Há três anos a Matiz funciona como ateliê e espaço expositivo para artes visuais em Sorocaba
Um amplo galpão com pé direito de quatro metros, situado na rua Rocha Pombo, 66, na Vila Jardini, abriga a nova sede da Matiz Ateliê Visual. O espaço cultural privado, como o nome sugere, é dedicado à formação, produção e divulgação de conhecimento e trabalhos no campo das artes visuais, especialmente da fotografia.
Inaugurado há três anos — até mês passado o ateliê funcionava em uma casa na rua Minas Gerais, no Centro –, o imóvel funciona como ateliê, onde o artista e fundador, Marco Gonçalves, desenvolve seus trabalhos, mas também como espaço expositivo e de cursos em diferentes áreas das artes visuais. “A gente pensou em oferecer um círculo completo, de formação, produção e exposição. A formação favorece a produção, mas isso só faz sentido, e motiva o artista, se há a possibilidade de mostrar para o público”, afirma.
Desde que foi inaugurada, a Matiz realizou duas expressivas exposições coletivas, ambas como resultado dos encontros de um grupo de estudos fotografia contemporânea conceitual coordenado por Gonçalves. A primeira mostra, aberta em julho de 2018, intitulada “Fotografia impura” reuniu trabalhos de oito participantes que têm a fotografia como linguagem de sua expressão artística e foi vista por mais de 250 pessoas.
Já no ano passado, também em julho, foi a vez da coletiva “Enquanto navegamos”, reuniu 30 obras de 13 autores, entre participantes do grupo de estudos e artistas convidados, que teve como tema o chamado livro de artista. A exposição teve a curadoria da pesquisadora Fabiola Notari, doutora em Literatura e Cultura Russa, mestra em Poéticas Visuais e professora universitária em São Paulo e Sorocaba. Como uma espécie de curso livre, o grupo de estudos é pago e têm como público-alvo fotógrafos e/ou artistas interessados em levar a fotografia para além de seu já conhecido caráter documental. Aliás, adianta Gonçalves, a criação de narrativas ficcionais por meio da fotografia deverá ser o mote do terceiro ciclo, que será realizado neste ano e que está com inscrições abertas. Para participar, é necessário ter domínio técnico de câmera fotográfica digital ou analógica.
Além do grupo de estudos que faz encontros quinzenais, o espaço conta com uma ampla biblioteca especializada em fotografia, com mais de 400 títulos nacionais e importados, e oferece periodicamente cursos livres de técnicas fotográficas, como de clicht art e cianotipia, além de restauração de livros e também de formação teórica, como de história da fotografia.
Paulistano pós-graduado em Fotografia como Arte Contemporânea, Marco Gonçalves comenta que, após uma longa temporada em Brasília (DF), escolheu Sorocaba para morar e realizar o sonho de abrir seu ateliê. “São Paulo brutaliza demais as pessoas. Não queria voltar a morar lá. Escolhi Sorocaba porque gostei da localização e da dinâmica sócio-econômica da cidade”, comenta, citando que o potencial de ascensão de artes visuais na cidade, que neste ano receberá a 3ª edição de Frestas — Trienal de Artes do Sesc, também contribuiu com a sua tomada de decisão.
No ano passado a Matiz foi um dos quatro espaços que organizou a 1º Semana de Artes Visuais de Sorocaba — Sem Aviso, evento independente voltado à produção local das artes visuais, que contou com mais de vinte atividades, como cursos, oficinas, ateliês abertos e exposições.
(Matéria extraída do saite Cruzeiro Online – Cultura – 15/03/2020 00:01 – Felipe Shikama – 4 Min de Leitura)