Arte da fotografia, da produção à exposição

A primeira mostra do espaço foi aberta em julho de 2018. “Fotografia impura” reuniu trabalhos de oito artistas. Crédito da foto: Divulgação

Há três anos a Matiz funciona como ateliê e espaço expositivo para artes visuais em Sorocaba

“Fotografia impura” foi resultado dos encontros de um grupo de estudos de fotografia contemporânea conceitual, que funciona no Matiz Ateliê Visual. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (6/3/2020)

Um amplo galpão com pé direito de quatro metros, situado na rua Rocha Pombo, 66, na Vila Jardini, abriga a nova sede da Matiz Ateliê Visual. O espaço cultural privado, como o nome sugere, é dedicado à formação, produção e divulgação de conhecimento e trabalhos no campo das artes visuais, especialmente da fotografia.

 Inaugurado há três anos — até mês passado o ateliê funcionava em uma casa na rua Minas Gerais, no Centro –, o imóvel funciona como ateliê, onde o artista e fundador, Marco Gonçalves, desenvolve seus trabalhos, mas também como espaço expositivo e de cursos em diferentes áreas das artes visuais. “A gente pensou em oferecer um círculo completo, de formação, produção e exposição. A formação favorece a produção, mas isso só faz sentido, e motiva o artista, se há a possibilidade de mostrar para o público”, afirma.
Desde que foi inaugurada, a Matiz realizou duas expressivas exposições coletivas, ambas como resultado dos encontros de um grupo de estudos fotografia contemporânea conceitual coordenado por Gonçalves. A primeira mostra, aberta em julho de 2018, intitulada “Fotografia impura” reuniu trabalhos de oito participantes que têm a fotografia como linguagem de sua expressão artística e foi vista por mais de 250 pessoas.

“A formação favorece a produção, mas isso só faz sentido, e motiva o artista, se há a possibilidade de mostrar para o público”, diz Marco Gonçalves. Crédito da foto: Divulgação

Já no ano passado, também em julho, foi a vez da coletiva “Enquanto navegamos”, reuniu 30 obras de 13 autores, entre participantes do grupo de estudos e artistas convidados, que teve como tema o chamado livro de artista. A exposição teve a curadoria da pesquisadora Fabiola Notari, doutora em Literatura e Cultura Russa, mestra em Poéticas Visuais e professora universitária em São Paulo e Sorocaba. Como uma espécie de curso livre, o grupo de estudos é pago e têm como público-alvo fotógrafos e/ou artistas interessados em levar a fotografia para além de seu já conhecido caráter documental. Aliás, adianta Gonçalves, a criação de narrativas ficcionais por meio da fotografia deverá ser o mote do terceiro ciclo, que será realizado neste ano e que está com inscrições abertas. Para participar, é necessário ter domínio técnico de câmera fotográfica digital ou analógica.

Além do grupo de estudos que faz encontros quinzenais, o espaço conta com uma ampla biblioteca especializada em fotografia, com mais de 400 títulos nacionais e importados, e oferece periodicamente cursos livres de técnicas fotográficas, como de clicht art e cianotipia, além de restauração de livros e também de formação teórica, como de história da fotografia.
Paulistano pós-graduado em Fotografia como Arte Contemporânea, Marco Gonçalves comenta que, após uma longa temporada em Brasília (DF), escolheu Sorocaba para morar e realizar o sonho de abrir seu ateliê. “São Paulo brutaliza demais as pessoas. Não queria voltar a morar lá. Escolhi Sorocaba porque gostei da localização e da dinâmica sócio-econômica da cidade”, comenta, citando que o potencial de ascensão de artes visuais na cidade, que neste ano receberá a 3ª edição de Frestas — Trienal de Artes do Sesc, também contribuiu com a sua tomada de decisão.

No ano passado a Matiz foi um dos quatro espaços que organizou a 1º Semana de Artes Visuais de Sorocaba — Sem Aviso, evento independente voltado à produção local das artes visuais, que contou com mais de vinte atividades, como cursos, oficinas, ateliês abertos e exposições.

(Matéria extraída do saite Cruzeiro Online – Cultura – 15/03/2020 00:01 – Felipe Shikama – 4 Min de Leitura)