você, sua infância, seus pais, adolescência, vida militar, motivação na vida.

Nasci em Zagori, Gjirokaster-Albânia.  Minha família, especialmente durante os últimos quatro séculos, deu uma importante contribuição universal em alguns países, como: Albânia, Grécia, Turquia, Canadá e EUA, isso também, graças ao amor pela educação, conhecimento, cultura, pois frequentavam as melhores escolas da época. Contribuíram para o progresso na difusão de ideias inovadoras, para o desenvolvimento do pensamento intelectual. Minha família tem sido uma “instituição mental”. Nasci, cresci e fui educado com essa originalidade. Meus pais, papai Fori, fora educado na Grécia no Ginásio de Corfu, Grécia e, posteriormente, frequentou a Universidade de Atenas, também na Grécia, era poliglota e dotado de uma cultura muito ampla, enquanto meu avô, Athanas fora educado na Turquia, EUA, fluente em muitas línguas estrangeiras, 12 delas. O mesmo pode ser dito sobre meu bisavô Aleks, seu irmão Thoma, também, chamado “profeta” e, seu primo em primeiro grau chamado Filip, que, com grandes personalidades, como: Aleksander Paleos, tradutor da Ilíada de Homero em inglês, Psihari, Fotiadhin, Filinda e outros, trouxeram a terceira etapa do desenvolvimento da língua grega, para língua moderna  falada hoje. Eles têm a autoria desse pensamento por isso são chamados “Gigantes do Grande Movimento”.

Como resultado desse vasto arsenal de conhecimento, nós, em nossa casa, tínhamos uma riquíssima Biblioteca com 10.000 títulos de livros de todos os gêneros e em vários idiomas. Esta biblioteca recebeu o nome do emblema: “A Pequena Biblioteca de Alexandria”. Então, esse clima, esse contato com o livro, um grande amor por ele, uma experiência tão transmitida, a existência de ídolos e ídolos na família, essa educação desde cedo me trouxe grandes “frutos” lindos além de eu  ser um excelente aluno, dediquei-me ao meu talento, amor criativo e desde muito jovem apareci nas páginas da imprensa albanesa. Minha formação culminou com a conclusão do então curso de sete anos, ensino médio em Delvina, educação militar e faculdades em Tirana e Shkodra, além de frequentar um curso filosófico em estética e outros.

Meu objetivo era: educação, cultura, arsenal de conhecimento, profissionalismo, ética e demonstração do meu espírito inovador. Para chegar até aqui, defini as “colunas” da construção dessa arquitetura literária: familiaridade com o mundo, com Enigmas, leituras e aprofundamentos, conhecimento das maiores obras da Literatura mundial, escritores que marcaram época e estudo analíticos das obras desses escritores e, claro, com isso nasceu a grande ideia de que eu também poderia contribuir para a literatura albanesa e mundial em todos os gêneros.

Uma voz interior me impulsionou nessa jornada literária inacabada. E os personagens vieram um após o outro, elevando o meu pensamento fértil, criando uma ampla gama de trabalhos significativos. O grande lado da positividade tem sido: meu lado comparativo e minha sede com grande espírito competitivo e, porque não, ouvindo escritores dando-lhe voz…

A sociedade albanesa percebeu minha elevação e, a maneira completamente diferenciada de minha personalidade de expressar-me nos gêneros literários, culturais e artísticos. Minha viagem descritiva: Gjirokastër – Delvinë – Bajram Curri, Shkodër – Atenas e Gjirokastër, minha cidade mágica, onde a literatura tem sua “capital” na Albânia…

2Sabemos que em 2017 você foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Conte-nos sobre essa experiência, quem o indicou e quais trabalhos concorreram ao Prêmio?

K.SH. Seguindo uma jornada difícil, a publicação de muitos livros com variedades temáticas amadureceu artisticamente minha literatura, mas, também, com simbolismo individual, original, selecionando a palavra articulada, frases proeminentes, claro que “caiu” muito rapidamente no olhar dos críticos, principalmente no período, quando começou na Albânia florescer o pluralismo e finalizar a liberdade de expressão. Eu, desde os meus primeiros tempos, tinha uma peculiaridade: não gostava do “modelo”, ditado, onde entravam muitos criadores e todos criavam trabalhos uniformes, segundo “ordens”. Por isso, os editores acharam muito difícil entender meus trabalhos e ficaram assustados, amedrontados…

Vim do sistema monoide com algumas publicações, mesmo com rejeição dos meus trabalhos a serem publicados. Surge meu primeiro livro: “Respiração Humana” volume poético, que teve um final triste; Novelas e publicações como “Medalhão Brilhante” bem como o lançamento de obra com: “Quinta Temporada”, “Trinômio da Cicatriz”.

O ano de 1991 realizou meu grande sonho, onde minhas obras arquitetônicas começaram a desabrochar como botões de flores que saem da “Concha do Mit” e, floresceram na literatura que eu tanto sonhara, literatura genuína. Durante o período em que estive na Grécia, conhecendo muitas personalidades da Literatura e da Arte, os quais me motivaram a conclui algumas das minhas notáveis obras como: “Poeta da Elegância”.  “Princípio da Figura”, “Picasso da Poesia”, “Palavra artística do grande artista”.

Alguns grandes poetas e críticos contemporâneos: Teresinka Pereira poeta (IWA USA), Cynthia Atkins poetisa (USA), Aristidh Kolja pesquisador, Efthimios Haxiioanu, jornalista (Grécia), jornalista, Panagiota Zalloni, poeta, editora da revista literária “KELENO”(grécia), Vasiliki Kalahani, poeta, tradutor(Grécia); Nadia Cella Poeta pop, ( Romênia), Kuleedep Kumar Srivastava poeta (Índia), Wendy Mary Lister poeta(Escócia), Adolf Shviedchikov(Rússia), Petro Dudi, poeta albanês, Begzad Baliu estudioso, albanologista (Kosovo), Leta Kucohera -poeta (Grécia) dentre outros, que conhecem minha atividade literaria definiram-me: “Para entender Kristaq F. Shabani você tem que deixar a Terra”, “Poeta que pertence a uma nova  gama de literatos do futuro”;”Kristaq F. Shabani, sua poesia e prosa constituem em simultâneo, uma individualidade importante e proeminente e um caso especial na literatura albanesa atual”;  “Kristaq F. Shabani é um poeta da literatura intelectual e humana”, todo o seu mundo é poético e cercado por uma luz poderosa, A poesia de Kristaq F. Shabani” é um poema de grande beleza, uma linguagem de puro albanês”; Kristaq F. Shabani não escreve, mas “grava”.

“O pensamento profético  e imortal  de Kristaq F. Shabani viaja através de suas obras em um mundo com novos contornos”.

Minhas obras “Pulso de dor” (terapia da luz), “Sede nos céus”, Vilas amarelas “,” Palavra fatal’, “Virtude humilhada” traduzido pela prof.ª Magna.” Profeta livre “Esboços e histórias”, “A alegria do outono “, “Virtude Mentirosa”, a Antologia de poesia-prosa-ensaios pessoais, “Eol, vamos lá…”, “Venho ao redor de Pomoma*”, ” A Humanidade e os Nove  ” neorromance, “Vilas das formações ” neorromance, “Magia da luz” neorromance, “Sou um bilhete no pentagrama”, “Asfixia das ruínas”, “A vida como cópia”, “Sensualidade  pendurada em um gancho” e muitos outros formaram minha identidade literária e, em 2013, com o lançamento do meu neorromance “O Grande Jogo da Morte, a presidente da IWA(Associação Internacional de Escritores) Ohio (EUA) Terezinka Pereira, brasileira naturalizada americana me parabenizou, por meu  romance, reconhecido no mundo literário em nome de muitos membros respeitáveis, denominando-me como um dos  maiores escritores do século.

Os críticos realizaram vários estudos analíticos sobre    minha atividade literária, e a minha contribuição na Liga Internacional de Poetas, Escritores e Artistas “PEGASI” Albânia e, na Academia ALTERNATIVA PEGASIANE. Organizações literárias, contemporânea, criada em 1996, com membros em 130 países, e constataram a relevância e as contribuições de minhas atividades a nível mundial.

Em 2017, a IWA-Ohio-USA, me propôs como seu potencial candidato ao Prêmio “Nobel” pela Paz, apresentando propostas inovadoras para um modelo de vida precisa. Durante esse ano, muitas atividades com diferentes potenciais foram desenvolvidas, assim como meus livros foram enviados para a comissão do ‘Nobel’ na Suécia e na Noruega e, também para várias bibliotecas de vários países do mundo.

Foi uma competição digna com muitas personalidades mundiais. Esse sucesso e a indicação, para a competição mundial do ‘Nobel” ocorreu após o anúncio do título de “Homem do Ano 2011” da ABI (Instituto Biográfico Americano) e, de muitos prêmios e títulos de prestígio da Liga e, outras academias. Esta experiência foi uma competição com a Elite Mundial que acrescentou valores à minha experiência aprimorando ainda mais os meus objetivos.

*Nota: Pamona é a deusa da abundância e dos pomares

,< https://pt.wikipedia.org/wiki/Pomona_(mitologia)>,acesado em 12/06/2022.

3-Como e quando se deu seu contato com o universo literário?

Desde o início de minha trajetória literária, desenvolvi minha plataforma individual de contato com o universo literário, mesmo com um objetivo competitivo exclusivo.

Minha ‘práxis’  tem sido não só a competição individual, mas a troca universal de valores e hoje a conquista é grande: temos colaboração e contato com criadores de Literatura e arte de 130 países, cooperação mútua com a IWA (Associação Internacional de Escritores (Ohio), EUA, Xasteron, Grécia, Poetas del, Mundo Chile, UPLI EUA, academia de escritores e literatura ítalo-australiana(ALIAS) Xasteron, Grécia, Poetas del Mundo Chile, UPLI USA, “Café das Ideias”-Salamina-Grécia; Liga dos Escritores da Grécia; Liga dos escritores do Kosovo; O Convívio-Itália; Os Poetas de Amite-Romênia; Centro Internacional de Poesia e Pesquisa-China;  Centro de Poesia Internacional de Calcutá-Índia; Revista “Pomezia – Noticias” –Itália; Agência Meridional de Publicação Literária-Itália.  Com participação em mais de 200 associações, de escritores, academias, revistas em muitos países, como: Mongólia, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Brasil, EUA, Malta, Chipre, Suíça, Alemanha, Turquia, Rússia, outra Coreia.

Essa  conexão, embora em um tempo relativamente curto, foi percebida pelos escritores, que nos parabenizaram e, com isso, entramos no universo literário mundial e artístico, cheio de dignidades, com publicações de numerosas antologias  de nossa liga “Open Lane”  1,2,3, 4, 5,  com base num critério moderno, são identificados poetas e escritores de todo o espaço de “PEGASI” ALBÂNIA. Também, participamos  da coluna “DIÁRIO DE ANJOS CRIATIVOS”, “PROSA-POÉTICA UNIVERSAL”, “POÉTICA EM DISCUSSÃO”, “CRIANÇA DE PENSAMENTO CRIATIVO”,  “ALTAR PEGASI” e, outros que estimulam a iluminação criativa e o reconhecimento mundial. Esta é uma atividade, de pesquisas, estudos, comparações e apresentações, atual de alto nível dos escritores no mundo.

Evidenciando mais de 3000 poetas, escritores, artistas de 130 países. Estas Antologias não são apenas em albanês, mas em muitas línguas, com à língua inglesa e, também outras línguas. Estas atividades evidenciadas acima, fortaleceram nosso reconhecimento laboral. Assim como, publicações em muitas revistas literárias, concursos e participações em atividades mútuas como: simpósios, conferências, congressos literários, festivais de poesia, manifestações mundiais, publicações em nossas revistas “POLEART”, “PEGASI”, dentre outras no contexto mundial e na WEB, contribuindo para a elevação da diversidade, social, cultura e linguística iluminando o universo literário. Nossas publicações, em vários países ao redor do globo, aumentaram o brilho do Universo das letras. Isso, sem dúvida, inclui meu trabalho como “arquiteto literário”, não apenas para minhas publicações, mas para todos os membros de nossa Liga e da Academia Altenativa Pegasiane- Albânia.

No entanto, destacamos a parceria com a ACADEMIA ALTERNATIVA PEGASIANE BRASIL, onde o trampolim é erguido no alto, com admiração e respeito, onde você  Professora Magna Aspásia desempenha  um  importantíssimo papel,  com  a realização das inúmeras atividades didáticas, pedagógicas e literárias, especialmente, com a organização e publicação em português da Antologia  Internacional “Pegasi” em prosa e verso –Open Lane 5, com vários autores brasileiros e albaneses gregos, italianos dentre outros e, seus motes da  poesia universal contemporânea.

4- Quantos livros você escreveu e, em quais idiomas eles foram traduzidos?

K.SH. Tenho um grande número de publicações, aproximadamente 200 obras em diferentes gêneros que compõem meu currículo: poesias, prosas, poemas, romances, esboços, paradoxos do caminho, parábolas, epigramas, texto jornalísticos, ensaios, livros didáticos, pensamento teórico e crítico da literatura, artigos científicos, dentre outros. Além, de várias publicações traduzidas em vários idiomas. Dei especial importância para o reconhecimento do universo literário, para as publicação em duas, três, quatro e mais línguas. Uma de minhas publicações recentes é o livro com mais 500 páginas: O Renascimento da Existência (Wiederbelebung der Ekzistenz) publicado na Suíça e no Kosovo. Estamos trabalhando para publicar cerca de 50 livros em diferentes gêneros sob nossa editoração. Tenho uma intensa atividade editorial literária em vários países, especialmente na Albânia, Kosovo, Macedônia, Itália, EUA e outros.

5-Sabemos que   você teve uma brilhante ideia de construir uma Academia de Letras. Conte-nos como esse processo aconteceu?

A ideia de organizar e instalar  a  Academia Alternativa Pegasiane Albânia se deu da necessidade do fomento as letras, ciências e artes,  no tocante a união da universalização da literatura albanesa e mundial. Nossa Academia foi criada em 1998 e,  tem em seu estatuto o referendamento da ética, da moral o respeito pela diversidade cultural, social e linguística, visto que, temos membros  mater e, de vários outros países, enriquecendo nosso labor.

A Associação Internacional de POETAS, ESCRITORES E ARTISTAS “PEGASI”  ALBÂNIA é, uma instituição independente sem fins lucrativos e não governamental. Criada com base no desejo individual de seus membros fundadores pertencentes à todas as áreas do conhecimento, interligando as atividades inovadoras e apoiando trabalhos, individuais e comunitários em literatura, cultura, arte e ciências que contribuem para construção do pensamento intelectual progressista contemporâneo na inspiração no mundo espiritual das pessoas inventivas. Assim, como, incentivar e impulsionar jovens talentosos e também, na troca universal de valores com as academias albanesas e do exterior, bem como, competir com os valores laborais arrojados no mundo.

O objetivo da Academia é iluminar e conhecer perfis de criadores de todo o mundo, por isso, neste contexto, as academias deste espectro foram organizadas, dando impulso a ideias inovadoras concretizadas elevando a um grau superior de atividades de qualidade. Os membros da nossa Academia são grandes personalidades com títulos científicos, professores, pesquisadores, escritores, poetas e artistas proeminentes de vários países que contribuem ricamente para nossas atividades. Quero enfatizar apenas um fato obstinado: se temos a objeção de organizar uma atividade científica, temos muito trabalho científico e os colaboradores são numerosos e competitivos.

Tudo isso é demonstrado pelas diversidades de nossas atividades científicas, linguísticas, culturais, históricas, ensaísticas, educacionais, dentre outras. O próprio número de atividades realizadas até hoje, mais de 10.000, de diversas formas, confirma o que descrevemos. Hoje a qualidade foi elevada e a ideia básica foi implementada exitosamente.

6- Qual foi seu trabalho que marcou o início de sua vida como escritor?

K SH– Mencionei um pouco acima. Meu volume poético “Respiração Humana”. Em resumo: foi considerado um livro especial, derivado da espontaneidade, com um modo simbolista de meditação, inovação de novo autor como bastante promissor, depois que o substrato deste livro teve altos ativos temáticos, alcance filosófico impressionante, reflexão com genuinidade anteriormente inseparável. 

7- O que o inspira a escrever?

Escrever é um conjunto de estímulos da capacidade intelectual e do talento individual, conjuminados com a realidade e ficção para uma produção literária de qualidade.

Minha experiência mostrou-me que o escritor deve ter conhecimento educacional e cultural e de mundo, ser um processador de pensamento inventivo, explorar os dados obtidos, ter imaginação, lutar pela perfeição de sua memória, ser intérprete da realidade e da fantasia e perfilar os tipos em ambos os contextos: em primeiro lugar está a linguagem figurativa e, sua riqueza cromática bem como, a atividade de ligação com a realidade humana no transbordamento das virtudes mais exigentes. Escrever, então, é um processo dinâmico, criativo e, de pesquisa exploratória que cria uma estrutura física e espiritualista arquitetando o substrato da criatividade peculiar de cada pessoa.  É uma pintura de eventos, fenômenos e representação de cada indivíduo. Ou seja, observando o cotidiano, os fatos, imaginação sem esquecer a poesia existencial inerente em cada ser humano.

Do ponto de vista estético é contemplação, cognição racional, estimulação pela matéria, presença, processamento, fantasia, como   a formação do “produto” material que leva à “gravidez literária” ou “gravidez” mental e, consequentemente, esse processo de criatividade passa por um processamento de formação total e, quando chega ao palco, “nasce” com o método criativo. Assim, se asseguram os nascimentos literários por meio do produto global e mental, que se transforma através da escrita em produção material.

O adiamento ou atraso do processo da escrita é, uma realidade com base na rentabilidade inventiva é, o verdadeiro “teatro” fantasioso onde se interpretam seres vivos em uma existência real. Contudo, é também, a intelectualidade progressiva interpretativa derivada, do processamento da inteligência delineando o futuro a serviço do ser humano.

A criatividade é um processo gigantesco, que deve ser percebido com muito cuidado e atenção. Os grandes corpóreos nascem do produto humano decorrente da destreza criativa, com tendência a aumentar o nível e o calibre da criatividade, estimulando o início do cinzelamento inteligente para obter uma expressão mais completa antes da avaliação do leitor.

Nesse contexto, cheguei até aqui e, o aperfeiçoamento desse processo traz sucesso na criação. Trazer trabalhos de forma espontânea, praticar e aperfeiçoar a escrita, sentir-se e insatisfeito com o feed, sempre influenciou no crescimento da minha qualidade literária. Nesse contexto, cheguei até aqui e, o aperfeiçoamento desse processo traz sucesso na criação. A oferta de trabalhos de forma espontânea assim como, a prática e o aperfeiçoamento da escrita, sentimento de autocrítica e, a insatisfação com o feed sempre influenciou a qualidade de minha escrita.

8- Na literatura, quais foram os escritores que melhor representaram, na língua escrita, a riqueza da língua falada albanesa? 

K.SH. A literatura albanesa é uma literatura relativamente nova, escrita com o novo alfabeto. O Congresso da Língua albanesa decidiu por unanimidade sobre o Congresso do Alfabeto (22 de novembro de 1908), mas, isso não quer dizer não haver história, mas sua história foi “extinguida” por esforços de forças, direções com sede de extinguir a existência da antiga Nação. A literatura albanesa, é claro, tem um diagrama próprio, com criadores tendenciosos e representantes dignos.

Em relação à língua albanesa a Literatura, fruto do “bumerangue” desempenha   um papel especial pela riqueza qualitativa, da literatura oral composta diversa e bela. Muitos esforços de pesquisa foram realizados para descobrir quando essa linguagem foi escrita. Muitos albanólogos locais e estrangeiros trabalharam nesta gigantesca busca e as descobertas são surpreendentes.

Um dos famosos estudiosos da língua albanesa é o Prof. Eqrem Çabej, que mostrou a antiguidade da língua albanesa. Mesmo antes do estabelecimento do alfabeto existente, é claro que muitas obras foram escritas, mesmo com alfabetos diferentes, principalmente o alfabeto latino.

A literatura albanesa teve muitos representantes, que escreveram em muitos gêneros, especialmente em poesia, prosa e outros gêneros. Podemos citar alguns deles que deram tom a essa literatura como: Naim Frashëri, poeta nacional, Andon Zako Çajupi, Gjergj Fishta, Ndre Mjeda, Jeronim de Rada, Migjeni, Fan Stilian Noli, Mihal Grameno, Mitrush Kuteli e outros.

Alguns são dignos representantes da literatura albanesa do Renascimento, onde suas obras visavam e apelavam para a libertação da longa ocupação otomana. A literatura albanesa recebeu desenvolvimento e direção no período dos anos 30 do século passado, mas, seu desenvolvimento se deu durante o domínio de meio século da poderosa existência do monoide, algo que não deve ser negado.

A literatura albanesa hoje está representada no mundo com a obra do escritor Ismail Kadare, publicada em muitos países ao redor do mundo e, proposto muitas vezes como potencial candidato ao Prêmio “Nobel” de Literatura. Entretanto, não devemos deixar de mencionar outros escritores e poetas desse período como: Esad Mekuli, Ernest Koliqi, Lasgush Poradeci, Martin Camaj, Dritëro Agolli, Fatos Arapi, Rexhep Qose, Azem Shkreli, Musine Kokalari, Jakov Xoxa, Petro Marko, Dhimitër S. Shuteriqi, Sterio Spasse, Vorea Ujko, Moikom Zeqo, Xhevahir Spahiu e outros.

No entanto, nas fases da vida, a literatura albanesa tem refletido vitalmente os esforços para o progresso, a luta contra as mentalidades retrogradas, o derramamento de sangue, a oposição à partilha de terras e outros.

Contudo, os principais acontecimentos literários refletem suas tendências realistas e a sua maneira peculiar de manifestar suas virtudes.

Seu crescente desenvolvimento competitivo suas qualidades raras, especialmente, após o início dos anos 90, um novo pensamento foi introduzido na literatura albanesa e, os escritores têm total liberdade na manifestação dos fenômenos da vida, o que a torna mais genuína.

Neste sentido, contribui também para construção de uma nova mentalidade inovadora, alicerçada pela “PEGASI” ALBÂNIA. Este é um tema amplo, mas o respondido é suficiente para esta pergunta. 

9-Conte-nos sobre seu livro “Mendari” e, o voo da águia solitária com toda sua energia cósmica que repercute no mundo vivências do presente ao infinito?

A Albânia, como país, tem como símbolo a águia de duas cabeças. Ter tal símbolo é justificável e justificado pela configuração do terreno e pelos contornos físicos de seus habitantes. As características típicas desta ave são conhecidas. Não é em vão que os albaneses têm esse símbolo em sua vida, pois, são corajosos como as águias, ávidos de liberdade e justiça, são pessoas de espaços livres. As águias têm uma habilidade especial de campo visual e outras qualidades. O albanês caracteriza a si mesmo com a águia. Se você olhar atentamente para o seu comportamento, suas danças você os encontrará voando e agitando as asas como a águia.

No meu livro “Mendari” neorromance, idealizei cenas consideradas admiráveis, excitantes fantasias da Águia durante o nascimento de crianças albanesas em todas as terras e o tamanho da existência desta ave símbolo, que, figurativamente, pega o recém-nascido nos braços e “caminha” no espaço das Terras.

Nesse romance histórico-épico, epítetos, metáforas e outras figuras estilísticas povoaram minha mente, com presença lírica simbólica, sendo seu protagonista uma águia voadora no grande planeta mental humano. Que também está presente na bandeira — símbolo da Albânia estão às duas águias orgulhosas colocadas sobre um fundo vermelho, que mostra, simbolicamente, o sangue derramado pela Nação durante os tempos de suas Terras situadas na Península Ilíria, habitada antigamente pelos Ilírios, ancestrais dos albaneses.

10-  A ideia de uma primazia ética da literatura incorre, em modelos hegemônicos de civilizações quando paradigmas universais são justapostos, em abonações sinalados pelas alusões aos padrões culturais, sociais e estéticos. Qual sua visão para formar uma literatura universal contemporânea e globalizada?

10- Responder a esta pergunta, claro, leva tempo. Tenho em mente um ditado de Blaise Pascal, que afirma: “Quanto mais inteligente você for, mais pessoas originais você encontrará na vida. O homem comum não vê nenhuma diferença entre as pessoas…”. Mencionei essa frase parabólica para ilustrar minha visão de contribuição para a ideia da formação de uma literatura universal contemporânea e globalizada. Os criadores do Mundo de hoje são representantes do progresso, e são sempre zelosos “confrontadores” do sistema; estão em oposição e em “duelo” mental com os governos.

Em segundo lugar, os criadores de cada país trazem para a literatura universal, a primazia ética da singularidade de seus países, a psicologia, a mentalidade de sua perspectiva ótica e, buscam os representantes mais típicos para  representá-lo.

Terceiro, buscam declarar a emancipação social por meio do substrato de suas obras. Além disso, com sua visão, contribuem priorizando a elaboração dos estudos analíticos, inclusive, por métodos comparativos, descobrem naturalmente a semelhança entre literaturas, culturas e tendem a se aproximar. Deve-se notar que os criadores são as pessoas mais inteligentes, que distinguem o bom, o razoável, o avançado, o progressivo, o mal regressivo e até apelam para a aplicação da positividade. Isso decorre do fato de que os criadores são sempre espertos e nunca aceitam o sonambulismo passivo, sempre despertam energia positiva e reflexiva.

Quarto, com sua visão revelam o segredo para incluir o admirável “colhido” em suas obras. Os criadores, com sua habilidade, abrem o olho da “cegueira” e promovem suas premissas. Tal atitude une os criadores mundiais através da Literatura.

A literatura é o passaporte, onde você pode ir livre e convincentemente para qualquer país.

Essa liberdade e persuasão forma o universo literário sem hegemonia, mas sim, com a existência de uma civilização universal moderna, quando coopera dinamicamente para todos os países, tendo uma primazia ética do palco… estabelecida com convicção, evidentemente subjetiva, mas em bases sólidas de realizações.

Isso elimina alusões, cria padrões literários, culturais, sociais, morais, estéticos de esperança pacífica. Este é o nosso princípio nesta conexão harmonizadora de “proximidade” positiva, no Universo Literário Mundial, por isso hoje migramos para 130 países.

11- Prof. Kristaq F. Shabani você é uma referência viva na literatura albanesa. Que especificidades a literatura albanesa se destaca no contexto do mundo contemporâneo?

A literatura genuína tem uma habilidade especial que se destaca e não aceita dependência, ganância, não aceita instrução e intervenção. O antigo sistema monoide desqualificou esta literatura. Hoje, nada pode ser pensado em gaiola, mordaça, algema. Mesmo na literatura albanesa, a presença de um grupo é existencial, que defende seus “contornos”, “suas posições” e com métodos antigos, busca zerar, sentir, mas mesmo aqui ocorre uma forte guerra silenciosa entre a atual Nuvem e a antiga, entre o Bem e o Mal. A oposição está sempre presente, existindo e essa luta da dualidade está relacionada à existência da formação e vivência do próprio ser.

A criação de Associações Literárias, Academias ou Associações criou uma barreira ao antigo grupo existencial.

A Liga Internacional de Poetas, Escritores e Artistas “Pegasi” Albânia e a Academia Alternativa Pegasiane- Albânia, são organizações literárias internacionais modernas, já perfiladas, representadas na arena internacional, há cerca de três décadas com pensamento avançado.

Resultando, no reconhecimento  de suas extremas ações, mostrado em organizações de atividades de classes mundiais tais como: simpósios, conferências, manifestações e congressos literários realizados, com a presença  inovadora de nossa literatura albanesa podemos citar: desde os tempos remotos que nosso povo vem do orgulho, da oposição aos invasores, da luta pela libertação dos invasores, que buscaram sempre  a fragmentação desta antiga nação para apagá-la do mapa da Europa, pois representa uma das nações mais antigas da Terra.

Hoje temos nossas visões inovadoras de mudar a concepção de alguns gêneros evitando a construção clássica da composição do gênero romance, expandindo-o e construindo-o diferentemente, fora dos métodos clássicos e com a mentalidade do tempo em evolução. O mesmo conceito vale para a poética. É preciso lutar por uma poética filosófica impregnada de muitos símbolos e com nova anatomia, para perceber a diversidade e “saturar” o apetite dos leitores  exigentes. Nesse contexto, temos exemplos que falam abertamente dessa bela complexidade, que responde à mentalidade existencial e à perfeição da concepção do novo. Nesse cenário, suponho que a Literatura Mundial dará mais passos.

12A obra Dom Quixote do escritor espanhol Miguel de Cervantes Saavedra, da década de 1600 com reflexões sobre humanismo, valores, utopismo e a condição de andante, significou a literatura universal e o mundo hispânico através das traduções para vários idiomas. Nesse contexto, sua obra Virtude Humilhada (1988) traduzida para o idioma português brasileiro e espanhol, contribui para as interfaces culturais, sociais e linguísticas, nos dias atuais, inclusive para o campo das relações internacionais? Qual sua opinião sobre esse fato?

K.SH. Responderei a esta pergunta com uma análise concreta de um poeta indiano internacionalmente conhecido, Kuldeep Kumar Srivastava que faz um comparativo entre mim  e alguns autores e filósofo.

“Para todo poeta, é sempre a manhã no mundo, e a História, uma noite de insônia esquecida; a História e a reverência elementar são sempre o nosso começo, porque o destino da poesia é apaixonar-se pelo mundo, apesar da História. ” (Derek Walcott). * ganhador do Prêmio Nobel da Paz,1992.

Assim, a resposta a esta questão encontra-se na análise do conhecido poeta indiano  Kuldeep Kumar Srivastava para  volume poético  “Virtude Humilhada” considerado pelo pensamento crítico mundial como raro e extraordinário. “A obra de Kristaq F. Shabani é um das mais realizadas e completa  artisticamente que constatei no passado recente, com elementos de sentidos, de puritanismo que são sua marca e, há uma espécie de violência suavizada nas suas  linhas (fragmentos).

Para Shabani, como para Nietzsche, a poesia é uma explosão que vai além das palavras, apesar da rebeldia, facilita  sua  expressiva expressão, justificada  pelo seu  intelecto.

Kristaq F. Shabani questiona, através de seus poemas, a racionalidade dos pensamentos para os quais eles são o sujeito (sujeitos) de seu jogo imaginativo, a divisão confusa dos sentimentos emocionais. Ele questiona a regra, o regime autocrático contra o qual os seres humanos são enganados. Aproximando-se muito de AUDENI, que escreveu que, ‘quando ele ria, os respeitados senadores caíam na gargalhada e, quando ele chorava, as criancinhas morriam nas ruas.

O fenômeno mais reflexivo é que ele não é um poeta auto-fixado, mas ele mesmo e diz tecendo, prazer, iluminando o mundo, juntos por dentro e por fora, com todos os seus raios iluminantes. Construído a partir de detalhes, seus poemas são profundos e intensos, que apresentam, ou colocam questões psicológicas e escatológicas, Kristaq é intelectual, erudito, conhecedor, agradável e sonhador.

Em seus poemas é fácil discernir pensamentos, acompanhados de imagens para avaliar seu recurso à mitologia grega. Surpreender-se com a originalidade, a abundância do substrato dos poemas e, sobretudo, constatar as pérolas de suas realizações literárias. Localiza o eu na retaguarda da história e da cultura, e retrata seus sentimentos, com a solidão de um observador.

Conhecemos realmente um  povo quando mergulhamos em sua identidade cultural, em sua literatura, cinema, música e artes plásticas. Realçando a linguagem poética e universal, que vence barreiras linguísticas, oportuniza conhecimento social, cultural, laboral e  linguísticos. Os acordos internacionais  criam compromissos jurídicos e  a cooperação mútua entre países, fortalecendo os laços comerciais, turísticos, educacionais e literários”.

13-Deixe uma mensagem para os leitores da Revista The Bard.

K.SH. Revistas como a The Bard( O Bardo) são de grande importância literária, cultural, artística e existencial; abre horizontes, desdobra valores nacionais e mundiais e preenche lacunas, publica  experiências e aumenta a inteligência.

Sem dúvida, eu também sinto esse estado e essa fornalha de emoções que aparecem nesta revista. Desejo sucesso do país das Águias a esta prestigiosa revista e vamos olhar-lhe nos mais altos palcos do jornalismo mundial.

Termino esta entrevista com uma frase do meu poema para cumprimentar os  leitores:

“EU SOU UM FOGO  ILIRIANO”

Sou fogo, / que libera energia curativa, / Sou fogo ardente, / de mentalidades, tabus, / destruindo artimanhas de magnatas trituradores… / cenas anti-humano, /.  Sou fogo, / em forma de sentimentos nas colinas, /. Relevos de pensamentos futuros. / Escrevo com garbo as 36 letras resplendorosas a imortalidade da terra… / Com letras flamejantes da Ilíria.

K.SH. K.SH. Agradeço imensamente, também, sua contribuição profª. Magna para a conexão harmoniosa da parceria literária, ciências e arte, pois essa conexão se desenvolve com um “código” literário pegasiano lindo e muito eficaz!

Gjirokastra,junho de 2022

Muito obrigado pela sua participação!

Gratidão!

Curriculum Vitae

Kristaq.F.Shabani, albanês, professor, escritor, poeta, jornalista, militar aposentado, pesquisador Dr. Honoris Causa em Literatura (Dra. h. c.), candidato ao Prêmio Nobel da Paz em (2017), pela Associação Internacional de Escritores e Artistas (IWA), pelo estado de Ohio- USA. Graduado em Letras pela Universidade de Shkodra Albânia; em História/Geografia, Filosofia Moderna. Fundador e presidente da Akademia Alternative Pegasiane Albânia, da IAWPA “PEGASI” ALBÂNIA, uma associação moderadora com membros de 130 países. Vencedor de muitos prêmios internacionais. Fundador da Associação Internacional de Escritores, Artistas e Poetas (IAWPA)“PEGASI” KOSOVO. Editor, revisor, tradutor de centenas de livros de poesias, romances, artigos, ensaios dentre outros; idealizador e implementador de muitos movimentos literários. Autor de mais de 200 obras traduzidas para várias línguas, organizador de Antologias em  vários idiomas, sendo, essa o 5º volume em  língua portuguesa-Brasil). Editor de vários livros,  revistas, jornais e periódicos, assim como, as revistas literárias“Pegasi”, POLEARTE e a revista “PEGASI, BELEZA E SAÚDE EM FOCO”, dentre outras.

Entrevista, publicada na Revista The Bard, edição de Jul/Ago 2022.

https://revistathebard.com/nau-literaria-entrevista-com-kristaq-f-shabani/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




Magna Aspásia Fontenelle: 'Ano Novo'

Magna Aspásia Fontenelle

Ano Novo

Ano Novo

Tempo de finalização

Reflexão

Mudanças

Esperanças

Recomeços.

As expectativas nos enchem de esperança no ciclo que se inicia. Temos a sensação de que o relógio zerou, e a vida recomeça como um livro com várias páginas em branco, para escrevermos nossa nova história a partir do nascimento do ano novo.

Voltamos ao pretérito, relemos as páginas amareladas do livro findo, que nos provoca um repensar nas atitudes e desejos de outrora.

Fazemos um recorde simbólico, pois precisamos do velho para construir o Novo. Repensamos os acontecimentos sobre as pessoas e coisas que nos foram importantes ou não. Há, fato que não queremos que se repitam, outros queremos que permaneçam.

Entretanto, a vida flui como a correnteza de um rio que contorna obstáculos para desembocar no futuro em águas rasas, mansas, outras profundas e escuras, chuvas, Sol, Lua, estrelas.

O bucólico dá o tom avermelhado, iniciando o fim e o início da noite.

Os ritos iniciam, ao longe se avistam luzes picantes dos fogos de artifícios, indicando o momento do nascer do novo ano.

Tudo é festa, e a banda passa tocando convidando a todos para o baile da vida, brindemos!

Vozes ecoam no tempo, cantando com entusiasmo, alegria, esperança, indicando que passado e presente se unem para deságua no futuro.

Amanheceu… Ano novo, primeiros escritos.

Livro em branco, primeira folha: nosso nome.

Escrevendo…

Como disse o poeta na sua fala na canção “Tocando em frente”.

“Cada um de nós compõe a sua história e carrega o dom de ser capaz, de ser feliz”…

A vida continua…

Feliz Ano Novo!

 

Magna Aspásia Fontenelle

magnaaspasia@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 




Magna Aspásia Fontenelle entrevista o escritor português Antônio Reis Noronha

“Me considero um buscador, inquieto, sempre atrás de algo, quer nas Artes, quer nas Letras e me inquieto se não o faço. ”

1-Quem é Antônio Reis Noronha?

Difícil a pergunta, Sócrates, já propôs esta questão. Me considero um buscador, irrequieto, sempre atrás de algo, quer nas Artes, quer nas Letras e me inquieto se não o faço. Português, amando o Brasil, sem esquecer as origens, nem as terras onde nasci e andei. Guardo sempre as boas memórias, as pessoas e os cheiros, até das menos boas que procuro esquecer.

2-De que maneira a literatura e a arte, entraram na sua vida?

AN-Desde que me entendo, os dois sempre me acompanharam, desde o rabiscar das paredes do meu quarto, ao poema que minha tia me ensinou quando tinha 9 anos “jolie moulin à vent” depois iniciei a leitura com Mark Twain, Enid Blyngton. 

3-O que te inspira a escrever?

AN- São muitas as inspirações, desde a análise do caminhar de uma galinha, ao deambular de pensamentos, ideias, comportamento das pessoas, que desfilam na mente, e cujas roupagens são as mais diversas.

4-  Fale-nos do teu livro” Para Além da Janela”, escrito a quatro mãos com o escritor português Joaquim Tempera? Como se deu essa parceria?

AN-O livro é, na verdade, um conchave que temos (eu e Joaquim Tempera) em comum, ambos Algarvios despontando nossas vidas na cidade grande (Lisboa) e tem como tópico, a Amizade, a Fidelidade sob o pilar do Humanismo edificando as relações entre os Homens.

https://pixabay.com/pt/photos/tavira-portugal-rua-algarve-ver%c3%a3o-2721505/

A série de contos, da qual este é o primeiro volume, começou por uma sequência de frases, a que ambos demos continuidade, sem nos comprometermos com o desfecho final, que cada um tinha em mente.

Pois a cada vez que a história era retomada, apareciam, sequencialmente, fatos que se encadeavam e assim surgiu “Para Além da Janela”, na linha de outras histórias, já escritas e ainda não publicadas.

5-Qual dos teus textos te define?

AN- Interessante a pergunta, foi exatamente a passagem, do personagem principal, quando se encanta com a cidade, como prefaciado pela Dra. Magna, “as praças, as fontes, os jardins cuidados, mantidos por verdadeiros escultores”. vide pagina 31.

6- Seu principal critério para a escolha de uma leitura é o título, o autor ou o assunto? Qual seu autor preferido?

AN-Usualmente escolho o assunto, depois verifico o autor. Tenho vários Autores, desde Dostoievski, Victor Hugo, a Steinbeck, Humberto Eco, João Guimarães Rosa e outros.

7-É notívago ou só cria à luz do dia?

AN-Notívago, quase tudo o que faço, faço-o à noite, desde a escrita, a pintura, ou escultura, é a madrugada que me acompanha.

8-Já deixou de escrever para não magoar ninguém muito próximo?

AN-Existe sempre uma forma de se dizer o que se pensa, sem ter que magoar as pessoas que nos rodeiam. Tenho textos que guardo comigo, em que desabafo, depois entendo o gesto. Contudo, tenho-os guardados e jamais citaria o nome.

9-Deixe uma mensagem para os leitores do Jornal Rol.

AN-Obrigado, gratidão pelas 8 perguntas feitas, desta forma aberta, podem os leitores saber um pouco sobre mim, se acaso fui explícito nas respostas, não sei se Sócrates ficaria contente com elas, quando perguntou, quem é Antônio Reis Noronha

Muito obrigada, pela sua disponibilidade em participar dessa entrevista.

Feliz Natal!

Magna Aspásia Fontenelle 

AN-Obrigado a você. Magna pelas bem elaboradas perguntas, receba a minha Gratidão com votos de um Natal, cheio de Paz, Saúde e Luz!

Antônio

 

 

 

 

 

 

 




Magna Aspásia Fontenelle: ' Natal tempo de renascimento'

Magna Aspásia Fontenelle

Natal tempo de renascimento

https://www.publicdomainpictures.net/pt/view-image.php?image=373586&picture=papai-noel-vintage

Uma estrela surgiu no firmamento com um brilho sibilante anunciando a boa nova, Jesus menino nasceu… Era dia 25 de dezembro, numa estrebaria ele veio ao mundo rodeado pelos seus pais, bichos e visitados por reis. Foi o maior filósofo, o maior líder e sofredor no mundo.  Deixou seu legado de que não é o local onde se nasce com pompas que nos faz forte, humano, sábio e especial.  E sim, os princípios norteadores vivenciados no seio familiar e exemplificados pelo, o amor, dedicação e lealdade.

Então é Natal, luzes piscantes, dia regado de gente alegre, sorrisos, carinhos.

O pensamento voa e me leva ao pretérito de minha meninice. Voltei ao ventre materno, ao aconchego dos meus pais, a casa de meus avós. Local onde vivi os mais lindos anos de minha vida. Vejo-me menininha de tez clara, cabelo encaracolado com um laço de fita no cabelo, calçado rodado, meia branca e sapatinho preto segurando uma boneca de pano preto com cabelo loiro de espiga de milho.

Revi a carta que escrevera para o Papai Noel pedindo uma nova boneca que vira numa revista, ela era de louça, tinha o calçado, meias, sapatos e o cabelo mais lindo do mundo. Na carta relatei, também, os fatos do ano que findara—querido Papai Noel, fui boa menina. Estudei, não desobedeci meus pais, rezei todas as noites na hora de dormir, me alimentei, brinquei e fui para a casa de meus avós no avião da Varig sozinha, não chorei e nem tive medo. No avião ganhei uma bolsinha azul com lanches, não comi, os guardei para meu avô, era meu presente de Natal para ele.

A singeleza da infância e a crença no bom velhinho me fez crer que a boneca pedida na missiva natalina chegaria pelas mãos do Papai Noel num lindo embrulho com fitas coloridas.

A brisa mansa com cheiro de perfume de jasmim anunciava a hora maior. Meu avô disse: —Vá deitar, logo Papai Noel, chegará no seu trenó puxado pelas renas e cheio de presentes para todas as crianças. Às vezes ele não encontra o que algumas crianças pedem na carta enviada com seus pedidos. Ali, meu avô estava me dizendo que eu não ganharia a sonhada boneca de louça. Criança não entende os nãos da vida…

Deitei-me ansiosa, antes colocara meu sapatinho preto na janela com uma flor margarida para o Papai Noel, na certeza de que ao acordar no outro dia meu tão sonhado presente estaria lá.

Dia lindo, brisa jasmineira brincava com as folhas das árvores num compasso único iluminada pelo sol radiante. Acordei! Correndo fui à janela olhar meu sapatinho.

No lugar da boneca de louça tinha outra boneca de pano, que segurava uma rosa-branca e um bilhete do Papai Noel: querida, não encontrei a boneca que você me pediu, no entanto, essa boneca de pano é mais bonita do que a outra, pois, foi feita pelas mãos de pessoas que muito lhe ama e, tem os cabelos mais lindos do mundo e não quebra jamais.

Prometo um dia presenteá-la com uma boneca de louça.

Nesse momento, chorei; pensei, se ele é mágico, tem o dom de fazer as crianças felizes, por que não trouxe minha boneca de louça? Foram tantas as explicações de meus familiares para me confortarem. Comecei a desconfiar da existência do bom velhinho… questionei… um primo me disse: —Papai Noel não existe, é o pai da gente, o meu não teve dinheiro para comprar meu carrinho e eu vou fazer um de caroço de manga, vamos brincar? Saímos para o quintal e debaixo do pé de manga, ele com seu carrinho de caroço de manga e eu com minha boneca de pano na nossa singularidade éramos as crianças mais felizes do mundo.

No entanto, a figura do bom velhinho ainda me encanta… e quem sabe uma hora a boneca de louça aparece na minha janela… Rolou uma lágrima de saudade…

Das algazarras dos primos, dos banhos no rio, das brincadeiras debaixo das árvores, das histórias de assombração, do boto, da Martinta Pereira e do conderê.
Neste misto de pretérito, presente e futuro, desejo a todos que o Jesus menino renasça no coração de cada um, trazendo-lhes a saúde, união, paz, amor, solidariedade e justiça.

Magna Aspásia Fontenelle

Uberaba-MG-2022